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Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
Assim que acabei de lavrar a crónica anterior deixei para minha memória futura a seguinte consideração: “como vai ser no jogo em que o FC Porto tenha bola e crie lances de perigo, mas o golo não apareça? Que soluções/alternativas a equipa terá/tentará?”
Pois bem… esse jogo chegou. O FC Porto teve efectivamente muita posse de bola, mas não é que tenha criado lances de perigo uns atrás dos outros. Em parte porque a acumulação de jogadores do Braga em missão defensiva fazia com que houvesse sempre um corpo a mais entre a bola e a baliza, mas também porque os dragões complicaram em demasia as jogadas junto à área contrária.
Essa tendência dos azuis-e-brancos não é nova. Há sempre mais uma finta, mais um passe, mais um segundo de espera antes que a equipa se desmultiplique na saída para o ataque. Tudo isso permite que o adversário se recoloque e cerre as suas fileiras, e o FC Porto foi cometendo cada um destes pecados. Mas nem tudo foi cinzento. Houve lances em que os dragões assustaram os arsenalistas, mas os remates ora saíam frouxos, ora à figura de Kritsyuk.
Com Alan e Rafa a demonstrar grande à-vontade, o Braga teve algumas saídas ao ataque, principalmente durante o primeiro tempo, mas pode dizer-se que Casillas foi espectador ao longo dos 90 minutos. Depois do intervalo os minhotos foram ficando gradualmente mais confortáveis numa pele sobretudo defensiva, mas a melhor situação de golo foi sua (70’), num contra-ataque pela esquerda que deixou dois homens soltos em zona de remate. O lance acabou por não ser de perigo extremo pela lentidão na definição final da jogada, que permitiu a André André cortar o disparo de Alan.
A isto o FC Porto respondeu com o grande volume de jogo no meio-campo ofensivo e um onze que terminou a partida bastante inclinado para a frente, fruto das presenças de André André, Danilo Pereira, Bueno, Corona, Tello e Aboubakar; Layún foi mais extremo que lateral, coleccionando cruzamentos – e diga-se, todos foram para a área, nenhum bateu no adversário imediatamente à frente. Brahimi foi o azarado da noite, ao sair lesionado cerca da hora de jogo. O argelino ficou tocado na coxa num lance em que optava pela via mais complicada, a de passar por dois defesas em vez de soltar para um colega.
Foi apenas uma entre muitas complicações para o FC Porto neste jogo. O nulo final, além de ter quebrado uma sequência de 20 triunfos consecutivos no Dragão em todas as provas, significa que o FC Porto perde a liderança da Liga, estando agora dois pontos atrás do Sporting, que à hora do início deste jogo acabava de bater o Benfica na Luz por 0-3. Depois de cinco jornadas lado a lado no topo da classificação, dragões e leões separam-se, num momento que pode ou não ser simbólico. O FC Porto volta a encontrar-se em desvantagem pontual ainda cedo no campeonato. E a margem de erro entra na equação.
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