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CORTE LIMPO

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Domingo, 19.03.17

Liga NOS, 26.ª jornada – FC Porto 1-1 Vitória FC – Pouco cuidado

A subida rumo ao topo subitamente tornou-se tão íngreme que o FC Porto escorregou. Com a queda perdeu-se a sequência de nove vitórias consecutivas dos dragões e a oportunidade de saltar para o comando da classificação na véspera de defrontar o líder Benfica. Na circunstância em que o FC Porto entrava no jogo, e também por ser a equipa que persegue, nenhum adversário é ideal, mas o Vitória de Setúbal era particularmente inoportuno. Apesar de não vencer há seis jogos – agora são sete –, o Vitória não só tinha travado o FC Porto na primeira volta, como somou quatro pontos nas partidas com o Benfica. Todo o cuidado era pouco. E o FC Porto teve pouco cuidado, principalmente na segunda parte.

Ainda para mais quando os sinais de que a noite poderia não terminar bem para os azuis-e-brancos foram aparecendo ao longo do primeiro tempo. Decorria o minuto 19 quando o FC Porto pela primeira vez fez os adeptos se levantarem, encherem o peito de ar e ficarem com o grito de golo a meio da primeira sílaba. Brahimi rodopiou sobre si próprio junto à pequena área e colocou a bola; o guardião Bruno Varela foi batido, mas na cara do golo estava Vasco Fernandes, que o salvou com as pernas. Mais à frente (28’), novo golo cantado, numa tripla oportunidade que se ficou pela intenção. Layún bateu um canto na esquerda e Marcano cabeceou ao poste, com o ressalto a lançar a confusão total numa área densamente povoada. Por entre quedas, corpos e pernas Felipe empurrou para a baliza mas Thiago Santana imitou o colega e repeliu a bola em cima da linha, com Soares a tentar nova recarga, esta defendida in extremis por Bruno Varela. O lance ainda proporcionou mais uma insistência antes de morrer numa carga sobre o guarda-redes, que se prostrou no relvado, motivando fortes protestos dos jogadores dos dragões. Até porque já não era a primeira vez que os homens do Setúbal procuravam forçar uma assistência médica desnecessária. Essa estratégia era reflexo do domínio que o FC Porto ia exercendo. O jogo inclinava-se bastante sobre o último reduto setubalense, mas os portistas pareciam fazê-lo com mais sofreguidão do que cabeça. Apesar disso, o FC Porto colocou-se mesmo em vantagem (45’+1’), num forte remate de Corona, na direita da grande área, a cruzamento de Óliver Torres no lado oposto.

Todas as alturas são boas para marcar, mas fazê-lo em cima do intervalo tem frequentemente um peso psicológico especial. Não foi o caso neste jogo, contudo. O FC Porto tentou trazer para a segunda parte um modelo de jogo híbrido, já que continuaram a haver idas ao ataque, mas não sem antes cozinhar a jogada em demasia na zona defensiva. Mais lentos, os dragões convidavam o Vitória a tentar a sua sorte. E como a sorte de uns é o azar de outros, o empate apareceu na única vez em que os sadinos foram à baliza. Aproveitando espaço no seu flanco esquerdo, o lateral Nuno Pinto subiu com a bola e cruzou para a área; ao mesmo tempo que João Carvalho recebia a bola num delicioso domínio com a parte de fora do pé, Felipe escorregava ao tentar mudar de direcção, deixando o avançado sem oposição para finalizar cruzado em golo (56’). E com requintes de crueldade, já que se trata de um jogador emprestado pelo Benfica.

O FC Porto mordeu os lábios e voltou a carregar sobre a baliza adversária, mas agora com a ansiedade a juntar-se à sofreguidão, o que se traduziu em sucessivos despejos para a área. Num desses lances, André Silva voltou a encontrar o poste (67’). As linhas do Vitória estavam mais cerradas que na primeira parte e não cederiam, com mais algumas perdas de tempo à mistura, que motivaram sete minutos de descontos, a somar aos cinco decretados na etapa inicial. 102 minutos de jogo que não foram suficientes para os dragões marcarem o segundo golo que teria sido necessário para entrar na Luz já líder. Depois de sete jornadas um ponto abaixo do Benfica, o FC Porto vivia aqui um momento capital da temporada após o empate dos encarnados no dia anterior. A mesma pressão que pesou sobre o Benfica levou a melhor também sobre o FC Porto, deixando tudo na mesma à entrada para o clássico. Afinem-se os barómetros.

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por Miran Pavlin às 22:00



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