Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]

CORTE LIMPO

Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário



Quinta-feira, 27.02.14

Liga Europa - Eintracht Frankfurt 3-3 FC Porto - Impróprio para cardíacos

O FC Porto está nos oitavos-de-final da Liga Europa após um jogo cujo guião foi praticamente uma repetição do da primeira mão. Os donos da casa colocaram-se a vencer por 2-0 e os visitantes igualaram, mas desta vez ainda houve tempo para um golpe final do FC Porto, depois de nova vantagem do Eintracht.

A passagem foi obtida à Porto, com suor e sofrimento, mas não deve disfarçar um dos prismas por que se pode ver esta eliminatória: o 13.º classificado da Bundesliga marcou cinco golos ao tricampeão português. O FC Porto jogou com alma e coração, mas apresentou um futebol desgarrado e sem identidade, numa partida que foi um verdadeiro toma lá, dá cá.

Os dragões entraram no jogo com intenção e causaram perigo junto da baliza adversária, mas o abaixamento de forma de Jackson Martínez ficou bem visível ao não conseguir aproveitar duas boas ocasiões de golo. Herrera juntou-se-lhe no desperdício, com um cabeceamento desajeitado quando estava à frente da baliza, antes de o Eintracht fazer valer a máxima de que quem não marca, sofre.

Aigner abriu o activo aos 37 minutos e o golo espevitou o conjunto alemão, que tomaria o comando do jogo até Meier elevar a contagem. Neste período o FC Porto parecia fora da Liga Europa, e seria um corte providencial de Varela, já sobre a linha de golo, a dar o mote para uma recuperação notável.

Mangala cabeceou para o primeiro dos azuis-e-brancos seis minutos depois do 2-0, e bisou a vinte minutos do fim, colocando a eliminatória em ponto-morto. Uma desconcentração defensiva deixou Meier esquecido na área portista no lance do 3-2, mas Ghilas, que desta vez jogou mais de meia hora, foi o último a rir, marcando aos 86 minutos o golo que mostrou ao FC Porto a saída do inferno dos golos fora, na recarga a um remate de Licá.

A forma emocionante como a eliminatória se resolveu pode fazer os portistas acreditar que o FC Porto está vivo, mas a capacidade que esta equipa tem de estar no melhor e no pior dentro do mesmo jogo continua presente. O verdadeiro vencedor é Paulo Fonseca, que assim ganhou tempo, quando a contestação sobre si aperta.

Será a única vez esta temporada que o FC Porto opera um milagre quando tudo parece perdido? A parada sobe na próxima eliminatória, frente ao Nápoles, outro emblema que vem da fase de grupos da Champions – onde fez doze pontos no grupo da morte.

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Miran Pavlin às 22:54

Terça-feira, 25.02.14

FC Porto 0-1 GD Estoril-Praia - A gota de água

sapodesporto

Olhando para a temporada do FC Porto como se fosse uma chaleira sobre o lume, pode dizer-se que há largas semanas, meses mesmo, que se ia ouvindo aquele borbulhar inquieto. A partir deste jogo, a chaleira começou a apitar a todo o vapor.

O Estoril, que vive o melhor período da sua história, venceu pela primeira vez no reduto do FC Porto, ao converter uma grande penalidade por Evandro, que foi absolutamente decisiva para uma partida que estava com cara de 0-0 há largos minutos.

O FC Porto praticou um futebol inconclusivo, para não dizer estéril, canalizando em demasia o jogo para Quaresma, que não tem ainda índices físicos que lhe permitam resistir 90 minutos, e não conseguindo solicitar Jackson Martínez em condições. A bola rolou mas a produtividade foi nula, e não houve perspectivas de que pudesse mudar.

Não se pense que o Estoril encostou um autocarro à sua baliza. Os canarinhos fizeram o jogo pelo jogo, justificando plenamente o quarto lugar que ocupam. Com matreirice, como que a não querer comer o bolo todo de uma vez, o Estoril foi anulando os poucos ataques de perigo criados pelo FC Porto, e a grande penalidade a favor foi a cereja no topo, com os azuis-e-brancos a permitir que o jogo se colocasse de feição aos intentos dos homens da Linha.

A derrota marca o fim da longa invencibilidade caseira do FC Porto, que durava desde Outubro de 2008, e foi a gota de água para a desgastada paciência dos adeptos, que reagiram com assobios e lenços brancos um pouco por todas as bancadas, por entre aquele burburinho de muitas vozes exasperadas, e o fatídico cântico intitulado “Uma Vergonha”.

O destinatário é só um: Paulo Fonseca. Mas diga-se que o problema deste FC Porto vai muito além do treinador. A instabilidade começa no plantel com as histórias mal explicadas de Fucile, Izmailov e da transferência de Lucho González, e continua com o caricato episódio da saída dos jogadores do estádio, e a reacção intempestiva de Pinto da Costa a uma pergunta de um jornalista. Verdadeiros retratos de uma desorientação porventura nunca vista no FC Porto.

O campeonato continua na próxima semana com uma visita a Guimarães, outro adversário com quem o FC Porto foi feliz na Taça de Portugal.

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Miran Pavlin às 09:12

Segunda-feira, 24.02.14

Rio Ave 1 - Sporting 2 - Meu querido plano B

O Rio Ave cometeu a proeza de ganhar 3 vezes ao Sporting na época passada e fez por continuar a saga dos bons resultados, depois de ter empatado em Alvalade na primeira volta. Durante a primeira parte tapou bem os caminhos à sua baliza e dispôs da melhor ocasião de golo do primeiro tempo. Felizmente o Sporting mudou de atitude na segunda parte, mas curiosamente até começou por sofrer um golo: após uma perda de bola de Jefferson, Diego Lopes arrancou para a área e Maurício, num corte infeliz atira a bola para dentro da própria baliza. Nesta altura muitos adeptos terão bradado aos céus pela inclusão do brasileiro na equipa, dias depois de ter sido mandado parar pela brigada de transito com uma taxa de alcoolemia acima do permitido... mas a verdade é que nisto dos autogolos, no melhor pano cai a nódoa. Tendo montado a equipa no esquema habitual, desta vez Leonardo Jardim foi mais rápido a mexer, e tirou André Martins mais cedo que o costume. Consequentemente, os resultados apareceram rapidamente: Slimani ganha nas alturas duas vezes e marca um golo, Mané (também saído do banco) responde da melhor maneira a um cruzamento de Carrillo (também saído do banco) e coloca o Sporting em vantagem. Pelo meio ficou o mau futebol jogado num terreno em mau estado, os dois amarelos cirúrgicos a Adrien e Montero e o forte apoio que a equipa teve em Vila do Conde vindo da bancada nascente.

 

Destaque para Slimani (mais uma vez decisivo), Mané (em vias de se tornar um grande jogador), Dier (muito seguro), Cédric & Jefferson (grande esforço de ambos - Jefferson redimiu-se do erro que deu o golo ao Rio Ave, ao assistir Slimani no primeiro do Sporting).

 

Este Sporting está longe de ser a máquina trituradora que todos os sportinguistas gostariam, mas devagar se vai ao longe. Apesar de todas as limitações que esta equipa tem, cada um tem dado o que tem, e o querer e a vontade desta equipa têm vindo ao de cima, mesmo depois dos piores momentos da temporada. Em virtude da época mais tremida dos adversários directos, o Sporting tem-se mantido nos lugares da frente, e como disse Leonardo Jardim, isso também faz parte do processo de aprendizagem desta equipa, cuja maior parte dos jogadores nunca antes fez uma época com a pressão permanente para ganhar todos os jogos. Apesar de tudo, está a ser bom ver esta equipa a crescer, independentemente da classificação que venha a ser alcançada no final da época. 

Segue-se o Braga, uma equipa que acabou de ficar sem treinador. Curiosamente, as equipas grandes têm tido mais dificuldades em casa do que fora... espero que Leonardo Jardim pense bem nesta questão durante a semana...

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Kirovski às 15:37

Sexta-feira, 21.02.14

Liga Europa - FC Porto 2-2 Eintracht Frankfurt - Do céu ao inferno

sapodesporto

As eurotaças e o FC Porto estão de costas voltadas esta época. Numa noite em que estavam a realizar uma exibição sem mácula, e com golos, um autêntico golpe de teatro tirou a vitória aos dragões. Num ápice, o resultado saltou de 2-0 para 2-2, quando já havia pouco tempo para tentar um último assomo.

Antes, foi o FC Porto a mostrar o que vale. Sem medo de ter a bola, a equipa jogou um futebol colectivo, forçando a abertura de espaços na defesa e meio-campo do Eintracht, mas sempre com cautela no sentido de evitar perdas de bola desnecessárias.

O momento da noite pertenceria a Quaresma, que depois de recuperar uma bola no lado esquerdo do ataque, progrediu até à área, flectiu para dentro tirando um adversário do caminho e desferiu um esplêndido remate em arco, que bateu no poste e entrou. Precisão de mestre. Golo inteiramente merecedor do parágrafo que lhe acabo de dedicar.

O golo de Varela, bem no meio da segunda parte, pôs o FC Porto com um pé na próxima eliminatória, mas o Eintracht não o permitiu. Um alívio infeliz colocou a bola em Joselu, que rematou colocado para o 2-1; cinco minutos mais tarde, outro lance cheio de infelicidades, a começar no corte de Mangala e a terminar no autogolo de Alex Sandro, atirou o FC Porto do céu para o inferno dos golos fora.

Apesar da má classificação interna, o Eintracht mostrou que sabe ocupar bem os espaços e subir e descer no terreno em bloco – não me recordo de um lance em que a equipa se tenha partido irremediavelmente. Mesmo mais subido na segunda parte, não se pode dizer que o conjunto alemão tenha oprimido o FC Porto ao ponto de justificar dois golos. Mas certo é que o tento de Joselu reacendeu o estigma portista de tremer à primeira contrariedade.

Vi o jogo ao vivo. Os cinco mil adeptos do Eintracht transformaram os sectores que ocuparam num bocado do seu Waldstadion – agora é Commerzbank Arena, malditos naming rights (malditos estrangeirismos também). Apoiaram a equipa durante todo o jogo, saltaram, cantaram, agitaram bandeiras, ergueram papéis com as cores do clube, assobiaram as bolas paradas e as substituições do FC Porto e festejaram vigorosamente os golos.

Apesar da fraca assistência havia portistas suficientes para abafar os barulhentos alemães, mas só com as claques a cantar, parecia que eram os visitantes que jogavam em casa. A falta de apoio é sintomática do divórcio que se tem verificado entre adeptos e equipa – não, não pode ser só da crise e dos preços dos bilhetes.

O FC Porto joga a qualificação para os oitavos-de-final já na próxima semana, e em desvantagem, situação pouco habitual frente a adversários da dimensão do Eintracht. O jogo será em Frankfurt, não em Leverkusen como disse Paulo Fonseca na entrevista rápida – ele apenas se confundiu depois de tomar uma aspirina para a dor de cabeça que vai enfrentar para passar a eliminatória.

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Miran Pavlin às 09:21

Domingo, 16.02.14

Gil Vicente FC 1-2 FC Porto - Agoiro, a quanto obrigas

sapodesporto

Durante a semana a tecla dos três jogos sem vencer em Barcelos foi tocada várias vezes, não se sabe se na esperança de que o Gil Vicente usasse as memórias das últimas três épocas para voltar a roubar pontos ao FC Porto.

Em resposta ao agoiro, os dragões quebraram a (curta) malapata e saíram do Minho com os três pontos, num jogo que até acabou por reavivar memórias, mas em azul-e-branco. Neste caso, dos primeiros jogos da época, altura em que o FC Porto apresentou futebol aceitavelmente entrosado e com propósito de ataque.

Varela foi o homem em foco, ao apontar os dois golos do triunfo, o segundo num bom lance individual, em que arrancou com a bola desde antes do meio-campo e só se livrou dela ao empurrar para o golo.

O jogo deixou ainda indicações de que Abdoulaye terá vindo para ficar, e que Herrera parece dar mostras de ter estabilizado, conseguindo, nesta partida, fazer bem a ligação entre sectores. Talvez a impressão de o FC Porto ter feito um jogo competente venha deste aspecto.

O Gil Vicente, que já não vence desde 3 de Novembro – desde esse dia ainda passou uma eliminatória da Taça, mas nas grandes penalidades – ainda reduziu a desvantagem, dois minutos depois do segundo golo portista, mas desta vez não houve sequer lugar à tremedeira que tem acompanhado o Porto desta temporada.

Esta vitória mais airosa aparece numa altura crucial da época. E junta outras interrogações àquelas que deixei pendentes desde a saída da Champions (terá a queda para a Liga Europa sido um mal que vem por bem, ou é um salto da frigideira para o lume?): terá o triunfo de Barcelos sido uma espécie de melhoras da morte? Ou será o regresso das competições europeias que vem acordar o que quer que estivesse adormecido no futebol da equipa? A resposta será dada na quinta-feira.

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Miran Pavlin às 22:18

Domingo, 16.02.14

Sporting 1 - Olhanense 0 - Quanto baste

 

O Sporting recebeu e venceu a Olhanense ontem por 1-0, golo do jovem Mané, um jogador em crescendo que tem agarrado as oportunidades que tem vindo a ter. Não foi um jogo brilhante mas ainda assim o Sporting poderia ter alcançado um resultado mais confortável. O futebol é feito de momentos e se a equipa não consegue materializar os momentos arrisca-se a acabar com o credo na boca, como foi o caso de ontem. Se o golo anulado tivesse contado, se calhar hoje estávamos a falar de goleada... a equipa perdia os complexos e tinha arrancado para uma exibição melhor... mas de qualquer forma, houve boas indicações na primeira parte e houve várias oportunidades de golo durante todo o jogo. O campeonato também é feito destes jogos menos conseguidos e ainda bem que desta vez os 3 pontos ficaram em Alvalade. Noutros jogos o Sporting já fez bem mais para ganhar e não conseguiu. E já nem falo do futebol do passado recente...

 

O destaque vai para Montero (não marcou mas assistiu e fez a equipa jogar), Maurício (imperial na sua zona de acção), William Carvalho (a sua presença em campo faz toda a diferença) & Carlos Mané (pelo golo e pela exibição segura)

 

O André Martins, apesar de se esforçar, tem dado pouco à equipa nos últimos jogos - acho que o jogo com o Paços de Ferreira foi a sua última boa exibição. Entendo que seja um jogador tacticamente evoluído mas parece-me que Magrão e Vítor seriam capazes de dar mais noutros aspectos do jogo. Rojo voltou a ter um momento de pura burrice e apanhou um cartão amarelo (por protestos) que o vai por fora do próximo jogo. Wilson Eduardo entrou desastrado e não conseguiu ajudar a que se chegasse ao golo da tranquilidade. Por seu lado Carrillo teve perto de decidir o jogo com duas jogadas inspiradas que erraram o alvo por pouco. Os laterais estiveram muitas vezes envolvidos no ataque, mas também não estiveram felizes. Em suma, uma vitória que não se discute, que serve para aumentar os níveis de confiança e que mostra ao mesmo tempo que há muito trabalho para ser feito. Segue-se o Rio Ave em Vila do Conde, num campo que esperemos, esteja em muito melhores condições comparado com a meia final da Taça da Liga da passada semana. 

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Kirovski às 12:44

Quarta-feira, 12.02.14

Benfica 2 - Sporting 0 - E tudo o vento levou

Depois de um interregno de dois jogos, a que se juntou um inesperado adiamento de dois dias, regresso com a crónica do Benfica - Sporting. Os últimos jogos não tiveram direito a crónica por duas razões distintas: no jogo com o Penafiel não a fiz por ter sido um jogo para a Taça da Liga (e é pública a minha total desconsideração por essa competição inútil e menor), e no jogo com a Académica, não a fiz por não ter tido oportunidade de ver o jogo. Infelizmente foram ambos resultados pouco positivos a que se veio juntar um terceiro, ontem no Estádio da Luz. O óbvio acabou por acontecer, isto é, a diferença entre as duas equipas mostrou-se a vários níveis. Primeiro ao nível da equipa, da consolidação de processos. Segundo, ao nível de individualidades. E terceiro ao nível de alternativas e banco. A ausência de William Carvalho feriu de morte a equipa do Sporting, que não só perdeu um elemento importante na manobra da equipa, como teve de adaptar um jogador sem rotinas nessa posição. Depois, o adiamento do jogo no Domingo destruiu o efeito surpresa das mudanças que Jardim fez na equipa, deixando a nu todos os improvisos e remendos no esquema táctico. De todas as coisas que Jardim fez, apenas não concordo com uma, por ter sido demais evidente nesta época: André Martins não tem físico para estes jogos, e na luta de meio campo, o Sporting joga sempre com meio jogador a menos. Essa é para mim uma das razões para o Sporting não ter ganho nenhum dos clássicos que disputou esta temporada. Quanto ao resto, a inclusão de Héldon foi uma aposta que não correu bem, mas não foi por falta de esforço do jogador (acho que esta entrada de Héldon no 11, significa que Carrillo poderá estar muito próximo da porta de saída), Slimani não teve oportunidades para alvejar a baliza e Montero não consegue fazer a diferença fora da posição 9. No geral, o Sporting teve muitas dificuldades para sair a jogar, falhando demasiados passes, perdendo demasiadas bolas divididas e conseguiu a triste proeza de sair do estádio da Luz sem ter criado uma clara oportunidade de golo.

Não me apetece destacar ninguém, acho que estiveram todos abaixo do seu nível (até Rui Patrício que fez um punhado de boas defesas, me parece que podia ter feito melhor nos golos).


Apesar de este jogo cinzento, o trabalho de construção continua a ser feito. Nesta janela do mercado de transferências chegaram alguns jogadores cujo impacto apenas se vai (eventualmente) sentir na próxima época: o egípcio Shikabala (tendo em conta o que vi no youtube, é uma espécie de mistura entre Ricardo Quaresma e Sabry) é o caso mais flagrante. E isso agrada-me. Há um projecto a longo prazo, muito diferente dos últimos anos, em que o treinador mudava todos os anos e tudo começava do zero. É claro que apesar disto, o Porto e o Benfica tem estruturas muito mais consolidadas e continuam uns passos à frente, mas o que tem de ser feito está a ser feito. Segue-se o Olhanense, para a equipa lamber as feridas e voltar ao caminho dos golos e das vitórias.

O campeonato, esse, parece estar muito bem encaminhado para o Benfica. É certo que o calendário vai começar a apertar mas o plantel tem muitas soluções. O desafio será sempre chegar ao Estádio do Dragão com mais de 3 pontos de avanço sobre o segundo classificado. Será que é possível?

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Kirovski às 12:30

Terça-feira, 11.02.14

Retrospectiva Qualificação Mundial 2014 - PARTE VI - ÁSIA

sapodesporto

Na zona asiática o Irão de Carlos Queiroz salvou a honra do mundo islâmico, ao tornar-se no único país da Ásia ocidental a qualificar-se. Mas não sem polémica. Uma troca de galhardetes entre Queiroz e o então seleccionador sul-coreano Kang-Hee Choi aqueceu o ambiente para o último e decisivo jogo em casa desta.

Com Queiroz a desejar que o seu homólogo visse o Mundial em casa, e Choi a alegar más condições proporcionadas aos coreanos em Teerão, o Irão venceu em Ulsan com um golo de Ghoochannejad, e permitiu ao técnico português ser levado em ombros em pleno relvado, erguendo uma réplica da Taça.

Choi demitiu-se na sequência da derrota e vai mesmo ver o Mundial no sofá, mas o gesto de Queiroz talvez tenha sido desnecessário, porque a Coreia do Sul também se apurou neste jogo. O Uzbequistão terminou com os mesmos pontos que os orientais, mas não conseguiu marcar golos suficientes para os ultrapassar na recepção final ao Qatar (venceu por 5-1 mas precisava de mais dois golos).

No outro grupo final, Japão e Austrália qualificaram-se – os samurai com mais tranquilidade que os socceroos, para quem parece estar a pesar um certo excesso de veterania. Jordânia e Omã morderam os calcanhares aos australianos até onde puderam, e discutiram o terceiro posto face a face na última jornada. A vitória por 1-0 deu à Jordânia o acesso a um play-off contra o Uzbequistão, onde aí sim fez história.

O favoritismo estava do lado dos ex-soviéticos, e um empate forasteiro (1-1) fez pensar que a porta estava entreaberta. Mas não estava. Numa segunda mão interminável, que incluiu um corte de energia durante o tempo extra e foi até às grandes penalidades, a Jordânia provocou um choque ao vencer o desempate por 9-8.

Terá sido o maior feito da história do futebol daquele país, que foi, no entanto, impotente no play-off intercontinental frente ao Uruguai. A celeste venceu em Amã por 0-5, transformando a segunda mão num pró-forma. O nulo em Montevideu confirmou o Uruguai como sexto representante sul-americano na fase final.

Voltando ao contexto asiático, onde competem nomes tão improváveis como Camboja, Macau, Maldivas, Palestina ou Sri Lanka, foram precisas duas eliminatórias e uma primeira fase de grupos para encontrar os dez que disputaram a quarta fase, cujo desfecho foi analisado acima.

A desilusão maior foi a Arábia Saudita, que depois de quatro presenças consecutivas em fases finais de Mundial, confirmou estar longe das epopeias do passado, ficando-se pela terceira fase. Por aí se quedou também a China, que mesmo sendo o país mais populoso do mundo, continua de costas voltadas para o futebol – pelo menos a nível de selecções, já que em 2013, dois anos depois de finda a campanha mundialista chinesa, o Guangzhou Evergrande sagrou-se campeão asiático de clubes.

Timor-Leste também entrou em prova, na primeira eliminatória, disputada entre Junho e Julho de 2011. Disputando as duas mãos em Catmandu, os timorenses foram eliminados pelo Nepal por um agregado de 7-1.

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Miran Pavlin às 09:53

Terça-feira, 11.02.14

Retrospectiva Qualificação Mundial 2014 - PARTE V - AMÉRICA DO SUL

sapodesporto

A sempre fascinante zona sul-americana, feita de rivalidades quase centenárias e fortes identidades nacionais, desta vez escreveu-se apenas em castelhano. E a questão que fica no ar no termo deste autêntico campeonato da América do Sul é novamente esta: porque é que o Uruguai acaba sempre em quinto lugar?

Os qualificados vão mudando, mas a celeste continua sem se apurar directamente para a fase final do Mundial desde 1989. Nem mesmo enquanto campeã continental em título, como aconteceu desta vez. Os seis jogos sem vencer, a meio da campanha, numa série que incluiu derrotas gordas com Colômbia (4-0) e Bolívia (4-1), revelaram-se decisivos para os uruguaios, que por alturas da 14.ª jornada tinham até o quinto lugar em risco; quatro vitórias nos últimos cinco jogos, acabaram por garantir o lugar do play-off.

O primeiro posto foi para a Argentina, que apesar do começo a meio gás, conseguiu a qualificação a dois jogos do fim. Depois de vencer o Chile (4-1) no arranque, a albiceleste perderia contra a Venezuela pela primeira vez na história (1-0), averbando de seguida um embaraçoso empate caseiro com a Bolívia (1-1). Seguiram-se seis vitórias, três empates, e já com a liderança consolidada, a vitória em Assunção (2-5) a dois jogos do fim carimbou o bilhete para o Brasil.

Dois pontos atrás ficou a Colômbia, que assim regressa à fase final, onde esteve pela última vez em 1998. Liderados por Radamel Falcao, os cafeteros realizaram uma qualificação interessante, terminando com a melhor defesa (13 golos sofridos em 16 jogos). No entanto, o apuramento esteve longe de ser um passeio, já que as distâncias pontuais para quem vinha atrás não eram grandes. Os colombianos garantiram o apuramento na penúltima jornada, num jogo louco diante do Chile (3-3). À meia hora os chilenos já venciam por 0-3, mas a equipa da casa faria uma recuperação notável, ainda que dois dos golos surgissem de grande penalidade.

O Chile ficou, então, com tudo adiado para o último jogo, onde uma vitória sobre o Equador (2-1) qualificou, curiosamente, ambas as equipas.

Os equatorianos voltaram a fazer do seu Estádio Atahualpa uma fortaleza. É impressionante constatar que 22 dos 25 pontos do Equador foram conquistados no alto dos 2800 metros de Quito – só a Argentina logrou aí empatar – numa campanha para sempre marcada pela tragédia de Christian Benítez, o número 10 da equipa, que faleceu no Qatar, onde jogava.

No lote dos não apurados ficou a Venezuela, que se atreveu a sonhar, mas que viu tudo esfumar-se ao perder o crucial jogo caseiro contra o Uruguai (0-1), quando lhe faltavam disputar três partidas, com a desvantagem de folgar na última jornada.

Apesar do desaire, os venezuelanos ainda foram a tempo de empurrar definitivamente o Peru – que praticamente já não tinha esperanças – para fora das contas, batendo-o por 3-2 na antepenúltima ronda. Já a Bolívia manteve-se como a mais fraca de todas as selecções sul-americanas, vencendo apenas dois jogos, um deles o acima referido (e inesquecível) 4-1 ao campeão Uruguai.

Mesmo fracos, os bolivianos não ficaram em último. Esse posto ficou nas mãos do Paraguai, que bateu no fundo, depois de quatro presenças consecutivas na fase final, apurando-se para a fase a eliminar em três delas. A ida à final da Copa América 2011 acabou por constituir a última paragem de uma geração que levou bem alto o nome do Paraguai. Agora é tempo de reconstrução.

Até porque a qualificação para o Rússia 2018 começa, em princípio, já no próximo ano. E novamente com o Brasil, que desta vez ficou de poltrona à espera de saber quais os vizinhos que receberá em Junho próximo.

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Miran Pavlin às 09:50

Domingo, 09.02.14

FC Porto 3-0 FC Paços de Ferreira - Resultado cheio em noite vazia

sapodesporto

Este jogo parecia estar condenado a ser uma nota de rodapé da jornada 18, uma vez que estava previsto que decorresse à mesma hora do Benfica-Sporting. Só que o vento decidiu fazer das suas na capital, e as complicações daí resultantes obrigaram ao adiamento do dérbi.

Atenções centradas, então, no Dragão, para mais uma partida que o FC Porto venceria sem grande brilho. O resultado pode indiciar um jogo tranquilo, mas o adjectivo apenas se aplica ao desenrolar do jogo em si, já que o resultado se manteve em 1-0 ao longo de toda a segunda parte, com os restantes golos a surgirem na recta final do encontro.

O FC Porto entrou descolorido mais uma vez, num fim de tarde de chuva e com bancadas praticamente vazias. Helton foi o primeiro a ser forçado a trabalho extra ao desviar para canto dois remates perigosos por parte do Paços, e seria já a caminho do intervalo que uma grande penalidade convertida por Quaresma desencravou o resultado.

A segunda metade seria um bocejo, com um FC Porto conformado com a vantagem mínima e a praticar um futebol vazio de conteúdo, e um Paços de Ferreira incapaz de romper novamente até à baliza de Helton.

Nota ainda para o regresso de Abdoulaye ao onze titular, imediatamente após ter sido resgatado ao Vitória de Guimarães.

O adiamento do jogo entre grandes – entretanto remarcado para a noite de terça-feira – permite ao FC Porto fazer pressão através dos pontos. E tal como escrevi na análise ao Marítimo-Porto, aqui está a falta que os pontos desse jogo dos Barreiros faria agora. Caso tivesse ganho essa partida, neste momento o FC Porto seria líder. Provisório. Mas líder.

Autoria e outros dados (tags, etc)

por Miran Pavlin às 22:42

Pág. 1/2




Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Pesquisar

Pesquisar no Blog  

calendário

Fevereiro 2014

D S T Q Q S S
1
2345678
9101112131415
16171819202122
232425262728