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Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
É lamentável que alguns adeptos mais exaltados tenham atirado objectos à equipa de arbitragem no regresso às cabines. Não me revejo nessas atitudes, nem encontro nada no futebol que as justifique.
Mesmo mexendo com muitas emoções não se deve esquecer que o futebol é apenas um jogo. De perder ninguém gosta, mas nada serve de justificação para atitudes de violência.
Dependendo do que o árbitro tenha escrito no relatório, a UEFA costuma ter mão firme quanto ao mau comportamento do público.
É como na matemática. O FC Porto passou 84 minutos, mais descontos, a jogar em inferioridade numérica, numa equação complexa, com duas incógnitas a bater nos ferros, e com o resultado final a ser… negativo.
Agora em futebolês, é impossível dissociar Herrera do filme do jogo. O mexicano foi aposta de Paulo Fonseca, mas acabaria por protagonizar a acumulação de cartões mais rápida da história da Liga dos Campeões. Primeiro, e não conseguindo travar uma arrancada de Hulk, derrubou-o em falta, já perto da área; depois, no livre subsequente, saiu da barreira cedo demais, impedindo o remate. E pronto… seis minutos e dois cartões amarelos depois, terminava a estreia europeia de Herrera e começava um novo jogo para o FC Porto.
Fonseca mandou recuar Josué para perto de Lucho na tentativa de reequilibrar a equipa, e o FC Porto partiria para uma exibição personalizada e de grande entrega. Por aí se explica que o Zenit não tenha tomado conta do jogo.
Ainda assim, notava-se que o FC Porto não queria ficar exposto a contra-ataques em caso de perda de bola. Os lances ofensivos eram construídos com trocas de bola pela certa, com a calma necessária para que a equipa pudesse subir em bloco, tendo depois tempo para a recuperação defensiva, onde Mangala e Fernando foram gigantes. Seriam mesmo do FC Porto as melhores oportunidades de golo, em remates de Lucho e Varela que esbarraram no ferro.
O Zenit, por seu turno, seria mais feliz. Spalletti trocou Shirokov, que marcava sempre às equipas portuguesas mas desta vez ficou em branco, por Kerzhakov, um homem que tantas vezes dispara pólvora seca. Doze minutos depois o ponta-de-lança mostrou que trazia mesmo um cartucho, cabeceando para a vitória, já depois de Helton ter negado com os pés um lance em que Hulk apareceu isolado.
Faltavam cinco minutos para os 90. Ainda houve tempo para o guardião Lodygin se revelar intransponível perante um cabeceamento do cada vez mais “bombeiro” Ghilas e um remate de Varela, no último assomo portista à área do Zenit, já bem para lá do tempo e das forças. No final o público do Dragão reconheceu o esforço da equipa, aplaudindo-a na saída para o balneário.
De resto, os únicos assobios ouvidos ao longo do jogo foram para o juiz (italiano como Spalletti) Paolo Tagliavento, que realizou uma arbitragem muito “tremida”. Não pela expulsão, mas por outros lances, com expoente máximo quando Lodygin ficou caído após um choque no ar com um adversário. Sem falta, o lance seguiu na posse do FC Porto, foi interrompido pelo árbitro para assistência médica ao guarda-redes… e reatado não com bola-ao-solo, mas com livre a favor do Zenit.
Com três pontos em três jornadas, a situação na Liga dos Campeões é periclitante para o FC Porto, mas não é a primeira vez que tal acontece. Em 2008/09 o cenário era idêntico, e os dragões venceriam os restantes jogos, terminando o grupo em primeiro.
Far-se-á fé nesta estatística. O FC Porto perdeu este jogo, mas pode ter ganho uma equipa. Resta saber se ela está à altura dos pergaminhos da de há cinco anos.
Infelizmente não tive oportunidade de ver o jogo, nem sequer o golo. Por princípio, prefiro não comentar incidências a que não assisti, pelo que me fico por aquilo que li.
O jogo não terá tido grandes motivos de interesse, à excepção do golo de Varela – mas de entre os utilizados na gestão pós-selecções e pré-Champions, Reyes e Carlos Eduardo saíram com nota positiva. Por aquilo que amigos me confidenciaram, o médio sabe ditar o jogo e levar a bola de uma área à outra. Não tendo visto, vou confiar nestas palavras, e esperar que Carlos Eduardo volte a ser utilizado.
A propósito de jogos de Taça, li ou ouvi na comunicação social que a chamada “festa da Taça” é mais verdadeira quando é o grande a visitar o pequeno. Até posso concordar com a ideia, mas não concordarei se um dia for aprovado que a equipa da divisão inferior jogue sempre em casa.
Entendo que o sorteio não deve ter condicionantes. Quantas mais houver, mais o sorteio perde essência, para se transformar quase num Diktat. Para isso já temos os sorteios da UEFA. Com o precedente aberto pode haver quem se lembre que os ditos grandes só se poderão defrontar a partir dos quartos-de-final, ou coisas do género.
O sorteio quer-se puro, já que existe essa possibilidade na Taça de Portugal. É deitar as bolinhas no jarro e o que sair, pela ordem que sair, é o que fica.
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