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CORTE LIMPO

Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário



Terça-feira, 26.09.17

Liga dos Campeões, grupo G - AS Mónaco FC 0-3 FC Porto - Implacável

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No rescaldo da partida com o Beşiktaş alguns comentadores apontaram deficiências ao miolo do FC Porto. Só o próprio poderá confirmar se levou esses reparos em linha de conta, mas a verdade é que Sérgio Conceição apresentou neste jogo um meio-campo reforçado com as presenças de Herrera e de Sérgio Oliveira, que somou os seus primeiros minutos da temporada. Se a aposta tivesse falhado, Conceição estaria agora na linha de fogo, acusado de fazer experiências e invenções na pior altura; da forma como correu, é óbvio que a questão não se põe. Ainda assim, o resultado talvez seja exagerado, porque não houve grande desequilíbrio. Nem em face da posse de bola - 47% para o FC Porto -, nem do uso que as equipas fizeram dela, que é sempre mais importante que a percentagem em si. Nesse particular, enquanto o Mónaco praticava um futebol mais rendilhado, o FC Porto optava por um estilo mais pausado mas não hesitante, e a correlação de forças traduzia-se em poucos lances junto às balizas. A decisão do encontro acabou por centrar-se no aproveitamento desses poucos momentos de perigo, e aí os azuis-e-brancos foram implacáveis.
Mesmo assim, e mesmo tendo nessas jogadas as redes monegascas à mercê, foi preciso partir alguma pedra para marcar. Foi o que aconteceu ao minuto 31. Alex Telles executou um lançamento lateral longo na esquerda, Marcano ajeitou de cabeça e Danilo Pereira rematou de pronto, com Benaglio a defender para a frente; Aboubakar estava lá para a sobra, mas ainda viu o guardião suíço defender à queima-roupa a recarga. Golo, só à terceira. O terceiro golo (89') bebeu inspiração no primeiro, já que também foram precisos três remates para o confirmar. Neste caso, foi Marega quem primeiro "aqueceu" o guarda-redes, que defendeu pura e simplesmente porque estava no caminho, mas fê-lo de novo para a frente. Na enorme confusão que se seguiu, Marega atrapalhou-se sozinho, Herrera apareceu a tentar picar a bola, Benaglio voltou a tirá-la, e esta regressou a Marega, que a entregou à esquerda para Layún por fim marcar com um forte remate. Pelo meio, o FC Porto fez um golo mais convencional (69'), num contra-ataque lançado com mestria por Brahimi, conduzido na direita por Marega e finalizado por Aboubakar. O Mónaco ficou-se por um remate de Falcao à trave (71'), no único instante em que escapou à atenção do sector recuado portista.
A busca por outros momentos de relevo apenas encontra um lance (42') em que os dragões trabalharam bem no flanco direito, de onde Ricardo cruzou para Brahimi, que aparecia no coração da área. Era prometedor, mas deixou de o ser assim que o remate do argelino saiu para essa baliza imaginária que fica algures entre o poste e a bandeirola de canto. A escassez de oportunidades só vem corroborar a tese de que o resultado é bem mais vistoso que a acção sobre a relva. Sinal também de que este grupo é efectivamente muito aberto. Se ainda havia dúvidas quanto a isso, elas terão ficado extintas.

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por Miran Pavlin às 23:15

Sexta-feira, 22.09.17

Liga NOS, 7.ª jornada - FC Porto 5-2 Portimonense SC - Mensagem

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A argumentação habitual quando a esquina seguinte traz um jogo europeu estava debaixo da língua, mas por uma vez o FC Porto não deixou que a lengalenga da poupança e gestão se soltasse nas análises que eventualmente serão feitas. E motivos para isso não faltaram, muito mais quando os azuis-e-brancos encaminharam o resultado para o seu lado através de três golos em cinco minutos. Marcano foi o primeiro a festejar (20'), com um forte remate no aproveitamento de um corte deficiente dos centrais algarvios, seguindo-se-lhe Aboubakar (22'), que também beneficiou da ineficácia defensiva do Portimonense, e Marega (25'), que finalizou picado após se isolar a passe de Corona. Um triplete de golos em tão pouco tempo é uma raridade nas últimas décadas, e era então pecúlio mais que suficiente para que o resto do jogo se transformasse numa formalidade, mas assim não seria. Desde logo porque o Portimonense não veio a jogo com ideias de ficar em reclusão junto à sua área. Talvez esse fosse o caminho mais fácil para regressar a casa, digamos, com três golos sofridos e nada a acrescentar, mas o Portimonense queria mais. E o japonês Nakajima deu corpo às pretensões algarvias, apontando a solo o primeiro golo da sua equipa (36'), com um bom trabalho sobre Felipe e uma finalização cruzada, com classe. Era um justo prémio para os visitantes, que sem entrar em loucuras iam procurando a área contrária.
No reatamento o FC Porto voltou a não deixar que se pensasse sequer na tal argumentação do costume, marcando logo ao minuto 50 por Brahimi, cujo remate ainda desviou em Ricardo Pessoa antes de entrar. O Portimonense mesmo assim nunca desmoralizou e continuou a sair da toca com frequência, valorizando o jogo por um lado, e obrigando o FC Porto a manter-se desperto por outro. O minuto 68 trouxe o quinto golo portista, o melhor da noite. Brahimi conduziu um ataque rápido pela esquerda, tocou para Aboubakar, o camaronês deu de calcanhar para o meio da área, Herrera simulou e o mesmo Brahimi fechou a jogada depois de tirar um defesa do lance. As poupanças continuariam guardadas, pois o Portimonense não só voltou a marcar (73'), em lance de insistência no qual o larguíssimo cruzamento de Hackman, desde a esquerda, encontrou a cabeça de Rúben Fernandes, que foi melhor e mais alto que os defensores portistas, como ainda ameaçou um terceiro golo (87'), mas Casillas defendeu bem o remate cruzado de Paulinho. Antes (85'), Herrera tinha visto o seu cabeceamento bater no poste, em mais uma prova de que o resultado poderia ter sido mais robusto, para ambos os lados.
Não sendo então possível recorrer à teoria fácil, e tendo em conta a incerteza da situação portista na Liga dos Campeões, fica a ideia de que a equipa quis passar uma clara mensagem a quem quiser ouvir: o campeonato está em primeiro lugar na lista de prioridades do FC Porto para esta época. O objectivo mínimo de passar à fase seguinte na prova continental fica para considerações futuras, quando e se as nuvens se dissiparem. O céu portista na Liga NOS, esse, está limpo, pois os dragões mantêm-se com aproveitamento total.

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por Miran Pavlin às 23:25

Domingo, 17.09.17

Liga NOS, 6.ª jornada - Rio Ave FC 1-2 FC Porto

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Não assisti ao jogo.

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por Miran Pavlin às 20:30

Quarta-feira, 13.09.17

Liga dos Campeões, grupo G - FC Porto 1-3 Beşiktaş JK - Falta de material

FCPBJK.jpg

O FC Porto não poderia ter escolhido pior jogo para faltar. Ou, pelo menos a avaliar pelas estatísticas finais, para ter o que em linguagem escolar seria apenas falta de material, uma vez que apesar de ter tido muitos cantos (11 contra 3) e ainda mais remates (18), na verdade, no final da partida, é então muito difícil achar que os dragões foram a jogo. Tão difícil como avaliar o que terá corrido mal. Entrar em jogo aparentemente sem vontade foi o primeiro dos males do dragão, com isso permitindo ao Beşiktaş jogar tranquilo. Tão tranquilo que o primeiro golo surgiu bem cedo (13'), num cabeceamento frontal de Talisca a cruzamento de Quaresma, numa insistência após primeiro alívio da defensiva portista. O FC Porto pareceu reagir bem ao golpe. Óliver Torres rematou ao poste quando estava em óptima posição, na sequência de um amortecimento de Soares a cruzamento de Brahimi (19'), e Marega pareceu ter feito o golo do empate (21') ao desviar de cabeça no primeiro poste um canto de Alex Telles. Mas não era, na realidade tinha sido Duško Tošić a introduzir a bola na própria baliza.
Talvez amolecido pelo golo, o FC Porto voltou a ser castigado ao minuto 28, quando Cenk Tosun arrancou um remate de fora da área que o voo de Casillas para a fotografia não conseguiu deter. Os minutos seguintes deixaram claro que os dragões não terão vindo com o espírito certo. Danilo Pereira estava irreconhecível, Corona não existia, Ricardo era continuamente engolido por Talisca, e até Marcano estava estranhamente inseguro. A desinspiração colectiva deixava Brahimi, Óliver, Marega e Soares demasiado sozinhos para serem efectivos. Dito de outra forma, o Beşiktaş estava a ser a melhor equipa em campo e colhia os frutos disso. Ao intervalo Sérgio Conceição procurou corrigir lançando André André e Otávio para os lugares de Óliver e Corona. A equipa ficou mais coesa, mas nem por isso mais perigosa, excepção feita a nova desmarcação prometedora de Soares (62') à qual Fabrício respondeu com uma boa mancha. Por muito que as estatísticas ofensivas do FC Porto indicassem o contrário, era impossível escapar à ideia de que o Beşiktaş continuava a ser a melhor equipa em campo. Para que não houvesse dúvidas, Babel fixou o resultado final (86') com um remate cruzado após tabela à direita com Negredo. A jogada passou por boa parte da equipa do Besiktas.
O resultado final vem reforçar a percepção de que o FC Porto se encontra num grupo de Liga dos Campeões muito aberto, onde qualquer equipa pode ficar em primeiro, ou em último. Não tendo o estatuto de campeões nacionais, os dragões não podem, no mínimo, repetir esta prestação desligada se quiserem pensar em cumprir o objectivo mínimo de se qualificarem para a fase a eliminar.

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por Miran Pavlin às 22:45

Sábado, 09.09.17

Liga NOS, 5.ª jornada - FC Porto 3-0 GD Chaves - Velha máxima

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A história guardará nos seus arquivos um resultado final que indica um triunfo tranquilo do FC Porto, mas por uma vez os momentos mais relevantes do encontro não residem nos golos. Antes de os dragões fugirem com o resultado, o Chaves teve duas oportunidades de sonho para adicionar contornos à história, ficando-se apenas pelas intenções. O primeiro a falhar foi William, que em posição privilegiada finalizou para o lado quando já nem o Casillas de há dez anos chegaria à bola (70'), seguindo-se-lhe Tiago Galvão no desperdício (81'), num lance ainda mais gritante que o anterior. O FC Porto pode dar-se por feliz por ter escapado de boa duas vezes, e por ter tido ainda tempo de acrescentar os golos que não deixam espaço para discussão sobre a justiça do triunfo. Até porque o jogo esteve longe de ser dos melhores a que o Dragão assistiu - e assistirá - esta época.
As proverbiais "véspera de jogo europeu" e "regressos das selecções" poderão servir de explicação para a prestação menos dominadora dos azuis-e-brancos, mas não são, de maneira nenhuma, atenuantes. Desde logo porque todos os anos o FC Porto tem que lidar com esses aspectos, e muito mau era que assim não fosse. Com o FC Porto mais interessado em controlar o jogo do que em sufocar o adversário, não foi surpresa que o intervalo chegasse com o resultado inalterado. Nem sequer havia lances de perigo do lado dos dragões. A única oportunidade foi mesmo do Chaves (28'), num remate de Jefferson que colocou Casillas à prova; ainda assim, o lance na verdade não conta, devido a fora-de-jogo posicional de Renan Bressan.
Antes que o jogo entrasse no domínio das velhas máximas, Aboubakar aproveitou uma bola recuperada a meio-campo por Soares, suportou a forte marcação de Paulinho, e já na área rematou para golo (49'), com a bola a prensar ainda no defensor flaviense. Num jogo com tão pouca baliza estar em vantagem era uma dádiva. Sem transformar o controlo em domínio, como no jogo frente ao Moreirense, o FC Porto expôs-se então àqueles deslizes que o Chaves não soube capitalizar. Foi aí que uma velha máxima acabou mesmo por entrar em campo: quem não marca, sofre. Nem mais. O central Maras deu mão na área, e Soares converteria a grande penalidade, mas só na recarga (86'). Dois minutos mais tarde Marega fixou o resultado final ao desviar um cruzamento de Óliver Torres ao segundo poste.
A tranquilidade foi tardia, mas chegou, e veio bem a tempo de manter o FC Porto com aproveitamento total e a baliza ainda por estrear. Desde 1983/84 que tal não se verificava à passagem da 5.ª jornada.

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por Miran Pavlin às 23:40



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