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CORTE LIMPO

Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário



Sábado, 30.04.16

Liga NOS, 32.ª jornada – FC Porto 1-3 Sporting CP – Sem rumo

Matematicamente arredado de tudo desde a jornada anterior, restava ao FC Porto defender a sua honra até final do campeonato. Mas nem isso os dragões conseguiram nesta recepção ao Sporting, numa partida em que ficou bem claro o motivo por que os leões ocupam o segundo lugar, bem na peugada do líder Benfica.

É impossível não achar que o Sporting venceu bem, na medida em que a equipa mostrou que tem fio de jogo e processos consolidados. O FC Porto, por seu turno, mais uma vez deixou transparecer que não sabe bem como segurar o touro pelos cornos, permitindo ao adversário jogar com a tranquilidade que os oponentes não tinham quando defrontavam versões passadas do FC Porto.

O cômputo geral da exibição portista é parco. Herrera acertou no poste aos sete minutos de jogo, Sérgio Oliveira encontrou a trave na cobrança de um livre directo (51’), e sobraram queixas de um lance em que Aboubakar parece ser derrubado por Coates em plena grande área (67’). De resto, a segunda parte do FC Porto foi tão fraca que não existem outros lances a registar. A hipotética grande penalidade por assinalar oferece menos dúvidas que o lance que foi de facto sancionado pelo árbitro Artur Soares Dias (35’). Numa jogada que também envolveu Coates, o juiz considerou que o central uruguaio do Sporting rasteirou Brahimi, mas o lance é bastante duvidoso.

Herrera não perdoou na conversão, lançando a ilusão de que os azuis-e-brancos conseguiriam pegar no jogo e possivelmente dar uma alegria aos cerca de 40 mil adeptos presentes. Seria apenas isso: uma ilusão. O FC Porto já corria atrás do prejuízo, por força do golo de Slimani (23’), que apareceu solto na zona fatal para desviar o cruzamento rasteiro de João Mário. O argelino voltaria a celebrar ao minuto 44, agora de cabeça, colocando a bola onde se exigia, a cruzamento de Ruiz.

Como se escreve acima, a segunda parte do FC Porto foi terrível. Mais que isso: em todo o jogo, não houve um único momento em que se sentisse que o FC Porto poderia inclinar a balança do jogo a seu favor. Ainda haveria um golpe final (85’), quando Bruno César, que entrara havia escassos quatro minutos, avançou sozinho sobre a baliza contrária e desferiu um remate que passaria por baixo do corpo de Casillas, deixando-o muito mal na fotografia. O guarda-redes espanhol terminará a época com uma colecção de fífias que não deixam morrer o debate em torno das suas capacidades.

A final da Taça de Portugal aproxima-se a passos largos. As três derrotas nos últimos cinco jogos, inclusive, deixam os adeptos e simpatizantes do FC Porto em grande sobressalto. Apesar de um ou outro jogo mais conseguido ao longo da temporada, este FC Porto é progressivamente uma equipa sem norte, sem rumo, e agora também com a motivação perto do zero. Por ter pegado na equipa já com o barco a meter muita água, José Peseiro não será o principal culpado da situação em que o FC Porto se encontra, mas é bem possível que a sucessão de derrotas venha a queimar os créditos que o técnico amealhou por ter verticalizado o futebol da equipa.

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por Miran Pavlin às 22:15

Sábado, 23.04.16

Liga NOS, 31.ª jornada - A Académica Coimbra 1-2 FC Porto

Não assisti ao jogo. Sem visionar não há comentários.

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por Miran Pavlin às 23:00

Domingo, 17.04.16

Liga NOS, 30.ª jornada – FC Porto 4-0 CD Nacional – Regresso ao futuro

Quando a época começou, era este o futuro que se esperava para o FC Porto da 30.ª jornada; uma equipa bem oleada, com domínio preciso sobre os processos básicos de jogo e capaz de reduzir o adversário a um par de remates que permitem ao guarda-redes um momento de brilho perdido algures numa noite de pouco trabalho. Tudo isto foi verdade hoje. O caminho até esta jornada é que não foi, de maneira nenhuma, aquele que se esperava.

O grande problema da presente versão do FC Porto, mais que os erros defensivos e a aparente falta de dois ou três elementos de qualidade superior, prende-se com o facto de a equipa não conseguir realizar mais vezes exibições como esta. Naturalmente que é mais fácil quando aos nove minutos de jogo já se vence por 2-0, mas a equipa não adormeceu à sombra dessa vantagem, e buscou sempre ampliá-la, o que acabaria por conseguir.

Varela deu o mote para o resto do jogo logo no segundo minuto, com um soberbo remate em arco, que não deu hipóteses de defesa ao guardião dos insulares. Decorria o minuto nove quando uma jogada envolvente dos dragões culminou no 2-0, por intermédio de Herrera, num remate cruzado a partir do flanco esquerdo. A equipa ainda procurou de todas as maneiras oferecer um golo a André Silva, que se estreava como titular na I Liga, mas o jovem ponta-de-lança, apesar de todas as indicações positivas que deixou, não teve engenho suficiente para fazer o gosto ao pé.

A equipa, no seu todo, funcionou muito bem, pelo que não surpreendeu que o marcador se avolumasse no segundo tempo. Danilo Pereira, na sequência de um canto, cabeceou certeiro na zona fatal (67’), e Aboubakar, que entretanto rendera André Silva, também voltou aos golos, num mini-chapéu após bom trabalho na área (85’). O camaronês estava adiantado, mas as imagens não esclarecem se a bola chegou a si tocada por um defensor contrário.

A prova de que o FC Porto foi dono e senhor do jogo reside no guarda-redes alvinegro Rui Silva, que mesmo tendo concedido quatro golos – todos sem culpas – foi o homem do jogo, à custa da dezena de boas defesas que efectuou.

No final, os adeptos portistas puderam esquecer por uns dias a vergonha e a tristeza das partidas anteriores. É este tipo de atitude e de exibição que se pede para o Jamor. Restam quatro jornadas para afinar o que houver a afinar com vista à decisão da Taça de Portugal, onde as dificuldades serão exponencialmente maiores.

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por Miran Pavlin às 23:35

Domingo, 10.04.16

Liga NOS, 29.ª jornada – FC Paços de Ferreira 1-0 FC Porto – Ressaca

O FC Porto que subiu ao relvado da antiga Mata Real estava de ressaca. Não apenas do desaire com o Tondela, mas também da bula que Pinto da Costa emitiu dias antes na antena do Porto Canal. Nessa entrevista, o líder do clube afirmou sem margem para dúvidas que a presente época estava encerrada, servindo os restantes jogos para separar o trigo do joio, no sentido de aferir com quem se pode contar para a campanha 2016/17.

Nesta era titubeante que o FC Porto atravessa, essas declarações foram tudo menos bem-vindas, na medida em que significaram um esvaziar de objectivos competitivos que não podia dar bom resultado. E assim, no espaço de uma semana, os dragões duplicaram a distância a que estavam da liderança – de seis para doze pontos – além de terem definitivamente hipotecado as possibilidades de assegurar entrada directa na próxima edição da Liga dos Campeões – o próprio título ainda era possível antes desta mini-queda livre, mas face à tendência geral talvez não passasse de um sonho louco, por muito que o futebol e o inesperado tantas vezes andem de mãos dadas.

Se no último jogo só restou ao FC Porto tapar o rosto para esconder a vergonha, aqui ainda houve margem para deixar os olhos a descoberto. Em parte porque os dragões foram um pouco mais mexidos em campo, mas também porque o Paços de Ferreira jogava em casa, tem argumentos de que o Tondela não dispõe e segue mais bem colocado na classificação. Não quer isto dizer que os castores tenham feito uma exibição de encher o olho, porque na verdade o jogo foi nivelado por baixo. O Paços não quis arriscar e o FC Porto fez, como o presidente sugeriu, um jogo de início de pré-época, com pouca intensidade e pouca objectividade.

As oportunidades contam-se pelos dedos da mão. Enquanto o FC Porto apenas apareceu em esporádicos remates que nem sempre saíram perto da baliza, o Paços de Ferreira capitalizou naquela que foi porventura a única oportunidade de golo que construiu, nascida de uma perda de bola de Layún. O pacense Bruno Santos ficou com caminho livre para tirar um cruzamento desde a direita, que encontrou Diogo Jota, cujo remate à entrada da pequena área ainda bateu em Martins Indi antes de se anichar nas redes de Casillas. Jogava-se o minuto 80, e o FC Porto ainda teve tempo de colocar à prova Defendi. O guardião brasileiro do Paços fez jus ao nome, e negou as duas investidas de André Silva com duas boas defesas, particularmente a segunda, na qual tirou a bola do seu ângulo superior esquerdo. Estes lances não devem apagar as dificulades que os azuis-e-brancos sentiram em chegar à área contrária depois do golo.

Ficou então por esclarecer quem serão os nomes em melhor posição para atacar a próxima época. Não é a única dúvida no ar neste momento. Falta também saber se a resposta ao desafio lançado por Pinto da Costa ficou adiada para os restantes cinco jogos de campeonato, ou se os adeptos portistas terão que assistir a uma via sacra antes da final da Taça de Portugal.

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por Miran Pavlin às 22:00

Segunda-feira, 04.04.16

Liga NOS, 28.ª jornada – FC Porto 0-1 CD Tondela – Matemática

Tinha passado tanto tempo sobre o último jogo, que até parecia que este era o início de uma nova temporada. Bastaram alguns minutos para que se percebesse que não; ainda se trata efectivamente da época 2015/16. Por esta altura já os leitores portistas mais acirrados estarão a questionar se a conversa fiada com que este que vos escreve iniciou o texto servirá para assobiar para o lado, fazendo de conta que nada de extraordinário se passou. Nada disso. O que se viu sobre o relvado do Dragão foi uma amostra do quão inconstante este FC Porto consegue ser. Esta derrota torna até difícil acreditar como terá sido possível que os dragões tenham vencido na Luz, há sensivelmente mês e meio, ainda para mais de reviravolta.

Se no papel esta parecia ser uma jornada tranquila, a verdade é que o FC Porto recebia um adversário não só sem margem para perdas de pontos, mas também com o seu estatuto de primodivisionário conservado apenas pela matemática. Ser último classificado com onze pontos de distância para o primeiro lugar a salvo da descida não é, de facto, bom prenúncio. Mas talvez tenha sido isso a libertar o Tondela de quaisquer amarras que pudessem prender o seu futebol.

Sujeito a uma pressão enorme quando defronta adversários “do seu campeonato”, aqui o Tondela não tinha nada a perder, pelo que nem sequer pensou em estacionar o autocarro à frente da sua baliza, jogando o jogo pelo jogo. O FC Porto, por seu turno, apresentou-se lento e com poucas ideias, talvez esperando que mais cedo ou mais tarde o golo aparecesse, o que veio mesmo a acontecer, mas nas redes de Casillas (59’), através de um chapéu de Luís Alberto. E pode até dizer-se à boca cheia que foi um golaço.

A derrota foi apenas a ponta do iceberg de razões que não deixam alternativa ao FC Porto senão tapar a cara de vergonha. É inadmissível que os jogadores tenham abordado o desafio de forma tão leviana, tendo em conta o caminho que os azuis-e-brancos vêm trilhando. O Tondela construíu diversos contra-ataques perigosos, que deixaram bem exposta a fragilidade de um FC Porto que sofre golos em casa pela quarta vez consecutiva na I Liga.

Por muito inaceitável que seja uma equipa que contava três vitórias em toda a época sair do Dragão com os três pontos, no fundo o Tondela fez o que não conseguiu fazer contra quase todos os restantes emblemas. Não disponho de compêndios que me permitam aferir se esta foi a primeira vez que o FC Porto perdeu em casa com um último classificado, numa fase tão adiantada da competição. E se o Tondela entrou no jogo agarrado à matemática, no final também o FC Porto fica agora à espera que se esgotem as hipóteses matemáticas. Os dragões ficam a nove pontos do topo, quando faltam disputar 18, agora também com o apuramento directo para a Liga dos Campeões em risco.

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por Miran Pavlin às 22:15



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