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Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
Comecemos pelo minuto 60, altura em que o FC Porto vencia por 2-0 e a transmissão televisiva mostrou José Peseiro, após uma jogada que não lhe agradou, chamar a atenção a alguém no relvado dizendo que “não temos pressa”, presumivelmente na construção dos lances. Não terá o treinador escolhido as melhores palavras, nem terá sido o momento mais apropriado para o fazer, pois menos de dez minutos mais tarde o União chegava, imagine-se, à igualdade. É um traço definidor daquilo que é o FC Porto 2015/16: uma insegurança defensiva que se traduz em sete jogos de enfiada a sofrer golos na I Liga. Já para não falar que para este FC Porto nada é – nem está – garantido.
É também justo dizer que o União chegou ao empate praticamente sem saber como. Pode passar-se desde já à frente do primeiro tempo, que teve o golo de Aboubakar (24’) e pouco mais. Aos 51 minutos apareceu o segundo golo dos dragões, num belo remate em arco de Herrera, e o FC Porto parecia ter controlo definitivo sobre o jogo. Era engano. Cinco minutos depois do tento do mexicano entrava em campo Danilo Dias, que é ao mesmo tempo o homem mais experiente do plantel unionista e o seu melhor marcador na I Liga. E o jogo mudou.
O União tornou-se mais perigoso, e seria mesmo Danilo Dias a reduzir a diferença (62’). O brasileiro não se ficou por aqui, e ao minuto 67 bisou, provocando suores frios um pouco por todo o Estádio do Dragão. A equipa dos dragões transpirava insegurança, numa imagem diametralmente oposta à tranquilidade que demonstrara até aí, os adeptos presentes também se contorciam nas cadeiras, e o jogo ficou partido ao ponto de se pensar que uma reviravolta histórica estava ali ao virar da esquina.
À entrada para os dez minutos finais o guarda-redes do União solicitou assistência médica, e pensou-se que seria apenas a primeira manobra dos insulares para congelar o jogo e conservar o empate. Também aí seria engano. O FC Porto ainda conseguiria chegar ao terceiro golo (87’), que o poupou a muitas dores de cabeça e a ouvidos massacrados por assobios. O salvador, desta vez, foi o tantas vezes apagado Corona, que tabelou com Suk antes de disparar forte, rasteiro e de surpresa. O guarda-redes Ricardo Campos ainda tocou na bola, mas não foi suficiente.
O triunfo suado deixa mais uma vez à vista que os problemas do FC Porto não residem no meio, mas sim nos vértices. Faltam extremos que saibam sê-lo e que cruzem como tal – e isso é meio caminho andado para que o ponta-de-lança seja mais produtivo – além de um central capaz de comandar na zona recuada. Só há duas soluções: ou lançar jovens e dar-lhes tempo para se acomodarem, coisa que um clube da dimensão do FC Porto não tem, muito menos no momento em que está, ou resgatar alguém rodado que tenha ligações à casa. Será que Ricardo Costa e Vieirinha, para não falar em Bruno Alves, poderiam ser úteis à causa?
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