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Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
O dérbi tripeiro regressou ao Bessa e a tradição de ser um campo complicado para o FC Porto não se perdeu nos sete anos de interregno. Tantas vezes ameaçador no passado, desta vez o Boavista foi pouco mais que resistente, faltando-lhe dez minutos para merecer a classificação de estóico.
Por momentos, durante os primeiros minutos, até pareceu que os axadrezados iriam levar o jogo até à área portista, mas seria engano, pois o Boavista não trouxe ideias muito diferentes das que apresentara na primeira volta. Claramente apostado no contra-ataque, a destruição do jogo adversário era a principal preocupação da equipa.
Do outro lado, o FC Porto via-se mais ou menos na mesma situação que encontrou em Basileia. Havia bola e vários metros livres no meio-campo adversário, mas em frente à baliza estava uma muralha onde não se detectavam fissuras. Sem entrar em precipitações, o FC Porto procurou furar pelas alas, pelo meio e pelo ar, mas o ritmo com que jogava servia mais os interesses do Boavista do que os seus.
Talvez a ausência de vários dos jogadores mais utilizados justifique o futebol mais lento. Não havia Danilo, Alex Sandro e Casemiro, todos castigados, Óliver estava lesionado, Tello e Brahimi foram suplentes. Menos ritmo não quis dizer menos segurança, pois a equipa anulou sem grandes dificuldades as iniciativas atacantes dos boavisteiros.
José Ángel procurou dar a profundidade habitualmente exibida por Danilo – ainda que jogue do outro lado da defesa – enquanto o meio-campo cumpria com a missão de fazer a bola chegar ao tridente atacante, onde Hernâni, pela primeira vez titular, mostrou bons pormenores. Oportunidades, apenas uma, num remate de Jackson Martínez a fechar a primeira parte. A mancha de Mika foi suficiente para perturbar a finalização do colombiano.
O FC Porto entrou melhor no segundo parcial, mas não se pode dizer que o rosto do jogo tenha mudado. Não tardaria muito para que Julen Lopetegui começasse a jogar algumas fichas. Aos 55 minutos entrou Tello para o lugar de Hernâni e aos 64 Brahimi substituiu Quintero. Aparentemente inquebrantável, o Boavista respondeu pouco depois, reforçando a linha defensiva com o ex-dragão Marek Čech. Não seria suficiente, contudo.
Numa altura em que os adeptos portistas já roíam as unhas, Tello começou a puxar a manta para o lado do FC Porto. Após partir o lateral direito João Dias, o espanhol cruzou para Jackson marcar (80’). Foi preciso roer também o sabugo, porque a bola ainda prensou nas pernas de Carlos Santos, encaminhando-se em câmara lenta para o golo, quando Philipe Sampaio já se lançava no corte.
Agora com os pés destapados, o Boavista concedeu espaços que os dragões não tardariam a aproveitar, novamente com Tello a conduzir a bola pela esquerda, servindo depois Brahimi, que se enquadrou e rematou colocado (87’) para o 0-2.
A claque portista não resistiu a uns olés. Dérbi é dérbi, e a prová-lo estiveram também algumas entradas mais duras, principalmente do lado dos axadrezados.
O mérito acaba por ser entregue às duas equipas. Ao Boavista pela resistência demonstrada; ao FC Porto também por resistir, mas à sofreguidão que um prolongado 0-0 por vezes causa. O único mérito que conta, o dos golos, coube só aos azuis-e-brancos, que assim mantêm distâncias em vésperas da partida crucial da próxima jornada.
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