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CORTE LIMPO

Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário



Quinta-feira, 25.06.15

Equipamentos

Tempos houve em que um equipamento alternativo era simplesmente isso. Como o próprio nome indica, era uma alternativa para quando não era possível a uma equipa vestir o seu uniforme habitual, fosse por conflito de cores, fosse pelos elementos da camisola. O equipamento alternativo só era usado quando era estritamente necessário.

Nesses tempos, o equipamento secundário normalmente invertia as cores do principal, ou, no caso de a equipa usar riscas, era uma versão lisa. Era norma ser a equipa visitada a trajar o segundo equipamento, naquilo que era entendido não só como uma cortesia para com o visitante, mas também como uma forma de os adeptos da casa poderem ver o adversário jogar nas cores que melhor o identificam.

Algures na viragem do século, com o advento da comercialização das réplicas oficiais, o paradigma mudou, aproximando-se da prática norte-americana. O equipamento alternativo passou a ser conhecido como “equipamento fora”, por oposição ao principal, o “equipamento casa”. A americanização, no entanto, não foi total, porque a segunda indumentária é usada arbitrariamente quer por visitados, quer por visitantes, mesmo quando não há conflito.

Mas não só. Esses “equipamentos fora” passaram a incluir cores que nada têm a ver com os clubes, bem como feitios mais ou menos inusitados – quem não se lembra do dragão estampado naquela camisola Kappa do FC Porto, ou do célebre equipamento “dos lixeiros” do Sporting? Ainda antes da mudança do paradigma, o Manchester United chegou a jogar de verde e amarelo, e o Liverpool de verde. Daí para a frente é a confusão total. Convenhamos que ver o FC Porto jogar de amarelo, de roxo, de camuflado ou de cor-de-rosa não é o mesmo que vê-lo jogar de azul; assim como não é a mesma coisa ver o Setúbal de roxo e preto e o Belenenses de laranja; ou o Real Madrid todo de vermelho.

As roupas alternativas mudam todos os anos, mas há excepções. Casos do Arsenal, que há décadas tem um equipamento em amarelo e azul; do Barcelona, que recorrentemente usa laranja e/ou amarelo, mesmo fluorescente; do Zaragoza, sempre com amarelo e preto às riscas verticais; do Milan, invariavelmente de branco; ou mesmo da Juventus, que frequentemente recorre ao azul.

É tudo no interesse comercial das marcas que os vestem, mas com isso perde-se um pouco da essência dos clubes. Ao ponto de na próxima época o FC Porto vestir de castanho. A marca diz que é cacau, mas não entremos por aí. É castanho. Penso o mesmo sobre todos os clubes: usar cores que dificultam a sua identificação faz com que as equipas não imponham o mesmo respeito aos adversários.

Se a americanização não foi levada até ao fim, porque não preservar o uso antigo?

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por Miran Pavlin às 23:55

Domingo, 07.06.15

Bem-vindos

2015/16 vai marcar a estreia do Tondela (na foto) entre os grandes. Seja bem-vindo! É sempre bom ver caras novas.

O outro promovido é o União da Madeira, que disputará a sua sexta época no escalão máximo, onde não estava desde 1994/95. Bem-vindo de volta! Desde 1990/91 que não havia três equipas da Madeira na I Liga.

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por Miran Pavlin às 15:55

Domingo, 07.06.15

FC Penafiel 2014/15 – 18.º lugar – 5v, 7e, 22d, 29gm-69gs, 22pts – despromovido

O regresso do Penafiel ao escalão maior pela primeira vez desde 2005/06 durou apenas uma temporada. A culpa tem de ser dos últimos dez minutos dos jogos, altura em que o Penafiel desperdiçou nada menos que 13 pontos, incluindo os dois que perdeu no Dragão na última jornada, quando tudo já estava decidido.

Quando venceu pela primeira vez, num 2-0 diante do Setúbal na quinta ronda, o Penafiel estreava um novo treinador, no caso Rui Quinta. O triunfo foi apenas um brinde de boas-vindas ao novo técnico, que só viu a sua equipa vencer novamente sete jogos mais tarde (0-1 em Arouca). Nova vitória no jogo seguinte (2-1 ao Nacional) fez crer que a recuperação era possível, mas seria sol de pouca dura. Oito jogos sem vencer entre as jornadas 14 e 21, e mais dez entre as rondas 23 e 32 retratam bem por que o Penafiel desceu.

Ainda houve lugar a nova chicotada psicológica, com o Penafiel a ressuscitar Carlos Brito, que estava inactivo há dois anos e meio e rendeu Quinta para os últimos nove jogos, dos quais só venceria um. Foi uma vitória com requintes de crueldade. Já despromovidos, os durienses bateram o Gil Vicente na 33.ª jornada (2-1), levando-o consigo rumo à II Liga.

Dono da pior defesa, e tendo ocupado a zona fatal em 31 das 34 jornadas, o Penafiel conheceu, tal como o Gil, uma morte anunciada. Apesar de contar 13 presenças na I Divisão, o Penafiel regressa ao seu habitat natural, uma vez que vai para a 20.ª presença em 25 edições da II Liga.

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por Miran Pavlin às 15:40

Domingo, 07.06.15

Gil Vicente FC 2014/15 – 17.º lugar – 4v, 11e, 19d, 25gm-60gs, 23pts – despromovido

Foi uma morte anunciada. O Gil Vicente só esteve fora da linha de água em quatro das 34 jornadas, teve o segundo pior ataque – apenas à frente dos 24 golos do Setúbal –, a primeira vitória demorou 16 jornadas a aparecer e apenas houve mais três depois dessa, bem como uma sequência de oito jogos sem vencer.

O treinador João de Deus transitou da época anterior, mas tinha a sua posição fragilizada por uma temporada bastante fraca, em que o Gil se manteve quase por milagre. A direcção gilista demorou três jornadas a perceber que algo tinha que mudar e fez estalar o chicote. José Mota não trouxe consigo o antídoto para a alergia às vitórias, mas conduziria os destinos da equipa até final.

As chegadas dos centrais Cadu e Berger e do avançado Yazalde no mercado de inverno deram outra solidez à equipa, que obteve um empate em Guimarães (2-2) e vitórias contra Marítimo (1-2, a primeira de sempre nos Barreiros), Paços de Ferreira (1-0) e Académica (1-2), mas a derrota em Arouca (3-1) à 26.ª jornada foi crucial. O calendário também não foi meigo, ao reservar jogos com Benfica e FC Porto para as jornadas 31 e 32, e o Gil Vicente ver-se-ia despromovido a uma ronda do final, ao perder em Penafiel (2-1).

Simy (9 golos) e João Vilela (4) destacaram-se, mas os seus esforços foram insuficientes para levar o Gil a bom porto. Será o regresso dos galos ao inferno da II Liga, quatro anos depois.

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por Miran Pavlin às 15:35

Domingo, 07.06.15

FC Arouca 2014/15 – 16.º lugar – 7v, 7e, 20d, 26gm-50gs, 28pts

A segunda participação do Arouca na divisão maior foi uma viagem bem mais agitada que no ano de estreia. 12.º em 2013/14, o Arouca entrou na nova época de pontaria desafinada, apontando escassos seis golos nos primeiros doze jogos. À 13.ª jornada completavam-se oito partidas sem vencer, com derrotas caseiras com outros aflitos (Académica e Penafiel, ambos 0-1). Vitórias, só duas, nas jornadas 5 (Rio Ave, 1-2) e 6 (Braga, 1-0).

Apesar da pobreza dos resultados, o Arouca só passou uma jornada dentro da zona perigosa, precisamente nessa 13.ª ronda. Ainda assim, foi preciso sofrer muito. Desde que caiu para 15.º classificado à oitava jornada, a equipa não conseguiu subir acima do 14.º posto, fez apenas 13 pontos em toda a segunda volta, e mesmo a manutenção foi assegurada com uma derrota por 2-1 em Setúbal, na 33.ª jornada. Curiosamente, no mesmo local onde os arouquenses foram eliminados da Taça de Portugal (1-0).

Que a equipa de Pedro Emanuel tenha conseguido a manutenção é por si só incrível. O Arouca é, de facto, lutador, mas ser-lhe-á suficiente para se manter na próxima temporada?

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por Miran Pavlin às 15:25

Domingo, 07.06.15

A Académica Coimbra 2014/15 – 15.º lugar – 4v, 17e, 13d, 26gm-46gs, 29pts

O Estádio Cidade de Coimbra fica de longe com o título de recinto onde era mais difícil ganhar. Tanto, que nem a equipa da casa o conseguia. Isso mesmo. A Académica só ganhou um dos 17 jogos caseiros, e já na 25.ª jornada, frente ao Nacional (2-1). Dos visitantes, só Benfica (0-2), FC Porto (0-3), Gil Vicente (1-2) e Guimarães (2-4) venceram.

Foi incrível a forma como o técnico Paulo Sérgio foi resistindo a uma eliminação precoce na Taça de Portugal, aos pés do Santa Maria (CNS), e a uma série de quinze jogos sem vencer entre as jornadas 7 e 21. De lenço branco em lenço branco, o treinador só aí abandonaria, com a equipa em 17.º lugar. O substituto foi José Viterbo, que treinava a equipa sub-23.

Viterbo estava feliz da vida por poder orientar a equipa principal, e terá conseguido passar algum desse entusiasmo aos jogadores, transformando a série negra numa sequência de seis jogos sem perder, que incluiu triunfos no Estoril (1-2) e em Moreira de Cónegos (0-2) e um empate em Braga (0-0), que levaram a Académica ao 13.º posto à jornada 25. A ponta final foi titubeante, já que os dois últimos empates dessa sequência foram ao mesmo tempo os primeiros dois jogos de uma série de nove sem vencer, a encerrar o campeonato.

Os 17 empates, precisamente metade do campeonato, foram o máximo de entre os 18 participantes na I Liga. Terão sido essas igualdades a salvar os estudantes da despromoção, uma vez que quatro vitórias em 34 jogos é, de facto, pouco. A Académica foi outra das equipas a quem faltaram referências dentro das quatro linhas. A lesão do capitão Marinho foi outro revés com que o plantel academista teve que lidar.

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por Miran Pavlin às 15:20

Domingo, 07.06.15

Vitória FC 2014/15 – 14.º lugar – 7v, 8e, 19d, 24gm-56gs, 29pts

É o pão nosso de cada época nas margens do Sado. Futebol pobre, dependente de rasgos individuais, resultados fracos e as consequentes aflições da linha de água sempre presentes. O Vitória só ocupou lugares da primeira metade da classificação nas jornadas 2 e 3, e viveu séries sem vencer de quatro, seis e sete jogos. Apesar dos sobressaltos, os sadinos só estiveram abaixo da linha de água por uma vez, logo à primeira jornada.

Mas foi mais uma vez de coração nas mãos que se viveu a temporada. A Taça da Liga trouxe alguma luz, com o Setúbal a atingir as meias-finais, onde não seria capaz de travar o Benfica em casa deste. Na Taça de Portugal, o afastamento pelo secundário Oriental na 4.ª eliminatória em nada ajudou à causa do treinador Domingos Paciência. Quatro vitórias e dois empates na primeira volta da Liga era um registo tão parco quanto esclarecedor, e Domingos cedeu o comando a Bruno Ribeiro.

Homem da casa, é o mais recente membro da dinastia de bombeiros setubalense, que inclui Carlos Cardoso, Hélio Sousa e, fugazmente, Quim. Funcionando como candeia do plantel, Ribeiro não fez um registo muito diferente do seu antecessor (três vitórias e seis empates), mas a verdade é que foi o suficiente para que o Vitória celebrasse a manutenção na penúltima jornada, com um triunfo sobre o Arouca (2-1).

Um alívio para o Vitória. Mas mais uma vez ficou claro que faltam referências em campo que dêem outra cor ao futebol exibido. Fica a sensação de que a despromoção é um desastre à espera de acontecer no Bonfim.

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por Miran Pavlin às 15:10

Domingo, 07.06.15

Boavista FC 2014/15 – 13.º lugar – 9v, 7e, 18d, 27gm-50gs, 34pts

O regressado Boavista é o campeão moral da temporada. Com o clube a ser trasladado do CNS para a I Liga, uma subida de duas divisões, certamente que a equipa sentiria um choque competitivo com consequências difíceis de prever.

A primeira tentativa terminou com uma pesada derrota por 3-0 em Braga. O primeiro triunfo apareceu à quarta jornada, diante da Académica por 1-0, com um autogolo de Ofori. O empate no Dragão na jornada seguinte foi a pedra de toque para que a equipa do Boavista acreditasse que era de facto uma equipa de I Liga.

Vitórias estratégicas frente a Gil Vicente (3-2), Penafiel (1-0), Setúbal (0-1) e Arouca (3-1) – os aflitos – permitiam ao Boavista terminar a primeira metade do campeonato em 13.º lugar. Apesar de ter estado sempre na parte baixa da classificação, o Boavista foi conseguindo levar a água ao seu moinho, somando pontos aqui e ali, bem como duas vitórias saborosas, contra Braga (1-0) e Guimarães (3-1).

Por muito humilde que a equipa fosse, a manutenção do xadrez não será alheia a algumas peças mais destacadas ao dispor do técnico Petit. O hondurenho Beckeles (jogou o Mundial 2014), o nigeriano Uchebo (Mundial 2014), o reforço gabonês Appindangoye (CAN), ou o bem conhecido Marek Čech, o eslovaco que passara pelo FC Porto alguns anos atrás, foram o complemento à crença e combatividade de uma equipa que não virou a cara à luta.

A desejada permanência foi assegurada com três jogos por disputar, imagine-se. Um grande feito para o Boavista. Feito ainda maior seria replicá-lo na próxima época. Não haverá a desculpa do ano de aprendizagem e os adversários decerto sentirão menos problemas com o relvado sintético do Bessa.

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por Miran Pavlin às 15:05

Domingo, 07.06.15

GD Estoril-Praia 2014/15 – 12.º lugar – 9v, 13e, 12d, 38gm-56gs, 40pts

As últimas duas temporadas foram, de longe, as melhores de sempre do Estoril. Treinado por Marco Silva, o clube conseguiu um quinto e um quarto lugares, com as correspondentes qualificações para a Liga Europa. Com a saída do técnico para o Sporting, a sucessão ficou a cargo de José Couceiro, e não tardou muito para que as coisas se complicassem em termos classificativos.

Ao cabo de oito jornadas e uma só vitória, o Estoril era 16.º classificado. Uma prestação interessante na Liga Europa talvez atenuasse a pressão sobre Couceiro. O Panathinaikos foi vergado na Amoreira (2-0) e em Eindhoven só uma grande penalidade deu o triunfo ao PSV (1-0). O Dinamo de Moscovo venceu todos os jogos do grupo e o Estoril terminaria com dois empates, perante PSV (3-3 em casa, em jogo marcado pelo mau tempo) e Panathinaikos (1-1 fora).

Quando a fase de grupos da Liga Europa terminou, em meados de Dezembro, o Estoril estava a meio de uma série de dez jogos em que só perdeu um, em Alvalade. Os canarinhos eram oitavos após a primeira jornada da segunda volta e pareciam revigorados, mas desmoronaram-se, perdendo cinco partidas consecutivas entre as jornadas 19 e 23, caindo para o 12.º lugar. Essa quinta derrota foi um 6-0 na Luz que precipitou a saída de José Couceiro. Mantém-se a sina do técnico, que só consegue ser feliz em Setúbal.

A temporada concluiu-se sob a batuta de uma liderança bicéfala Fabiano Soares/Hugo Leal, que pouco mais puderam fazer que minorar os estragos de um ano de sobressaltos, conseguindo três vitórias e seis empates nos últimos onze encontros, um deles com o Sporting. Por essa altura o Estoril já estava fora das duas taças nacionais.

É o Estoril a descer à terra. A Traffic, detentora da SAD do clube está interessada em vender. Sinal de que os canarinhos vão cair ainda mais?

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por Miran Pavlin às 15:00

Sábado, 06.06.15

Moreirense FC 2014/15 – 11.º lugar – 11v, 10e, 13d, 33gm-42gs, 43 pts

A quinta presença do Moreirense no convívio dos grandes esteve a um passo de ser a melhor de sempre do clube. Os cónegos entraram a ganhar (0-1 no Nacional) e só à décima jornada sofriam uma derrota mais indigesta (0-1 com o Belenenses, com uma grande penalidade aos 88 minutos).

As outras duas derrotas do Moreirense tinham surgido no Dragão e na Luz, pelo que o nono lugar que então ocupavam era mais que valoroso. Um início de segunda volta mais tremido levou-o ao 12.º posto, mas o Moreirense manteve-se regular, fixando-se no 11.º lugar final à 27.ª jornada, celebrando a permanência dois jogos mais tarde. Nada mau.

Melhor ainda foi a história que se escreveu na ronda 28. A vitória do Moreirense sobre o Guimarães (2-1) foi a sua primeira contra os seus vizinhos em jogos a contar para o campeonato. Ainda haverá quem se lembre que entre 1998/99 e 2000/01 o Moreirense eliminou sempre o Vitória da Taça de Portugal?

A melhor prestação de sempre dos cónegos continua então a ser o 9.º lugar de 2003/04. A dúvida que fica para 2015/16 é se o Moreirense conseguirá repetir uma época tão tranquila como esta.

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por Miran Pavlin às 15:45

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