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CORTE LIMPO

Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário


Sexta-feira, 15.01.21

Liga NOS, 14.ª jornada - FC Porto 1-1 SL Benfica

FCPSLB.jpg

Não assisti ao jogo.

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por Miran Pavlin às 23:59

Quarta-feira, 23.12.20

Supertaça Cândido de Oliveira - FC Porto 2-0 SL Benfica - Quem não marca, sofre

FCPSLB.jpg

Os encontros da Supertaça portuguesa não costumam ser espectaculares ao ponto de serem recordados durante anos. Nem mesmo por quem os venceu. Talvez isso aconteça por se tratar, normalmente, da abertura oficial da temporada, altura em que as equipas intervenientes nem sempre estão afinadas, nem com o plantel fechado. Esta edição de 2020 foi disputada com a época já a todo o gás, mas nem assim resultou num jogo para a eternidade. De um lado estava um FC Porto que, geralmente, não pratica um futebol de encher o olho; do outro, um Benfica que, apesar do investimento feito e das promessas de Jorge Jesus aquando da sua apresentação, não está suficientemente seguro de si para agarrar os jogos pelos colarinhos. Talvez o facto de esta temporada se estar a desenrolar em modo non stop tenha também influído na abordagem das equipas ao jogo. Os primeiros minutos mostraram dois conjuntos tão bem encaixados, que havia sempre um defesa a antecipar-se e cortar quando a bola chegava à zona das decisões. Só um golo poderia, eventualmente, desatar o nó. Esse surgiu de forma tão fortuita quanto estes jogos por vezes precisam: através de um grande penalidade (25'). Daquelas clássicas, em que o guarda-redes se sai aos pés do avançado e o derruba. Assim, Vlachodimos deitou Taremi ao chão, Sérgio Oliveira converteu o castigo e, por muito que já se tenha visto infinitamente pior, ficamos a perguntar-nos se Taremi terá explorado o contacto. Talvez não... O Benfica respondeu com um remate cruzado de Waldschmidt, bem defendido por Marchesín (28'), e quanto a reacção ao golo, ficamos por aqui. Nem os encarnados conseguiram voltar a incomodar o último reduto portista, nem o próprio FC Porto mostrou afinco para atingir um segundo golo que desse outra segurança ao resultado. Para os dragões, talvez controlar as operações estivesse a ser suficiente. O FC Porto esteve pertíssimo desse segundo golo ao minuto 73, mas Otamendi limpou o lance com um corte acrobático, no limite do jogo perigoso, quando Uribe se aprestava para cabecear rumo à baliza deserta. A jogada tinha começado num primeiro desvio de Zaidu, e terminaria numa recarga de Marega contra o corpo de Gilberto. Marchesín, que já tinha feito nova boa defesa a um livre directo de Grimaldo (59'), nada poderia fazer na segunda tentativa do lateral espanhol (87'), mas o livre acertou em cheio na trave, naquele que foi o último lance de perigo das águias. Não marcou o Benfica, marcou o FC Porto, por Luis Díaz (90'), num movimento rápido de ataque, iniciado por Toni Martínez, conduzido por Corona e finalizado pelo colombiano na esquerda, já com pouco ângulo. Quem não marca sofre, pois. O FC Porto, assim, adiciona ao seu palmarés a 22.ª Supertaça; mais troféus que todos os restantes vencedores juntos.

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por Miran Pavlin às 23:59

Sábado, 08.02.20

Liga NOS, 20.ª jornada - FC Porto 3-2 SL Benfica - A época em 90 minutos

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O FC Porto jogou a época em 90 minutos. Não é chavão. Em caso de derrota, os azuis-e-brancos teriam ficado a dez pontos de distância do topo, o que vale por dizer - com as certezas possíveis quando o assunto é futebol - que o campeonato terminaria por aqui. Ao invés, uma vitória do FC Porto manteria o título mais ou menos em aberto, e seriam essas as linhas com que o campeonato se coseria nos próximos episódios. À semelhança da primeira volta, o FC Porto abordou o jogo de frente, de uma forma como, passe o exagero, não se viu em nenhum dos restantes jogos esta época. E aconteceu tudo muito depressa, com o resultado final a fixar-se a 40 minutos dos descontos. Logo ao minuto 10, numa investida pela direita, Otávio cruza para a entrada da área, onde Sérgio Oliveira não se desconcentrou com a tentativa de bicicleta de Luis Díaz e rematou colocado para o primeiro golo do jogo. Oito minutos depois, Carlos Vinícius igualava, ao aparecer no lugar certo para aproveitar uma defesa incompleta de Marchesín a um cabeceamento alto de Chiquinho. Pouco depois de um lance envolvendo bola e braço protagonizado por Taarabt, uma situação análoga na área com o central Ferro custou uma grande penalidade ao Benfica, que Alex Telles converteu (38'). O intervalo não chegaria sem mais um golo, no caso um auto-golo de Rúben Dias, que desviou mal um cruzamento de Marega (44'). Soares estaria logo atrás com tudo para marcar. O FC Porto entrou bem na segunda parte, mas teve que repensar tudo com o segundo golo de Vinícius (50'), que trabalhou bem na área perante a desconcentração da defesa. A margem mínima por vezes obriga as equipas a ter manha, e o FC Porto teve-a em dose suficiente para ir levando a água ao seu moinho, em contraste com o nervosismo evidenciado pelos encarnados. O treinador Bruno Lage estava em pulgas, mesmo, ao ponto de penetrar na área técnica do adversário e, já sobre o final, entrar em campo até junto da área para dar indicações a um jogador. O triunfo portista significa, para já, que o campeonato continua. É como salvar um match point antes de ver o que vem a seguir.

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por Miran Pavlin às 23:59

Sábado, 24.08.19

Liga NOS, 3.ª jornada - SL Benfica 0-2 FC Porto - Teia

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Esta terá sido a exibição mais conseguida do FC Porto em casa do Benfica desde, provavelmente, 2002/03. A consideração pode eventualmente pecar pelo exagero, mas assim que soou o apito final a imagem era nítida: os dragões tinham sido superiores em cada momento, em cada minuto, e o que fizeram, fizeram tão bem que o Benfica nunca conseguiu verdadeiramente impor o seu jogo de passes e movimentações rápidas. Ora cobrindo espaços, ora jogando na antecipação, os azuis-e-brancos goravam cada tentativa contrária. Com Romário Baró e Luis Díaz em alta rotação, o FC Porto ia ganhando as batalhas a meio-campo, mas o primeiro lance de perigo só surgiria ao minuto 21, num remate de Zé Luís, isolado, para defesa vistosa de Vlachodimos. Na sequência do canto o avançado marcaria mesmo, aproveitando da melhor maneira um corte falhado de Ferro, contra o corpo de Rúben Dias (22'). Enquanto os dragões foram tendo outros lances de perigo, como o remate de Luis Díaz, numa sobra (48'), para nova defesa aparatosa de Vlachodimos, o Benfica só se mostraria à passagem da hora de jogo, quando Seferovic finalmente escapou à marcação e rematou um nada ao lado do poste. Ainda assim, o suíço estava ligeiramente adiantado, pelo que o lance não contou. Falando em marcação, ela foi impiedosa, nomeadamente sobre Rafa. Pepe chegou mesmo a pisar o risco aqui e ali, com o juiz Jorge Sousa a condescender talvez em demasia - especialmente quando tinha amarelado Marchesín logo ao minuto 41 por atrasar uma reposição. Falando agora em Marchesín, o argentino terminaria o encontro com apenas uma defesa, a um tímido remate de Rafa, já de ângulo apertado (74'). O FC Porto teria um match point ao minuto 78, quando Marega correu uns bons 30 metros sozinho mas colocou um nada ao lado perante a mancha possível de Vlachodimos. Só à segunda Marega marcaria, num lance em tudo idêntico. Desta vez o passe a rasgar saiu suculento desde a direita, onde Otávio teve todo o tempo do mundo. O Benfica ainda introduziria a bola na baliza portista (90'+5'), mas mais uma vez o lance seria invalidado. O facto de os dois lances mais perigosos dos encarnados terem sido fora-de-jogo espelha bem o quanto o Benfica passou 90 minutos, mais descontos, preso na teia do FC Porto, que assim dá um sinal de vida que corta pela raiz - pelo menos por uns tempos - toda a incerteza que pairava sobre si.

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por Miran Pavlin às 23:59

Segunda-feira, 27.05.19

SL BENFICA 2018/19

SLB - em formação.jpg

Na apreciação feita pelo Corte Limpo ao Benfica de 2015/16, escrevemos que os encarnados "foram campeões quando tinham tudo para não o ser". Pois que dizer então deste Benfica de 2018/19? Morto e enterrado ao fim de 15 jornadas, o Benfica arrancou aí para uma segunda metade a todo o gás, desperdiçando apenas dois pontos, numa história feita de uma crença inabalável de que nada estava perdido, e com detalhes que há décadas não se viam. Senão vejamos: os 103 golos marcados no campeonato foram o melhor registo desde os 101 do Benfica de 1972/73; a vitória por 10-0 frente ao Nacional (21.ª jornada) foi a mais desnivelada desde o 10-0 no Benfica-Seixal de 1963/64, e a primeira vez que uma equipa atingiu pelo menos 10 golos num jogo de campeonato desde 1964/65 (11-3 noutro Benfica-Seixal). As últimas sete jornadas foram particularmente impressionantes, com o Benfica a somar 30 golos; em nenhum desses sete jogos marcou menos de três. São números de um final de época que veio dar razão a quem costuma dizer que não é como começa, é como acaba.

 

"Foi uma luz que me deu"

SLB - Rui Vitória.jpgÀ passagem dessa jornada 15 o Benfica era derrotado em Portimão (2-0) com auto-golos de Rúben Dias e de Jardel, caindo assim para o quarto lugar, a sete pontos do topo. O desaire surgiu imediatamente após uma goleada sobre o Braga (6-2), que parecia ter restaurado a posição de Rui Vitória como treinador de pleno direito, mas a verdade é que o técnico caminhava sobre brasas desde a derrota em Munique (5-1) para a Liga dos Campeões, a 27 de Novembro. O treinador esteve por um fio logo aí, mas Luís Filipe Vieira segurou-o, mesmo não tendo justificação melhor que aquela que serve de título a esta secção. O ambiente não era dos melhores no seio do plantel, até porque o Benfica já tinha empatado com Sporting (1-1 c) e Chaves (2-2 f), perdido com Belenenses (2-0) e Moreirense (1-3), e baixado à Liga Europa por via do terceiro lugar no grupo da Champions. As opções do treinador eram questionadas e o próprio Rui Vitória não demonstrava a mesma tranquilidade de espírito que em outras ocasiões.

SLB - Bruno Lage.jpgFoi aí que entrou, de forma interina, Bruno Lage, recrutado à equipa B encarnada. Independentemente disso, e da profusão de nomes que iam saltando para a comunicação social como possíveis próximos treinadores do Benfica, Lage olhou para o plantel com os seus próprios olhos, acrescentou-lhe os jovens em quem mais confiava e seguiu caminho, um jogo de cada vez. Gerindo a equipa da forma que melhor entendeu, o técnico não deixou dúvidas de que o campeonato continuava a ser a prioridade. Mesmo assim, ainda levou a equipa aos quartos-de-final da Liga Europa e às meias-finais das taças nacionais, onde perderia com FC Porto (1-3 na Taça da Liga) e Sporting (nos golos fora, na Taça de Portugal). Uma vez que esse novo treinador nunca chegou, Bruno Lage acabou por ser confirmado como treinador efectivo. Os seus números no campeonato falam por si: nos 19 jogos que orientou registou 18 triunfos e um empate.

SLB - a erguer Liga.jpgTamanho aproveitamento fez com que o Benfica fosse escalando posições na classificação, saltando para o comando à jornada 24, na qual venceu no Dragão (1-2). Ficando com dois pontos de avanço sobre o FC Porto e vantagem no confronto directo, o conforto era praticamente total para a abordagem às últimas jornadas. Com efeito, as águias não mais largariam o comando, mas foi necessário esperar até à última jornada para celebrar o título. O Benfica tornou-se assim no primeiro campeão desde o Sporting de 1999/00 a trocar de treinador a meio do caminho. Julgava-se que quando o chicote estalava num dos grandes nunca era bom sinal. Essa teoria terá agora que ser revista.

 

FIGURAS

SLB - Seferovic.jpgSeferovic foi o melhor marcador do campeonato, com 23 golos.

SLB - João Félix.jpgJoão Félix foi a revelação, terminando a época com meia Europa atrás da sua assinatura.

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por Miran Pavlin às 12:30

Sábado, 02.03.19

Liga NOS, 24.ª jornada - FC Porto 1-2 SL Benfica - Fio da navalha

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A época passada ofereceu, por um par de semanas, um vislumbre dos terríveis - para o FC Porto - anos anteriores, com os dragões a perderem a liderança para o Benfica, recuperando-a face a face. Pouco menos de um ano volvido, essas memórias ressurgem não como um vislumbre, mas como uma fotografia de alta resolução. Jogando no fio da navalha, que é como quem diz, com uma vantagem pontual reduzida ao mínimo, o FC Porto estava perante a hipótese de ganhar folga no comando. A busca por esse desiderato começou da melhor maneira, com Alex Telles a rematar com perigo logo na bola de saída. Com o jogo ainda por desatar, o FC Porto beneficiou de um livre em boa posição. Adrián López, imagine-se, foi chamado à cobrança; o primeiro remate ficou na barreira, mas a recarga saiu para o cantinho do poste, onde Vlachodimos já não conseguiu chegar (19'). O lance foi revisto, pois havia dúvidas sobre se Pepe estaria em fora-de-jogo no momento em que se baixa para a bola passar; mais uma vez foi necessário medir até à biqueira da bota antes de confirmar o golo. Podia pensar-se que estava feito o mais difícil, mas o Benfica não tremeu e respondeu pouco depois (26'), numa transição rápida que nasceu em Seferovic na esquerda e terminou com uma entrada de João Félix na zona fatal, sem oposição. Por duas vezes a bola podia ter sido aliviada, pelo mesmo Adrián e por Manafá, mas os dois perderam no corpo a corpo com o suíço. De uma forma talvez demasiado fácil. A primeira parte ainda ia a meio, mas ficou a sensação de que o FC Porto não contava sofrer aquele golo e ficou sem saber bem o que fazer. Além de que este não era o melhor jogo para Brahimi trazer a sua versão menos altruísta. De cada vez que procura escavar mais um pouco com a bola, o argelino acaba por baralhar os próprios colegas de equipa, que acabam por não saber para onde se devem mexer, e em que momento. O intervalo chegou em boa hora. No reatamento, contudo, se houve reacção ela não passou de um esboço. A pressão que os encarnados faziam a cada saída de bola obrigava a voltar a trás e começar de novo. Sem conseguir fazer a bola chegar em condições aos homens da frente o FC Porto ficava exposto ao pior. O que viria a acontecer logo ao minuto 52, numa bola metida por Grimaldo para a área; Felipe cortou para o sítio errado e o resto da defesa entrou em pânico. Rafa recolheu a bola, deu-a a Pizzi e recebeu-a logo de seguida, já enquadrado com a baliza para o remate certeiro. Pepe ainda tentou chegar para remediar, mas o mal já estava feito. Sérgio Conceição só refrescaria a equipa nove minutos mais tarde, lançando Soares e Otávio para os lugares de Adrián e Corona. A mexida fez o FC Porto crescer, mas no melhor lance construído pelos dragões no segundo tempo, Samaris tirou não só o pão, como também a manteiga e até o fiambre da boca de Herrera quando o mexicano já tinha armado um remate flagrante (74'). Houve outros lances de perigo para o lado do FC Porto, nomeadamente em remates de longe. Num deles (90'), Vlachodimos fez a defesa da noite, tirando do ângulo o disparo de Felipe. Minutos antes (85') o central acertara na trave ao desviar de cabeça um canto de Alex Telles. O Benfica foi oportuno na forma como deu a volta ao resultado, mas também foi uma equipa muito física. Por muito que tenha feito um grande corte, Samaris devia ter sido expulso por uma entrada a matar sobre Óliver (60'); Jorge Sousa apenas viu caso para cartão amarelo. A reclamação não serve de desculpa para nada. O resultado significa que o FC Porto vê a sua liderança tomada de assalto e está agora dois pontos atrás dos encarnados. Continua no fio da navalha, no fundo. A lâmina é que fere mais depressa a quem corre atrás do prejuízo.

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por Miran Pavlin às 23:59

Terça-feira, 22.01.19

Taça da Liga, meias-finais - SL Benfica 1-3 FC Porto - Vivo

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Longe dos constrangimentos, variáveis e circunstâncias do campeonato, por uma vez as equipas proporiconaram um jogo como todos entre águias e dragões deviam ser: com futebol vivo e aberto. E ainda houve golos. Entre avanços e recuos, o FC Porto abriu o activo ao minuto 24, numa recarga de Brahimi após primeiro remate de Marega. As imagens televisivas não foram as melhores para esclarecer se Óliver Torres ganhou a bola em falta no início da jogada. O Benfica respondeu por Rafa (31'), que enquanto entrava pela área aproveitou uma sobra que veio ter direitinha aos seus pés; Vaná tinha defendido o primeiro avanço de Seferovic mas a defesa não limpou. Passaram alguns minutos enquanto o lance era revisto pelo vídeo-árbitro, pelo que se pode dizer que o FC Porto respondeu de imediato, embora já fosse o minuto 35. E foi uma bela jogada, com Brahimi a virar de flanco para a direita e Corona a cruzar para a entrada triunfal de Marega. Em cima do intervalo (45'+2') o Benfica voltava a igualar, em contra-ataque... mas eis que o vídeo-árbitro voltava a intervir, decretando fora-de-jogo no momento em que Rafa recebeu a bola - tinha sido Pizzi a finalizar. Vendo o lance corrido e a imagem fixa é impossível achar que o atacante está adiantado em relação ao penúltimo defensor; terá sido a biqueira da bota a colocar o jogador dos encarnados em posição irregular. O que é ridículo. Este lance é um exemplo perfeito daquilo a que chegou a avaliação do fora-de-jogo com recurso a meios tecnológicos e com as indicações a estipular qualquer parte do corpo que possa jogar legalmente a bola. Adiante. A segunda parte foi menos intensa. Talvez o Benfica tenha sentido o golo anulado, talvez não. Certo é que o FC Porto exerceu um controlo mais firme sobre o jogo, mas só o matou na recta final (86'), num remate cruzado de Fernando Andrade a concluir uma transição rápida. Os dragões avançam para a sua terceira final da Taça da Liga, depois de 2010 e 2013.

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por Miran Pavlin às 23:59

Domingo, 07.10.18

Liga NOS, 7.ª jornada - SL Benfica 1-0 FC Porto - Pobre

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Este terá sido o clássico mais pobre dos últimos anos entre águias e dragões no campeonato, sendo mesmo candidato ao título de pior da década no que à I Liga diz respeito. Não houve superioridade vincada de nenhum dos conjuntos, houve muito poucas oportunidades de golo e nem os ânimos aqueceram até rebentar a escala. E se o Benfica sai, evidentemente, satisfeito, o FC Porto não o pode estar, pois manteve-se no mesmo trilho que vinha seguindo: o de esperar que algo aconteça em vez de tentar fazer acontecer. Valeu que o próprio Benfica - apesar de ter vencido bem - ainda não pise terra firme, pois se assim fosse talvez o FC Porto não tenha estado dentro do jogo até final. A primeira parte resume-se a uma bola bem tirada por Casillas quando Seferovic se preparava para rematar (15') e a uma oportunidade flagrante que não contou (43'); o mesmo Seferovic isolou-se a passe de Cervi e à saída de Casillas falhou a baliza, mas estava em fora-de-jogo. O assistente só o assinalou depois de o suíço rematar. Os primeiros minutos após o reatamento fizeram crer que o FC Porto vinha com outras ideias, mas foi uma crença breve e não tardou para que a balança do jogo se reequilibrasse. O golo também não se fez tardar. Em mais uma transição rápida, Seferovic desta vez rematou com sucesso, mesmo com pressão de um contrário e com Casillas a tentar fechar a baliza (62'). A resposta dos dragões foi demasiado curta. Ficam para registo apenas um remate em arco de Brahimi ao qual faltou um pouco mais de efeito (86') - Vlachodimos estava batido - e um cabeceamento de Danilo Pereira que passou muito perto, mas ao lado (90'+5'). Sérgio Conceição ainda tentou jogar no risco ao tirar Maxi Pereira para lançar Corona (70'), mas a mexida não teve efeito, assim como não tiveram as tentativas de Soares dinamizar o araque; o brasileiro retirou-se ao minuto 76, por troca com André Pereira.
A derrota faz o FC Porto ficar dois pontos atrás da liderança. Por enquanto não é nada de alarmante, mas se a falta de iniciativa da equipa se mantiver, os dragões estarão mais perto de um novo desaire que, aí sim, trará contestação da grossa.

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por Miran Pavlin às 21:05

Domingo, 15.04.18

Liga NOS, 30.ª jornada - SL Benfica 0-1 FC Porto - Golpe de teatro

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Muito do eventual sucesso do FC Porto esta temporada passava por este jogo, no qual só uma vitória lhe permitiria manter controlo total sobre o seu destino. A tarefa dos azuis-e-brancos não foi nem mais, nem menos difícil que em anteriores visitas à Luz; a conclusão da mesma foi, isso sim, demorada, uma vez que se tratou de um encontro muito equilibrado e, como se diz em futebolês, com pouca baliza. Os primeiros 45 minutos esgotaram-se sem que houvesse muito a assinalar, à conta dessa pronunciada vertente táctica que o jogo exibiu. Apesar do equilíbrio, o grosso da iniciativa até ao intervalo pertenceu ao Benfica, mas os caminhos para a área estavam tão escondidos que nem um mapa podia ajudar a descobri-los. Os encarnados ameaçaram ao minuto 22, num lance bem trabalhado na esquerda por Grimaldo e Cervi, e concluído com um disparo do argentino para defesa apertada de Casillas; a sobra quase queimou nos pés de Felipe, mas o central resolveu. Em cima do descanso houve perigo dos dois lados no mesmo minuto (45'); primeiro por Pizzi, que ficou na cara do golo após corte falhado de Marcano mas viu Casillas fazer a defesa da tarde, depois por Marega, que na sequência do lance recebeu um cruzamento de Ricardo e desviou rente ao poste, mas do lado de fora.
O segundo tempo trouxe mudanças, ainda que não tivesse havido qualquer substituição. O FC Porto passava a jogar mais subido no terreno, e quando o Benfica procurava romper através de bolas em profundidade, havia sempre alguém dos dragões a antecipar o movimento e a chegar primeiro à bola. Nomeadamente os centrais Marcano e Felipe, que estiveram ao seu melhor nível, de resto tal como os seus homólogos encarnados Jardel e Rúben Dias. As disputas de bola incluíram alguns contactos mais fortes entre os jogadores. Talvez o facto de estes não terem protestado com veemência tenha contribuído para os poucos cartões mostrados, mas pelo meio o FC Porto fez as faltas cirúrgicas que teve que fazer, para quebrar uma ou outra arrancada das águias. Em última instância, foi isso que custou a saída do amarelado Sérgio Oliveira (74'). E nesse capítulo das substituições Sérgio Conceição não foi conservador, alterando a configuração do meio campo com a entrada de Óliver Torres. Ao contrário do que aconteceu no clássico da época transacta, no qual o FC Porto chegou ao ponto de festejar o empate, desta vez a mensagem - que já era óbvia - tornava-se clara e cristalina: ganhar era o único caminho. E assim foram também a jogo Corona (saiu Otávio, 80') e Aboubakar (saiu Soares, que esteve apagado, 83'), enquanto do lado das águias saía Cervi para entrar Samaris (74'). Certamente que a intenção de Rui Vitória era contrariar a entrada de Óliver juntando outra torre ao lado de Fejsa, mas tal traduzia-se num enfoque mais defensivo à manobra do Benfica.
A verdade é que o jogo se mantinha atado ao 0-0, por muito que os dragões jogassem então mais subidos. Marega isolou-se sobre a direita mas não teve gás para apanhar a bola e Bruno Varela chegou primeiro (48'), antes de Brahimi procurar um remate em arco ao melhor estilo de Quaresma e errar por pouco (66'). O Benfica, por seu turno, não voltaria a aparecer à frente de Casillas; e numa altura em que parecia começar a contentar-se com o nulo, o golpe de teatro aconteceu (90'). É verdade que o lance ameaçava ser inconclusivo, face ao pouco espaço que havia para jogar, mas os homens da frente do FC Porto seguraram a bola e trocaram-na entre si tempo suficiente para que os elementos das duas equipas se aglomerassem na faixa central. Aboubakar não conseguiu ultrapassar Jardel, Grimaldo aliviou mal, e Herrera apareceu na sobra, de pé cheio, rematando com tudo o que tinha. Era golo, e não havia tempo suficiente para que os encarnados se recompusessem e procurassem a igualdade.
E assim, ao cabo de duas jornadas, o topo da Liga muda novamente de ocupante. Por enquanto, contudo, o alento portista é moral, já que a escassa vantagem de dois pontos significa que tudo continua por decidir quanto ao vencedor deste campeonato. Foi a sétima vitória dos dragões na Luz este século, contra apenas quatro triunfos do Benfica.

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por Miran Pavlin às 21:50

Sexta-feira, 01.12.17

Liga NOS, 13.ª jornada - FC Porto 0-0 SL Benfica - Jogo decisor

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Embora com contornos diferentes, tal como na época passada o FC Porto voltou a fazer o suficiente para somar três pontos na recepção ao Benfica, mas tem que se contentar com um empate que não só o mantém sem margem de segurança, como também o deixa agora em igualdade pontual com o Sporting. Se ao intervalo o empate era mais que adequado, ao cabo dos segundos 45 minutos ajustava-se que o algarismo 1 estivesse sob o emblema do FC Porto. Mas assim não foi. E como a primeira parte não teve grandes motivos de interesse quanto ao futebol jogado, tornava-se impossível não notar uma certa dualidade de critérios do juiz Jorge Sousa, com prejuízo do FC Porto. No lance mais difícil, porém, aguardamos pelos corajosos que consigam afirmar que um corte pouco ortodoxo de Luisão (45'), sozinho na área, foi efectivamente com o braço. A oportunidade mais clara do primeiro tempo terá mesmo sido do Benfica (3'), num cabeceamento de Jonas após confusão na área, ao qual José Sá correspondeu com uma atenta palmada. O lance marcou a melhor entrada do Benfica no jogo. Sem bola, o FC Porto naturalmente que não conseguia assentar jogo, e sempre que procurava sair os obstáculos eram muitos e não havia linhas de passe. Os dragões apenas conseguiriam equilibrar a posse de bola para lá dos 30 minutos. Seria o intervalo a refrescar as ideias do FC Porto, que aumentou um nível na intensidade e com isso somou diversas oportunidades claras. O guardião encarnado Bruno Varela foi vital num par de ocasiões; noutras foram os portistas a desperdiçar. Felipe apareceu bem colocado numa sobra na área mas rematou um nada ao lado (68'), Marega atrapalhou-se e não rematou quando só tinha o golo pela frente (86'), Ricardo rematou frouxo em boa posição (90'+2') e Marega cabeceou por cima em posição ainda melhor (90'+5'). O Benfica esteve ele próprio muito perto de marcar num lance fortuito (85'), no caso um alívio de Felipe contra Danilo Pereira que deixou Krovinovic na cara do golo, mas José Sá saiu bem e anulou o perigo. De realçar ainda a participação-relâmpago do benfiquista Zivkovic: entrou aos 76 minutos, e aos 82 acumulou amarelos.
A verdade é que o FC Porto de facto marcou, aos 56 minutos, quando um desvio de Sérgio Oliveira a cruzamento de Brahimi deixou Aboubakar sozinho em frente a Bruno Varela, que defendeu o remate do camaronês, mas não a recarga de Herrera. Havia um homem do Benfica junto à linha, do outro lado do relvado, a colocar toda a gente em jogo, mas o auxiliar assinalou fora-de-jogo. Sendo este um dos jogos de cartaz do futebol português, com ampla transmissão internacional, e jogando-se já a 13.ª jornada da I Liga, não pode haver uma justificação plausível para ainda não serem claros quais os critérios de intervenção do video-árbitro. Não é uma questão de uniformidade dos mesmos. A questão é que se trata de um lance flagrante, grosseiro, em que todos sem excepção concordam que o golo é limpo. É precisamente o tipo de lance que justifica a existência dessa ferramenta auxiliar de decisão, mas não houve qualquer revisão das imagens. Terminado o jogo, o campeonato continua, pois, mas é impossível não questionar e comparar tudo e mais alguma coisa face a esse minuto 56. Como Sérgio Conceição disse na antevisão, não era um jogo decisivo. Terá sido antes um jogo decisor.

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por Miran Pavlin às 23:55



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