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Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
Semanas atrás, noutro contexto, Pinto da Costa disse que este ano “estava a começar mais cedo”, mas o que verdadeiramente aconteceu mais cedo foi a despedida de um dos objectivos da temporada. De forma tão dolorosa quanto justa.
Graças a um jogo bem conseguido, o Sporting vence em casa do FC Porto pela primeira vez desde 2006/07 – incluindo todas as competições – e deixa os dragões sem poderem apontar o dedo a mais ninguém senão a si próprios. Ambos os treinadores mexeram nos habituais titulares, mas a chave do jogo não reside em quem terá mexido mais; foram antes os erros defensivos do FC Porto que o fizeram ficar irremediavelmente atrás no resultado.
Se num primeiro momento Marcano foi infeliz ao desviar para a própria baliza um cruzamento de Jonathan Silva a que Montero não conseguiu chegar (31’), minutos mais tarde Casemiro foi – no mínimo – imprudente na forma como deu sequência a um alívio de Maicon.
O central, pressionado por Montero no canto direito da defesa, queria chutar contra o adversário para ganhar um lançamento, mas a bola não lhe acertou e chegou aos pés de Casemiro, que faz um péssimo passe – horrível, mesmo – pelo ar para a zona central da defesa, mas sem destinatário definido. O mesmo Montero acorreu à bola perdida e endossou-a a Nani, que rematou para golo.
Era o 1-2 aos 39 minutos. O lance destruiu a reacção pronta dos portistas, que tinham empatado quatro minutos após o autogolo de Marcano, numa jogada em que Quintero desmarca Jackson Martínez com um notável passe em profundidade. O ponta-de-lança apareceu isolado frente a Rui Patrício, tal como tinha acontecido no recente encontro de Alvalade para o campeonato, mas desta vez não perdoou, picando a bola sobre o internacional português.
O colombiano perdoou, sim, quando dispôs de uma grande penalidade, aos 51 minutos. Além de partir em posição irregular e forçar o penálti – pelo meio tem oportunidade de rematar mas prefere fintar de novo –, Jackson ainda se dá ao luxo de falhar a conversão, tentando uma paradinha que resultou contra o Shakhtar, mas não aqui, com Patrício a adivinhar o lado e deter o remate.
O castigo máximo foi o único lance da segunda parte em que o FC Porto poderia ter corrigido parte das asneiras dos primeiros 45 minutos. O efeito da não-conversão foi nefasto para a equipa do FC Porto, que ficou ainda mais por baixo do jogo, mesmo sem sofrer golo.
O beneficiado foi o Sporting, que sai do Dragão com uma vitória saborosa e moralizante. Logo nos primeiros segundos Nani mostrou ao que vinha, com um remate ao poste em que a defesa azul-e-branca mostrou alguma passividade. Ao longo do jogo, e ajudado pela vantagem no marcador, o Sporting demonstrou mais à-vontade com a bola, usou-a melhor, condicionou muito a estratégia do FC Porto e ainda coroou o triunfo com o golo de Carrillo (82’), que abriu caminho a sonoros olés pelos milhares de adeptos leoninos que vieram à Invicta. Vitória justificada, portanto.
Mas nada disto cai bem nas hostes portistas. Nem poderia! Num ano sem Supertaça, e com o FC Porto quatro pontos atrás do primeiro lugar do campeonato, sair assim da Taça de Portugal promete não deixar margem para mais erros a treinador e equipa. As críticas à falta de um onze-base, à colocação de jogadores fora das suas posições de raiz e à (não-)utilização de Quaresma adensar-se-ão, e cada acção dos jogadores estará certamente sob grande escrutínio pelos adeptos azuis-e-brancos.
Apertem os cintos.
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