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CORTE LIMPO

Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário



Terça-feira, 30.12.14

Taça da Liga, 3.ª fase – Rio Ave FC 0-1 FC Porto – Sem pressas

Preparem-se, porque a partir de agora os grandes estão envolvidos nela. É a Taça da Liga, esse antro de polémicas que incrivelmente vai já na sua oitava edição. Frequentemente um empecilho para vários emblemas participantes, a Taça da Liga não deixa de ter uma vantagem para quem assiste: preenche de futebol as longas e frias semanas de Janeiro. No entanto, essa vantagem desaparece quando nos sentamos em frente ao televisor e constatamos que o futebol jogado nem sempre cativa.

Este jogo não foi excepção. O FC Porto, mesmo já eliminado da Taça de Portugal, tem outras preocupações, além de não ter um carinho especial por esta prova; já o Rio Ave, sem esquecer que foi à final de 2013/14, estará mais interessado na Taça de Portugal, com vista a um regresso ao Jamor.

Era o pretexto ideal para dar minutos a nomes menos utilizados, e os dois conjuntos assim fizeram. Do lado dos dragões, foram titulares Andrés Fernández, José Ángel, Ricardo, Evandro, Adrián e Aboubakar, bem como o central mexicano Reyes, que decerto estará com muitas saudades de Paulo Fonseca e Luís Castro, que o utilizavam mais amiúde.

O efeito das mexidas foi em tudo semelhante ao que já se vira no encontro com o Shakhtar Donetsk. A equipa não se expôs em demasia, mas praticou um futebol pausado – OK, lento, mesmo – sem pressas quer de chegar à área, quer de resolver o jogo. O beneficiado era o Rio Ave, que assim tinha mais tempo e espaço para organizar jogadas e tentar dar uma imagem que apagasse os 5-0 sofridos na visita ao Dragão no final de Novembro.

O futebol pode ter sido vagaroso, mas o FC Porto não deixou de dar a Ederson uma noite atarefada. O guarda-redes brasileiro do Rio Ave teve que se aplicar em diversas ocasiões, por vezes com defesas consecutivas no mesmo lance. No outro extremo, Andrés Fernández pouco teve que fazer, mas ainda viu um remate de Diego Lopes, sem defesa possível, esbarrar na trave. Face ao pouco trabalho que teve nesta gélida noite, tornou-se impossível não reparar que Fernández estava de manga curta. Brrr!

Um jogo assim só se decidiria num golpe fortuito, que aconteceria ao minuto 61, quando Aboubakar e Nuno Lopes, na pequena área, meteram o pé à bola ao mesmo tempo e ela entrou. As imagens televisivas não permitem um veredicto, mas tendo em conta o movimento da bola, fica toda a sensação de que foi o carrinho de Nuno Lopes a empurrar para o golo, mais do que a finalização de Aboubakar. O tento seria atribuído ao camaronês, que assim irá para a CAN com um sorriso nos lábios.

Ederson não concordará, mas o triunfo do FC Porto acaba por ajustar-se, uma vez que a baliza mais visada foi a do Rio Ave, e só assim o brasileiro pôde coleccionar defesas. Quem ficou visivelmente desagradado, mas por ser substituído, foi Quaresma. A sua expressão ao abandonar o relvado não o disfarçava minimamente. Mais indisfarçável só a inépcia de Adrián: um remate ao poste em 90 minutos é muito pouco para quem custou tanto dinheiro.

Por ora, o que custa mais é pensar que o FC Porto ainda tem três jogos para disputar até final desta fase de grupos.

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por Miran Pavlin às 22:45

Sexta-feira, 19.12.14

I Liga, 14.ª jornada – FC Porto 4-0 Vitória FC – Por obrigação

Por muito debate que haja, por muitas justificações que se busquem, a Liga Portuguesa não é, e dificilmente será, uma das melhores do mundo. Desde logo porque não há imprevisibilidade, visto que 78 dos 80 campeonatos já disputados foram ganhos pelos mesmos três nomes. É verdade que ao longo dessas oito décadas houve diversas equipas valorosas entre os clubes não-grandes, mas o melhor que conseguiram foram vice-campeonatos, que as tornam pouco mais que efémeras. Equilibrar só nivelando a Liga por baixo.

Por isso, face ao estatuto dos clubes grandes e aos plantéis à sua disposição, em condições normais qualquer deles tem a obrigação de ganhar, no mínimo, por 4-0 a mais de metade dos participantes na I Liga. O Vitória de Setúbal é uma dessas equipas.

A postura com que os sadinos abordaram a partida, dando a iniciativa ao FC Porto e ficando à espera de um contra-ataque ou de uma bola parada algures no meio-campo adversário, nada trazia ao jogo e deixava os dragões na inerência de conseguirem um golo o quanto antes, sob pena de a ansiedade tomar conta da manobra da equipa.

O golo apareceria a meio do primeiro tempo, numa grande penalidade que talvez tenha sido mais forçada do que sofrida por Danilo, não obstante o setubalense Manu se ter posto a jeito ao meter os braços sobre o lateral brasileiro. Manu já não vai para novo, e devia saber melhor como os árbitros em Portugal analisam os lances.

Chamado à conversão, o hoje titular Quaresma não tremeu. Quatro minutos mais tarde Jackson Martínez assinava o seu 11.º golo na Liga, escrevendo antecipadamente o nome do FC Porto como vencedor. Assim foi. Uma vez que o Setúbal não foi capaz de reentrar no jogo – terá sequer entrado? –, este manteve-se frio como o tempo, e não deixa nada para memória futura, além dos golos.

Com Campaña em estreia no meio-campo defensivo, a ponta final ainda reservou dois golos. Um por Brahimi, na recarga a um remate de Quintero que o guarda-redes Ricardo Batista defendeu para a frente, e outro no último lance do encontro, em nova grande penalidade, agora batida por Danilo. A falta obrigou o árbitro a expulsar Ricardo Batista, que foi substituído entre os postes pelo extremo Zequinha.

O 4-0 final é muito mais fruto desse Setúbal inerte do que de um FC Porto implacável. Reflexo das ideias com que começa este texto. O Vitória, que não bate o FC Porto desde 1982/83, não consegue fazer melhor, e já não é de agora. Só se chamar José Couceiro.

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por Miran Pavlin às 23:55

Domingo, 14.12.14

I Liga, 13.ª jornada – FC Porto 0-2 SL Benfica – Sinal de perigo

 

Era o jogo-chave da época do FC Porto, o tal teste sério que faltava para a equipa, sem prejuízo da memória do encontro com o Sporting para a Taça de Portugal, em que o FC Porto vacilou. Por muito respeito que a Taça mereça, o campeonato é sempre o crivo por que passa a valia de uma equipa. E o FC Porto, ao sair derrotado deste encontro, coloca-se em xeque, ficando desde já dependente de terceiros para conseguir derrubar o Benfica do lugar cimeiro da classificação.

Não se pode dizer que a balança do jogo tenha estado desequilibrada. As duas equipas mostraram que se equivalem, mas num jogo desta importância não chega ter segurança na posse de bola e criar um punhado de oportunidades. Faltou ao FC Porto aquela força que vem de dentro, aquele desejo visceral de vencer o principal adversário na corrida a um título. Uma situação que talvez só se resolva com mais portugueses no plantel.

A diferença ficaria marcada precisamente no aproveitamento das oportunidades. Os encarnados converteram duas, os dragões ficaram-se pela trave. A chamada “fase de estudo” durou longos 36 minutos, com dois conjuntos bem encaixados, que protegeram da melhor forma as suas balizas. O estudo terminou não com o criar de um ascendente para um lado; foi com um golo, mesmo. Num lançamento de linha lateral que fez lembrar aquele de Fucile em 2006/07 que resultou no golo da vitória de Bruno Moraes, o Benfica adiantou-se, com Lima a antecipar-se a Danilo e a desviar para golo com a anca, na pequena área.

O andamento manteve-se por mais vinte minutos. Foi o tempo que levou até o mesmo Lima aproveitar uma defesa incompleta de Fabiano para fazer o 0-2. Só aqui Lopetegui mexeu na equipa, fazendo entrar Quintero e Quaresma. O Benfica respondeu baixando as linhas e ocupando bem os espaços, o que fez com que o FC Porto se abeirasse com mais frequência da baliza de Júlio César, ainda que sem grandes resultados práticos. Foi nesta fase que Jackson Martínez encontrou a trave, em dose dupla.

Lopetegui devia mexido na equipa logo ao intervalo, em vez de esperar para ver o que dava a segunda parte. Depois de sofrer outro golo já era tarde para encontrar um remédio. O jogo não estava com cara de milagres, nem mesmo terminando com três defesas, como aconteceu quando Alex Sandro cedeu o lugar a Aboubakar.

A arbitragem de Jorge Sousa, salvo possíveis equívocos na avaliação de dois lances envolvendo bola e mão, passou ao lado de polémicas, mas não deixa de ser incrível como Maxi Pereira e Samaris conseguem fazer cachos de faltas sem ver um único cartão. O grego só veria um cartão amarelo – na Liga dos Campeões não seria esta a cor – nos minutos finais, num lance em que entrou sobre Jackson Martínez muito fora de tempo, e de sola ao peito. Mais incrível só o facto de as últimas três vitórias do Benfica em casa do FC Porto, separadas por 24 anos, serem todas por 0-2 com um jogador a bisar.

Em suma, o Benfica foi afortunado ao capitalizar numa desatenção e numa falha, e soube fazer emperrar a engrenagem portista através da ocupação de espaços e da anulação do imprevisível Brahimi, muito castigado pelo referido Maxi Pereira. Sai da Invicta com seis pontos de vantagem e deixa o FC Porto com um enorme sinal de perigo à frente do nariz.

As cenas dos próximos capítulos serão de máxima exigência para o FC Porto.

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por Miran Pavlin às 23:55

Domingo, 14.12.14

Sporting 1 - Moreireinse 1 - Derrota com direito a 1 ponto

 Na véspera de um Porto - Benfica não havia margem para erro, mas erro foi o que não faltou. E creio que esta foi a primeira verdadeira derrota do treinador, que apanhou um banho táctico do treinador do Moreirense. A equipa visitante conseguiu estar sempre em superioridade no meio campo, tendo chegado ao golo ainda na primeira parte. Apesar das várias oportunidades de golo, sobretudo na primeira parte, o Sporting não conseguiu soltar-se das amarras do Moreirense. E quantos mais homens punha na frente, menos perigo criava... já que o problema continuava no meio campo. É certo que Nani tinha vindo a disfarçar muitos dos problemas desta equipa, mas isto é mau demais. Quarto empate em casa, demonstrando que os maus resultados em casa são o maior problema a resolver. A falta de classe de Maurício, a incapacidade de William a finalizar jogadas de ataque (nunca acerta com a baliza, seja com a cabeça ou com os pés) e a falta de objectividade na construção das jogadas foram alguns dos aspectos que hoje saltaram à vista (mais uma vez). 

Distante da discussão do título por demérito próprio, o Sporting precisa urgentemente da vinda de um central com classe para salvar o que resta da época. Apesar de uma participação positiva na Liga dos Campeões (só os centrais e o árbitro de baliza russo não deixaram que o Sporting fosse mais longe), o balanço geral está longe de ser positivo e é preciso fazer melhor, muito melhor. 

O potencial existe, mas tem de haver mais regularidade e mais entrega. Há que agir.

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por Kirovski às 19:54

Quarta-feira, 10.12.14

Liga dos Campeões, grupo H – FC Porto 1-1 Shakhtar Donetsk – Felizmente houve golos

Com tudo decidido para os dois clubes, e com a perspectiva de poupanças para o importante compromisso que se segue, havia aviso laranja de jogo com poucos motivos de interesse, e as piores perspectivas confirmaram-se. Alinhando com praticamente uma equipa B, o FC Porto jogou a meio-gás, colocou-se a jeito para perder o encontro, mas acabou por empatar já com a meta à vista, impedindo o Shakhtar de pela primeira vez derrotar os dragões nas competições da UEFA.

Andrés Fernández, Ricardo, Evandro, Aboubakar e Adrián foram todos titulares. Pela lógica seria uma boa oportunidade para os menos utilizados brilharem num palco como a Liga dos Campeões. Por outro lado, tratando-se de quase metade da equipa, tornava-se expectável que colectivamente não tivessem os mecanismos que os mais utilizados aos poucos começam a desenvolver.

E foi realmente isso que aconteceu. Nem o golo do Shakhtar (51’), por Stepanenko num cabeceamento em antecipação na sequência de um canto, quebrou a modorra geral da equipa. Só depois do míssil de Aboubakar (87’) os azuis-e-brancos se moralizaram ao ponto de ainda criarem um par de lances perto da área dos ucranianos, mas o empate permaneceria. Até a plateia, que se mostrara condescendente ao longo de todo o jogo, se galvanizou.

Apesar do futebol pouco intenso, terão ficado golos por marcar, primeiro pelo Shakhtar, com Gladky a falhar o desvio para a baliza aberta, e já na segunda parte por Martins Indi, que cabeceou à trave. O empate final, que se ajusta ao que foi o jogo, permitiu a todos irem felizes para casa. A única nota negativa é a lesão de Ruben Neves, que o afasta do clássico com o Benfica.

O FC Porto passa à fase a eliminar com respeitáveis quatro vitórias, dois empates e cinco golos de Jackson Martínez, e ainda bateu o seu recorde de triunfo mais volumoso na prova. O que não faz esquecer um detalhe: a equipa não foi verdadeiramente testada até agora. Terá este FC Porto pedalada para ultrapassar, por exemplo, Arsenal ou Manchester City?

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por Miran Pavlin às 23:20

Sábado, 06.12.14

I Liga, 12.ª jornada – A Académica Coimbra 0-3 FC Porto – História repetida

Não gosto de me repetir. Nem o queria fazer, mas o jogo não deixa hipótese. Tal como no último encontro entre ambos, então já na recta final da época, o FC Porto prevaleceu de forma simples e rápida sobre a Académica. Não tanto pelo jogo competente que os dragões realizaram, mas antes porque a Académica não conseguiu disfarçar um futebol sem ideias, que porventura estará de acordo com sua a fraca posição classificativa.

Numa altura da competição em que a luta pelo trono dos marcadores aquece, Jackson Martínez mostrou ao que vinha logo ao terceiro minuto, mas o seu desvio certeiro foi invalidado por fora de jogo. Não tardaria muito para que o ponta-de-lança, a solo, encaminhasse o resultado. Primeiro num remate cruzado já de ângulo apertado, e depois de forma magistral com um remate em arco, Jackson chegava aos dez golos na I Liga. 24 minutos de jogo.

O FC Porto não deixou de impor o seu domínio daí para a frente, e o golo de Herrera, a corresponder a uma boa solicitação de Tello, foi uma pedra de gelo sobre o jogo. Não sobrava réstia de dúvida sobre quem levaria de Coimbra os três pontos, e o FC Porto aproveitou para dosear o seu esforço até final. Longos minutos que pela escassez de emoção pouco acrescentaram a nível de história do futebol, mas que serviram para Julen Lopetegui fazer descansar algumas peças e dar minutos a Aboubakar, ainda que poucos.

O jogo de Coimbra tornou-se, de facto, simples. O FC Porto evitou o último falso degrau e chega à porta do encontro com o Benfica a três pontos de distância. Ainda com a derrota frente ao Sporting para a Taça de Portugal na memória, é um teste muito importante para os azuis-e-brancos.

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por Miran Pavlin às 23:30



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