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Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
De um lado estava a jovem equipa vimaranense, construída à base de portugueses e outros elementos recrutados à equipa B; do outro estava o novo FC Porto, com reforços de alguma nomeada, à mistura com sobras dos grandes de Espanha. Ambas as equipas vinham fazendo excelentes arranques de campeonato, mas tropeçaram uma na outra, e assim deitaram fora a oportunidade de assumir a liderança isolada da Liga.
No final, a opinião geral é a de que se assistiu a um bom jogo de futebol. Não creio, contudo, que tenha sido tanto assim. Houve muita entrega por parte dos jogadores, mas nenhum dos conjuntos conseguiu realmente desmontar a estratégia do adversário, nem estabelecer um controlo claro das operações.
Face ao que se escreve no primeiro parágrafo, teria mais obrigação disso o FC Porto, mas os azuis-e-brancos apresentaram-se mortiços e deixaram-se levar pelo rumo que o jogo foi tomando, em vez de o procurarem definir eles próprios.
Tendo em conta o equilíbrio que caracterizou o jogo, o marcador não teria sequer mexido se não fossem as duas grandes penalidades convertidas. Ambas foram muito duvidosas, deixando a sensação de que foi o jogador a cavar a falta, em vez de efectivamente a sofrer.
Não é só pelos castigos máximos que o jogo fica para a história como um poço de polémicas. Tanto o árbitro Paulo Baptista como os seus assistentes tiveram uma tarde para esquecer. O FC Porto queixa-se de um fora de jogo mal tirado a Brahimi, houve outros lances punidos como falta em que também não é claro se ela existiu ou se foi cavada, e por momentos ficou no ar a ideia de Baptista ter sido mais rigoroso com o FC Porto do que com o Vitória.
Desconhece-se se a actuação tão tremida da equipa de arbitragem foi resultado directo dos incidentes na bancada das claques vitorianas, que motivou uma vigorosa intervenção policial, com bastonadas e balas de borracha incluídas. Muitos adeptos fugiram mesmo da bancada para a zona atrás da baliza, provocando a interrupção do jogo. Desconhecendo o que realmente se terá passado, a reacção da autoridade pareceu desmesurada para aquilo que as escassas imagens mostraram.
Também é desconhecido o tipo de estudo que Julen Lopetegui terá feito sobre o que correu mal com o FC Porto da época transacta. A entrada do ponta-de-lança Aboubakar sobre a compensação fez lembrar a cartilha de Paulo Fonseca no tocante à utilização de Ghilas. Para já é apenas um empate num campo difícil contra um adversário num bom momento, mas se a entrada tardia do camaronês for sintoma de aversão ao risco, outros pontos perdidos podem vir a caminho.
O que o técnico terá estudado é a presença teatral de Jorge Jesus no banco de suplentes. Lopetegui salta, esbraceja, grita, esfrega as mãos na cabeça, e acaba o jogo rouco. Será mesmo preciso? Ou é a equipa que não está a fazer o que o treinador pede? Se assim for talvez ajude colocar os jogadores nas suas posições de raiz, porque há alternativas para todos os lugares.
Quiçá o onze que Lopetegui escalar para o encontro da Liga dos Campeões com o BATE Borisov permita outra apreciação às suas ideias.
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