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CORTE LIMPO

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Terça-feira, 29.09.15

Liga dos Campeões, grupo G – FC Porto 2-1 Chelsea FC – Cumprir tradição

A história diz que as visitas das equipas inglesas a casa do FC Porto não costumam ser felizes e a tradição voltou a cumprir-se. A vítima, desta vez, foi o Chelsea, que vê a derrota no Dragão acentuar o seu terrível início de época. O FC Porto, por seu turno, parece querer inverter a tendência da última época, na qual falhou nos jogos de cartaz; em 2015/16 a equipa de Julen Lopetegui consegue o dúbio feito de colocar um empate com o Moreirense entre duas vitórias que chamam a atenção.

Poderá alegar-se que o Chelsea não está na sua melhor forma, mas por muito que os comandados de José Mourinho sigam no 15.º lugar da Premier League, ficou à vista, principalmente na primeira parte, que têm argumentos. Os jogadores mexem-se bem em campo e com três ou quatro passes chegam à área oposta, muitas vezes com espaço para criar perigo.

E foram mesmo os blues os primeiros a criá-lo, num remate de Fàbregas a que Casillas se opôs com firmeza, antes de Pedro Rodríguez, isolado, permitir ao seu compatriota nova defesa, agora com os pés. Tinham passado quinze minutos, e apesar dos avanços dos visitantes, ainda nenhuma das equipas tinha conseguido assentar o seu jogo. Não tardaria a acontecer, e seria o FC Porto a tomar a iniciativa. Com as marcações acertadas e sem medo de trocar a bola em terrenos avançados, os dragões impediam o Chelsea de arquitectar demasiadas jogadas rápidas e começavam a dar trabalho à defensiva adversária.

O grosso do ataque portista no primeiro tempo saiu do flanco esquerdo, onde Brahimi era solicitado em quase todos os movimentos. A equipa nem sempre apoiou a posse de bola do argelino como deveria, mas o primeiro golo da noite surgiu mesmo de uma investida sua. Mesmo apertado por Ivanović e Pedro, Brahimi rematou, Begović defendeu para a frente e André André estava no lugar certo para a recarga vitoriosa (39’). Se o golo do FC Porto apareceu numa boa altura, o que dizer então do tento do Chelsea? Willian apontou sem mácula um livre directo, naquele que foi o último pontapé da primeira parte.

Ânimo portista quebrado? Nem por isso. A segunda metade foi dominada de fio a pavio pelo FC Porto. O segundo golo surgiu aos 52 minutos num cabeceamento subtil de Maicon, ao primeiro poste. O central teve que se baixar para desviar a bola, que apanhou Begović desprevenido.

Nem o remate de Diego Costa à trave, logo a seguir ao 2-1, fez a pressão dos azuis-e-brancos decrescer. O resultado poderia ter-se avolumado. Danilo Pereira, na sequência de novo canto, cabeceou ao poste, e o FC Porto chegou mesmo a sufocar o Chelsea, numa sucessão de jogadas junto à área que renderam remates de Aboubakar, Danilo Pereira, Imbula e Brahimi, e dois pontapés de canto.

José Mourinho ainda fez entrar Hazard e Matić, mas sem efeito no jogo, apesar de um último esforço nos minutos finais. Terá o técnico português feito alterações a mais no onze? Só o próprio saberá. Certo é que Mourinho, em três visitas do seu Chelsea ao Dragão, não venceu nenhuma.

Ainda houve tempo para Imbula tentar uma jogada à Maradona’86, mas o médio levou o seu esforço longe demais e acabou por perder a bola. Caso tivesse tido sucesso, seria injusto esse momento abafar o trabalho inexcedível de André André, Ruben Neves – ambos substituídos, esgotados, para uma merecida ovação de pé – e Aboubakar.

Estes três nomes foram os destaques de uma noite em que toda a equipa merece nota positiva. A exibição foi agradável e o FC Porto, globalmente, pareceu isso mesmo: uma equipa. A imagem será passageira ou é para ficar?

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por Miran Pavlin às 23:45

Sexta-feira, 25.09.15

Liga NOS, 6.ª jornada – Moreirense FC 2-2 FC Porto – À mercê

Não pude ver o jogo, apenas ouvi o relato. A impressão que fica é a de que o maligno fantasma das oportunidades perdidas voltou a atacar. Tal como em diversas ocasiões em 2014/15, quando desperdiçou deslizes alheios, desta vez o FC Porto não capitalizou o triunfo da semana passada sobre o Benfica, cedendo dois pontos que o deixam à mercê. Não só de uma reaproximação das águias, mas também do Sporting, que até se pode isolar no comando da Liga NOS. Uma vez que o FC Porto foi o primeiro a entrar em campo, tudo depende de vitórias do duo lisboeta.

Foi uma repetição dos acontecimentos de Kiev, onde o FC Porto se colocou a vencer já tarde no jogo, mas permitiu o empate. Empatar em casa do campeão ucraniano pode ter atenuantes; sendo no reduto do modesto Moreirense, actual penúltimo classificado, fica pouca margem para desculpas, mas a verdade é que o espaço para acusações é também exíguo. Tendo poupado Imbula, André André e Aboubakar, sobre o intervalo Brahimi lesionou-se, forçando Lopetegui a uma substituição; no segundo tempo, com o jogo empatado a um golo, o técnico trocou Herrera por Tello (59’) e, imagine-se, Marcano por Aboubakar (77’). A recompensa veio aos 79’, quando Corona fez o 1-2, mas a tracção à frente imposta à equipa destapou a manta junto às redes de Casillas, e André Fontes (88’) logrou fazer o 2-2 ao aparecer entre os centrais.

Uma maçada para o FC Porto, para quem Moreira de Cónegos é quase como a Madeira. Foi o terceiro empate em seis visitas, se bem que dois desses encontros tenham sido na Vila das Aves (2002/03) e em Braga (2003/04). Em 2004/05 foi um empate com o Moreirense, à 32.ª jornada, a hipotecar as hipóteses de o FC Porto ser campeão. Os cónegos foram despromovidos nessa temporada.

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por Miran Pavlin às 23:55

Domingo, 20.09.15

Liga NOS, 5.ª jornada – FC Porto 1-0 SL Benfica – Um golpe bastou

Um jogo com escassos lances de perigo, logo pouca acção junto das balizas, só poderia ser decidido por um golpe. Ou de sorte, ou de génio. Deverá ter sido o segundo, pois o golo solitário da partida apareceu na única jogada em que uma equipa forçou um desequilíbrio claro no adversário. Brahimi, Varela e André André criaram uma movimentação simples que retirou do lance toda a defesa do Benfica, com o último a ter o privilégio de assinar o tento.

Não poderia ter sido melhor. Numa era em que a identidade portista se dilui na falange principalmente sul-americana do plantel, é muito importante que o golo decisivo de um clássico tenha sido marcado por um português, ainda para mais filho de um antigo jogador do clube. Além de que é um tónico para André André, que nos últimos jogos caiu no goto dos adeptos pela garra, que o assemelha a um Josué com melhores atributos técnicos.

O triunfo também vem muito a calhar para o treinador Julen Lopetegui, que teria pouca margem de manobra se falhasse mais uma tentativa de conduzir a equipa a uma vitória sobre o Benfica. Repetindo o esquema, a equipa esteve melhor que no jogo de Kiev, restringindo os encarnados a dois lances de perigo na primeira parte, com Casillas a mostrar-se atento a um cabeceamento e um remate de Mitroglou.

O que faltou ao FC Porto, nomeadamente na primeira parte, foi atitude, não só com a bola nos pés. Com Maxi Pereira no centro de alguma provocação por parte dos jogadores do Benfica, especialmente quando o lateral uruguaio se aprestava para executar lançamentos laterais, a única reacção dos atletas portistas surgiu sobre o apito para o descanso, altura em que Maicon saltou decidido sobre Jonas, de perna à frente. Não para o atingir, o que de resto não aconteceu, mas para impor respeito. Um passo à frente quando os jogadores das duas equipas já rodeavam o central portista, o guarda-redes suplente Helton rapidamente removeu o colega para o balneário e a questão morreu por ali.

Consequência ou não do abanão psicológico de Maicon, a verdade é que o FC Porto apareceu mais diligente no segundo tempo. Logo aos 48 minutos, a cruzamento de André André, Aboubakar colocou-se bem na zona fatal, mas cabeceou ao poste, numa ocasião flagrante. A balança do jogo não pendeu aí, e com o passar dos minutos ficou claro que o jogo não se alteraria a favor do FC Porto se não houvesse mexidas na equipa.

Aos 63 minutos Lopetegui trocou o hoje apagado Corona por Varela, um homem mais experimentado neste tipo de jogos. A mudança trouxe algum vigor às movimentações dos azuis-e-brancos e foi já com um meio-campo refrescado com a troca de Ruben Neves por Danilo Pereira e, diga-se, com a ainda inexplicável substituição de Aboubakar por Osvaldo, que surgiu o golo (86’), numa jogada em que Varela foi o autor do toque de calcanhar que rasgou a defesa adversária e deixou André André à frente da felicidade.

Há algum tempo que pairava sobre o jogo a sensação de que quem marcasse ganhava, e esse golpe bastou. O apito final confirmou o triunfo do FC Porto, que abre uma vantagem de quatro pontos sobre o Benfica. Porventura pensando mais em segurar a igualdade do que em correr riscos, o técnico encarnado Rui Vitória mexeu tarde na equipa – só aos 77 minutos – e acabou por não colher benefícios das entradas de Talisca e Pizzi. Depois do golo não restava muito mais tempo e desta vez não houve um milagre no último suspiro, como em Alvalade na derradeira época.

O triunfo mantém o FC Porto no comando da Liga NOS, enquanto o Benfica, derrotado nos dois clássicos que disputou até agora esta temporada, regressa à capital com mais dúvidas que certezas. Ainda faltam muitas jornadas, é certo, mas a pressão é mais selectiva para quem tem pontos a recuperar. Para quem vai à frente, a candeia alumia duas vezes.

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por Miran Pavlin às 23:30

Quarta-feira, 16.09.15

Liga dos Campeões, grupo G – Dinamo Kiev 2-2 FC Porto – Equilíbrio de forças

A Liga dos Campeões está de volta, trazendo mais uma vez consigo estádios cheios e enfeitados com os adereços da competição, e mais olhos a ver um pouco por toda a parte. As luzes da ribalta terão, de novo, ofuscado Lopetegui, que mesmo castigado por via da expulsão em Munique na época passada, não resistiu a uma mexida de fundo, apresentando a equipa no que se assemelhou a um 4-5-1.

Não terá sido por aí que o FC Porto não saiu de Kiev com a vitória, mas a verdade é que os dragões denotaram algumas dificuldades na aplicação da pressão sobre o adversário. Ora havia demasiados jogadores a cair sobre a bola, ora havia espaço a mais. O primeiro aspecto custou um golo. Com a equipa do FC Porto desposicionada sobre a esquerda, um movimento rápido do Dinamo levou a bola até à área, onde Gusev apareceu sozinho para finalizar a contar (20’).

O FC Porto não tremeu e empatou a contenda três minutos volvidos, por Aboubakar. A veia goleadora do camaronês estende-se agora à Europa. Assistido por um cruzamento de Layún, Aboubakar subiu às alturas e cabeceou certeiro. Era tudo o que a equipa precisava para se acalmar, com a referência ofensiva a dizer “presente”.

Apesar de tudo, o jogo teimava em não desbloquear. Um novo buraco na defesa portista deixou Garmash isolado perante a baliza. O médio ucraniano rematou bem, mas Casillas opôs-se com uma notável defesa. André André esteve mais uma vez em alta rotação, Ruben Neves foi novamente competente e Brahimi procurou desequilibrar, mas o Dinamo Kiev não dava sinais de fraqueza.

Até que aos 81 minutos, na sequência de um canto, um mau alívio do guarda-redes Rybka provocou o caos na área dos ucranianos, com a bola a cair em Aboubakar, que disparou cruzado para o seu segundo golo da noite. Um justo prémio para o trabalho do ponta-de-lanca azul-e-branco. Pensava-se que seria o golpe de misericórdia, mas o Dinamo ainda tinha uma palavra a dizer, e chegaria à igualdade aos 89 minutos, num lance ingrato para o árbitro assistente.

Numa segunda vaga de ataque, uma bola aparentemente inofensiva acabou por ser fatal para os dragões. Rybalka colocou de forma desajeitada na área portista, e a bola passou pela zona de acção de Kravets, que estava adiantado e por isso se desviou. Foi o suficiente para que a defesa do FC Porto hesitasse por um segundo, permitindo a Buyalsky, que reagira de pronto, aparecer solto frente a Casillas e fixar o resultado final. O lance é passível de mais que uma interpretação, mas tendo em conta que o adiantamento de Kravets em nada perturbou o guarda-redes, a decisão do árbitro assistente parece acertada.

Por ser tardio, o empate pode deixar um sabor amargo ao FC Porto, mas em última análise será um resultado justo. Só o desenrolar do grupo poderá clarificar se os dois pontos aqui perdidos serão um factor complicativo para as contas do FC Porto. Por enquanto nada está em causa, nem nada diz que a equipa não tem os predicados necessários para passar à fase seguinte.

Na próxima jornada, ainda este mês, o Chelsea visita o Dragão. Antes disso, porém, o FC Porto vive o primeiro momento crucial da temporada, ao receber o Benfica. É já no próximo domingo. Pouco tempo para recuperar da viagem e preparar o jogo.

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por Miran Pavlin às 23:30

Sábado, 12.09.15

Liga NOS, 4.ª jornada – FC Arouca 1-3 FC Porto – Noite tranquila

Tem sido bastante notório, nas épocas mais recentes, que enquanto o mercado de transferências não fecha, a equipa do FC Porto não parece tranquila em campo. Este ano não foi excepção, e neste primeiro jogo pós-fecho, que curiosamente valia o comando da I Liga caso um dos intervenientes vencesse, os dragões não foram tão hesitantes, mesmo que esta exibição não tenha sido muito diferente da anterior.

Por outro lado, e sem prejuízo de achar que deve fechar mais cedo, se o período de transferências não fosse tão prolongado, Jesús Corona não teria vindo e não haveria agora muito que escrever sobre esta visita a Arouca. Chegado dos holandeses do Twente, o atacante mexicano vem já com rotinas de futebol europeu, e teve uma estreia em cheio pelo FC Porto.

Aos 15 minutos, servido de calcanhar por Aboubakar, Corona inaugurou o marcador; aos 62 estava no local certo para a recarga a um forte remate de André André, que Bracali não conseguiu agarrar.

Até aí o jogo tinha sido dominado pelo FC Porto, ainda que só com mais clareza durante o segundo tempo. Depois do 0-1 o Arouca visitou algumas vezes o meio-relvado portista, mas não chegou a ver Casillas de perto, talvez porque o acerto de Ruben Neves e a energia de André André não deixaram.

Um meio-campo dois terços luso foi uma novidade muito bem vinda, e pelo menos por hoje foi uma aposta ganha. Num jogo de um modo geral tranquilo, ainda houve tempo para um golo de Aboubakar, que está cada vez mais perigoso. A sucessão de Jackson Martínez parece estar completamente assegurada.

O Arouca ainda faria o tento de honra por Maurides, que é nada menos que irmão de Maicon. Ajusta-se ao que foi o jogo. O triunfo mantém o FC Porto na liderança, que pode ou não continuar a ser repartida com o Sporting. É importante o FC Porto manter-se no grupo da frente enquanto a procissão da I Liga não deixa o adro.

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por Miran Pavlin às 23:45



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