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CORTE LIMPO

Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário



Sábado, 25.08.18

Liga NOS, 3.ª jornada - FC Porto 2-3 Vitória SC - Brincar com o fogo

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O aviso da semana anterior não foi suficiente. De tal forma, que quando o FC Porto abriu os olhos a valer já era tarde demais. E os milagres não acontecem em todos os jogos. Por muito que no FC Porto nenhuma derrota possa ser desvalorizada, vendo-a pelo lado positivo é preferível que tenha acontecido agora do que numa fase mais adiantada da época, onde os pontos contam, eles próprios, a valer. Independentemente do gosto que tenha ficado na boca depois do apito final, todos têm que concordar que se tratou de um bom jogo. Os dragões entraram com posse de bola e inclinados para a frente, mas o Vitória não se deixava ficar. A cada investida dos azuis-e-brancos os conquistadores respondiam com tranquilidade, tanto na saída de bola como no uso que cada jogador fazia dela. Havia tempo e à-vontade para fazer uma pequena finta logo após recuperar a bola e espaço para procurar criar jogadas de corpo inteiro, o que porventura denota uma certa falta de intensidade do FC Porto. A verdade, contudo, é que os da casa controlavam as operações. O golo inaugural chegou ao minuto 37, por Brahimi, numa fotocópia do golo de Herrera na Luz na época passada. Aqui, o argelino fez a tabela vertical com André Pereira antes de rematar com fogo para o fundo da baliza. O segundo golo demorou seis minutos a aparecer, agora por André Pereira, que desviou, ao primeiro poste, um livre lateral de Alex Telles. O avançado portista estava inequivocamente em fora-de-jogo. Qual não foi o espanto quando o árbitro Fábio Veríssimo mandou seguir com pontapé de saída. Como podia o vídeo-árbitro não ter visto?! A justificação chegaria durante o intervalo: o VAR estava indisponível, por motivos técnicos, desde os quinze minutos de jogo. É possível que o árbitro assistente Valdemar Maia tenha preferido resguardar-se, deixando a responsabilidade para o VAR, mas o tiro saiu pela culatra, e acaba por ser o próprio assistente a ficar muito mal na fotografia. Até porque era um lance de bola parada.
O Vitória deixou um aviso ainda antes do intervalo, numa subida ao ataque que terminou num remate pouco ao lado de André André (45'+1'), mas seria na segunda parte que os vimaranenses mostrariam sem margem para dúvidas que ainda acreditavam que podiam retirar alguma coisa positiva deste jogo. O FC Porto baixou claramente de intensidade, permitindo aos visitantes ter ainda mais tempo e espaço para desenvolver jogadas. Ao minuto 63 Ola John aproveitou-se de um carrinho de Sérgio Oliveira para forçar uma grande penalidade que André André converteu. Os dragões, aparentemente, não levaram a sério o toque. Não só já tinham perdido Brahimi por lesão (51'), como trocaram Aboubakar por Marega imediatamente antes de o penálti ser batido, o que se traduzia num desinteresse pela parte ofensiva do jogo. E a margem mínima nunca - mas nunca - é um porto seguro. O FC Porto continuava, ainda assim, a chegar perto da área, mas o Vitória também; e com mais moral, pois tinha sido o último a marcar. Até que o golpe de teatro começou a materializar-se. Douglas pousou a bola nos pés de André André, o médio percorreu os muitos metros de espaço livre que tinha, ao passar a linha de meio campo lateralizou para Florent, que tinha também muito espaço para avançar, e o francês centrou para Tozé, sozinho, atirar cruzado para o empate (76'). Há mérito na forma como os homens do Guimarães construíram a jogada, mas talvez o FC Porto não tenha pressionado como devia. O pior, contudo, estava para vir. A três minutos da compensação os dragões limitaram-se a ver jogar e pagaram com o golo de uma reviravolta poucas vezes vista. Após um lançamento lateral para a pequena área, Welthon atrasou para Davidson, que pôde rematar em posição privilegiada e sem qualquer oposição.
Só aqui o FC Porto acordou, mas Douglas fez questão de silenciar dois golos cantados com defesas monumentais a Marega e a Óliver. Douglas não se ficou por aqui e defendeu mais um golo certo, agora para o poste, com a bola a sobrar para Maxi Pereira, que falhou inacreditavelmente. Herrera também já tinha atirado ao poste, pelo que se pode dizer que talvez estivesse mesmo escrito algures que o FC Porto não poderia brincar com o fogo pelo segundo jogo consecutivo e voltar a escapar incólume. E nem se pode falar em azar, pois esse restringiu-se ao capítulo físico, como prova a saída de Corona por lesão (73'), depois de ter rendido Brahimi. O mexicano durou 22 minutos em campo. As duas substituições forçadas terão deixado Sérgio Conceição sem soluções, mas as desculpas ficam por aqui.
Sobram as curiosidades históricas e o mérito do Vitória em quebrar um jejum de 22 anos sem vencer em casa do FC Porto. Tanto o treinador, como os jogadores, como o vosso humilde escriba não conseguem fazer outra coisa senão reconhecê-lo. Incluindo todas as provas, é preciso recuar ao célebre jogo com o Artmedia na Liga dos Campeões de 2005/06 para encontrar uma cambalhota igual.

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por Miran Pavlin às 23:59

Domingo, 19.08.18

Liga NOS, 2.ª jornada - Os Belenenses SAD 2-3 FC Porto

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Não assisti ao jogo.

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por Miran Pavlin às 22:50

Sábado, 11.08.18

Liga NOS, 1.ª jornada - FC Porto 5-0 GD Chaves - Imponente

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O arranque da caminhada portista no campeonato foi tão imponente que até pareceu tratar-se de uma jornada algures a meio da prova, com a equipa já em velocidade de cruzeiro. Perdido na velha máxima de uma equipa só jogar o que a outra deixa ficou o Desportivo de Chaves, que teve efectivamente pouca bola e não conseguiu - ou não soube - criar algo de positivo quando a teve. Bem cedo ficou a perceber-se qual seria o rumo do jogo. Aboubakar ameaçou ao minuto 8, com um cabeceamento em mergulho que saiu sobre a trave, e concretizou aos 14, trabalhando bem na pequena área antes de finalizar. O lance começou em Otávio junto à bandeirola de canto e passou por uma simulação de André Pereira antes de a bola chegar ao camaronês. Ao minuto 20 surgiria o segundo golo de Aboubakar, seguramente um dos mais fáceis que alguma vez teve de marcar. O segredo da jogada esteve no passe de Sérgio Oliveira para a desmarcação de Otávio, que apanhou os transmontanos totalmente desprevenidos. Não foi o único momento em que o FC Porto descobriu linhas de passe menos óbvias, que além de confundirem o adversário eram agradáveis à vista. Em lance individual Brahimi assinou o terceiro golo, com um remate inesperado depois de ultrapassar o central flaviense Maras (45').
Desta vez não houve a gestão de esforço tantas vezes levada a cabo quando tudo parece estar decidido. O FC Porto voltou do intervalo com a mesma atitude e criou perigo logo na bola de saída, em jogada de insistência com alguma confusão na área. As jogadas com princípio, meio e fim sucediam-se, mas seria preciso esperar até ao minuto 71 para ver um golo, agora por Corona, que interceptou um passe junto ao círculo de meio campo e cavalgou imparável até à festa. Os homens do Chaves limitaram-se a ver o mexicano avançar, diga-se. Corona tinha entrado apenas quatro minutos antes, para o lugar de André Pereira. Pouco depois do quarto golo iria a jogo Adrián López, que assim dava início à sua terceira tentativa de afirmação no FC Porto. O terceiro suplente utilizado seria Marius, que entrou aos 81 minutos e precisou de apenas sete para marcar. No lugar certo à hora certa, o chadiano estava onde era preciso para emendar de cabeça um remate transviado de Sérgio Oliveira.
Mesmo tentando colocar-nos do lado dos flavienses, é impossível questionar a justiça desta manita. Cinco golos que, no fundo, não valem mais que três pontos. O Chaves pode desde já colocar para trás das costas um dos três jogos teoricamente mais difíceis que cada equipa tem que fazer em cada campeonato português. Do outro lado, se os dragões não ganharam uma moral extra, pelo menos mantiveram a que já traziam.

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por Miran Pavlin às 23:59

Sábado, 04.08.18

Supertaça Cândido de Oliveira - FC Porto 3-1 CD Aves - Velho hábito

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Sérgio Conceição sucede a Paulo Fonseca. Vejam bem, portanto, há quanto tempo o FC Porto não ganhava o direito de discutir a Supertaça portuguesa. Enquanto os dragões retomavam o velho hábito de iniciar oficialmente uma nova época no jogo dos campeões, houve outro hábito que não se perdeu: o de o vento que entra pela janela de transferências mexer com a psique dos jogadores. No caso presente a vítima foi Marega, que não ficou satisfeito perante a recusa do FC Porto em considerar a proposta que o West Ham apresentou. O treinador foi firme na resposta. Não só não convocou o maliano, como nem sequer o levou para Aveiro. Em seu lugar alinhou André Pereira, resgatado durante o defeso do empréstimo ao Vitória de Setúbal. Novidades apenas mais uma: Diogo Leite fez dupla com Felipe no centro da defesa. Não havia, de resto, um único reforço nos 18 convocados para o encontro, o que pode ter duas leituras. Ou foi a confirmação de que Sérgio Conceição não ficou mesmo nada satisfeito com as movimentações do clube no mercado, ou continuam a faltar verbas para trazer um ou outro jogador mais sonante.
De uma forma ou de outra, certo é que neste arranque de época o FC Porto mantém o núcleo dos jogadores que três meses antes se sagraram campeões - só o fecho da janela confirmará se Ricardo e Marcano foram as únicas saídas de vulto. O que não quer dizer que o FC Porto tenha encontrado via aberta, pois o próprio Aves também segurou muitos dos nomes que o conduziram ao grande feito que lhe permitiu estar nesta partida. Aboubakar foi o autor do primeiro perigo oficial da temporada, com um remate rasteiro que Beaunardeau defendeu para canto (5'), mas o primeiro golo seria mesmo dos avenses, num remate igualmente bom de Cláudio Falcão (14'). O brasileiro atirou de primeira, na insistência, após ressalto no árbitro, nem mais. Casillas não terá visto a bola partir. A vantagem moralizou a formação do Aves. O equilíbrio mantinha-se, e nem o golo do empate (25') quebrou a crença da equipa de José Mota. Uma tabelinha entre Aboubakar e Brahimi deixou este último frente a frente com o golo, com o argelino, no último momento, a colocar sob o corpo do guardião avense. Seria a última acção relevante de Brahimi no jogo, pois uma lesão forçou à sua troca por Corona (39'). Era, também, reflexo da dureza com que se ia jogando. Particularmente do lado do Aves, que abusou das entradas de sola mas chegaria ao final do encontro empatado a dois em cartões amarelos. Ao intervalo talvez o Aves merecesse estar em vantagem, pelo trabalho que deu a Casillas, mas tinha que se contentar com a igualdade.
O reatamento não trouxe aberturas. O Aves não queria arriscar perder o que tinha alcançado e o FC Porto ia sentindo o peso da responsabilidade inerente à sua dimensão. Embora o marcador já assinalasse 1-1, o jogo tinha-se tornado num daqueles em que quem marcasse, ganhava. E seria o improvável Maxi Pereira a desempatar (68'), com um remate quase sem ângulo, pelo meio das pernas de Beaunardeau, após ter acompanhado um ataque rápido de Corona. A chamada dança das substituições começou nesse momento, sinal de que tanto um treinador como o outro não teriam a maior das certezas sobre aquilo que o jogo poderia dar. Por essa altura já Conceição via o jogo da bancada, por protestar um lance em que Herrera acabou a sangrar do sobrolho após acção de Jorge Felipe. Óliver foi então a jogo no lugar de André Pereira (71'), ao passo que no Aves entrava Michel Douglas para o posto de Braga (69').
O golo deu ao FC Porto o espírito de que precisava para assegurar a vitória, que ficou a um passo quando Corona rematou certeiro, de longe, aproveitando o espaço dado pela defensiva contrária (84'). José Mota jogou mais algumas fichas com as entradas de Fariña e Mama Baldé, mas já não foi a tempo de relançar a partida. Haveria ainda espaço para mais um amargo de boca com contornos físicos do lado do FC Porto. Entrado aos 75 minutos em substituição de Aboubakar, Soares durou pouco mais de dez minutos até uma lesão na virilha o deixar fora do jogo. As consequências para o jogo foram mínimas, mas o caso muda de figura quando se pensa que foi a segunda baixa em menos de 90 minutos e que a bola não vai parar de rolar tão cedo.
Independentemente dessas contrariedades, ninguém - afecto ao FC Porto, claro - deixou de festejar a conquista da 21.ª Supertaça do palmarés dos dragões. Tratando-se da quadragésima edição da prova, o FC Porto tem agora mais triunfos que todos os outros vencedores juntos.

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por Miran Pavlin às 23:59



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