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Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
Por vezes diz-se que “o resultado só surpreende quem não viu o jogo”. Desta vez é ao contrário: só ficou surpreendido quem o viu. A robustez do resultado é enganadora, na medida em que o Rio Ave, com as armas que tem, procurou fazer o jogo pelo jogo, em vez de se encostar à defesa esperando as investidas do adversário. Seria esse o caminho mais rápido para o 5-0. Pelo menos esta noite, já que o FC Porto entrou afoito, trocando a bola com precisão e em progressão.
Caso tivesse encontrado um Rio Ave fechado, o FC Porto poderia ter chegado ao golo logo aí, mas os homens de Vila do Conde não vieram ao Dragão só para defender. Sempre que tinham a bola abriam-se na tentativa de empurrar a acção para a zona mais recuada dos dragões, e diga-se que até tiveram algum sucesso, conseguindo sete pontapés de canto e forçando Fabiano a algumas defesas mais apertadas ao longo do jogo.
Sobretudo em remates de longe, pois perigo inequívoco em frente às balizas foi coisa que esteve arredia. A intensidade do futebol portista foi decrescendo até ao intervalo, mas no reatamento os mais atrasados nem terão conseguido regressar ao lugar – ou ao sofá – a tempo de ver Tello inaugurar o marcador.
Estavam jogados 47 minutos. Embora tenha feito uma melhor segunda parte, o FC Porto não acelerou o ritmo para resolver o encontro; o Rio Ave também não desistiu da matriz de jogo que trazia, evitando assim que o espectáculo se tornasse enfadonho. O chamado “golo da tranquilidade” apareceria a 12 minutos dos descontos, quando Jackson aproveitou um erro da defensiva contrária para trazer a bola até à carreira de tiro e rematar de longe.
Estava encontrado o vencedor. Mas o marcador assinalava apenas 2-0. Como se desmoronou o Rio Ave, então? Com um golpe de sorte do FC Porto, aos 89 minutos. Alex Sandro, imagine-se, levou a bola até à área, mas adiantou-a demais, permitindo que Marcelo aliviasse… contra o próprio Alex Sandro, com o ressalto a ir directo para o fundo das redes. Os vila-condenses só aqui desapareceram do jogo.
Óliver carimbou a sua excelente exibição com o 4-0 (90’+1’), a passe de Quintero, e Danilo, que tanto tinha procurado, acabou por encontrar o caminho do golo, numa cavalgada finalizada com um potente remate ao ângulo (90’+3’). Pela primeira vez na história Danilo candidatou-se a melhor em campo do FC Porto. O que não vale um Dragão de Ouro…
Os números da vitória moralizam, mas mais não fazem que manter o FC Porto na peugada de Benfica e Vitória de Guimarães. É importante não desarmar, em vésperas do confronto directo entre dragões e águias.
Um último comentário sobre o jogo: o FC Porto envergou a famigerada camisola de cor-de-rosa. Não o voltem a fazer, por favor. É horrível.
Infelizmente a disponibilidade para escrever no Corte Limpo não tem sido muita, contudo sempre que possa farei questão de dizer de minha justiça. Ontem o Sporting venceu o Maribor por 3-1 e garantiu a continuidade nas competições europeias a seguir ao jogo de Londres. Se será na Liga Europa ou na Liga dos Campeões, logo se verá. A verdade é que apesar de todos os problemas que a equipa tem (sobretudo na consistência defensiva), o Sporting mostrou ter nível para passar este grupo. Foi superior nos dois jogos com o Maribor e nos dois jogos com o Schalke 04, não tendo garantido já a qualificação por pura infelicidade. Ontem a superioridade foi total e o jogo só não foi mais descansado devido ao auto-golo (mais um, o que se passa este ano?!) e ao longo intervalo que creio não ter sido benéfico para nenhuma das equipas. A época não tem sido negativa, mas a equipa não tem sido consistente, tendo consentido até agora 4 resultados inaceitáveis: o empate com a Académica, o empate com o Belenenses, a derrota em Guimarães e o empate com o Paços de Ferreira, que resultam num atraso de 8 pontos em relação ao primeiro classificado Benfica. É certo que o campeonato este ano é mais longo e que ainda não está sequer cumprido o primeiro terço do calendário, mas tenho de admitir que é já um atraso considerável. Se do meio campo para a frente as coisas não tem corrido mal (Slimani e Montero têm marcado, Nani excelente, Carrillo e Mané têm estado em bom plano), na zona defensiva as coisas não tem estado tão bem, quer por aquilo que os comentadores tem designado pela "baixa de forma" de William Carvalho (que na minha opinião é sobretudo a dificuldade em adaptar-se a um novo modelo táctico), quer pela falta de qualidade/entrosamento na dupla de centrais. Paulo Oliveira parece ter agarrado definitivamente o lugar, mas o lugar ao seu lado, ocupado sucessivamente por Maurício ou Naby Sarr tem dado demasiados problemas. Aliás foram já demasiados os golos sofridos com responsabilidades para estes dois. Caso o Sporting consiga reforçar esta posição em Janeiro, é possível que os níveis exibicionais da equipa melhorem automaticamente e se consiga fazer uma aproximação aos lugares da frente no campeonato. Neste momento, o Sporting parece-me uma equipa capaz do melhor e do pior, tudo é possível. Tanto capaz de virar um resultado adverso, como capaz de desperdiçar uma vantagem confortável. Creio que a consistência e a confiança virão apenas com as vitórias e para isso espero que comecem já no próximo fim de semana contra o Vitória de Setúbal.
Entretanto mudaram os rostos na Liga mas os problemas aparentemente continuam sem se resolver. Diz-se que se calhar terão mesmo de ser os clubes a financiar as competições. Mas não foi para evitar esse cenário que se expulsou o Mário Figueiredo?
Jogo em horário laboral acarreta o problema de não o poder ver. Pelo que me foi dado a entender a primeira parte não terá tido grande história, e a superioridade do FC Porto só veio ao de cima no segundo tempo.
Herrera foi certamente o homem que regressou à Invicta mais feliz. Marcou o primeiro golo e ofereceu os outros dois a Jackson Martínez e a Tello, o último com um fantástico passe a desmarcar o espanhol.
Com a conjugação do resultado do Shakhtar-Athletic, o FC Porto garante a vitória no grupo H, que lhe permitirá jogar em casa a segunda mão dos oitavos de final. Sem saber o adversário – e mesmo sabendo… – só os resultados dirão se é melhor que jogar a decisão fora.
Há tradições que não mudam. A história diz que as visitas à Amoreira nem sempre correm de feição ao FC Porto, e mais uma vez isso se verificou, num jogo de aflições que terminaria com o mesmo resultado da época passada.
Entrando em campo com menos um dia de descanso que os azuis-e-brancos e uma deslocação a Moscovo em cima, o Estoril rapidamente mandou às malvas esse handicap, confirmando que a noite seria mesmo difícil para o FC Porto. Não é que os dragões tenham jogado propriamente mal; o problema é que não conseguiram ser melhores que o adversário. Souberam gerir os momentos do jogo, ter a bola e recuperá-la, mas continua a faltar aquele clique entre os homens mais avançados.
À falta de entrosamento, respondeu Brahimi com mais um lance de autor, em que partiu das imediações da bandeirola de canto rodando sobre Anderson Luís e tirou Diogo Amado do caminho antes de rematar para golo. Foi sem aviso, mas o Estoril não se ficou e igualou a contenda sete minutos mais tarde, numa recuperação de bola a meio-campo que três toques depois era finalizada por Kuca.
O jogo foi, de facto, bom e manteve-se emotivo por largos minutos, até Fabiano cometer uma grande penalidade absolutamente desnecessária. A bola estava a afastar-se da baliza, e o guarda-redes percorreu uns bons 15 metros até chegar ao epicentro do lance. Tempo mais que suficiente para perceber que deitar-se aos pés do avançado na circunstância específica dessa jogada era um chamariz para o penálti. Mas Fabiano arrojou-se mesmo ao relvado, e de braços estendidos encontrou a perna de Tozé em vez da bola. O mesmo jogador, curiosamente emprestado pelo FC Porto, converteu o castigo, e deixou o Estoril a minutos da vitória. Os minutos tornaram-se segundos, e foi já sobre o final da compensação que Óliver se vestiu de salvador e forçou a divisão de pontos.
Nessa altura já o Estoril recuara no terreno, à procura de segurar a vantagem. Foi por um triz que o triunfo escapou, mas não belisca o mérito dos canarinhos pelos problemas criados ao FC Porto. Problemas esses que se juntaram a jogos menos conseguidos de Herrera, que não ligou os sectores com a qualidade de outras noites, e de Jackson Martínez, que passou ao lado do encontro. O apagamento do colombiano levou todas as atenções a recaírem em Adrián López, que continua a não ser mais que um ponto de interrogação. O espanhol decerto não estará a passar um bom momento nesta sua estadia no FC Porto.
O jogo poderia ter caído para qualquer dos lados, e acaba por não cair para nenhum. Quem cai é o FC Porto – para o terceiro lugar da classificação, por troca com o surpreendente Guimarães. Os dragões continuam a ser os únicos ainda invictos no campeonato, mas é já o quarto empate. Demasiados pontos perdidos em escassos dez jogos.
O FC Porto assegurou a passagem aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões com dois jogos de antecedência, num encontro em que dominou de início a fim, mesmo que a exibição no primeiro tempo tenha estado longe de encantar.
Se no jogo do Dragão a defesa pareceu hesitante, em Bilbau foi o sector avançado que nem sempre tomou as melhores decisões na hora de definir as jogadas. Tello esteve muito individualista, assim como Brahimi, e Jackson passou bastante tempo mais afastado da área, batalhando contra a forte marcação dos defensores do Athletic.
Não é que a falta de acutilância ofensiva tenha prejudicado o FC Porto. Tranquilos na classificação, os azuis-e-brancos foram sólidos na defesa, não consentindo lances de perigo para as suas redes.
O primeiro momento de frisson aconteceu aos 12 minutos, quando Jackson rematou pouco ao lado do poste esquerdo de Iraizoz, a culminar uma jogada com princípio, meio e fim. Com o Athletic incapaz de ver com clareza de que cor vestia Fabiano, seria o FC Porto a dispor de nova oportunidade soberana para abrir o activo aos 42 minutos, numa grande penalidade mais forçada por Danilo do que sofrida. Jackson rematou à trave e o encontro iria mesmo para intervalo sem golos.
A segunda parte não trouxe grandes alterações ao figurino. O FC Porto continuou em velocidade de cruzeiro, com bola e segurança defensiva e as alterações no onze do Athletic não trouxeram nada de novo.
Os dragões acabaram por desequilibrar a balança num movimento de Brahimi, aos 56 minutos. Partindo da esquerda com um arranque a jacto que deixou de Marcos fora do lance, o argelino flectiu para a área junto à linha de fundo e avançou até servir Jackson, que à boca da baliza só teve que empurrar.
Face ao que vinha acontecendo em campo, o golo deitou por terra quaisquer ideias que os bilbaínos ainda tivessem na manga. O golo da tranquilidade surgiria à entrada do último quarto de hora, numa infelicidade de Iraizoz, traído pela relva ao dominar um passe simples do central Laporte. A bola saltou sobre o seu pé – foi um pé furado, como se diz em futebolês – e ficou mesmo a jeito para Brahimi, que avançara até perto da pequena área, como que pressentindo o erro.
O mais que os da casa conseguiram foi enviar uma bola ao poste, numa fotografia em que Fabiano teria ficado muito mal, caso a bola tivesse entrado. O 0-2 talvez seja exagerado, porque o FC Porto, apesar de dominar, não foi avassalador. Além do apuramento portista, o resultado dita também que o Athletic não passará à fase seguinte.
Apenas mais uma nota sobre a partida: o relvado já estava bastante maltratado no corredor junto aos bancos de suplentes, e mais pesado ficou com a chuva que caiu em Bilbau nas horas antes do jogo. Relva molhada por vezes leva a que os jogadores deslizem por mais tempo quando se lançam para o carrinho, mas não é crível que isso justifique a frugalidade do árbitro alemão Felix Brych na exibição de cartões. Ficou a ideia de ter havido dureza a mais, nomeadamente da parte de Casemiro e Gurpegui, que só na primeira parte fizeram faltas suficientes para serem expulsos. Não o foram, e a verdade é que com o decorrer do jogo ambos dosearam o arreganho.
Com o objectivo Champions cumprido antecipadamente, é tempo de voltar a focar atenções nas lides da liga doméstica, que segue já no próximo fim-de-semana com a deslocação ao Estoril.
Infelizmente não vou poder analisar o jogo porque apenas vi alguns minutos dele, que coincidiram com a altura em que Brahimi erigiu um monumento que fixou o resultado final.
Um excelente movimento à entrada da área, adornado por uma ginga do argelino, que assim encontrou espaço para desferir um remate em arco, sem hipóteses para o guardião dos insulares.
O triunfo mantém o FC Porto um ponto abaixo do primeiro lugar.
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