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Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
Dizem os entendidos que o melhor para uma equipa esquecer um mau resultado é que o próximo jogo chegue o quanto antes. Assim, quatro dias depois do desaire na Taça da Liga, o Belenenses SAD batia à porta do Dragão e que mais o FC Porto podia pedir senão um adversário que se revelou macio, e que pouco mostrou que pudesse pôr em causa o triunfo que os dragões acabaram por conseguir? Ter sofrido bem cedo (5', por Brahimi) não ajudou à causa dos azuis da capital, por muito que existam exemplos de golos que acabam por soltar quem os sofre. Não foi o caso neste jogo, contudo, ainda que Licá tenha ameaçado num ataque rápido, mas o seu remate saiu à malha lateral (18'). Perto da meia hora Éder Militão cabeceava para o 2-0 e tornava-se claro que o FC Porto dificilmente perderia o jogo. Naturalmente que no futebol as coisas só são certas quando o jogo termina, mas face ao pouco perigo criado pelo Belenenses era quase impossível que outra coisa acontecesse. O FC Porto manteve-se aplicado q.b., e seria bafejado com um terceiro golo à passagem do minuto 71, através de um cabeceamento de Soares em zona frontal. Até final, nota apenas para a entrada de Manafá (80'), que assim somou os seus primeiros minutos pelo FC Porto.
As premissas subjacentes ao encontro da meia-final serviam para enquadrar o jogo da decisão, mas não podem ser invocadas. Oferecer um bom jogo talvez seja algo que FC Porto e Sporting não conseguem quando se defrontam; pelo menos nos exemplos mais recentes tem sido esse o caso. Sem grandes mexidas de parte a parte, foram os azuis-e-brancos a revelar maior fio de jogo, perante uma equipa do Sporting que optou, passe a expressão, por ver o que o jogo podia dar em vez de procurar fazer com que algo acontecesse. No fundo, o FC Porto não foi claramente superior aos leões, mas fez o suficiente para quebrar a malapata e finalmente arrecadar a sua primeira Taça da Liga. Faltava só o essencial: o golo. Esse, apareceu quando já não faltava jogar muito tempo (79'). Foi Fernando Andrade a rubricar o tento, ao aproveitar uma defesa incompleta de Renan Ribeiro a remate de Herrera; terá faltado ao Sporting alguma presença mental para tirar a bola antes que o avançado portista reagisse. Só aqui o Sporting acordou para o jogo, elevando a intensidade e procurando o ataque. Restava agora pouquíssimo tempo até ao apito final e o FC Porto parecia ter a vitória na mão. Mas trata-se da Taça da Liga, senhoras e senhores, o local onde acontece sempre alguma coisa ao FC Porto. Assim foi. Corria o minuto 88 quando num lance inofensivo Óliver Torres, ao procurar aliviar a bola, acertou em Diaby, que se tinha autenticamente lançado para a sua frente. O lance não ofereceu grandes dúvidas, mas o juiz João Pinheiro apenas assinalou o castigo máximo depois de consultar o vídeo-árbitro. Chamado à conversão, Dost não falhou (90'+2'). Foi por pouco que Raphinha não fez mesmo a reviravolta (90'+5'), mas o seu remate cruzado saiu um pouco ao lado do poste. As grandes penalidades seriam mesmo necessárias para descobrir quem levaria a taça para casa. O historial portista em desempates por este método não é famoso, e ainda não foi desta que a tendência começou a inverter-se. À segunda tentativa Coates falhou, mas Éder Militão não fez melhor, ao colocar tanto a bola que esta saiu do lado errado do poste direito. Foi o quanto bastou para que o FC Porto tremesse e tanto Hernâni como Felipe desperdiçassem os seus remates. Do outro lado, Bruno Fernandes e Nani não enjeitaram, e assim o Sporting venceu a sua segunda Taça da Liga consecutiva. Já o FC Porto fica mais uma vez à procura de uma justificação plausível para ainda não ter conseguido erguer este troféu.
Longe dos constrangimentos, variáveis e circunstâncias do campeonato, por uma vez as equipas proporiconaram um jogo como todos entre águias e dragões deviam ser: com futebol vivo e aberto. E ainda houve golos. Entre avanços e recuos, o FC Porto abriu o activo ao minuto 24, numa recarga de Brahimi após primeiro remate de Marega. As imagens televisivas não foram as melhores para esclarecer se Óliver Torres ganhou a bola em falta no início da jogada. O Benfica respondeu por Rafa (31'), que enquanto entrava pela área aproveitou uma sobra que veio ter direitinha aos seus pés; Vaná tinha defendido o primeiro avanço de Seferovic mas a defesa não limpou. Passaram alguns minutos enquanto o lance era revisto pelo vídeo-árbitro, pelo que se pode dizer que o FC Porto respondeu de imediato, embora já fosse o minuto 35. E foi uma bela jogada, com Brahimi a virar de flanco para a direita e Corona a cruzar para a entrada triunfal de Marega. Em cima do intervalo (45'+2') o Benfica voltava a igualar, em contra-ataque... mas eis que o vídeo-árbitro voltava a intervir, decretando fora-de-jogo no momento em que Rafa recebeu a bola - tinha sido Pizzi a finalizar. Vendo o lance corrido e a imagem fixa é impossível achar que o atacante está adiantado em relação ao penúltimo defensor; terá sido a biqueira da bota a colocar o jogador dos encarnados em posição irregular. O que é ridículo. Este lance é um exemplo perfeito daquilo a que chegou a avaliação do fora-de-jogo com recurso a meios tecnológicos e com as indicações a estipular qualquer parte do corpo que possa jogar legalmente a bola. Adiante. A segunda parte foi menos intensa. Talvez o Benfica tenha sentido o golo anulado, talvez não. Certo é que o FC Porto exerceu um controlo mais firme sobre o jogo, mas só o matou na recta final (86'), num remate cruzado de Fernando Andrade a concluir uma transição rápida. Os dragões avançam para a sua terceira final da Taça da Liga, depois de 2010 e 2013.
Não assisti ao jogo.
Em teoria não havia necessidade de tanto sofrimento, mas no futebol, como todos estão carecas de saber, a prática frequentemente contraria o que está escrito nos livrinhos. Foi o que aconteceu nesta eliminatória, na qual o FC Porto entrou bem, mas acabou com o credo na boca. Ou quase. A boa entrada dos dragões culminou no tento de Herrera (11'), com o mexicano a fazer a hoje apelidada de "recepção orientada" de pé direito e a rematar cruzado com o esquerdo. Sem espinhas. Talvez o FC Porto se tenha aburguesado por estar cedo em vantagem frente a uma equipa da II Liga; o que é um erro quando o jogo conta para a Taça de Portugal, de resto como o passar dos minutos acabaria por provar. De forma consentida ou não, a turma leixonense começou a passar cada vez mais tempo com a bola, o que ajudou a que a equipa se sentisse gradualmente mais confortável. O FC Porto não matava o jogo, nem reclamava para si o controlo das operações. Até que o pior aconteceu. Num avanço aparentemente inofensivo, Zé Paulo rematou de fora da área para o golo do empate (78'). Acabaria por ser necessário jogar mais meia hora, e aí o jogo mudou de figura. Quiçá sentindo uma quebra física, os homens do Mar não foram tão aventureiros e procuraram segurar a igualdade até ao desempate; o FC Porto mostrava agora mais afinco, ainda que com mais coração que cabeça. No entanto, faltou ao Leixões aquele último esforço. Corria o minuto 118 quando Hernâni, lançado ao minuto 99, aproveitou uma defesa incompleta para atirar a contar e evitar que os corações portistas ficassem em suspenso durante mais tempo. Um alívio para o FC Porto, que fez alinhar Fabiano, Mbemba e Adrián López, bem como os reforços Pepe e Fernando Andrade.
Tiram-se tantas ilações sobre os desfechos dos jogos do FC Porto em casa do Marítimo, que é fácil esquecer que os azuis-e-brancos não ganham em Alvalade desde 2008/09. Nesta visita, pode dizer-se que o FC Porto esteve tão perto de ganhar quanto o Sporting... e tão longe ao mesmo tempo. Tão longe quanto as equipas estiveram do golo durante toda a primeira parte. Tratou-se mesmo de um pacto de não agressão. O reatamento trouxe duas equipas um pouco mais abertas, e com isso apareceram algumas oportunidades. Numa das mais claras (56'), o FC Porto avançou pela direita, Corona cruzou e a bola ficou à mercê de qualquer um na zona fatal. No auge do pânico, Soares, o mais bem colocado para o golo, não acertou bem na bola e permitiu a Renan Ribeiro segurar, beneficiando também da falta que foi assinalada por Soares ter acertado também na mão do guarda-redes leonino. Pouco depois (60') Marega rematou com peso e medida para o ângulo superior, mas a bola saiu ligeiramente por cima; terá sido o melhor remate à baliza em todo o encontro. Bruno Fernandes tentou ele próprio surpreender Casillas com um forte remate cruzado, mas o espanhol não cedeu (62'). Felipe também visou a baliza na sequência de um livre de Alex Telles, mas o seu cabeceamento perdeu-se pela linha de fundo (65'). Foi o melhor período do jogo, que logo voltou a perder interesse, arrastando-se, desprovido de golos, até ao seu epílogo. Quando se trata de clássicos a contar para o campeonato, é relativamente frequente as equipas não quererem arriscar, preferindo deixar as decisões para outras batalhas. Foi o caso. E assim se mantêm longos os dias sem que o FC Porto festeje um triunfo em casa do Sporting.
A expressão "dinâmica de vitória" já foi dita tantas vezes que se tornou num chavão. Chavão esse que vai servir para começar a explicar um triunfo portista que não foi particularmente brilhante. Frente a um Nacional que vem em recuperação de um arranque difícil, é certo que o FC Porto nunca se descontrolou - nem mesmo quando os insulares relançaram o jogo -, mas faltou qualquer coisa. Apetece pensar que se este jogo tivesse acontecido, digamos, em 2015, teria havido um empate. Terá sido, pois, a dinâmica de vitória a conduzir o FC Porto ao bom destino. Os dragões assumiram a sua responsabilidade, o Nacional procurou também sair a jogar, mas da primeira parte retira-se pouco mais que os golos. O primeiro a marcar foi Brahimi (32'), assistido por Maxi Pereira. Pouco depois (38') Soares ampliava, após dança e cruzamento de Corona no flanco direito. Antes, porém, tinha sido o Nacional a estar perto do golo, ainda que de forma inadvertida, já que foi Danilo Pereira a quase marcar na própria baliza, na tentativa de cortar um canto de Palocevic (17'). O FC Porto praticamente não teve tempo de saborear o 2-0, pois na resposta os alvinegros marcaram mesmo, com Róchez a aproveitar um ressalto após primeiro remate do mesmo Palocevic (40').
Por muito que não seja preciso lembrar a ninguém que a margem mínima é sempre um perigo, o golo insular acabou por não mudar muito na forma como o FC Porto encarava o jogo. Até que a desgraça se abateu sobre o Nacional, passe o exagero. Numa saída dos postes, o guarda-redes Daniel Guimarães abalroou Rosic, que sairia do revlado de ambulância. Como uma desgraça nunca vem só, quando o jogo recomeçou após a demorada assistência médica, o FC Porto chegou ao terceiro golo, novamente por Brahimi, que finalizou com mestria após ter sido descoberto na área por Corona. O encontro voltaria aí aos mesmos moldes dos minutos iniciais. Adrián López jogou meia hora - mais oito minutos de descontos - mas quase não se deu por ele; já Fernando Andrade, lançado aos 89 minutos, estreou-se com a camisola portista e ainda foi a tempo de fazer um remate com algum perigo.
Esta foi a 18.ª vitória consecutiva do FC Porto, incluindo todas as competições, igualando assim um registo do Benfica de 2010/11.
Não assisti ao jogo.
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