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Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
Na semana em que o FC Porto reagiu à pressão dos adeptos e a mais uma série negativa de resultados mostrando a porta de saída a Paulo Fonseca, uma vitória por números tranquilos sobre o aflito Arouca acabou por ser a melhor forma de retirar do lume a tal chaleira.
De regresso aos bancos da divisão maior, oito anos depois de ter conduzido o Penafiel naquela célebre época dos 15 pontos em 34 jogos, Luís Castro não complicou e escalou um onze pragmático, utilizando o melhor meio campo que o FC Porto tem, com Fernando a trinco, Defour e Carlos Eduardo à sua frente.
A manobra da equipa foi fluida como não se via praticamente desde o início da época, e Quintero foi aposta durante a segunda parte, deixando antever que Luís Castro, além de voltar a dispor os jogadores no 4x3x3 tradicional do FC Porto, quer implementar outras ideias.
O resultado, no entanto, não reflecte o que se passou em campo, pois o jogo não foi assim tão tranquilo, nem fluido, após o golo do Arouca. Depois de Quaresma e Carlos Eduardo terem marcado, à passagem da meia hora Rui Sampaio apontou o golo visitante – e vão dez sofridos em seis jogos –, que mais uma vez teve o condão de abalar os portistas, ao ponto de Quaresma falhar a segunda grande penalidade de que dispôs, aos 36 minutos.
O FC Porto deixou o Arouca tanto tempo em banho-maria que este, como muitas vezes acontece em jogos deste género, começou a ficar mais atrevido, como que a acreditar que estando o resultado na margem mínima, podia repetir a gracinha que conseguira na Luz (2-2) – e que esteve pertíssimo de acontecer aos 71 minutos, num lance em que mesmo aos trambolhões quase gelou o Dragão. O golo da tranquilidade só chegaria a sete minutos do final, num míssil de Quaresma, antes de Jackson regressar aos golos, destacando-se de Montero na lista dos marcadores.
O desfecho favorável do encontro, aliado ao empate do Sporting em Setúbal, funciona como uma bonança para Luís Castro, que assim pode preparar tranquilamente o próximo ciclo forte da época do dragão. Para a semana há clássico em Alvalade, encravado entre os jogos com o Nápoles.
Anteriormente escrevi que um ciclo assim era capaz de definir a época para o FC Porto. Agora que faltam cerca de dois meses para a linha de meta de 2013/14 já não há muito a definir – pontos precisam-se, ponto. E crença de que as restantes competições possam trazer alguma redenção.
Têm a palavra os jogadores e o técnico.
Se no ano passado o jogo com o Estoril foi o começo da queda abrupta do Benfica para o segundo lugar, nesta época, aconteceu exactamente ao contrário. Com a vitória sobre o Estoril e o empate do Sporting em Setúbal, uma semana antes do Sporting - Porto, o Benfica arruma quase definitivamente a questão do título, tendo a possibilidade de fazer um brilharete nas outras competições dada a boa vantagem pontual que detém neste momento. Sobre o jogo de hoje, há muito e pouco a dizer. Foi um jogo interessante de seguir, com incerteza no marcador e oportunidades de parte a parte, contudo totalmente estragado pelos lances polémicos. Um golo mal anulado ao Sporting e 4 golos duvidosos (sendo que a grande penalidade a favor do Setúbal é, sem margem para dúvida uma simulação, sem precisar de repetição) estragaram o espectáculo e voltam a manchar o campeonato. A nível de futebol jogado, o Sporting apostou em Slimani (aposta ganha), Magrão e Héldon de início, alterando o desenho do meio campo. Em consequência dessa mudança, a equipa demorou algum tempo a encontrar-se e permitiu um maior ascendente do Vitória em vários momentos do jogo. Carrillo fez mais uma exibição apática, e começa a perceber-se que nunca se vai tornar num jogador de eleição. E não pode queixar-se de falta de oportunidades...
Destaque para Adrien (muita luta), Slimani (muito forte na finalização, o pior é mesmo a bola lhe chegar), Capel (a sua entrada foi uma mais-valia), Cédric (muito trabalho).
Segue-se o Porto, num jogo importante para definir o segundo lugar. Em condições normais o Porto será superior, mas espero que esta sequência de acontecimentos anormais dê força à equipa para se transcender e jogar no seu limite. Maurício falhará o jogo por castigo, por isso Dier à partida será titular.
Uma nota final para a titularidade de Slimani: Leonardo Jardim decidiu colocar (e bem) o argelino de início, já que Slimani cumpriu nos últimos jogos. Muitos Sportinguistas acham que Slimani deveria jogar de início com Montero (no tal lugar de 10), mas a todos com quem já tive esta conversa disse que não acredito que isso volte a acontecer. A razão é simples: com o empréstimo de Cissé e Betinho, o Sporting deixou de ter mais pontas de lança no plantel (Enoh é ainda um projecto de jogador para trabalhar na equipa B). Portanto a inclusão de Slimani e Montero de início retira ao treinador a hipótese de ter um plano B caso o jogo não corra de feição. Isso foi notório no jogo com o Benfica, por exemplo. Dessa forma não creio que o treinador volte a arriscar esse cenário.
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