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CORTE LIMPO

Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário



Quarta-feira, 28.11.18

Liga dos Campeões, fase de grupos - FC Porto 3-1 FC Schalke 04 - Dois em um

FCPS04.jpgAinda falta disputar uma jornada, mas o FC Porto não só já sabe que estará no sorteio dos oitavos-de-final, como também já garantiu o primeiro lugar do grupo. A situação não é vulgar, uma vez que apesar de ser um dos clubes com mais presenças no quadro principal da Champions (23), esta é só a quinta ocasião em que vence o seu grupo. Principalmente para quem esteve no estádio, foi como se se assistisse a dois jogos diferentes num só; a uma primeira parte, grosso modo, entediante, sucedeu um reatamento bem mais mexido, ainda que as despesas tenham sido assumidas quase na totalidade pelo FC Porto. A etapa inicial resume-se, portanto, a dois bons remates de Danilo Pereira (15') e Marega (19') para defesas vistosas de Fährmann. Já os primeiros vinte minutos do segundo tempo justificaram o triunfo portista, à conta de um futebol mais intenso, mais decidido e, mais importante, com golos. O marcador abriu à passagem do minuto 52, momento em que Corona bate um canto para a quina contrária da área, onde Óliver recebe, ajeita e cruza para a cabeça de Éder Militão, que colocou a bola junto ao poste para o seu primeiro golo pelo FC Porto. O Schalke quis reagir de imediato. Na sequência da bola ao centro Konoplyanka aproximou-se da área e rematou bem, mas Casillas defendeu. Era o primeiro remate dos alemães à baliza portista (53'), e constituiu uma excepção ao sufoco a que os dragões sujeitaram os Königsblauen. Recuperando a bola mais alto, o FC Porto fazia com que o jogo praticamente não saísse dos últimos 40 metros e o segundo golo não se fez tardar. Embora aquela zona do campo estivesse bastante povoada, Brahimi e Corona encontraram espaço para tabelar entre si pela direita, junto à área, com o mexicano a encontrar um espaço e a rematar para o 2-0 (55'). Stambouli ainda tentou cortar, mas mais não fez que confirmar o golo. A pressão portista continuou a dar frutos. Felipe - imagine-se - tentou um pontapé de bicicleta que acertou em cheio na trave (59') e Óliver picou sobre a barreira um livre directo para a entrada de Corona, que rematou pouco ao lado (63'). Só aqui o jogo abrandou, aproximando-se daquilo que tinha sido a primeira parte, mas aqui isso já é entendido como gestão de esforço. O Schalke, que tinha mantido as suas intenções bem escondidas até próximo do intervalo, altura em que começou a retardar algumas reposições de bola, mostrava-se agora resignado com o evoluir dos acontecimentos, e só acordaria na recta final, ao ser bafejado por uma grande penalidade por mão de Óliver (89'). Bentaleb converteu e deu um ligeiro ânimo para ainda tentar um último esforço pelo empate, mas quem marcou foi mesmo o FC Porto (90'+4'). Casillas cobrou um livre junto à sua própria área, Nastasic aninhou-se para cortar de peito, mas fê-lo mal e deixou a bola à mercê de Otávio, que logo desmarcou Marega, com o maliano a picar a bola à saída de Fährmann.
Uma vez que o resultado do outro encontro do grupo - finalizado antes que este começasse - ofereceu o apuramento tanto ao FC Porto como ao Schalke, o jogo terminou em ambiente de boa disposição. Foi, de resto, uma noite em que fora das quatro linhas se viveram momentos poucas vezes vistos no futebol de alto nível. As duas equipas ficaram no relvado e fizeram em simultâneo a rodinha, antes de uma pequena volta de honra para agradecer aos espectadores - o Schalke agradeceu apenas na direcção dos seus adeptos, claro. Além de preencherem metade da arquibancada nascente, os apoiantes do Schalke fizeram questão de contribuir positivamente para o ambiente. Na primeira parte aproveitaram o habitual chamamento ao desafio entre os dois topos do estádio para gritar "Schalke", e com isso contagiar as restantes bancadas; mais tarde, foi a vez de cantarem qualquer coisa ao mesmo ritmo da mais recente música do FC Porto, mas terminando com "Schalke" em vez de "Porto". E mais uma vez o estádio cantou a uma só voz.

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por Miran Pavlin às 23:59

Sábado, 24.11.18

Taça de Portugal, 4.ª eliminatória - FC Porto 2-0 Os Belenenses SAD - Sem tripla

FCPBEL.jpgJogos de Taça entre clubes históricos são, à partida, jogos de tripla. Afinal de contas, não há distâncias pontuais, posições classificativas, nem considerações sobre o que ainda aí vem. Este FC Porto-Belenenses, contudo, não foi um jogo assim. Muito por culpa do Belenenses, que não trouxe o seu melhor fato; outra quota-parte de culpa ficou do lado do FC Porto, que facturou logo à primeira oportunidade (13'), por Soares. Numa transição ofensiva Adrián López recebeu a bola já perto da grande área e levantou para Corona, que ofereceu um golo fácil ao ponta de lança brasileiro. Foi por pouco que o segundo golo não surgiu logo depois (15'), numa insistência em que André Pereira e Herrera se atrapalharam mutuamente na hora do remate. Passado o mau tempo criou-se o espaço para uma reacção dos azuis de Lisboa, mas ela não aconteceu. O que vale por dizer que o encontro se desenrolou de forma bastante enfadonha. Sérgio Conceição até nem mexeu em demasia no onze, dando minutos apenas a Fabiano, Adrián e André Pereira, ao mesmo tempo que experimentou Corona a lateral-direito. Não eram mudanças de fundo, daquelas que interferem com o rendimento global da equipa, mas talvez fosse mesmo o jogo que não estava a exigir grandes esforços. O segundo golo apareceu também ao minuto 13, mas da segunda parte. Otávio foi o autor do mesmo, num lance em que pegou na bola a meio do meio-campo contrário e ultrapassou quem lhe apareceu pelo caminho, antes de colocar suavemente à saída do guarda-redes. Pouco antes (55') o mesmo Otávio tinha desperdiçado uma grande penalidade; a redenção foi mais que oportuna. O 2-0 fez com que os poucos motivos de interesse se transformassem em nenhuns, pelo que pouco mais restou senão aguardar pelo apito final e pela confirmação de que os dragões seguem para a próxima eliminatória. Mbemba, um dos elementos menos utilizados, ainda jogou quatro minutinhos - mais descontos - por troca com um Óliver que vem vivendo a sua melhor fase desde que está no FC Porto.

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por Miran Pavlin às 23:59

Sábado, 10.11.18

Liga NOS, 10.ª jornada - FC Porto 1-0 SC Braga - Única justiça

FCPSCB.jpg

Não é frequente haver na Liga portuguesa jogos que coloquem frente a frente primeiro e segundo classificados com hipótese de um ultrapassar o outro. Quando tal acontece, normalmente trata-se de um clássico já bem dentro da segunda volta. À 10.ª jornada é muito, muito raro. Ainda mais quando um dos intervenientes não é um dos ditos três grandes. Mas era esse, de facto, o cenário para o presente jogo. FC Porto e Sporting de Braga chegavam aqui igualados nos 21 pontos, o que permitia todas as conjecturas. No campo, não se podia pedir mais equilíbrio. As equipas equivaleram-se palmo a palmo, lance a lance, mas acabou por não ser um daqueles jogos com tanta acção que se torna impossível assistir refastelado na cadeira. Talvez por terem faltado os golos. Entre as oportunidades mais claras destacam-se os remates de Esgaio ao poste (55') e de Fransérgio à trave (77'); no segundo caso o Dragão assustou-se a sério, pois o golo estava ali à espera de ser feito. Ao longo de todo o jogo houve lugar também a defesas mais apertadas tanto de Casillas como de Tiago Sá, a um cabeceamento de Dyego Sousa que só por acaso não deu em golo (25') e, claro está, ao momento do jogo (88'), surgido quando muitos decerto já pensavam ir para casa sem ter visto golos. A jogada nasce de um lançamento lateral de Corona na direita, que solicita Hernâni para um primeiro corte da defensiva minhota; a bola volta à direita, de onde Otávio levanta um cruzamento teleguiado para a cabeça de Soares, que se elevou e empurrou para o tento solitário. De resto, e voltando ao que foi escrito acima, o equilíbrio foi total.
Sem autocarros e sem enervantes perdas de tempo, o Braga jogou olhos nos olhos com o FC Porto e pese embora tenha estado perto, não encontrou solução para o seu problema recorrente dos últimos anos: como bater mais vezes os grandes no campeonato e manter-se na discussão pelo título até tarde? A época passada exemplifica bem o que atrás se escreve. Dos 12 pontos possíveis de somar frente a FC Porto e Benfica, o Braga não averbou nenhum e terminou a 13 pontos do primeiro posto. Bastava - entre aspas - ter ganhado os dois jogos aos dragões e empatado um dos que perdeu para que o título tivesse ido para a Cidade dos Arcebispos em vez da Invicta.
Mas isso foi na temporada passada. Nesta, o Braga espera agora entrar numa perseguição de 24 jogos. O FC Porto fica sozinho na liderança. O resultado mais justo era o empate, mas no futebol, nunca é demais repetir, a única justiça que existe é a dos golos.

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por Miran Pavlin às 23:45

Terça-feira, 06.11.18

Liga dos Campeões, fase de grupos - FC Porto 4-1 Lokomotiv Moscovo - Linha de sucessão

FCPLOK.jpgTempos houve em que o FC Porto era modesto no número de golos que marcava na Liga dos Campeões. Havia apenas dois incidentes isolados em que a equipa marcou mais de três golos num jogo. Até que em 2014 se iniciou uma linha de sucessão de resultados gordos que passou por BATE Borisov (6-0), Basileia (4-0), Leicester (5-0), Mónaco (5-2) e inclui agora também o Lokomotiv de Moscovo. O primeiro golo não se fez demorar (2'), mas todos os minutos teriam valido a pena só para testemunhar uma bela jogada colectiva, que começou num trabalho de Maxi Pereira no flanco direito, passou por um cruzamento atrasado de Marega e terminou com Herrera a aparecer na zona do ponta-de-lança para desviar. O FC Porto ficou desde logo dono e senhor do jogo, mas optou pelo futebol pausado, com trocas de bola em zonas seguras do relvado, em vez de procurar um segundo golo o quanto antes. E assim os minutos iam passando sem grandes ocasiões de perigo junto às balizas. O Lokomotiv registou dois remates em arco que não passaram nada longe, enquanto o FC Porto se ficou por uma ou outra aproximação, mas sem conclusão. O segundo golo, surgido numa altura tida como crucial (43'), foi importante, mas também lisonjeiro para os dragões. Não deixou de ser um bom movimento, contudo, com Herrera a devolver a Marega a atenção, desmarcando o maliano para um arranque a jacto e uma finalização sob o corpo de Guilherme. A situação tornava-se crítica para o Lokomotiv, que corria o risco de ser eliminado já hoje. Não havia outra opção senão reverter o resultado, e os campeões russos voltaram com Farfán no lugar de Manuel Fernandes e uma atitude diferente. Embora o FC Porto tenha tido duas saídas com perigo, os primeiros minutos do reatamento foram de algum sufoco. Mais subidos no terreno os ferroviários bateram várias vezes à porta da baliza do FC Porto, até que esta se abriu (60'). Na sequência de um canto, Farfán elevou-se e cabeceou cruzado para o golo. A bola saiu bem colocada.
O golo dos russos não significou o proverbial relançamento do jogo; teve, antes, o condão de fazer os dragões acordar. Volvidos apenas sete minutos, num lance em que o Lokomotiv procurava atrair o FC Porto para depois jogar directo para a frente, Brahimi apertou Corluka e o croata atrasou para o guardião Guilherme, que estando ele próprio já pressionado por Marega, acabou por colocar mal. A bola saiu para Óliver, que de imediato deu para a direita, onde aparecia Corona; Idowu falhou o corte e o mexicano ficou com caminho livre para avançar e finalizar certeiro. Daí para a frente o Lokomotiv nunca deixou de querer jogar, mas era o FC Porto quem tinha o jogo na mão. E não mais o largou, justificando assim a robustez do marcador final. A incessante chuva aumentou de intensidade já dentro dos dez minutos finais e só aí o relvado encharcou e dificultou a acção dos jogadores. O último golo surgiria sobre o final da compensação. Após um canto, a tentativa de alívio do Lokomotiv bateu em Ignatyev e sobrou para Otávio, que à entrada da área disparou forte e colocado para um bom golo. O FC Porto fechava assim o encontro em grande e discutirá o primeiro posto do grupo quando receber o Schalke 04 na próxima jornada. Já o Lokomotiv continua sem pontuar, mas ainda pode chegar ao lugar de acesso à Liga Europa.

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por Miran Pavlin às 23:59

Sábado, 03.11.18

Liga NOS, 9.ª jornada - CS Marítimo 0-2 FC Porto - Memória distante

CSMFCP.jpg

Os dissabores portistas em casa do Marítimo são regulares, mas a história também guarda períodos em que os dragões têm sucesso. Como é o caso no jogo em apreço. Aliás, esta foi a primeira vez desde 2010/11 e 2011/12 que o FC Porto venceu em épocas consecutivas no reduto maritimista. Nem sequer se viu a ansiedade que frequentemente toma conta da equipa ao pisar este relvado. O que não quer dizer, porém, que o FC Porto tenha tido rédea solta, pois a partida esteve despida de motivos de interesse até perto da recta final. O intervalo chegaria com apenas um lance a assinalar, numa incursão de Joel Tagueu pela esquerda, à qual Casillas respondeu com uma defesa ao primeiro poste, quando o camaronês já tinha pouco ângulo (28'). Com a teia bem armada em frente à sua baliza o Marítimo não deixava o FC Porto aproximar-se do último terço, mas com essa estratégia os próprios verde-rubros acabavam por não conseguir criar perigo por falta de unidades no sector atacante. O bloqueio era total, e nem uma grande penalidade serviu para o romper. É verdade que o lance é um tanto ou quanto forçado por Soares, mas tendo em conta que Lucas Áfrico devia ter sido expulso aos 25 minutos por uma valente tesoura sobre Corona, o castigo acabou por assentar que nem uma luva ao defesa do Marítimo. Na cobrança, Marega permitiu a defesa a Amir Abedzadeh (62'). Sérgio Conceição reagiu tirando Maxi Pereira para meter Otávio, recuando Corona para a posição do uruguaio (67'). A mexida teve efeitos imediatos. Ao minuto 70, um lance iniciado na esquerda por Óliver teve continuação em Brahimi, que deu para o meio, onde Soares e Marega tocaram sucessivamente de calcanhar para desmarcar Otávio, que avançou destemido área adentro e rematou forte para o primeiro golo. Três minutos mais tarde, já com o Marítimo inclinado sobre o outro extremo do campo, Óliver roubou a bola a Bebeto e iniciou um contra-ataque de quatro para um; ao chegar à área deu para Otávio na direita, com o brasileiro a recolocar a bola no meio, onde Marega só teve que encostar. Ficava aí decidido o encontro, mas ainda haveria lugar à expulsão de Danny por agressão a Otávio (82'). Otávio fez uma falta insolente sobre o antigo internacional português - deu-lhe um toque na perna e agarrou-o pela camisola - mas não havia necessidade de Danny perder a cabeça. O lance aconteceu já depois do último momento digno de registo, no caso um remate de Óliver que saiu tão perto do poste esquerdo que parecia golo. Seria merecido, por tudo o que o médio deu à equipa neste jogo. Com o resultado feito Conceição reequilibrou a equipa com as entradas de Herrera (74') e Mbemba (79') para os lugares de Soares e Brahimi, respectivamente. No cômputo geral, o FC Porto passou por tão poucos apuros que os naufrágios na Madeira parecem uma memória distante.

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por Miran Pavlin às 23:55



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