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CORTE LIMPO

Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário



Sábado, 21.03.15

Liga NOS, 26.ª jornada – CD Nacional 1-1 FC Porto – Leite derramado

A notícia chegou enquanto o FC Porto aquecia no relvado da Choupana. O Benfica era derrotado em Vila do Conde, transformando este jogo numa oportunidade de ouro para os dragões encurtarem para um singelo ponto a distância relativamente ao topo da classificação.

O FC Porto passava a ter nas mãos justamente a mesma missão que quer Benfica, quer Sporting, tiveram em diversas ocasiões há uns sete, oito anos, e que repetidamente falharam: aproveitar na mesma jornada um deslize do comandante.

Analisando por outro prisma, as deslocações dos azuis-e-brancos à Madeira são já um caso crónico de dificuldades e desinspiração. O que não desculpa a pouca intensidade que o FC Porto imprimiu ao jogo, principalmente na etapa complementar. Não é que o chuveirinho fosse solução, e é verdade que o FC Porto enviou duas bolas aos ferros, todavia faltou-lhe aquilo a que os ingleses chamam bite. Capacidade de morder a baliza adversária. Acutilância, portanto.

A primeira parte teve mais FC Porto, mas pouco perigo junto à baliza. O Nacional foi uma equipa competitiva, mostrando que está num momento da época bem diferente do da primeira volta. Nem o golo sofrido numa altura crucial (45’), num remate colocado de Tello, abateu os insulares, que no segundo tempo não se fizeram rogados no aproveitamento da ligeireza portista.

Com Danilo e Alex Sandro especialmente permeáveis, os atacantes do Nacional iam explorando bem as alas, e o golo surgiria de um desses lances (62’), num cruzamento que passou por toda a pequena área portista até encontrar Wagner ao segundo poste. Alex Sandro estava atrasado.

Um ligeiro balanceamento ofensivo do FC Porto na resposta ao empate quase custava a reviravolta, mas Lucas João teve um falhanço inacreditável a poucos metros da baliza. Lopetegui lançou Quintero – mostrou pouco – e Quaresma – muito activo, mas pouco concreto – na tentativa de recolocar o jogo nos mesmos moldes do primeiro tempo, mas nesta fase já o Nacional estava mais confortável sobre o terreno, pelo que as alterações não surtiram o efeito desejado.

Atendendo àquilo que foi o jogo, o empate acaba por ser justo, mas não deixa de ser um luxo a que o FC Porto não se pode dar, muito menos quando havia em cima da mesa um brinde para reclamar. E agora não vale a pena chorar sobre leite derramado. Passam a ser três os pontos que separam o FC Porto do topo. Nas presentes condições, só uma vitória por 0-3 na Luz conferirá vantagem aos dragões.

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por Miran Pavlin às 23:50

Domingo, 15.03.15

Liga NOS, 25.ª jornada – FC Porto 1-0 FC Arouca – Contrariedades crescentes

Há duas semanas a saúde do plantel portista era de ferro. Apenas Adrián López e Óliver estavam no estaleiro e este seria o lado mais positivo da rotação de jogadores lopeteguiana, que acabou por não sobrecarregar os jogadores ao ponto de provocar a chamada onda de lesões.

Agora que entramos nos idos de Março o cenário mudou ligeiramente. É verdade que Óliver até regressou neste jogo, mas entre os enfermos contam-se agora Jackson Martínez, que se lesionou sozinho em Braga, e Danilo, este atropelado por Fabiano na partida com o Basileia.

Como se não bastasse, esta noite foi o próprio Fabiano a ficar fora de combate, ao fazer-se expulsar bem cedo (12’). Talvez o brasileiro ande a ver demasiados vídeos de Neuer, já que a causa voltou a recair numa saída extemporânea. O lance por certo dividirá opiniões devido à proximidade do lateral Ricardo, mas a verdade é que Fabiano foi imprudente e interferiu com o avançado arouquense André Claro quando este ganhava vantagem sobre a bola e ficaria com a baliza à vista.

Talvez tenha sido a melhor coisa que aconteceu ao jogo, que de outra maneira certamente acabaria por vitimar por sono muitos telespectadores. Com menos uma unidade o FC Porto não podia deixar-se desequilibrar, o que foi conseguido, mas a equipa não evitou denotar alguma intranquilidade.

A reacção táctica de Lopetegui foi, no mínimo, audaz, ao retirar precisamente Ricardo para fazer entrar Helton, deixando os dragões a jogar em 3x3x3, com Casemiro a descer para compensar o defensor a menos. O técnico justificou a opção na conferência de imprensa pós-jogo – “a nossa ideia era ganhar o jogo. (…) Não quisemos perder força no meio nem no ataque. Arriscámos, claro, mas o risco tinha que acontecer” – e viu-a ser recompensada aos 32 minutos, quando um cruzamento suculento de Quaresma foi convertido em golo pela cabeça de Aboubakar, ao segundo poste.

O avançado camaronês tem aproveitado da melhor maneira cada minuto em campo. Fez o seu segundo golo na Liga, marcou também na Taça da Liga e na Liga dos Campeões, e ainda fez a assistência para o golo do triunfo na Pedreira. Enquanto Jackson não recuperar, é dia santo na loja de Aboubakar.

No final do jogo, Pedro Emanuel enalteceu a exibição da sua equipa, mas talvez tenha dourado um pouco a pílula. O Arouca construiu apenas um lance de perigo, num remate de Rui Sampaio – que aqui marcara em 2013/14 – logo no primeiro minuto, após boa jogada. A superioridade numérica não permitiu aos arouquenses muito mais que poder fazer uma pressão mais intensa sobre o portador da bola, mas o FC Porto foi sempre conseguindo encontrar soluções para esse problema.

Na segunda parte os dragões mostraram-se mais ajustados ao esquema reduzido, mas não colocaram dificuldades de maior à defensiva visitante. Herrera passou a cobrir o lado direito da defesa, mas notou-se a falta de rotinas naquela posição, compensadas pela solidez dada por Ruben Neves, entrado aos 56 minutos para o lugar de Óliver. Helton foi o injustiçado da noite, ao ver uma notável defesa, a sua única, ser irrelevante devido a fora-de-jogo no desenrolar do lance.

O veterano guarda-redes terá nova oportunidade na próxima jornada, e os adeptos poderão voltar a matar saudades do seu estilo dançante. Será um bom momento para Fabiano repensar a sua abordagem às saídas dos postes. Nos jogos europeus marcados para Abril um instante infeliz tem um preço demasiado caro.

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por Miran Pavlin às 23:00

Terça-feira, 10.03.15

Liga dos Campeões, oitavos-de-final, 2.ª mão – FC Porto 4-0 FC Basileia – Um regalo

Noite de gala no Dragão. Se houve coisa que não sobrou nesta eliminatória foram dúvidas sobre quem era a melhor equipa, após uma exibição muito completa do FC Porto, que assim regressa aos quartos-de-final da Liga dos Campeões, fase que não atingia desde 2008/09.

Foi mesmo o melhor jogo da época até agora por parte do FC Porto, que até nem contou com duas das suas estrelas mais brilhantes, no caso Jackson Martínez e Óliver. Não vale a pena entrar do domínio do “se”, porque esta noite a equipa foi credora de elogios, e não se sabe como teria sido caso aqueles elementos estivessem disponíveis.

Até os golos estiveram à altura da exibição portista. Brahimi coloriu o marcador logo aos 12 minutos na conversão irrepreensível de um livre directo, e no arranque do segundo tempo trabalhou bem na esquerda do ataque antes de servir Herrera para um bonito remate cruzado que Vaclík foi incapaz de deter, pese embora ainda tenha tocado na bola.

O terceiro golo surgiu escassos minutos mais tarde, em novo livre directo, que Casemiro transformou num míssil sem defesa possível. Aboubakar fixou o resultado final a quinze minutos do termo, numa jogada individual em que transportou a bola até perto da área, rematando certeiro mesmo tendo oposição de dois defesas.

O volume do resultado é consequência directa da prestação colectiva da equipa, que demonstra ter mais segurança e ideias em posse, bem como processos cada vez mais consolidados. E é aqui que aos poucos se vão reconhecendo os dividendos da tão criticada rotatividade imposta por Julen Lopetegui. À falta das peças habituais, as alternativas têm minutos de jogo e ritmo para se integrarem na equipa sem problemas.

Tudo isto foi demais para o Basileia suportar. Baseando o seu jogo na dureza já exibida na primeira mão, os comandados de Paulo Sousa não deixam uma boa imagem nesta despedida europeia, uma vez que não demonstraram ter argumentos para rivalizar com um FC Porto em grande forma.

A goleada ajudou a apagar da memória, pelo menos por uns momentos, o susto que se viveu por volta do quarto de hora de jogo. Uma saída cheia de determinação de Fabiano não só repeliu o perigo, como também apanhou Danilo no caminho, que sentiu toda a força de uma valente pancada na cabeça. O lateral caiu inanimado, saindo de maca directo para o hospital, imobilizado por um colar cervical. Saber-se-ia após o jogo que a lesão não era tão grave quanto se temeu.

Numa noite tão conseguida, não deixa de ser paradoxal afirmar que um dos destaques da equipa do FC Porto tenha sido Fabiano. Perdeu-se a conta ao número de saídas dos postes para cortar bolas metidas em profundidade pela equipa do Basileia. Chegou a fazer lembrar Manuel Neuer.

Sem querer erguer capelas antes do tempo, os 43 mil espectadores presentes no Dragão foram brindados com um regalo de um jogo, que permite encarar a eliminatória seguinte, no mínimo, com confiança. Será a continuação da busca pelo limite competitivo deste plantel.

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por Miran Pavlin às 23:30

Sexta-feira, 06.03.15

Liga NOS, 24.ª jornada – SC Braga 0-1 FC Porto – Pouco sofrido

Um golo bastou para que o FC Porto concluísse com aproveitamento total o mesmo ciclo forte que na primeira volta custou pontos que os dragões ainda não conseguiram recuperar. Num jogo que se adivinhava mais problemático que o clássico da jornada transacta, foi novamente Tello o homem em foco, ao anotar o tento solitário (73’), num movimento em tudo semelhante aos golos que fez ao Sporting.

O resultado foi apertado, e o golo surgiu tarde, mas não se pode dizer que o FC Porto tenha sofrido para o conseguir. Causou mesmo estranheza a forma como o Braga abordou o jogo, tendo em conta o digno registo caseiro que ostenta, e a proximidade do terceiro lugar da classificação. Apenas Sporting e Guimarães roubaram pontos na Pedreira, no entanto o Braga foi muito cauteloso, jogando num bloco baixo, e foram portanto poucas as incursões no último terço do terreno.

Com o factor casa a não valer de muito, consequentemente o FC Porto ficou mais à vontade para trabalhar a bola e construir lances de perigo. A primeira oportunidade até foi dos arsenalistas, numa recarga de Zé Luís que desviou em Casemiro e saiu um cabelo ao lado do poste, mas a partir daí foi só o FC Porto a causar problemas à bem organizada defensiva bracarense, que se foi revelando eficaz.

Primeiro foi o guarda-redes Matheus, muito atento, a opor-se bem a um centro-remate de Tello; uns minutos mais tarde seriam André Pinto e Tiago Gomes a serem salvadores, bloqueando um remate de Jackson Martínez e a recarga de Herrera, à mistura com outros remates, novamente de Tello e ainda de Evandro, que erraram o alvo por pouco.

A pressão continuou na segunda parte, altura em que um raio caiu sobre o FC Porto, quando Jackson, ao perseguir uma bola, se agarrou à coxa e se prostrou no relvado. Problema sério em vésperas de uma decisão europeia. Entrou Aboubakar, e o camaronês não tardaria a aproveitar a oportunidade nascida do infortúnio do colega, sendo o autor da solicitação que Tello finalizou em golo. Só aí o Braga saiu da casca e procurou o ataque, sem sucesso.

As repercussões da lesão de Jackson ficam então reservadas para terça-feira, quando o FC Porto receber o Basileia na segunda mão dos oitavos-de-final da Liga dos Campeões. No plano interno, o FC Porto passa com distinção por quatro testes de respeito, mas não chega. Falta um deslize de quem segue na frente para que a perseguição portista conheça desenvolvimentos.

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por Miran Pavlin às 23:55

Domingo, 01.03.15

Liga NOS, 23.ª jornada – FC Porto 3-0 Sporting CP – Três fotocópias, por favor

O FC Porto derrotou o Sporting utilizando uma fotocopiadora. Quem não tenha visto o jogo terá que ter muita atenção no visionamento de qualquer resumo, pois os golos da noite são muito semelhantes entre si.

Três desmarcações de Cristián Tello no momento certo permitiram ao extremo espanhol aparecer sozinho frente a Rui Patrício. Tantas vezes com o complicador ligado quando surge em frente às balizas, desta vez Tello foi exímio, e nas três ocasiões bateu o internacional português. Jackson Martínez fez o passe para dois golos, o primeiro dos quais com um golpe acrobático de costas para o ataque; no terceiro foi Herrera a assistir, naquele que foi o seu melhor momento de uma noite em que esteve manifestamente apagado.

No pólo oposto esteve Evandro, a surpresa entre os titulares do FC Porto. O médio fez uma exibição muito agradável, compensando da melhor maneira não só o referido apagamento de Herrera, mas também o de Brahimi, que passou ao lado do jogo.

Olhando ao cômputo geral do encontro, a imagem do Sporting sai muito beliscada, visto que os leões não conseguiram criar qualquer ocasião de golo. Nos primeiros vinte minutos até foi o Sporting a mostrar-se mais paciente na construção de jogo, segurando e circulando melhor a bola em busca de espaços para atacar, enquanto o FC Porto parecia mais precipitado na tentativa de encontrar o último terço do terreno, o que lhe custou a acumulação de passes errados na saída de bola.

No entanto, a partir dos 25 minutos o FC Porto corrigiu esse aspecto e começou a fazer a balança do jogo pender sobre a área sportinguista. O golo apareceria aos 31 minutos e a face do jogo mudou irremediavelmente. Ficaria mesmo a sensação de que só o FC Porto regressou dos balneários para a segunda parte, altura em que coleccionou lances junto à área adversária, ainda que muitos deles sem perigo, e acabou por ampliar o marcador, que poderia ser mais elevado, não fosse um cabeceamento de Marcano acertar na trave.

O resultado final espelha a prestação global do FC Porto, que atravessa a melhor fase da temporada até agora, completando aqui uma sequência de cinco triunfos sem sofrer qualquer golo. Foi a primeira vitória dos dragões em clássicos esta época e Tello tornou-se no primeiro jogador neste século a apontar um hat-trick em clássicos a contar para o campeonato.

A perseguição ao líder prossegue nos capítulos seguintes. Já o Sporting fica a 12 pontos do topo. Certamente não atirará a toalha ao chão, mas fica a precisar ainda mais de um cataclismo sem precedentes para quebrar um jejum que vai longo.

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por Miran Pavlin às 23:15

Domingo, 01.03.15

Porto 3 - Sporting 0 - Eclipse Total

Impressões:

- O calendário do Sporting continua diabólico.
- Marco Silva falha em toda a linha hoje, sobretudo por apresentar uma equipa sem condições físicas e anímicas. 
- No último mês, Adrien Silva tem sido uma nulidade a transportar a bola e a fazer passes do meio campo para a frente.
- No último mês, Carrillo tem sido uma nulidade a desequilibrar.
- Montero não tem espaço neste esquema táctico. Independentemente da qualidade técnica do jogador, não devia jogar. 
- Slimani não devia ter entrado contra o Wolfsburgo, nem contra o Porto. Está claramente longe de estar em condições para jogar. A sua entrada só debilitou a equipa.
- Jefferson devia treinar à parte até ao fim do contrato. Os três golos do Porto nascem todos pela esquerda. 
- As substituições não trouxeram rigorosamente nada à equipa.
- A superioridade do Porto foi evidente no final dos 90 minutos, mas para isso o demérito do Sporting foi fundamental. Na primeira parte as bancadas brindavam a equipa do Porto com assobios, por isso, a derrota não pode ser aceite como resultado desse desnível qualitativo que existe (sim, a nível individual), mas que em condições normais, nunca seria tão descomunal.

Tudo o que foi feito de positivo será posto em causa e isso é o resultado mais perigoso desta ciclo negativo. Quinta feira joga-se a primeira mão das meias finais da Taça de Portugal e será uma tarefa hercúlea recuperar o ânimo deste grupo para disputar esse jogo com a intensidade necessária.

Uma nota final para o maior problema que persiste: a nenhuma acutilância ofensiva. Hoje não concretizou (Fabiano não fez uma defesa), na quinta feira não concretizou contra o Wolfsburgo, e o problema vem de trás. Os extremos tem sempre vontade de fazer mais uma finta, e no corredor frontal há sempre uma tal cerimónia na hora de chutar à baliza que só pode dar nisto. Este momento faz-me lembrar quando no final dos anos 90 a selecção Portuguesa era a campeã do mundo de futebol sem balizas... e o jogo da segunda mão contra o Wolfsburgo é um exemplo perfeito. Pressão, passes, técnica, fintas, combinações, zero golos. Sei que o calendário está na fase diabólica supracitada e que não é tempo de fazer trabalho táctico... mas é urgente mudar o chip. Ainda há objectivos a atingir e este ano joga-se o futuro do Sporting. 

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por Kirovski às 21:06



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