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CORTE LIMPO

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Terça-feira, 30.01.18

Liga NOS, 20.ª jornada - Moreirense FC 0-0 FC Porto - Pontinho

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Nos tempos que correm, se um dos habituais candidatos à vitória final perde pontos, segue-se um ataque aos outros concorrentes através das redes sociais. Essa guerra cibernética - este termo ainda existe? - tem sido tão feroz que até em caso de vitória é difícil resistir a combater o adversário e o que quer que tenha acontecido no seu jogo. Desta vez, contudo, o melhor é o FC Porto nem sequer chegar perto do computador, pois não há muito a que se possa agarrar para minorar este empate. Atabalhoados e sem grandes ideias, os dragões não encontraram forma de tirar do caminho um Moreirense que durante todo o jogo optou por colocar toda a gente atrás da linha da bola, usando o físico em vez da técnica para garantir o desejado pontinho. As estatísticas finais no capítulo ofensivo assim o demonstram.
Sem Danilo Pereira por lesão, o meio-campo portista sentiu dificuldades, não só porque Herrera não consegue dar a mesma solidez, mas também pela presença do estreante Paulinho. Não é que o ex-Portimonense tenha jogado mal, mas ainda precisa de tempo para se integrar melhor nos processos da equipa. Ainda assim, como se explica o jogo pouco conseguido dos dragões? Os alívios sem nexo repetiram-se, bem como os passes para o adversário e os ataques que perdiam gás quanto mais se aproximavam da área contrária. Nem assim o Moreirense procurava abrir-se um pouco, ao ponto de José Sá ter acabado sem qualquer defesa. Na outra baliza Jhonatan correu perigo, mas nas melhores oportunidades os remates saíram para fora. Ou não saíram, como num livre estudado aos 41 minutos, no qual Alex Telles picou a bola sobre a barreira para isolar Brahimi, mas o argelino falhou o tiro, ao melhor estilo de Depoitre. No segundo tempo Soares substituiu Paulinho (67') mas não calibrou a mira, cabeceando muito ao lado quando estava em óptima posição (90'). Antes, o brasileiro acorrera a um cruzamento suculento de Marega (75'), mas tocou apenas de raspão, não desviando sequer a bola do caminho que levava. Ao sexto minuto de compensação, a explosão: golo do FC Porto, pelo também estreante Waris. Os festejos não duraram mais que três segundos, pois tinha sido assinalado fora-de-jogo, transformando a prenda vinda dos céus numa miragem. O nulo era mesmo o destino.
Pouco ou nada criticado até agora, Sérgio Conceição merece hoje dois reparos. Nos moldes em que o jogo estava, porquê tirar o possante Aboubakar para meter o mais ligeiro Waris (74'), ainda para mais tendo o ganês apenas um par de treinos com o plantel? Mais tarde saía Óliver para entrar Sérgio Oliveira (88'), com Conceição a referir na entrevista rápida que meteu o médio português pela sua qualidade de passe. Não poderia ter entrado mais cedo? Uma nota ainda para a decisão do árbitro Luís Ferreira no lance mais perigoso do FC Porto (51'). Alex Telles bate um livre para a barra e na recarga Felipe tenta cabecear mas Rúben Lima tira-lhe a bola com um corte in extremis bem arriscado, à altura da cara. Pé em riste claro, mas foi assinalado canto em vez de livre indirecto.
E assim o FC Porto perdeu mais dois pontos em Moreira de Cónegos, para alegria de todos os que acham que as histórias passadas influenciam os reencontros no futuro. Esta foi a oitava visita dos dragões ao Moreirense para a I Liga, das quais venceu apenas três.

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por Miran Pavlin às 23:59

Quarta-feira, 24.01.18

Taça da Liga, meias-finais - Sporting CP 0-0 FC Porto (4-3 g.p.) - Cair de pé

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Ao fim de 180 minutos, mais descontos, dragões e leões ainda não marcaram golos entre si. Pensando que ainda faltam mais três encontros esta época e que ambas as equipas permanecem invictas nas provas internas, teme-se uma maratona de empates. Neste fascículo dedicado à Taça da Liga, o peso histórico de Sporting e FC Porto nunca terem ganho a prova poderia funcionar como rastilho para um bom jogo; mas não. Talvez porque a arbitragem de Nuno Almeida não ajudou. Se o jogo já estava soluçante pela forma como uma equipa não dava um metro de espaço à outra, pior ficava com o juiz algarvio, muito interventivo, a interromper incessantemente. Os momentos de futebol escorreito escasseavam, até que ao minuto 36 se gritou golo do FC Porto, numa jogada em progressão, a três toques, entre Brahimi, Sérgio Oliveira e Soares, que se desmarcou e finalizou com sucesso. Segundos depois, o vídeo-árbitro decreta fora de jogo e a partida regressou ao ponto morto.
Nos poucos momentos de perigo que restaram, o lance mais gritante terá sido o cabeceamento de Coates ao poste (64'); o ressalto foi ter directo às mãos de Casillas no meio da baliza. Já o FC Porto obrigou Rui Patrício a algumas defesas, nenhuma em oportunidades flagrantes. Como o único antídoto para jogos bloqueados não valeu e as equipas não encontraram outro, não houve meio de escapar à decisão por grandes penalidades, com as quais o FC Porto não costuma dar-se bem. Deveras. Com os dragões a cobrar primeiro, tanto Alex Telles e Marcano como Dost e Bruno Fernandes não desperdiçaram, mas à terceira Patrício defendeu Herrera. Na quarta penalidade, o estreante Waris converteu e Coates parou em Casillas. Patrício respondeu detendo Aboubakar, mas Casillas voltou a sobressair ao negar William Carvalho. Na morte súbita Brahimi colocou tanto que bateu no poste, antes de Bryan Ruiz converter para deixar o FC Porto fora da discussão da Taça da Liga pela 11.ª vez.
O jogo ficou ainda marcado pelas saídas por lesão de Danilo Pereira (11') e do sportinguista Gelson (43'), e por um lance na área entre o mesmo Danilo e Dost (5'), no qual ambos se embrulharam e caíram. O internacional português terá cometido grande penalidade. Com tanto apito que se seguiu, não se percebe como este lance não foi sancionado. O FC Porto acaba por cair tão de pé quanto o Sporting cairia se tivesse perdido. Caindo só no desempate, subsiste a dúvida: terão os dragões cumprido os requisitos mínimos para a Taça da Liga? Haverá sequer requisitos para esta competição?

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por Miran Pavlin às 23:59

Sexta-feira, 19.01.18

Liga NOS, 19.ª jornada - FC Porto 1-0 CD Tondela - Goleada mínima

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A margem mínima com que o jogo terminou é enganadora face às incidências do jogo, e assenta num pilar chamado Cláudio Ramos. O guarda-redes do Tondela foi o homem do jogo, e quando assim é fica à vista que as operações atacantes foram responsabilidade da outra equipa. Ainda assim, o FC Porto apenas marcou num erro horrível do central tondelense Sulley, que após receber um passe do seu guarda-redes lateralizou para o outro central; só que a meio dos vinte metros que separavam Sulley de Ricardo Costa estava Marega, que se intrometeu, aproximou-se da baliza e colocou para o golo (13'). É tentador pensar que o jogo teria sido diferente sem esse momento de desacerto, até porque Cláudio Ramos só não agarrou aquilo que não foi à baliza, com uma excepção: o cabeceamento de Aboubakar ao poste em canto de Alex Telles (31') - é a nona vez esta temporada que as palavras "canto de Alex Telles" são escritas no Corte Limpo, sinal de que com o lateral brasileiro esse tipo de lance a favor do FC Porto ganhou uma nova dimensão. O minuto 65 trouxe a melhor oportunidade dos dragões, num remate de Felipe, numa insistência junto à pequena área. Cheirava fortemente a golo, mas o tiro do central saiu por cima. Na retina ficou também uma tabelinha entre Danilo Pereira e Corona (36'). Merecia golo, mas a finalização do extremo não foi a melhor.
Tudo o resto se traduziu, como já se disse, numa batalha entre a armada portista e Cláudio Ramos. O Tondela teve um ou outro remate mais perigoso, pelo inconformado Tomané, a quem faltou acerto. Marega ainda festejou o 2-0 (75'), mas o vídeo-árbitro anulou o golo por fora-de-jogo. Na resposta, o maliano isolou-se e contornou Ramos, mas não iria além da malha lateral. A fechar (90'+3'), Hernâni tentou mais um remate de longe, mas o guarda-redes dos beirões fez questão de fechar a sua actuação com mais uma candidata a defesa da noite. No fundo, o jogo não foi muito diferente do da época passada, mas nesse dia os azuis-e-brancos apontaram quatro golos. Desta vez, o escasso resultado decerto fará com que a história continue a realçar que o Tondela é dos adversários mais problemáticos para o FC Porto.
Tendo perdido a liderança em virtude da não-conclusão da partida com o Estoril, os dragões aproveitaram da melhor maneira o empate do Sporting no jogo que terminou minutos antes de este começar e reassumiram o comando da classificação. Uma nota ainda para Ricardo Costa. A qualidade da exibição do ex-portista torna obrigatório questionar o porquê de não estar neste FC Porto.

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por Miran Pavlin às 23:55

Segunda-feira, 15.01.18

Liga NOS, 18.ª jornada - GD Estoril Praia-FC Porto (1-0, jogo suspenso)

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A jornada de futebol parou durante o intervalo, quando uma parte da bancada norte do António Coimbra da Mota cedeu, causando um enorme susto. Num ápice, os adeptos que a preenchiam passaram a estar espalhados entre o relvado, as outras bancadas e a zona circundante do estádio, por onde tentavam voltar a entrar. Alguns ainda voltaram à dita bancada, mas assim que a Protecção Civil conferiu o interior da estrutura o veredicto foi rápido: havia perigo para os espectadores, pelo que o jogo estava suspenso. Felizmente ninguém se aleijou. Para os milhões que estavam nesse momento no proverbial conforto do sofá ou na mesa do café, foi como se tivesse falhado a água no duche em pleno ensaboamento. Em campo o Estoril estava em vantagem (16'), fruto de um livre lateral que Eduardo transformou num belo golo. Só o próprio saberá se queria apenas cruzar. Para o FC Porto é como se alguém o tivesse acordado de um pequeno pesadelo, já que se ia assistindo à exibição menos consistente da temporada até agora por parte dos dragões. Ainda assim, registaram-se duas oportunidades claras em resposta ao golo sofrido. Numa jogada envolvente Aboubakar apareceu na pequena área com o golo à espera de ser feito, mas o guarda-redes Renan Ribeiro estava no caminho (24'); em cima do intervalo Marega e Reyes estorvaram-se mutuamente para cabecear um canto de Alex Telles e a bola saiu à barra. Antes (44'), o estorilista Kyriakou falhou por pouco num remate de ressaca. Até que se jogue, ou não, o tempo que falta, as palavras "e menos um jogo" andarão de mãos dadas com dragões e canarinhos quando se olhar para a classificação.

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por Miran Pavlin às 23:30

Quinta-feira, 11.01.18

Taça de Portugal, quartos-de-final - Moreirense FC 1-2 FC Porto - Sem demora

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As frequentes perdas de pontos, bem como a eliminação da Taça da Liga na época passada, dizem que Moreira de Cónegos não é terreno fácil para o FC Porto. Excepto se a partida contar para a Taça de Portugal, pois nesse caso são os dragões que levam a melhor, somando agora novo triunfo àquele conseguido na 4.ª eliminatória de 2010/11 (0-1, golo de Falcao aos 73 minutos). Desta vez, o golo do FC Porto não se fez demorar como nesse jogo de há sete anos. Logo ao minuto 8, Herrera isolou-se a caminho da baliza e à saída do guarda-redes tocou para o golo. À passagem do minuto 20, uma dupla falha defensiva resultou no segundo golo azul-e-branco. Alex Telles cruza na esquerda, a bola ia para as mãos do guarda-redes mas o central André Micael tira-a desse caminho, e Rúben Lima tenta aliviar mas coloca em Layún, que remata cruzado em arco para um bom golo. O mexicano, que jogou na cabeça do meio-campo, foi uma das novidades entre os titulares, a par de Hernâni. Novidade foi também a impressão de um cansaço generalizado na equipa do FC Porto, nomeadamente nos casos de Brahimi, que saiu ao intervalo após se ter lesionado, e de Soares, que saiu já perto do fim depois de jogar vários minutos queixoso. Marega aqueceu e esteve para entrar, mas também não estava nas melhores condições. É o preço a pagar quando se permanece nas várias frentes, claro, mas também um sinal mais visível do curto plantel de que o FC Porto dispõe neste momento.
A verdade é que após o segundo golo o FC Porto relaxou imenso, ao ponto de se assemelhar a um computador em ecrã de bloqueio. Ou seja, ligado mas a precisar que alguém mexa o rato. O cronómetro contou longos minutos até bater nos 73, momento em que o estreante Edno foi mais rápido que Marcano e cabeceou para o 1-2 a cruzamento de Tozé na esquerda. O computador do FC Porto voltou aí à vida, com Soares a perder dois lances claros (80 e 84 minutos), primeiro num desvio muito por cima, em boa posição, após livre lateral de Layún, depois num cabeceamento frontal solicitado por Maxi Pereira. O resultado não voltou a mexer, mas o FC Porto, forçado pelo resultado agora tangencial, teve que mostrar algum músculo. O Moreirense, pouco mais que lutador, terminou com apenas mais um lance claro (29'), no qual Ronaldo Peña esteve cara-a-cara com o golo mas permitiu a Casillas uma boa defesa com as pernas. Na recarga, Zizo rematou pouco ao lado.
A passagem portista às meias-finais da Taça de Portugal confirma que serão mesmo quatro os jogos entre FC Porto e Sporting até final da época, já que dragões e leões também se vão encontrar na Taça da Liga, além do campeonato.

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por Miran Pavlin às 23:50

Domingo, 07.01.18

Liga NOS, 17.ª jornada - FC Porto 4-2 Vitória SC - Mesma moeda

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Decorrido menos de um mês sobre o encontro da Taça de Portugal, o Vitória regressou ao Dragão para o compromisso relativo à I Liga e viu o FC Porto cobrar a visita na mesma moeda com que o fizera nesse jogo. Ainda assim, as primeiras despesas ficaram a cargo do Guimarães, que não só se tornou na primeira equipa a colocar os dragões em desvantagem neste campeonato, como também terá sido a primeira a exibir-se melhor que o FC Porto em casa deste. Utilizando um onze mais próximo daquele que habitualmente sobe ao relvado, além de emperrarem a mecânica adversária, os conquistadores fizeram mesmo o FC Porto provar do próprio veneno, ao marcar na primeira vez em que se aproximaram de José Sá (21'). Na resposta a um lance de perigo dos da casa, o Vitória avançou pelo flanco direito, de onde Víctor García cruzou muito largo para Raphinha aparecer nas costas de Ricardo e desviar para golo. O FC Porto tentou reagir mas ia esbarrando ora na boa colocação dos adversários, ora num ou noutro ressalto que caía para o lado vimaranense, ora na sua própria desarticulação. No fundo, os azuis-e-brancos iam sofrendo com algo que esta época não tem acontecido muitas vezes, e que se percebe assim que a bola começa a rolar: embora a equipa parecesse capaz, não conseguia jogar com princípio, meio e fim. E o Guimarães ia aproveitando, por muito que não tivesse outros lances de perigo além do golo. Uma sucessão de três cantos - os únicos que teve em todo o jogo - foram o mais que o Vitória levou para contar ao intervalo. O FC Porto ficou-se por uma jogada na esquerda da área (44') em que Brahimi se desvaneceu e reapareceu, mas não esteve ninguém no meio para desviar o seu cruzamento rasteiro.
O descanso refrescou de tal forma as ideias do FC Porto, que foi como se de repente se assistisse a um jogo de outra data, ou mesmo de outra época. Mais intensos, os dragões atingiram o jogo de corpo inteiro ao minuto 57, altura em que uma recuperação de Danilo Pereira terminou com um remate firme de Aboubakar a cruzamento de Corona. O momento da noite surgiu cinco minutos mais tarde, com Brahimi a fazer magia numa arrancada área adentro que incluiu uma boa finta sobre Jubal, antes de finalizar picado sobre o guardião Douglas. O FC Porto agarrava aqui o jogo com as duas mãos - ou com os dois pés, já que é futebol - e abria espaço para Sérgio Conceição arriscar mexer, tirando Corona para entrar Hernâni (64'). Pedro Martins lançou Sturgeon no lugar de Francisco Ramos em busca de presença ofensiva (67'), mas a fasquia colocada pelo FC Porto revelar-se-ia inatingível. O resultado ficou fora de questão com o bis de Marega (79' e 83'), obtido através de um cabeceamento e de um desvio no coração da área. Uma parte do público terá gostado tanto que até entoou alguns olés, que Heldon tratou de calar ao fim de alguns segundos (87'), ao tirar dois adversários do caminho e rematar rasteiro para o ângulo inferior. José Sá ainda tocou na bola, e esta entrou lentamente após bater no poste.
Júnior Tallo (90'+4') ainda esteve perto de um terceiro golo que daria uma cosmética exagerada para aquilo que o Vitória fez. Mesmo os dois tentos vimaranenses encontram melhor justificação na primeira parte, pois na segunda o FC Porto fez valer a sua superioridade teórica. Os dragões dobram assim o meio do campeonato na liderança, dois pontos à frente do segundo classificado.

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por Miran Pavlin às 23:59

Quarta-feira, 03.01.18

Liga NOS, 16.ª jornada - CD Feirense 1-2 FC Porto - Épico

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Este épico triunfo do FC Porto só não é visto como tal de uma forma generalizada porque o adversário não responde por um nome sonante, mas os ingredientes estiveram todos lá: chuva, relvado pesado, pouco tempo em vantagem, arbitragem pouco ou nada consensual, estádio claustrofóbico e, para quem tem memória mais curta, o Feirense ele próprio, que por mais que uma vez travou os dragões nos tempos mais recentes. Era, de facto, um jogo exigente para o FC Porto, ideia reforçada quando os fogaceiros recolocam a igualdade apenas quatro minutos depois do primeiro golo portista, apontado por Aboubakar (21'). Talvez seja imagem de marca do FC Porto desta temporada marcar na primeira vez em que vai à baliza. Corona cruza da direita sem perigo, Brahimi recolhe do lado contrário, roda sobre um contrário e solicita Aboubakar, que remata em frente à pequena área. O empate surge num livre batido com régua e esquadro por Tiago Silva, com a bola a pingar na zona proibida, onde Luís Rocha desviou certeiro, de cabeça. Vivia-se a fase mais intensa do encontro, e foi por pouco que o FC Porto não voltou a marcar na resposta (28'), com Brahimi a isolar-se na esquerda da área, parando numa óptima saída do guarda-redes Caio, que voltou a brilhar ao defender um livre de Alex Telles (33').
A igualdade satisfazia o Feirense. Tanto, que principalmente após o intervalo, a equipa se fechou no seu meio-campo. A bola estava literalmente do lado do FC Porto, que agora se deparava com mais um daqueles jogos que se traduzem num exército a tentar ultrapassar uma muralha. Óliver Torres substituiu André André (56') na tentativa de procurar espaços com a bola no pé, mas o FC Porto parecia mesmo assim ter perdido a assertividade. Do outro lado, o técnico feirense Nuno Manta já tinha frisado que o lema era manter o 1-1, ao tirar o médio Babanco, por lesão, para entrar o central Briseño (50'), pelo que o FC Porto precisava mesmo de partir pedra. Mas o engenho era então pouco. Foi por esta altura que entrou em cena a pouca aptidão do árbitro Fábio Veríssimo para segurar o jogo quando a agressividade sobe. Embora o Feirense até tivesse visto mais cartões até aí, deixou de os ver assim que passou a entrar mais duro sobre os dragões, nomeadamente nos lances em que Marega sofre uma clara entrada de sola e em que Soares - dentro da área - leva uma valente calcadela que tinha tudo para ser falta punível com cartão à escolha do árbitro, mas que foi tida como simulação. Com amarelo (78').
O FC Porto já tinha a artilharia toda em campo - Óliver, Brahimi, Marega, Aboubakar, Soares, you name it - mas teve que esperar até ao minuto 76 para quebrar a resistência fogaceira, num cabeceamento de Felipe após canto de Alex Telles. Titular no campeonato pela primeira vez desde a expulsão com o Mónaco há cerca de um mês, o central foi... expulso novamente (83'), ao ver segundo cartão amarelo por uma entrada mais viril sobre Edson Farias. Embora Felipe tenha colocado o pé à altura do peito do adversário, a dureza do lance em nada se compara à de outros momentos do jogo, pelo que as hostes portistas não ficaram nada satisfeitas com o cartão exibido. O árbitro, de resto, não recuperaria a autoridade nas suas decisões, e até voaram cadeiras para o relvado já nos descontos, motivando Veríssimo a pedir escolta policial assim que apitasse para o final. Não tendo havido sequer tentativa de invasão do relvado, nem tendo os jogadores ameaçado o árbitro, porquê esse pedido? Será apenas falta de personalidade?
Face às incidências, depois do segundo golo, e muito mais depois da expulsão, o FC Porto procurou congelar o jogo e o resultado, mas ainda esteve perto de marcar novamente (90'+5'), quando Marega se isolou perigosamente, valendo Caio, que pensou mais rápido que o avançado. Esta difícil vitória reforça o espírito de compromisso que o plantel do FC Porto tem demonstrado, ao mesmo tempo que cimenta Fábio Veríssimo no topo das preferências dos adeptos portistas quando o tema de conversa forem as eternas críticas à arbitragem.

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por Miran Pavlin às 23:59



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