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CORTE LIMPO

Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário


Segunda-feira, 22.02.21

Liga NOS, 20.ª jornada - CS Marítimo 1-2 FC Porto - Lei das compensações

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Como separar duas equipas que, conferido o essencial da acção em campo, fizeram o mesmo? Com um lance fortuito, pois. No caso, uma grande penalidade por carga de Rúben Macedo sobre Francisco Conceição. Compensação é mesmo o conceito a reter. Não num sentido pejorativo, e não só porque o lance ocorreu já em tempo de descontos; tendo o Marítimo, ao longo de praticamente todo o jogo, abusado de entradas durinhas que nem sempre foram punidas, acabou por funcionar a lei das compensações, num lance que, no fundo, não deixa de ser mais uma grande penalidade de liga portuguesa. Desta vez, saborosa para o FC Porto, que assim pôde apanhar o voo de regresso aliviado por não ter visto a distância para o topo aumentar. É que jogar em casa do Marítimo tem o condão de deixar os dragões sem saber bem o que fazer. Já se viu muito pior, mas o FC Porto mais uma vez sentiu dificuldades em contrariar o futebol truculento da equipa da casa. Talvez seja por haver muitas cadeiras verdes e vermelhas à vista. Do lado do Marítimo também já se viu pior, mas os leões do Funchal voltaram a basear o seu jogo num bloco recuado e na busca da falta fácil. O FC Porto marcou primeiro (14'), por Uribe, que aproveitou uma sobra após alguns ressaltos para atirar a contar, por entre a densidade populacional da área naquele momento. Pouco depois, marcava o Marítimo (18'), de canto, com o lateral Léo Andrade, ao segundo poste, a desviar para a baliza uma bola que passeou de um lado ao outro da área. Num ápice, o jogo voltava à igualdade que o Marítimo queria, pelo menos a julgar pelo que se ia passando em campo. Haveria mais duas oportunidades claras, uma para cada lado. Em ambas as situações foram os guarda-redes a brilhar. Primeiro Amir (34'), com uma bela estirada para deter um cabeceamento colocado de Mbemba, seguido de recarga de Taremi; depois Marchesín (84'), cujos reflexos tiraram do caminho da baliza um cabeceamento de Zainadine ao poste, e também a segunda tentativa de Léo Andrade. Tudo somado, chegava-se à compensação com pouco mais que a posse de bola a separar as duas equipas. Mas, diz essa lei não escrita, quem joga para empatar, perde. Nem sempre acontece, claro. Bem ou mal, infelizmente para o Marítimo, desta vez aconteceu, e Otávio converteria essa salvadora grande penalidade na recta final (90'+3'). Pensando bem, talvez não tenha sido só o FC Porto a regressar aliviado ao Continente. Também as orelhas do árbitro Vítor Ferreira agradeceram, pois o juiz não teve propriamente uma actuação para recordar.

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por Miran Pavlin às 23:59

Sábado, 03.10.20

Liga NOS, 3.ª jornada - FC Porto 2-3 CS Marítimo - Foi de vez

FCPMAR.jpgPerdoem-me os que acham que não há duas sem três, mas dizem que à terceira é de vez. E foi. O FC Porto desperdiça os primeiros pontos à jornada 3. Já no caso do Marítimo, à 41.ª é que foi de vez. Esta é a primeira vitória dos insulares em casa do FC Porto para o campeonato. Para o FC Porto, foi um daqueles ingratos jogos em que a equipa tenta de tudo, mas acaba vergada à culpa própria. A grande penalidade desperdiçada por Alex Telles (88'), com defesa de Amir, foi apenas o último sublinhado de um desfile de peripécias que correram sempre de feição ao Marítimo. Desde o lance em que a bola não entra por um triz na sua baliza (70'), até ao segundo golo dos verde-rubros (52'). Aí, foi um livre de Correa contra a barreira a gerar uma recarga de Getterson que bateu na trave e caiu certeira na cabeça de Rodrigo Pinho. E nem se pode dizer que não houve aviso, num golo de Correa que não valeu por fora-de-jogo (12'). Aos 24, contou mesmo, por Rodrigo Pinho, que trabalhou bem na área sobre Mbemba e colocou certeiro no poste mais distante. Diogo Costa ficou sem reacção, e talvez pudesse ter feito mais. O FC Porto ainda empataria, por Pepe (42'), que fugiu bem à marcação e desviou de cabeça um canto de Alex Telles, mas foi como se essa carambola do segundo golo maritimista tivesse derrubado também alguma coisa na psique do FC Porto, que não encontrou forma de transformar o seu pendor ofensivo em golos. Ao mesmo tempo, as vantagens no marcador acabavam por validar tudo o que o Marítimo ia fazendo de bom em campo, principalmente do ponto de vista defensivo. Numa semana em que os comandados de Lito Vidigal foram alvo de críticas por terem abusado do anti-jogo na partida anterior, houve dez minutos de descontos na segunda parte, mas até nem pareceu ter havido motivo para tanto. Foi nesse período, já com o FC Porto inteiramente inclinado sobre a área contrária, e já até com o proscrito Zé Luís em campo, que um contra-ataque finalizado por Nanu deu o terceiro golo do Marítimo (90'+4'). Otávio ainda reduziria (90'+9'), num remate que sofreu um desvio e traiu Amir, mas já era muito tarde. O FC Porto não foi bafejado pela sorte neste jogo. O Marítimo fez por merecê-la, por ter defendido tão bem e aproveitado da melhor forma as poucas saídas ao ataque. Fez lembrar 2018/19, ano em que o FC Porto também sofreu uma derrota caseira por 2-3 à 3.ª jornada, então com o Vitória de Guimarães. Na altura custou caro, nas contas finais.

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por Miran Pavlin às 23:59

Quarta-feira, 10.06.20

Liga NOS, 26.ª jornada - FC Porto 1-0 CS Marítimo

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Não assisti ao jogo.

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por Miran Pavlin às 23:59

Quarta-feira, 30.10.19

Liga NOS, 9.ª jornada - CS Marítimo 1-1 FC Porto - Retrospectiva ou antevisão?

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Este jogo foi todo ele um retrospectiva de tantas visitas passadas do FC Porto ao Caldeirão. As maleitas do costume estavam todas lá; a incapacidade de articular jogo por mais que alguns segundos, a falta de cabeça fria, os ocasionais momentos de desnorte... Nem o golo sofrido cedo faltou, com Bambock, ao minuto 11, a aproveitar uma bola mal aliviada pela defensiva portista para rematar a contar. A bola ainda sofre um desvio em Danilo Pereira. Enquanto Pepe oferecia um canto desnecessário algures na primeira parte e, mais tarde, até Marchesín tentava um passe visionário, mas para fora, o jogo transformava-se numa mini-batalha em que o principal protagonista era o som do apito do árbitro. Nomeadamente na segunda parte, o jogo desceu a uma sucessão de faltas, faltinhas e incidentes, polvilhados por dez cartões amarelos, incluindo um para Sérgio Conceição após o final. O futebol jogado foi parco, e em pequenos fogachos de curtíssima duração. Ao ponto de até o golo do FC Porto (84') ser quase impossível de detectar a olho nu e resultar de um lance em que Soares faz de defesa e acerta nas costas de Pepe, a quem foi atribuído o golo. Os dragões ainda tiveram forças para criar um par de lances prometedores, mas já não havia discernimento para finalizar melhor. De certa forma, o empate é um prémio para as duas equipas. Para o Marítimo por tê-lo conseguido jogando feio e duro, e não mostrando muito mais que o golo; para o FC Porto por ter sobrevivido a esse tipo de jogo. Tudo somado e afinal talvez este jogo não seja só uma retrospectiva. Talvez seja também uma antevisão do Boavista-FC Porto que está aí ao virar da esquina.

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por Miran Pavlin às 23:00

Quinta-feira, 30.05.19

CS MARÍTIMO 2018/19

MAR - golo.jpg

Ostentando já o rótulo de histórico do futebol português, ou não fosse o quinto clube há mais tempo consecutivamente na I Liga (desde 1985/86), o Marítimo parece ter recuado até aos seus primeiros tempos na divisão máxima, em que a luta era mais pela manutenção que pela Europa. Se nas épocas mais recentes acabou por não se poder escrever o seguinte com as letras todas, desta vez não houve margem para dúvidas: o Marítimo esteve efectivamente na luta pela permanência. O arranque até foi prometedor, com nove pontos em 12 possíveis, mas logo os leões do Funchal entraram numa terrível série de onze jogos sem vencer (jornadas 5 a 15), que os deixaram no proibido 16.º lugar nessa jornada. Valeu que a equipa ainda foi a tempo de se recompor, pese embora tenha sido o pior ataque desta edição do campeonato, com 26 golos marcados; o terceiro pior total dos verde-rubros na I Liga. O decréscimo de competitividade do Marítimo talvez não seja alheio aos treinadores que têm passado pelo clube nos anos recentes. É certo que Daniel Ramos fez do reduto maritimista uma fortaleza entre 2016/17 e 2017/18, mas nomes como Leonel Pontes (2014/15), ou Paulo César Gusmão (2016/17), não deram conta do recado. Tal como a aposta ousada que se lhes seguiu.

 

TREINADORES

MAR - Cláudio Braga.jpgCláudio Braga não trazia consigo um currículo por aí além, mas chegava ao Marítimo depois de promover o Fortuna Sittard à Eredivisie holandesa em 2017/18. A presença do técnico na ilha terminaria ao fim de dez pontos noutras tantas jornadas e uma eliminação da Taça de Portugal diante do Feirense (0-3), na 4.ª eliminatória.

MAR - Petit.jpgO substituto foi Petit, que chegava já calejado por situações bem mais periclitantes que viveu noutros emblemas.

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por Miran Pavlin às 12:30

Sábado, 16.03.19

Liga NOS, 26.ª jornada - FC Porto 3-0 CS Marítimo

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Não assisti ao jogo.

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por Miran Pavlin às 23:59

Sábado, 03.11.18

Liga NOS, 9.ª jornada - CS Marítimo 0-2 FC Porto - Memória distante

CSMFCP.jpg

Os dissabores portistas em casa do Marítimo são regulares, mas a história também guarda períodos em que os dragões têm sucesso. Como é o caso no jogo em apreço. Aliás, esta foi a primeira vez desde 2010/11 e 2011/12 que o FC Porto venceu em épocas consecutivas no reduto maritimista. Nem sequer se viu a ansiedade que frequentemente toma conta da equipa ao pisar este relvado. O que não quer dizer, porém, que o FC Porto tenha tido rédea solta, pois a partida esteve despida de motivos de interesse até perto da recta final. O intervalo chegaria com apenas um lance a assinalar, numa incursão de Joel Tagueu pela esquerda, à qual Casillas respondeu com uma defesa ao primeiro poste, quando o camaronês já tinha pouco ângulo (28'). Com a teia bem armada em frente à sua baliza o Marítimo não deixava o FC Porto aproximar-se do último terço, mas com essa estratégia os próprios verde-rubros acabavam por não conseguir criar perigo por falta de unidades no sector atacante. O bloqueio era total, e nem uma grande penalidade serviu para o romper. É verdade que o lance é um tanto ou quanto forçado por Soares, mas tendo em conta que Lucas Áfrico devia ter sido expulso aos 25 minutos por uma valente tesoura sobre Corona, o castigo acabou por assentar que nem uma luva ao defesa do Marítimo. Na cobrança, Marega permitiu a defesa a Amir Abedzadeh (62'). Sérgio Conceição reagiu tirando Maxi Pereira para meter Otávio, recuando Corona para a posição do uruguaio (67'). A mexida teve efeitos imediatos. Ao minuto 70, um lance iniciado na esquerda por Óliver teve continuação em Brahimi, que deu para o meio, onde Soares e Marega tocaram sucessivamente de calcanhar para desmarcar Otávio, que avançou destemido área adentro e rematou forte para o primeiro golo. Três minutos mais tarde, já com o Marítimo inclinado sobre o outro extremo do campo, Óliver roubou a bola a Bebeto e iniciou um contra-ataque de quatro para um; ao chegar à área deu para Otávio na direita, com o brasileiro a recolocar a bola no meio, onde Marega só teve que encostar. Ficava aí decidido o encontro, mas ainda haveria lugar à expulsão de Danny por agressão a Otávio (82'). Otávio fez uma falta insolente sobre o antigo internacional português - deu-lhe um toque na perna e agarrou-o pela camisola - mas não havia necessidade de Danny perder a cabeça. O lance aconteceu já depois do último momento digno de registo, no caso um remate de Óliver que saiu tão perto do poste esquerdo que parecia golo. Seria merecido, por tudo o que o médio deu à equipa neste jogo. Com o resultado feito Conceição reequilibrou a equipa com as entradas de Herrera (74') e Mbemba (79') para os lugares de Soares e Brahimi, respectivamente. No cômputo geral, o FC Porto passou por tão poucos apuros que os naufrágios na Madeira parecem uma memória distante.

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por Miran Pavlin às 23:55

Domingo, 29.04.18

Liga NOS, 32.ª jornada - CS Marítimo 0-1 FC Porto - Match point

CSMFCP.jpg

Dos estádios assinalados a vermelho no calendário do FC Porto, só faltava visitar os antigos Barreiros. Na verdade, a casa do Marítimo estava marcada a vermelho, negrito, itálico e sublinhado, pois os dragões aí não venciam desde 2011/12. Jejum mais longo só em Alvalade (2008/09). Como se isso não bastasse, a luta dos insulares por um quinto lugar que pode valer uma presença europeia era um acréscimo às dificuldades que os dragões implicitamente encontravam. Era, portanto, uma tarefa de considerável magnitude aquela que o FC Porto tinha pela frente. Os primeiros momentos do jogo confirmaram as projecções. Houve muito equilíbrio e escassearam os lances junto às áreas. Em face da derrota do segundo classificado 24 horas antes, para o FC Porto o cenário de um empate seria sempre um ponto ganho na corrida ao título, mas não era de todo aconselhável baixar a guarda ou tentar segurar o nulo. Com a lição bem estudada, mas sem entrar em loucuras, o Marítimo não deixava o adversário potenciar os seus homens-chave, ao mesmo tempo que ia trazendo o jogo até ao meio-campo portista. A estratégia sofreu um revés à passagem do minuto 40, altura em que Soares se isolou a caminho do golo e foi derrubado por uma saída imprudente do guardião maritimista Amir Abedzadeh. Cartão vermelho indiscutível e um livre prometedor em posição frontal, que Sérgio Oliveira atirou por cima.
O Marítimo sacrificou o médio Jean Cléber para fazer entrar o guarda-redes Charles, mas as consequências da inferioridade numérica só ficaram à vista no segundo tempo. Os verde-rubros baixaram as linhas e a acção passou a decorrer maioritariamente no seu meio-relvado. Ainda assim, graças a uma interessante performance defensiva, o FC Porto não conseguia furar. Com Pablo em destaque, o sector recuado do Marítimo não abria espaços, enquanto o próprio Charles se ia mostrando autoritário perante as bolas que passaram pelo seu raio de acção. As entradas de Corona e Óliver Torres ao intervalo, para os lugares de Otávio e Sérgio Oliveira, também ajudaram o FC Porto a ter melhor presença atacante, no entanto o Marítimo resistia bem ao jogo com menos uma unidade, restringindo os azuis-e-brancos a um ou outro remate de fora e a mais um livre frontal desaproveitado. No melhor lance portista (67'), Soares não contava que Zainadine falhasse o corte e por isso não conseguiu rematar em condições.
A partida aproximava-se do final e o 0-0 era cada vez mais provável. Talvez tenha sido essa sensação de o empate ser um ponto ganho a fazer com que o FC Porto conseguisse equilibrar bem o velho binómio cabeça/coração na pressão dos minutos finais. E foi aí que o jogo se decidiu. Ao minuto 89 os dragões beneficiaram de um canto; Alex Telles bateu e Marega elevou-se ao primeiro poste para um cabeceamento certeiro com efeitos contrários nas contas dos dois clubes. Enquanto o FC Porto regressou aos cinco pontos de vantagem, o Marítimo passou a estar três abaixo do quinto posto.
Com duas jornadas por disputar, o FC Porto dispõe agora de um match point. Caso o Sporting-Benfica da próxima jornada não termine empatado, um ponto basta para os dragões confirmarem o título na recepção ao Feirense. Se houver empate no dérbi da capital, o FC Porto será campeão no sofá.

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por Miran Pavlin às 21:45

Segunda-feira, 18.12.17

Liga NOS, 15.ª jornada - FC Porto 3-1 CS Marítimo - Apanhar o autocarro

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Foi preciso esperar quase meia época até que o FC Porto se deparasse com um adversário a jogar no chamado autocarro. E quem diria que o responsável daria pelo nome de Marítimo, tão só o quinto classificado da Liga, que na jornada anterior venceu nada menos que o Braga. Quando o técnico maritimista Daniel Ramos anteviu o jogo referindo que "empatar já seria extraordinário", cheirou a bluff, mas não. O ferrolho era mesmo a estratégia privilegiada pelo Marítimo para contrariar o FC Porto, que respondeu com um futebol variado como há bastante tempo não se via. Alternando velocidade com paciência, lances individuais com colectivos, e ora procurando as alas, ora o meio, os dragões gozaram de largos períodos com bola, fazendo circulação à procura de um desequilíbrio. Somando a busca ofensiva portista ao retraimento insular, o resultado era um jogo de sentido único, que demorou 18 minutos a desbloquear. Nesse momento, Felipe ter-se-á sentido do tamanho de um boneco de Lego, pois o golo foi da autoria de Reyes, precisamente o homem que o substituiu no centro da defesa nos últimos jogos. Em mais um canto de Alex Telles, o central mexicano cabeceou com força na pequena área.
De forma um tanto ou quanto inesperada, o Marítimo chegou ao empate ao minuto 26, naquela que terá sido a sua única incursão atacante. Ricardo Valente assumiu o volante do autocarro e conduziu um contra-ataque pela direita até ao remate, forçando José Sá a defender com uma estirada. Fábio China manteve o lance vivo do lado contrário e assistiu Fábio Pacheco, que entrara solto na área e rematou certeiro, com a bola a desviar em Reyes. Os verde-rubros podiam assim voltar ao conforto da sua toca, mas foram traídos pela expulsão de João Gamboa (39'), que acumulou amarelos em apenas três minutos. A pressão do FC Porto não baixava, e deu novo fruto em cima do intervalo (45'), quando um passe de Brahimi rasgou o lado direito da defesa do Marítimo, permitindo a Marega finalizar com um bom remate, já de ângulo apertado. O passe e desmarcação foram repetidos na perfeição no terceiro golo dos dragões (78'), ao ponto de nem valer a pena descrever a jogada. Só mudou o remate: a subir no 2-1, rasteiro no 3-1. Marega só não terminou com um hat-trick porque Charles lhe negou um remate à meia volta com uma enorme defesa (52'). A equipa do FC Porto funcionou tão bem que não foi necessário efectuar mexidas de fundo no onze. Aboubakar e Brahimi tiveram direito a descanso (72 e 83 minutos, respectivamente), consequentemente dando minutos a Soares e a André André.
Em nenhum momento o Marítimo optou por se aventurar no ataque, e com isso não poderia nunca beneficiar de alguma bola parada perto da área do FC Porto. Com todo o perigo a vestir de azul-e-branco, não resta senão sublinhar a justiça do triunfo portista, que acabou por se superiorizar com naturalidade à pouca ambição do Marítimo desta noite. Até apetece dizer que o FC Porto apanhou o autocarro que o transporta para 2018 na liderança.

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por Miran Pavlin às 23:59

Quarta-feira, 31.05.17

CS MARÍTIMO 2016/17

Em abstracto, quanto mais vezes uma determinada situação se repetir, menos valor notícia tem. No entanto, o nono apuramento do Marítimo para as provas da UEFA é mesmo uma proeza, em face dos problemas por que a equipa passou. Desde logo o péssimo arranque de campeonato, com uma vitória e quatro derrotas nas primeiras cinco jornadas – e apenas um golo marcado. Nessa jornada 5, a derrota (2-0) que significou o fim da linha para o brasileiro Paulo César Gusmão, que se estreava no futebol português, não foi propriamente uma gota de água; foi uma enxurrada, já que o adversário era nada menos que o Nacional. Além do mal-estar de perder com o rival (2-0), o Marítimo era 17.º classificado e via bem de perto o espectro da má época de 2015/16, na qual bateu recordes negativos do clube.

Só havia uma solução. A habitual. Foi o primeiro estalar de chicote na Liga esta época, e a verdade é que funcionou. A escolha de Daniel Ramos para substituir Gusmão foi também ela arriscada, já que o novo técnico, apesar do currículo, nunca tinha treinado na divisão maior. Na hora do balanço, uma estatística basta para provar que a aposta foi acertada: o Marítimo não voltou a perder em casa até final do campeonato. Na verdade, perdeu apenas mais seis vezes nesses 29 jogos, metade delas nas visitas aos ditos três grandes. Falando neles, nenhum venceu nos antigos Barreiros, e o Benfica saiu mesmo do Funchal derrotado (2-1), na jornada 12.

O Marítimo teve ainda que lidar com a nuvem do castigo de nove meses a Dyego Sousa por agressão a um árbitro auxiliar num jogo da pré-época. Enquanto o processo correu trâmites o avançado brasileiro ainda marcou cinco golos, mas por alturas do início da segunda volta passou a ser necessário um substituto que nunca apareceu. Talvez também porque o meio-campo – Fransérgio em destaque – e a defesa estivessem a funcionar bem. Principalmente o sector recuado, com os centrais Raul Silva e Maurício António à cabeça, que consentiram apenas 32 golos – a terceira melhor defesa da temporada, logo a seguir a Benfica e FC Porto. Este é mesmo o segundo melhor registo dos insulares na I Liga, ex æquo com as épocas 2004/05 e 2010/11, apenas atrás dos 28 golos sofridos em 2007/08. E como a defesa é o melhor ataque, o artilheiro da equipa na I Liga foi precisamente Raul Silva, com sete golos.

A escalada maritimista na classificação consolidou-se entre as jornadas 14 e 23, nas quais a equipa não perdeu – o encontro da jornada 15 havia sido antecipado. O Marítimo foi sexto classificado na jornada 17, e a partir da 20.ª não mais o largou, mas a qualificação europeia só ficaria garantida na última jornada. A turma madeirense foi ainda uma das cinco equipas que conseguiram sequências de pelo menos dez jogos sem perder, e a única além dos ditos grandes que somou quarto partidas sem sofrer golos, no caso entre as rondas 19 e 22 – Guimarães (f), Moreirense (c), Rio Ave (f) e Nacional (c).

 

PONTO ALTO

A vitória na 12.ª jornada, a 2 de Dezembro, sobre um Benfica até aí invicto. O arménio Ghazaryan abriu o activo (5’), Gonçalo Guedes igualou (27’) e Maurício fixou o marcador final ao minuto 69. O resto foi obra e graça do guarda-redes Gottardi, que coleccionou defesas monstruosas.

 

PONTO BAIXO

Aquele triunfo foi o reverso da indigesta medalha trazida da Luz a 19 de Novembro, na 4.ª eliminatória da Taça de Portugal. Nesse dia, o Marítimo foi vergado a um pesado 6-0, num encontro em que fez pouco mais que figura de corpo presente.

 

TAÇA DA LIGA

O Marítimo entrou em cena na 2.ª eliminatória, onde o esperava um dérbi com o União. Os unionistas entraram a ganhar – marcou N’Sor aos 35 segundos –, mas Edgar Costa (12’), Dyego Sousa (47’) e Ghazaryan (55’) impediram uma gracinha como aquelas que o União conseguiu na I Liga da época passada. Na fase de grupos os verde-rubros começaram por empatar com o Covilhã (1-1 fora), batendo depois o Rio Ave (1-0). A última jornada reservou uma final frente ao Braga, onde quem ganhasse passava. As equipas anularam-se até aos descontos, para proveito do Rio Ave, que assim seguiria em frente. Até que Gottardi se lesionou quando já não havia substituições, avançando Maurício para a baliza. O Braga marcaria aos 90’+4’ minutos por Velázquez, saltando assim para a fase seguinte.

 

CONTABILIDADE

Liga NOS: 6.º lugar, 13v-11e-10d, 34gm-32gs, 50 pontos; apurado para a 3.ª pré-eliminatória da Liga Europa;

Taça de Portugal: eliminou a Naval 1.º de Maio (0-4), antes de perder na 4.ª eliminatória diante do Benfica (6-0);

Taça da Liga: afastou o União na 2.ª eliminatória; terceiro classificado no grupo C (4 pontos), atrás de Braga e Rio Ave, e à frente do Covilhã.

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por Miran Pavlin às 13:00



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