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Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
Recuemos três meses. Nápoles e FC Porto tinham ambos saído da Liga dos Campeões após a fase de grupos; os dragões com escassos cinco pontos, o Nápoles com respeitáveis doze no grupo mais difícil de todos; o Nápoles perseguia Juventus e Roma na Serie A, enquanto o FC Porto estava em convalescença de um terrível mês de Novembro em que hipotecou demasiados objectivos. Mas esta noite, nada do que se escreve acima foi relevante para o desenlace da eliminatória.
Confirmando as indicações da primeira mão, o FC Porto precisou efectivamente de fazer um jogo no máximo das suas capacidades para defender a vantagem, e ser suficiente humilde para suportar os momentos em que os donos da casa mandaram no jogo.
Quiçá pela primeira vez esta época não houve quebra depois de sofrer um golo. Com várias mexidas no quarteto defensivo, a equipa conseguiu resolver por si a insegurança resultante desse aspecto, mesmo com o experimentado Danilo a ter momentos em que foi um desastre. Reyes foi lançado às feras, Ricardo jogou na lateral esquerda, e uma vez vencido o nervosismo inicial, o FC Porto foi gradualmente crescendo no jogo.
O primeiro aviso surgiu aos 33 minutos através de Jackson Martínez, que cabeceou à malha lateral no seguimento de um canto. Pela transmissão televisiva foi perceptível o silêncio que se fez por uns segundos num estádio San Paolo que tinha sido um vulcão até aí.
Ficou a sensação de que o Nápoles talvez tenha esperado tempo demais para dar o segundo golpe no adversário. Talvez tenha confiado excessivamente no reaparecimento dos buracos que se viram na defesa portista naqueles difíceis minutos iniciais.
Já o FC Porto estava mais confortável sobre o terreno quando os napolitanos voltaram a carregar, por volta da hora de jogo. Sentindo o toque, Luís Castro não ficou quieto, e no espaço de minutos fez duas substituições determinantes. Perante o arreganho com que se jogava, entrou o combativo Josué para o lugar do mais gracioso Carlos Eduardo; de seguida, saiu o apagado Varela para entrar Ghilas.
66 minutos. Apenas foram precisos mais três para Fernando desmarcar o argelino e este rematar para golo. O importantíssimo golo fora. O jogo ficou virado do avesso, e o FC Porto dominou os acontecimentos até à obra de arte de Quaresma selar a passagem portista aos quartos-de-final. Após receber um passe de calcanhar de Josué, o cigano fintou três adversários e rematou de pé esquerdo, sem hipóteses para Reina.
O golo de Zapata nos descontos, apesar de tudo, trouxe justiça ao resultado, mas o apuramento do FC Porto é indiscutível.
O texto não pode terminar sem uma menção ao guarda-redes Fabiano. Um verdadeiro gigante na baliza. Destemido nas saídas e seguro nos remates que passaram pela sua zona de acção, a calma e coragem que revelou foram decisivas, e transmitiram a mensagem certa para que o resto da equipa estabilizasse.
O que em Dezembro era, no mínimo, incerto é agora realidade, e o FC Porto, após gelar um vulcão, segue para os quartos-de-final da Liga Europa. Mais um revés para Rafael Benítez, cuja carreira em tempos parecia fulgurante.
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