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Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
Não tive oportunidade para escrever a crónica do jogo com o Porto em tempo útil e não pude ver o jogo com o Marítimo. Desta forma, não vou entrar em grandes pormenores e vou apenas falar do momento do Sporting e no desempenho da equipa até agora, algo que já estou para fazer há bastante tempo. Uma coisa é certo, houve um crescimento da equipa ao longo da época, com momentos menos bons (não se podia esperar o contrário!) mas após os quais a equipa conseguiu sempre reagir. Faltam 6 jogos oficiais para o final da época, e numa altura em que estão jogados 4/5 do campeonato, aqui fica a minha opinião sobre os elementos do plantel:
Rui Patrício - Uma época tranquila, manchada por aquele golo na Luz para a Taça de Portugal. Tem sido a mais valia que se esperava.
Cédric - Transfigurou-se em relação à época passada. Muito mais raçudo e melhor posicionalmente, tem sido o lateral ofensivo que a equipa precisa.
Jefferson - Tem estado ao mesmo nível que Cédric, adaptou-se facilmente à realidade do Sporting.
Piris - Jogador útil, tem entrado bem na equipa e mantido o ritmo na equipa B. Deverá ser muito caro para ficar, mas se ficasse era uma mais valia.
Rojo - Mais concentrado e mais assertivo, surpreendeu pela positiva, comparando com a nódoa que foi a época passada. Continua a ter ocasionais paragens cerebrais.
Maurício - Excelente contratação, não sendo fenomenal e tendo as suas limitações, tem feito uma época muito regular. Indiscutível.
Dier - À espera da sua vez, espero vê-lo como titular no médio prazo.
Ruben Semedo - Jogou pouco, mas mostrou potencial. Outra aposta de médio prazo. Talvez seja bom rodar na próxima época.
William Carvalho - De desconhecido a estrela da equipa. É impressionante a forma como joga e faz jogar. Acho que era importante ficar mais um ano, quer para o Sporting quer para a sua formação como futebolista.
Rinaudo - Não teve praticamente oportunidades, e apesar de gostar da sua entrega, creio faltar-lhe alguma qualidade para se impor a este nível (em especial ao nível do passe).
Adrien - A ponta final da época passada revelou já um Adrien diferente, com vontade de dar outro rumo à carreira, mas não esperava esta consistência. Fenomenal a pautar o ritmo de jogo.
André Martins - Tem dado o seu máximo e por isso ninguém pode pedir mais. Não sei se joga numa posição totalmente adaptada às suas características... talvez seja essa a causa maior das suas quebras de rendimento.
Vitor - Entrou a medo em alguns jogos e foi perdendo espaço. É um jogador útil, espero que fique para o ano.
Gérson Magrão - Não é um prodígio mas tem sido um jogador útil. Prometeu bastante na pré-época, apagou-se depois, mas sempre que entrou, na minha opinião, entrou bem.
Capel - Alternou entre bons jogos e jogos apagados, e acabou por ser um dos mais sacrificados na "rotação dos extremos" feita por Jardim. Com a entreada de Slimani no 11, parece ter ganho um novo fôlego.
Wilson Eduardo - Outro jogador que joga no limite da sua capacidade. Aprecio a sua entrega, mas teve também uma época inconstante a nível de rendimento, apesar de ter muito tempo de jogo. Perdeu espaço com a chegada de Héldon.
Carrillo - Capaz do bom e do mau. Apesar de estar a crescer como jogador, está ainda a anos-luz daquilo que pode vir a ser. Por mim era vendido mal haja oportunidade.
Héldon - Apesar de ainda não ter mostrado nada de especial, parece(u)-me uma boa contratação. Acho que na próxima época será capaz de dar muito mais.
Carlos Mané - Quando muita gente pensava que Esgaio, Medeiros ou Chaby seriam as apostas para este ano, Mané subiu meteoricamente na hierarquia da equipa, revelando um talento & maturidade assinaláveis. Espero que nenhum tubarão o venha buscar neste verão.
Montero - Excelente contratação. O início goleador foi completamente inesperado (nunca foi um matador!) mas a sua qualidade não se esgota nos golos. Talvez consiga jogar no mesmo 11 que Slimani, na próxima época.
Slimani - Outra grande descoberta. Aprecio jogadores assim: com limitações, mas que dão tudo o que têm.
Parece-me difícil apontar ao título, mas o acesso directo à Liga dos Campeões está ao alcance se a equipa mantiver a atitude guerreira. E por falar em guerra, o Presidente cumpre hoje um ano de mandato, um ano de mudança de atitude e de paradigma no Sporting. Apesar de muita gente não gostar do seu estilo, a verdade é que à custa de todo esse folclore mediático, a equipa tem tido a calma necessária para trabalhar sem grandes sobressaltos, com os resultados que se conhecem. Finalmente, desde o Presidente até ao tratador da relva, toda a gente parece saber o que tem de fazer para defender os interesses do Sporting, trabalhando em prol de um interesse comum, com um rumo claro para todos os envolvidos. E por isso, os meus parabéns ao Presidente.
A única certeza que se pode retirar deste jogo é que o FC Porto vai entrar em campo para a segunda mão em vantagem.
Perante as talvez exageradas poupanças do Benfica, os dragões não se fizeram rogados, marcando logo aos seis minutos por Jackson Martínez, que deu, de cabeça, o melhor seguimento a um canto cobrado por Quaresma.
O FC Porto esteve melhor ao longo do jogo, criando desequilíbrios na defensiva adversária que se traduziram em várias oportunidades de golo, contudo desaproveitadas pelos azuis-e-brancos. Varela, só com Artur pela frente, permitiu que o guardião desviasse o remate com a ponta da bota, e já na segunda metade foi Jackson a acertar no poste com um remate rasteiro. O ressalto no ferro não caiu para Carlos Eduardo, que só teria que encostar.
Não terá havido a fortuna necessária, mas com uma exibição competente o FC Porto deu um ar de sua graça. Manteve a baliza inviolável – desde o jogo com o Olympiakos, em Outubro, que o Benfica não ficava em branco – e justificou ter marcado, pelo menos, um segundo golo, mas vai à Luz com a tal vantagem de que falei no início. Um golo apenas.
A três semanas de distância da segunda mão, e com mais uma eliminatória europeia pelo meio, não se sabe em que estado de ânimo estarão as equipas nessa altura. Nem a influência que poderão ter as três jornadas de campeonato que se disputarão até lá.
Muito menos os onzes que FC Porto, e nomeadamente o Benfica, irão apresentar. Será novamente posta à prova a avaliação de prioridades quase caso-a-caso em que se tem transformado a época dos encarnados, como se estivessem indecisos sobre qual fatia do bolo comer.
É o preço de estar em várias frentes, como se diz no futebolês dos nossos dias.
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