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Sexta-feira, 13.10.17

Taça de Portugal, 3.ª eliminatória - Lusitano GC 0-6 FC Porto - Festa da Taça?

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Costuma dizer-se que na Taça de Portugal as diferenças entre as equipas tendem a esbater-se. Mais se esbatem quando as equipas em jogo têm longo historial na prova, como é o caso do Lusitano de Évora, que em 1954/55 chegou a eliminar o FC Porto nos oitavos-de-final (0-2 nas então novíssimas Antas), coincidindo com o período em que militou na então I Divisão (1952-1966). Foi há tanto tempo que é como se esse jogo tivesse sido noutro mundo. No mundo de 2017, mesmo tentando pesar esse histórico, é difícil esbater a diferença entre uma equipa de topo e outra do Distrital da AF Évora. Em campo, sempre o palco onde tudo se decide, a diferença começou a marcar-se aos 20 minutos, quando Aboubakar trabalhou na área para o primeiro golo. Os adeptos do FC Porto mal tiveram tempo para se sentar, já que o camaronês voltou a facturar no minuto seguinte, agora de cabeça, a cruzamento de Diogo Dalot, lateral direito que se estreava pela equipa principal do FC Porto. Dalot era praticamente o único nome menos habitual do onze dos dragões, que contou ainda com nomes como Marcano, Óliver, André André e Brahimi.
Ao intervalo Sérgio Conceição começou a lançar integrantes do seu banco experimental. Galeno foi o primeiro a ir a jogo, e com ele em campo os dragões chegaram ao 0-4, num canto desviado na pequena área por Marcano (49'), e num remate em arco após trabalho individual de Otávio (55'). Logo a seguir (59'), Galeno pontuou a estreia com um golo, num remate que sofreu um desvio quase imperceptível, mas suficiente para trair o guarda-redes. As entradas de Luizão (52') e Jorge Fernandes (67') em última instância acabaram por fazer o FC Porto perder alguma acutilância, mas ainda havia um golo a acrescentar (90'), num golpe de escorpião de Hernâni - a um pé, não como o célebre momento de René Higuita. Hernâni parece estar em descarado fora-de-jogo, mas ninguém levantou a questão.
Tendo corrido tudo como no livrinho, pouco mais fica para contar. Se assim não fosse, teria sido o maior escândalo de toda a história da Taça de Portugal. Só não fica para a posteridade como mais um episódio da festa da Taça porque o encontro decorreu no Estádio do Restelo. É incompreensível como podem as regras, regulamentos e exigências obrigar os clubes da I Liga a realizar esta eliminatória como visitantes, ao mesmo tempo que inviabilizam que se jogue na casa dos visitados. Não acontece sempre, mas os exemplos são muitos e variados. Os cerca de 150 quilómetros entre Évora e Lisboa obrigam a questionar se não havia mesmo alternativas mais perto da capital do Alentejo, mas por outro lado talvez a simples mudança do local do jogo seja sintomática do estado em que se encontra o futebol de Évora, sede de dois clubes históricos que estão fora dos nacionais. Foi o primeiro encontro entre Lusitano e FC Porto desde 1965/66. Na Taça, cruzaram-se pela quinta vez.

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por Miran Pavlin às 23:45



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