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Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
Na recepção à equipa menos capaz do grupo o FC Porto pareceu tolhido por um medo inexplicável de falhar, e com isso termina pela primeira vez uma fase de grupos da Champions sem qualquer vitória caseira, não conseguindo sequer aproveitar o brinde que lhe fora oferecido, na forma do empate do Zenit.
Entrando em campo já a saber que tinha o destino novamente nas suas mãos, não se compreende por que razão o FC Porto foi tão manso na abordagem aos minutos iniciais, ainda para mais perante o seu público. A equipa mostrou-se lenta, pouco apoiada, e bem cedo se viu a perder, após mais um erro defensivo.
Danilo estava sozinho com a bola no flanco direito da defesa. Não se percebeu se o brasileiro a queria colocar na frente sem qualquer definição, ou se a queria dar ao colega que estava uns quinze metros à sua frente. Certo é que a bola foi parar aos pés de Kienast, que a recebeu e avançou sem oposição até se enquadrar com a baliza e desferir um remate em câmara lenta, mas tão rente ao poste que Helton não lhe conseguiu chegar.
Reacção imediata do FC Porto? Não. Antes um deserto de ideias e de soluções para anular a desvantagem, apesar de um ou outro lance em que o guarda-redes austríaco teve de se aplicar com mais afinco.
O intervalo foi bom para a equipa refrescar as ideias. Os jogadores regressaram rapidamente ao relvado, sem Defour, com Varela, e com Josué a recuar para a sua posição de raiz. Que diferença fez! O FC Porto demorou dois minutos a empatar a contenda, e os primeiros quinze minutos do segundo tempo fizeram pensar que finalmente os dragões davam um pontapé no marasmo.
Pura ilusão. O gás voltou a acabar, e apesar de Lucho e Varela terem tido lances que ainda fizeram o público estremecer, a equipa voltou a parecer uma sombra de si mesma, incapaz de contrariar um Austria que com o passar dos minutos se foi conformando cada vez mais com o empate.
O apito final abriu caminhos aos primeiros lenços brancos, e ao “palhaços joguem à bola!”, um dos singles de maior sucesso em momentos como este. Sinal claro de que a paciência dos adeptos azuis-e-brancos se esgotou.
Resta ao FC Porto escalar, em pleno Vicente Calderón, uma montanha chamada Atlético Madrid, e esperar que o Zenit ofereça novo brinde. A descida à Liga Europa é desde já o mínimo garantido.
Na flash interview do final do encontro, Leonardo Jardim explicou que não podia pôr Slimani em campo sem que a equipa estivesse preparada para o receber. Portanto, antes do argelino entrar, trocou os dois alas e só aos 80 (!!!!) minutos coloca o segundo avançado em campo. Não há nada a dizer acerca da explicação... afinal Jardim percebe mais de futebol a dormir do que eu acordado. Contudo a pergunta que fica na cabeça de todos os adeptos do Sporting é: era MESMO preciso esperar pelos 80 minutos para tirar o André Martins? Apesar de ser apreciador das qualidades técnicas do André, as suas características não se adequam a todos os jogos... e este era um deles.
O Vitória desde cedo colocou bastante intensidade no seu jogo, impondo o físico em todas as bolas disputadas e não tendo qualquer problemas em jogar feio, com muito chutão para longe, muitas bolas divididas no futebol aéreo, muitas bolas para a bancada. No geral este foi um jogo mais mal jogado do que bem jogado, com poucas oportunidades de parte a parte, onde os defesas estiveram em evidência, mas os guarda-redes nem por isso...
Em Guimarães, Jardim fez alinhar Carrillo de inicio, e, apesar dos assobios que ouviu quando foi substituído, gostei da sua exibição. Foi o único que fez a diferença em termos ofensivos, conduziu algumas jogadas com inteligência, ajudou até a defender, mas infelizmente nenhuma das suas iniciativas deu golo. Num jogo extremamente físico, Montero, entalado entre os centrais, poucas oportunidades teve de visar a baliza e não havia maneira do Sporting criar perigo. Esta análise podia já ser feita ao intervalo e é por isso que se estranha a entrada muito tardia de Slimani: Montero não conseguia ganhar bolas na frente, André Martins estava claramente em desvantagem na luta do meio campo, o tempo estava a passar e todos os lances pareciam acabar da mesma maneira. É certo que o Sporting teve vários cantos e livres a favor, mas até à entrada de Slimani, foram todos pouco mais do que inofensivos. Quanto ao argelino, continua a impressionar-me no rácio de golos por minutos jogados! Note-se que hoje concretizou uma outra oportunidade (lance anulado correctamente por fora de jogo), e teve um impacto muito positivo nos últimos minutos a segurar a bola no ataque. Uma aposta em cheio de Jardim, que só pecou por fazer toda a gente sofrer até tão tarde.
Os destaques de hoje vão para Slimani (mudou tudo), Maurício (a cargo da difícil tarefa de marcar Maazou, esse autêntico "corpo sem alma", esteve bem), Cédric (bom regresso, apoiou o ataque, defendeu com garra), William Carvalho (muito sereno, mesmo condicionado pelo amarelo que recebeu na primeira parte), Dier (exibição positiva)
Hoje o Sporting teve aquela ponta de sorte que lhe faltou na eliminatória da Taça contra o Benfica, e que já tinha tido em Braga. Segue-se o Paços de Ferreira e a luta por mais três pontos, num jogo em que espero sobretudo um futebol mais bem jogado, por parte das duas equipas.
O Nacional da Madeira é definitivamente o maior fantasma do Estádio do Dragão. Há nove anos aí venceu por 0-4, já conseguiu um 0-3, e desta vez, no primeiro jogo depois dos dez anos do recinto, leva para casa um empate que deixa o Benfica a um ponto do primeiro lugar – o Sporting também se poderá aproximar, mas só joga amanhã.
A expressão “golo a frio” nunca se aplicou a um tento obtido tão tarde no jogo. A noite estava muito fria, o jogo foi frio, e o golo dos madeirenses apareceu quando o motor do FC Porto já estava também ele frio, depois de ter sido desligado vários minutos antes.
A primeira parte do FC Porto foi interessante, marcada por um domínio claro, com posse de bola constante, que remetia o Nacional para esporádicos contra-ataques, praticamente sempre mal definidos à chegada à área. No entanto, o FC Porto pouco perigo criava para as redes de Gottardi.
O golo apareceria aos 52 minutos, num cabeceamento colocado de Jackson, que deu voz às volumosas estatísticas do FC Porto, e quebrou a sólida barreira defensiva dos insulares.
O golo abriu também caminho ao regresso do sono. Tendo visto o jogo no sofá, passei pelas brasas sensivelmente entre os 60 e os 75 minutos. E entre uma altura e outra, o jogo estava diferente. O FC Porto passava o tempo e os contra-ataques do Nacional estavam mais perigosos. Como disse o técnico Manuel Machado no final da partida, a entrada de Mateus – o homem que em tempos foi incontratável – deu mais critério às manobras ofensivas dos madeirenses.
E aos 82 minutos, um desses contra-ataques deu em golo. Tarde demais para o FC Porto voltar a ligar o motor, o que mesmo assim não impediu Jackson de ter uma oportunidade de desempatar o jogo, já ao cair do pano dos descontos, mas a mancha de Gottardi impediu o golo.
Quem olhar para as estatísticas finais (17-0 em cantos, por exemplo) estranhará o empate. Mas o futebol tem destas coisas, e diga-se, desta vez o FC Porto pôs-se “a jeito” ao não resolver o jogo em tempo útil.
A bipolaridade do FC Porto 2013/14 estende-se à tabela classificativa. No espaço de cinco jornadas passou de dois pontos de vantagem para cinco, e agora apenas um! Como irá a equipa reagir numa altura em que a margem de erro desapareceu? O próximo jogo do campeonato é em Coimbra e será conveniente que o FC Porto tenha aprendido a lição deste jogo. Antes, porém, há uma recepção ao Austria Viena, na próxima terça-feira, a contar para a Liga dos Campeões.
Era Taça, mas parecia campeonato. Sem espaço para gestão ou experimentalismos, o FC Porto levou de vencida o Vitória minhoto pela terceira vez esta temporada, e deixou uma coisa desde já garantida: será outro clube a vencer na final do Jamor.
Num jogo intenso, mas nem por isso sempre agradável de seguir, os visitantes resolveram a questão no primeiro tempo, primeiro num golpe de sorte de Fernando, depois numa finalização certeira de Jackson. Ambas a passe de Lucho González.
Fernando, que tão poucas vezes faz o gosto ao pé, desta vez fê-lo sem querer, através de um cruzamento que tomou o caminho da baliza, fora do alcance do guarda-redes Douglas.
O Vitória fez pela vida, contrariando as intenções do FC Porto, mas numa noite de acerto e eficácia dos dragões, pouco perigo causou para as redes de Fabiano, o único que destoou do habitual onze portista. Apesar do pouco trabalho, o guardião volta a mostrar que poderá vir a ser um sucessor à altura de Helton.
Nem houve tempo para o adormecimento que tantas vezes se tem verificado esta época quando o FC Porto dispõe de vantagens mais ou menos confortáveis. E a falta de história do jogo leva a que seja difícil que a prosa se alongue sobre as incidências do jogo.
Depois de nova paragem para compromissos de selecções, a última este ano, regressa o campeonato, com uma recepção ao Nacional, antes de mais um jogo da Liga dos Campeões.
Quis o calendário que o Sporting defrontasse o Benfica logo nos 16-avos de final da Taça de Portugal. E aconteceu o mais provável: a vitória do Benfica. Tal como disse a propósito do jogo com o Porto, a diferença que separa o Sporting dos outros dois rivais ainda é bastante significativa, e nem se pode esperar que de repente o Sporting se apresentasse ao nível do Porto e Benfica, que levam muito mais anos de consolidação de processos e estrutura (sem falar nas diferenças de orçamento). Claro que isto não impede a equipa do Sporting de ser competitiva, como foi hoje, e como foi, por ex. na temporada em que José Peseiro esteve à frente da equipa. Apesar de qualitativamente uns furos abaixo dos rivais em diversas posições, a dinâmica colectiva da equipa tem disfarçado essas limitações e tem permitido somar pontos contra as equipas menos cotadas. Aliás, esse para mim é o grande desafio do Sporting este ano, ganhar os jogos que tem de ganhar, contra os adversários teoricamente mais fracos. Até agora falhou apenas no empate contra o Rio Ave.
Em relação a este jogo, o Benfica entrou forte e facilmente chegou ao intervalo com uma vantagem confortável. Digo facilmente, porque foi notória a diferença de intensidade entre as duas equipas, sobretudo no meio campo. André Martins é um jogador útil contra as tais equipas teoricamente mais fracas, mas nestes grandes jogos não tem físico para lutar no meio campo. Na primeira parte, foram poucas as vezes em que o Sporting chegou com perigo à baliza adversária, e curiosamente conseguiu concretizar a única oportunidade, num lance de bonita conclusão por parte de Capel.
Na segunda parte, o figurino do jogo mudou. O Benfica tentou baixar o ritmo de jogo e tentar gerir a vantagem, contudo em dois lances de bola parada o Sporting logrou o empate mesmo no final dos 90 minutos. Pelo meio, Jardim trocou André Martins por Slimani (passamos a ter mais um), e trocou Wilson por Carrilo (passamos a ter menos um). Houve golos falhados de parte a parte, incerteza no resultado, uma expulsão e um lance caricato que acabou por decidir o jogo. Pela segunda parte que fez, o Sporting merecia pelo menos ter discutido o resultado no prolongamento. A expulsão matou o jogo.
Notas soltas:
- Rojo é o elo mais fraco deste onze. Expulso num lance totalmente desnecessário.
- A defesa comprometeu, sobretudo naquele inanarrável 4º golo.
- Muitas dificuldades em servir Montero.
- Bom aproveitamento das bolas paradas ofensivas.
- Patrício alternou entre besta e bestial.
- Carrillo acrescentou zero.
- O Benfica ganhou a maior parte dos ressaltos e bolas divididas.
- Grande presença dos adeptos do Sporting!
Destaco a enorme exibição de William Carvalho (impressionante!), Slimani (marcou um e falhou dois que fizeram falta), Carlos Mané (muito mais esclarecido do que Carrillo - por este andar vai passar à frente do Peruano, como já passou à frente de Salomão & companhia), Adrien (muita luta).
A equipa sai da Taça de cabeça erguida, com a certeza que terá de dar tudo por tudo no campeonato, na luta pela melhor classificação possível. Não esquecer que o Sporting não será cabeça de série na Taça da Liga, podendo ter de visitar o Dragão ou a Luz logo na fase de grupos. Portanto um ano zero nada meigo, mesmo a jeito para testar a fibra desta equipa. Uma batalha perdida numa guerra que irá ser longa.
O cenário periclitante do FC Porto na Champions está prestes a tornar-se alarmante depois de mais uma jornada ser conseguir vencer. Em terceiro lugar no grupo G, um ponto atrás do Zenit e sem vantagem no confronto directo, o FC Porto já não depende de si para conseguir a tão habitual passagem aos oitavos-de-final.
Com o jogo a decorrer em horário laboral não o pude ver na totalidade. Pelo que li, a primeira parte terá sido boa, mas manchada por mais um erro defensivo, desta vez a três, entre Helton, Alex Sandro e Mangala, que ficaram à espera uns dos outros sem que nenhum atacasse a bola. Agradeceu Hulk, que se intrometeu, contornou o guarda-redes e marcou à ex-equipa – coisa que não conseguiu voltar a fazer já na segunda parte, de penálti.
O equilíbrio reinou durante quase todo o segundo tempo, pese embora o Zenit tenha pressionado imenso o FC Porto nos minutos finais. Os dragões raramente conseguiram entrar na área russa, e as defesas mais apertadas que Lodygin foi obrigado a fazer surgiram em remates de fora da área, por Jackson e Varela. Pouco para quem tinha respostas a dar, e pontos para conquistar.
O resultado faz aumentar a pressão sobre Paulo Fonseca, que embora não tenha culpa dos erros defensivos, começa a ser criticado – pelo menos por vários portistas que me rodeiam – por operar sempre as mesmas substituições, por não ter pulso firme sobre a equipa e por ter um discurso semelhante ao que tinha no Paços de Ferreira. Por outro lado, li algures na imprensa que o FC Porto denota uma insegurança colectiva que se traduz em erros individuais. Este jogo deitou mais uma acha nessa fogueira, que o técnico terá que controlar, caso contrário o primeiro a queimar-se poderá ser ele próprio.
Quanto ao futuro portista na Liga dos Campeões, outro dado importante é o apuramento já confirmado pelo Atlético Madrid, que torna difícil prever de que forma os colchoneros irão abordar os restantes jogos, precisamente contra Zenit e FC Porto.
Nas lides domésticas a visita do próximo domingo a Guimarães será mais um teste de fogo para o FC Porto, que não vai poder baixar a guarda, sob pena de ser eliminado precocemente da Taça pelo terceiro ano seguido. O adversário é o detentor do troféu, que não vence o FC Porto desde 2004/05, na altura precisamente na 4.ª eliminatória da Taça de Portugal.
O FC Porto parece não se dar bem com as visitas abaixo do Mondego. Depois de vencer em Setúbal no arranque da Liga perante um Vitória que entretanto trocaria de treinador, os dragões ficaram-se pelo empate no Estoril e agora no Restelo.
Um erro feio de Mangala, que preferiu rodar sobre si para sair a jogar em vez de despachar a bola para a frente, permitiu a João Pedro fazer o golo do empate, três minutos depois de o mesmo Mangala ter aberto o marcador – embora nas repetições seja possível ver que foi um defesa do Belenenses que desviou a bola para a baliza.
O que se seguiu não foi uma reacção semelhante à que acontecera diante do Sporting. Se é que houve reacção. Com o passar dos minutos o FC Porto pareceu conformado com o empate, para não dizer incapaz de responder com perigo a alguns lances ao primeiro toque realizados pelos azuis do Restelo.
Foram vários os momentos em que os jogadores do Belenenses ganharam em velocidade aos do Porto, bem como as jogadas em que o FC Porto foi forçado a correr atrás da bola, como se o Belenenses – sem qualquer desprimor para com os seus atletas e sem esquecer que os mesmos já haviam roubado pontos ao Benfica – se tivesse tornado numa equipa de calibre europeu.
O que reacende a questão da entrega com que os jogadores do FC Porto abordam os jogos com menor visibilidade; e deixa no ar por mais uns dias a dúvida sobre qual será a verdadeira cara do FC Porto 2013/14. Será a dos jogos com o Guimarães na Supertaça, Sporting, Zenit e da primeira parte do Atlético Madrid? Ou será a face pálida em amostra neste jogo ou, por exemplo, na recepção ao Gil Vicente?
Com a liderança da Liga encurtada novamente, espera-se agora que este jogo menos bom tenha valido a pena, e que de São Petersburgo saiam uma exibição e um resultado convincentes. A exigente massa adepta portista não costuma condescender muito tempo com exibições sem sal.
Depois da derrota no Dragão e antes de uma visita à Luz era fundamental voltar às vitórias. Tal aconteceu mas não foi fácil. O Sporting apresentou-se com algumas alterações em relação ao último jogo (entraram Dier, Jefferson, Vitor e Capel) e entrou bem no jogo, com uma boa atitude competitiva, premiada com o primeiro golo da partida aos 29 por Diego Capel. Apesar de ter surgido de uma boa jogada do espanhol, a fazer uma diagonal da direita para a esquerda, mesmo a jeito para a rematar colocado com o pé esquerdo, confesso que me faz confusão o seu posicionamento no lado direito do ataque. Apesar de ser uma estratégia usada frequentemente para baralhar marcações, nessa zona do terreno, Capel é pouco mais que inconsequente quando ensaia cruzamentos do lado direito... mas adiante. Parecia que o mais complicado estava conseguido, mas os minutos seguintes vieram provar exactamente o contrário. Um livre directo superiormente executado e um penalty fortuito, numa altura em que o jogo estava bastante aberto fez com que, sem que nada o fizesse prever, o Sporting chegasse ao intervalo a perder. Esta falta de sorte) tão normal na época passada!) era demasiado penalizadora para aquilo que a equipa tinha produzido na primeira parte.
Felizmente a justiça no marcador chegou no segundo tempo. Com a saída de Carrillo (muito apagado e pouco decidido), o futebol atacante do Sporting tornou-se mais objectivo e por pura infelicidade (Montero falhou duas boas oportunidades para empatar) o empate chegou apenas aos 67 minutos, num belo golo de Slimani (o pinheiro que faltava desde os tempos do Paulo Sérgio). Até ao final registo para outra oportunidade perdida (escandalosa - desta vez por Slimani) e o lance do penalty que resolveu o jogo. No geral, foi uma exibição bem conseguida da equipa, num jogo com emoção, golos, incerteza no resultado que certamente não defraudou quem esteve no estádio. Mais do que os resultados positivos, era isto que faltava ao Sporting.
Nesta noite destaco Diego Capel (pelo golo e por ter sido o motor da equipa), Slimani (decisivo), William Carvalho (o pêndulo) & Adrien (muita luta e muito trabalho). Houve muitos passe falhados e muitas bolas perdidas... é certo que foi algo que aconteceu de parte a parte, mas é necessário muito trabalho nos treinos para que isto deixe de acontecer. A defesa teve alguns momentos de fragilidade (bolas paradas, alguns duelos em velocidade) mas felizmente sem que tivessem afectado a conquista dos 3 pontos.
Segue-se um jogo ingrato quer para o Benfica quer para o Sporting, numa altura em que o campeonato vai voltar a parar 3 semanas. Sinceramente, creio que esta redução do número de equipas a jogar na primeira divisão veio prejudicar a competitividade da prova e estes logos períodos sem jogos "a sério" só prejudica as equipas. Numa altura em que a liderança da Liga de Clubes é posta em xeque, esperemos que o futuro do futebol em Portugal seja repensado e siga numa direcção que beneficie a competição e o público em geral.
Foi preciso esperar pelo primeiro clássico da temporada para ver o FC Porto durar 90 minutos. Num jogo em que um mau resultado custaria a liderança, os azuis-e-brancos não deixaram os seus créditos por mãos alheias, e aumentaram a distância para o segundo posto, precisamente do Sporting, para cinco pontos.
Ainda assim foi preciso um safanão, na forma do golo de William Carvalho, para o FC Porto puxar dos galões e fugir com o resultado, depois de Josué ter aberto o activo ainda cedo, de grande penalidade – o médio ainda não falhou da marca de onze metros.
A primeira parte foi disputada muito a meio campo. Com a tranquilidade da vantagem, o FC Porto viu esgotarem-se os minutos sem voltar a criar perigo efectivo – pelo menos para a baliza contrária, já que um desentendimento entre Mangala e Helton quase permitiu ao Sporting ficar com uma baliza deserta à sua mercê.
A toada parecia manter-se na segunda parte. Até ao tal safanão, à hora de jogo. Qual despertador, três minutos depois o FC Porto voltava à vantagem, em lance individual de Danilo, que já dentro da área se desenvencilhou de um defensor contrário e disparou certeiro.
Não é que o Sporting tenha desaparecido completamente do jogo. Em lances quase consecutivos Helton foi forçado a duas defesas apertadas, uma a cabeceamento de Montero, outra a remate de Piris. Não marcaram os leões, marcou Lucho, aparecendo na zona do ponta-de-lança para fazer, de cabeça, o seu primeiro golo ao Sporting. O jogo ficou aí resolvido, e o FC Porto pôde descansar.
Interessante constatar que numa partida em que Jackson Martínez “tirou folga”, outros jogadores tenham chamado a si os holofotes, ao contrário do que por vezes é sugerido na imprensa. Varela e Fernando estiveram em alta rotação; é um dos laterais, Alex Sandro, que sofre a falta para a grande penalidade; o outro lateral aponta o segundo golo; e é o médio Lucho González que aparece na zona fatal para selar o resultado, com o cruzamento inicial a sair dos pés de Jackson. Três lances em que o desposicionamento táctico do FC Porto baralhou o adversário, com o resultado a ficar expresso no marcador.
Termina com um travo doce a trilogia caseira do FC Porto, depois do sabor insosso com o Trofense na Taça e do amargo com o Zenit na Champions. Segue-se nova trilogia, agora fora de portas, igualmente para três competições diferentes, igualmente capaz de definir o que falta de época para o dragão. A primeira paragem é no Restelo, sábado, na próxima jornada da Liga.
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