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CORTE LIMPO

Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário



Domingo, 26.02.17

Liga NOS, 23.ª jornada – Boavista FC 0-1 FC Porto – Arreganho

Nas idas ao Bessa os homens do FC Porto costumam ter que pedir emprestada a alcunha do Braga e ser guerreiros por 90 minutos, mais descontos. Foi o caso mais uma vez, e tal como na época passada não tanto por um jogo ultra-competente do Boavista, mas sim pelo seu arreganho. A vantagem, tanto material como psicológica, cedo ficou nas mãos do FC Porto, que marcou ao minuto 8 por Soares. Daí para a frente o jogo nunca decresceu de intensidade, o FC Porto visou com regularidade a baliza axadrezada e o Boavista deu o que tinha e o que não tinha em busca do empate. Não havia dúvidas de que era de dérbi que se tratava. As bancadas, compostas como há muito não se via num Boavista-FC Porto, também o indicavam. Quem não teve mãos a medir foi o árbitro Fábio Veríssimo. Foram assinaladas inúmeras faltas, umas mais unânimes que outras, mostrados 12 cartões amarelos, e ainda um vermelho por acumulação a Maxi Pereira, por faltas semelhantes a outras cometidas pelos boavisteiros. Valeu ao juiz a ausência de lances quentes dentro das grandes áreas.

O FC Porto tomou então a dianteira na fase inicial do encontro. Óliver Torres trabalhou bem no miolo e lançou Corona na direita, com o mexicano a cruzar para o desvio de Soares à boca da baliza. O Boavista pôs Casillas à prova num remate de Anderson Carvalho (30’) mas a melhor oportunidade foi do FC Porto (34’), com Soares a finalizar no meio da confusão na pequena área, opondo-se Vágner com uma espantosa defesa, antes de Óliver desperdiçar a recarga. Mais emoções ao rubro no caminho para as cabines, a propósito de uma entrada muito dura de Talocha sobre Corona (42’), que tirou o extremo portista do jogo. Corona tirou satisfações com o jogador axadrezado, motivando uma acesa troca de palavras entre Nuno Espírito Santo e o adjunto boavisteiro Alfredo Castro, que ficaram a ver o resto do jogo na bancada. Na segunda parte houve muita intensidade de parte a parte, mas pouca baliza, o que talvez explique que o marcador não tenha voltado a mexer. André André esteve perto do golo (75’), com o seu remate à entrada da área a passar ligeiramente sobre a barra, e pouco depois (82’) Maxi Pereira era expulso, recolocando as equipas de igual para igual, já que o defesa Henrique tinha saído lesionado (80’) quando o Boavista já tinha esgotado as substituições.

O destaque da noite acabou por ser Soares, não só pelo golo, mas também pela capacidade de luta que demonstrou, não desistindo de nenhuma bola e resistindo a tudo o que o Boavista lhe atravessou no caminho. De resto, tal como a equipa no seu todo, onde também merecem menção Brahimi pela deambulação por toda a frente de ataque e Boly, que substituiu o castigado Felipe, pela segurança que exibiu, em contraste com a tremideira em Tondela na primeira volta. Depois das inseguranças nos jogos fora de casa, o FC Porto passa agora incólume por Guimarães e Bessa, num sinal contrário a alguns mostrados na primeira volta. Até nova prova em contrário, até porque a deslocação fulcral só aparecerá mais lá à frente.

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por Miran Pavlin às 23:10

Quarta-feira, 22.02.17

Liga dos Campeões, oitavos-de-final, 1.ª mão – FC Porto 0-2 Juventus FC – Limites

Quase todos os anos a história se repete. Independentemente do sucesso que obtenha, na I Liga a equipa do FC Porto é posta à prova nos jogos com os outros grandes e numa ou noutra deslocação. Salvo um fracasso europeu, o teste dos testes fica sempre reservado para o tubarão que inevitavelmente acaba por se cruzar com os azuis-e-brancos na Liga dos Campeões. Esta época o sorteio ditou uma rara visita da Juventus logo nos oitavos-de-final, num jogo que por si só deixaria expostos os limites desta versão do FC Porto. Por outro lado, o Dragão não deixa de ser um recinto que impõe respeito a todos os que o visitam, e isso ficou também à vista logo desde o apito inicial. Embora a Juventus tivesse mais posse de bola, ambos os conjuntos iam praticando um futebol cauteloso, à procura de transições ofensivas pela certa. O FC Porto ia também dando mais uma mostra de acerto defensivo, que ia gorando as trocas de bola mais fluidas dos italianos.

Até que a bomba explodiu. Numa questão de segundos Alex Telles acumulou cartões amarelos e se despediu do jogo e da eliminatória. Uma carga extemporânea a Cuadrado e uma entrada mais ríspida sobre Lichtsteiner foram a sua desdita, ficando aberto o espaço para as interpretações: cartões bem exibidos ou excesso de zelo do juiz alemão Felix Brych? Enquanto muitos decerto debatiam o tema, o FC Porto tinha nas mãos uma batata a escaldar, que obrigou Nuno Espírito Santo a esquecer o plano que trazia para o jogo. Saiu André Silva e entrou Layún para compor a defesa. Em inferioridade os dragões não sentiram quebra na segurança defensiva, mas Soares passou a ser uma ilha remota no meio-relvado da Juventus. As manobras do FC Porto tiveram também que começar mais atrás, e com ainda mais cautela, no sentido de dar à equipa o tempo necessário para ir subindo no terreno. Muitas vezes foi Brahimi que veio até à área de Casillas recuperar a bola e procurar arrancadas para o ataque, mas a velha senhora não encontrou problemas em fechar os acessos à sua zona recuada.

Por uma vez, as estatísticas finais reflectiram o que se passou em campo. Nem era preciso consultar os números da posse de bola, que roçaram o esmagador a favor dos campeões italianos. Bastava ver outros capítulos: apenas um canto para o FC Porto, já nos dez minutos finais, e apenas três remates, nenhum à baliza. O FC Porto ficou restringido a um livre de Brahimi, nos primeiros minutos, que passou um pouco por cima da baliza.

A Juventus ameaçou várias vezes. Dybala acertou em cheio no poste à saída para o intervalo, Higuaín esteve perto do golo durante a segunda parte e Khedira quase marcou num desvio cruzado, já depois dos golpes fatais dados pela Juve no espaço de minutos. Aos 72, em mais um lance de ataque apoiado, Layún não teve reflexos suficentes para dominar uma bola que passou à sua frente e acabou por entregá-la de bandeja ao suplente Pjaca, que rematou cruzado de primeira para o 0-1. Dois minutos depois, e aproveitando o abalo sentido pelo FC Porto, outro suplente utilizado, no caso Daniel Alves, apontou o 0-2 após cruzamento do outro lateral, o ex-portista Alex Sandro.

Mesmo tendo em conta a expulsão, a vitória da Juventus é justa, já que a atitude dos dragões não chegou para pelo menos incomodar Buffon. Curiosamente, o maior perigo foi causado pela própria Juventus, num atraso deficiente de Chiellini que obrigou o veterano guarda-redes a cortar de cabeça para lançamento. Em igualdade numérica não se sabe como seria. Da forma como aconteceu, a Juventus sai do Porto com pé e meio na fase seguinte, enquanto o FC Porto viu os seus limites expostos. Em parte, pelo menos. A tarefa para Turim é mais que hercúlea. É ciclópica.

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por Miran Pavlin às 23:30

Sexta-feira, 17.02.17

Liga NOS, 22.ª jornada – FC Porto 4-0 CD Tondela – Contra a história

Quando dois clubes se defrontam muitas vezes ao longos dos anos, a tendência é que os resultados se repartam, havendo aqui e ali exemplos de vitórias para um e outro lado, esbatendo-se assim um pouco o seu impacto. Tratando-se apenas do quarto jogo entre os dois emblemas, a importância da história assume outras proporções, e a do FC Porto frente ao Tondela não era bonita, já que nos três encontros precedentes os dragões marcaram o espantoso total de um golo. Na época passada a formação beirã venceu mesmo no Estádio do Dragão e chegava à edição deste ano na mesma aflição classificativa em que estava nessa data. No fundo, sem nada a perder e sem motivos para para praticar futebol negativo.

Pelo menos, foi novamente dessa forma que o Tondela encarou a partida, embora o primeiro perigo tenha sido criado pelo FC Porto (4’), num cabeceamento de Soares a que Cláudio Ramos se opôs com uma monumental defesa. Sacudida a pressão inicial, o futebol descontraído do Tondela começou a causar problemas ao FC Porto, nomeadamente através de matreiros contra-ataques, que num dos casos custaram um cartão amarelo a Felipe por travar um avanço prometedor de Murillo (31’). Por essa altura Marcano também já tinha sido admoestado, e ter um adversário com ambos os centrais amarelados era uma deixa que os tondelenses poderiam aproveitar para provocar estragos. Mas esses aconteceram junto à sua área, numa sucessão de eventos que autenticamente puxou o tapete ao Tondela. Aos 40 minutos o árbitro Luís Ferreira entendeu que Osorio agarrou Soares dentro da área e assinalou castigo máximo; André Silva converteu bem. Aos 45’+3’ o venezuelano voltou a prevaricar, desta vez obstruindo o mesmo Soares para o segundo amarelo e um banho antecipado. Não sendo claro quem promoveu o contacto com quem, os responsáveis do Tondela não ficaram satisfeitos com estas decisões capitais do juiz da partida e fizeram questão de o frisar nas declarações pós-jogo.

Com menos uma unidade a equipa do Tondela ficou mais curta e estreita, e só o acaso lhe permitiu sair do Dragão com os números com que saiu. Dentro dos primeiros quinze minutos da segunda parte Soares, André Silva, Otávio e novamente Soares tiveram o golo à espera de ser feito, mas incrivelmente não acertatam com a baliza. Pelo meio, o hoje capitão Rúben Neves inspirou-se em Guarín e arrancou um fabuloso remate do meio da rua para um golaço (54’). Soares não lhe quis ficar atrás e redimiu-se com outro belíssimo golo, numa deliciosa colocação em arco para o canto inferior do segundo poste (63’). Com o resultado encaminhado e as substituições esgotadas por volta dos 70 minutos, o jogo despiu-se de motivos de interesse. Asfixiado, o Tondela teve que contentar-se com um remate de Heliardo (39’) como único lance de algum perigo, mas Casillas estava bem colocado para uma defesa segura.

Os portistas deram-se mesmo ao luxo de procurar embelezar em demasia algumas jogadas já na recta final do encontro, mas sem sucesso. Nuno Espírito Santo poupou unidades-chave – Danilo Pereira e Brahimi – para o próximo jogo, dando minutos nomeadamente a Otávio e Layún – este entrado aos 69’ –, que regressavam de lesões. Sobre o apito final uma triangulação na área entre os suplentes utilizados deu o último golo da noite. Layún assistiu de cabeça, Óliver Torres amorteceu atrasado e Diogo Jota rematou com convicção.

O FC Porto é novamente líder momentâneo, aguardando pelo desfecho da jornada para saber se acontece uma cambalhota no topo da classificação.

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por Miran Pavlin às 23:45

Sábado, 11.02.17

Liga NOS, 21.ª jornada – Vitória SC 0-2 FC Porto

Não assisti ao jogo.

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por Miran Pavlin às 23:00

Sábado, 04.02.17

Liga NOS, 20ª jornada – FC Porto 2-1 Sporting CP – Pão para a boca

De entre todos os jogos que ao longo de cada época são apelidados de decisivos, uns são mais decisivos que outros. É certo que ficam a faltar ainda catorze jornadas para o fim – no fundo, fica tudo por decidir –, mas a verdade é que este encontro era mesmo decisivo, na medida em que ambos os intervenientes tinham muito em jogo. O FC Porto acabara de se colocar a apenas um ponto da liderança e precisava de uma vitória num clássico como de pão para a boca, até porque não venceu nenhum dos da primeira volta; o Sporting chegava aqui em convalescença de uma série de resultados menos positivos que deixou com um pé na cova as intenções leoninas de discutir o título, pelo que só um triunfo lhe permitiria não ser riscado desde já de toda e qualquer luta pelos lugares cimeiros.

A pressão começou a ser sacudida logo ao minuto 6, altura em que Soares, reforço de inverno que se estreou pelo FC Porto logo como titular, cabeceou colocado para o primeiro golo da noite, a cruzamento de Corona. Letais os dragões, pois até esse momento ainda não tinha acontecido praticamente nada. O avançado brasileiro não ficou satisfeito e faria o bis perto do intervalo (40’), num contra-ataque tirado directamente dos compêndios. Ainda no meio-campo portista, Brahimi e Palhinha embrulharam-se e a bola ficou à disposição de Danilo Pereira, que logo lançou Soares com um excelente passe em profundidade. Em velocidade, Soares ultrapassou a última linha do Sporting e contornou Rui Patrício antes de finalizar. O resultado era justíssimo. O FC Porto controlou o jogo sem cometer loucuras e o Sporting, quase sempre através da imprevisiblidade de Gelson Martins, ficou reduzido a esporádicos remates que não causaram grande perigo.

No reatamento o FC Porto quis manter o controlo da partida da mesma forma como fizera no primeiro parcial, subindo em bloco sem pôr velocidade excessiva no jogo, mas a verdade é que não o conseguiu e acabou por passar quase todo o tempo em sobressalto. Não terá sido apenas pela troca de Matheus Pereira por Alan Ruiz, mas o Sporting regressou do descanso com outro ânimo e não demorou a inclinar o jogo sobre a baliza de Casillas. Os leões eram mais rápidos na execução e no desenvolvimento das jogadas, e com isso passavam quase sem problemas pelo miolo portista, nomeadamente nos flancos. Os livres laterais junto à área do FC Porto sucediam-se, mas o perigo maior veio de um remate de ressaca de Adrien Silva (57’) que encontrou a trave. Se os avisos não eram suficientes, o Sporting adicionou algo de concreto através do golo de Alan Ruiz (60’), num remate de fora da área após solicitação de Dost. Casillas ainda tocou na bola, mas o selo era mesmo de golo.

Nuno Espírito Santo respondeu tirando André Silva para reforçar a zona central com André André (64’), ainda que sem grandes efeitos, já que o jogo continuou a desenrolar-se nas imediações da área do FC Porto. De seguida saiu Brahimi para entrar Diogo Jota (70’) e Corona cedeu o lugar a João Carlos Teixeira (83’), mas o FC Porto só seria capaz de causar algum frisson em lances de bola parada. O Sporting há muito que já tinha tornado o empate moralmente justo, mas só contam as que entram, e aí Casillas teve uma palavra mais que decisiva a dizer, quando se lançou para uma monstruosa defesa junto ao poste direito, respondendo a um cabeceamento de Coates (90’+3’). Jogava-se o último segundo da partida e os verdes-e-brancos estavam no auge da pressão, mas não seriam felizes.

O FC Porto precisava de uma vitória com contornos semelhantes a esta. Dois golos do reforço acabado de chegar, boas defesas de um guarda-redes que tão criticado foi na época passada, e uma equipa que susteve as investidas contrárias, não entrando em pânico. Conseguido o objectivo de colocar pressão total sobre o líder é impossível não começar a olhar para o que resta do calendário, e a conclusão é simples: o do Benfica é aparentemente mais favorável que o do FC Porto. Mantenham-se as cautelas, portanto.

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por Miran Pavlin às 23:59



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