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Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
Numa jornada que levava 25 golos em cinco jogos, os primeiros quinze minutos deste encontro indicaram que a festa era para continuar, pois o marcador já registava 1-2. A loucura, contudo, acabou por aí e o resultado manteve-se até ao final… que só chegou no dia seguinte. A causa? O nevoeiro, pois! Esse ingrediente extra que todos os anos faz das suas e perturba o curso normal de um par de jogos. Se em anos anteriores acontecera em jogos com pouca audiência, esta temporada as vítimas dão pelo nome de FC Porto e Benfica, o que dá mais visibilidade à coisa – passe o paradoxo.
No caso do FC Porto, jogar na Madeira em 2015/16 não foi apenas difícil; estava a tornar-se proibido, mesmo. Recorde-se que foram precisas duas viagens para efectivamente jogar frente ao União - na primeira o vento impediu a aterragem do avião - e agora os dragões tiveram que dormir mais uma noite na ilha antes de concluir o jogo.
O arranque foi então um toma lá, dá cá. Aos 6 minutos Marcano, de calcanhar, desviou no coração da área o canto cobrado por Layún. Na resposta o Nacional empatou, também de canto, com Willyan a fugir à marcação e a cabecear certeiro. Aos 14 foi Brahimi a recolocar o FC Porto na frente, na conclusão de uma jogada envolvente, que incluiu um cruzamento de Layún, na esquerda, e um remate cruzado de Herrera, ao segundo poste; Rui Silva defendeu como pôde, e a bola caiu redondinha no argelino, que só teve que empurrar.
O jogo continuou vivo, e pese embora não tenham passado por grandes momentos de sufoco, os guarda-redes tiveram que estar atentos em diversas ocasiões. No reatamento o Nacional entrou mais forte, mas o FC Porto foi mais perigoso, com Aboubakar e Herrera a perderem lances bastante prometedores, já numa fase em que só quem estava no estádio conseguia vislumbrar alguma coisa da acção.
Se pensarmos que a Madeira vinha sendo o fantasma do FC Porto, quão irónico foi que o cenário do jogo se tenha tornado também ele fantasmagórico. A partir dos 65 minutos só era possível ver uns vultos sombrios na parte do relvado mais próxima de onde estava a câmara. Tudo o resto eram brumas que, para o bem e para o mal, tudo encobriam. Incrivelmente, ainda se tiraram dois foras-de-jogo e assinalaram faltas, uma delas merecedora de cartão. Presume-se que tenham sido lances claros. O desafio foi definitivamente interrompido ao minuto 83, que na prática era o 75.º, dadas as duas suspensões anteriores, e reatado pelas 12h30 de hoje. Foram quinze minutos horríveis, com o FC Porto apenas interessado em destruir jogo. Não era para menos; estava em causa a eliminação do fantasma madeirense dos portistas.
Marcano foi o homem em destaque, primeiro pelo golo, e mais tarde por estar envolvido em dois lances nos quais os alvinegros reclamaram grande penalidade. No primeiro, o jogador do Nacional cruza a bola a pouca distância do central portista e esta vai directa ao braço, que estava afastado do corpo; no dia seguinte é João Aurélio que leva um valente pontapé de Marcano, numa jogada em que os dois jogadores acorrem em simultâneo à bola, mas o homem dos insulares foi mais rápido.
Numa manhã anormalmente preenchida, o FC Porto conheceu também o seu adversário nos 16-avos-de-final da Liga Europa, e esse dá pelo nome de Borussia Dortmund. Um duro teste, que certamente não será ultrapassado apenas com o futebol pausado que os dragões amiúde exibem.
O Nacional começou a temporada com o pé esquerdo, mas terminaria livre de tremores e suores frios, e a lutar pelo acesso à Liga Europa. Os insulares deram sequência à eliminação no playoff da Liga Europa 2014/15, frente ao Dinamo Minsk, com uma primeira volta terrível, em que viram o rosto do pesadelo bem de perto. Cinco vitórias e três empates nos primeiros 17 jogos deixavam os alvinegros no 12.º lugar, mas o campeonato virou quando iam numa série de quatro triunfos, a sua melhor da época. O tónico para uma segunda volta mais conseguida terão sido os triunfos em casa de Paços de Ferreira e Moreirense (ambos por 2-3), nas jornadas 17 e 18, no arranque de uma série de quinze jogos sempre a marcar golos.
Eram as primeiras vitórias longe da Choupana – só haveria mais uma, na 33.ª jornada – e abriram caminho a mais sete triunfos e cinco empates. O Nacional só chegaria à primeira metade da classificação à passagem da jornada 20, e apenas atingiu o sétimo lugar precisamente na última jornada. É mais uma prova de que Manuel Machado não perde o controlo quando orienta clubes que equipam de preto e branco. Assim foi em Guimarães, e continua a ser no Nacional.
O futebol da equipa melhorou de qualiade com o avançar da competição. Mario Rondón e Lucas João contribuíram com alguns golos, nomeadamente a meio da campanha, mas o verdadeiro obreiro da recuperação do Nacional foi Marco Matias. O avançado viveu a melhor época da sua carreira, apontando nada menos que 17 golos, que fizeram de si o melhor marcador português do campeonato. Excluindo o naturalizado Liedson, não havia um português a marcar tantos golos numa época desde os 18 de Simão Sabrosa em 2002/03.
A presença nas meias-finais da Taça de Portugal acabou por ser o ponto alto da temporada. Os insulares desenvencilharam-se de Alcanenense (6-1), Ribeirão (2-0) e Santa Maria (2-1), antes de um confronto mais difícil nos quartos-de-final. O adversário era o Marítimo, e o jogo arrastou-se até às grandes penalidades, que duraram oito rondas, até o holandês Ramsteijn falhar, dando ao Nacional uma vitória por 5-6. Nos 120 minutos verificara-se um 1-1, com ambos os golos a surgirem também de grande penalidade. Nas meias-finais, o Sporting repetiu o que já tinha acontecido em 2011/12 e eliminou o Nacional em duas mãos (agora com 3-2 no agregado).
No final, podia ter sido pior para o Nacional, que começou candidato a um lugar europeu e rapidamente teve que redefinir objectivos. Conseguirá apresentar uma candidatura mais forte na próxima época?
A notícia chegou enquanto o FC Porto aquecia no relvado da Choupana. O Benfica era derrotado em Vila do Conde, transformando este jogo numa oportunidade de ouro para os dragões encurtarem para um singelo ponto a distância relativamente ao topo da classificação.
O FC Porto passava a ter nas mãos justamente a mesma missão que quer Benfica, quer Sporting, tiveram em diversas ocasiões há uns sete, oito anos, e que repetidamente falharam: aproveitar na mesma jornada um deslize do comandante.
Analisando por outro prisma, as deslocações dos azuis-e-brancos à Madeira são já um caso crónico de dificuldades e desinspiração. O que não desculpa a pouca intensidade que o FC Porto imprimiu ao jogo, principalmente na etapa complementar. Não é que o chuveirinho fosse solução, e é verdade que o FC Porto enviou duas bolas aos ferros, todavia faltou-lhe aquilo a que os ingleses chamam bite. Capacidade de morder a baliza adversária. Acutilância, portanto.
A primeira parte teve mais FC Porto, mas pouco perigo junto à baliza. O Nacional foi uma equipa competitiva, mostrando que está num momento da época bem diferente do da primeira volta. Nem o golo sofrido numa altura crucial (45’), num remate colocado de Tello, abateu os insulares, que no segundo tempo não se fizeram rogados no aproveitamento da ligeireza portista.
Com Danilo e Alex Sandro especialmente permeáveis, os atacantes do Nacional iam explorando bem as alas, e o golo surgiria de um desses lances (62’), num cruzamento que passou por toda a pequena área portista até encontrar Wagner ao segundo poste. Alex Sandro estava atrasado.
Um ligeiro balanceamento ofensivo do FC Porto na resposta ao empate quase custava a reviravolta, mas Lucas João teve um falhanço inacreditável a poucos metros da baliza. Lopetegui lançou Quintero – mostrou pouco – e Quaresma – muito activo, mas pouco concreto – na tentativa de recolocar o jogo nos mesmos moldes do primeiro tempo, mas nesta fase já o Nacional estava mais confortável sobre o terreno, pelo que as alterações não surtiram o efeito desejado.
Atendendo àquilo que foi o jogo, o empate acaba por ser justo, mas não deixa de ser um luxo a que o FC Porto não se pode dar, muito menos quando havia em cima da mesa um brinde para reclamar. E agora não vale a pena chorar sobre leite derramado. Passam a ser três os pontos que separam o FC Porto do topo. Nas presentes condições, só uma vitória por 0-3 na Luz conferirá vantagem aos dragões.
Infelizmente não vou poder analisar o jogo porque apenas vi alguns minutos dele, que coincidiram com a altura em que Brahimi erigiu um monumento que fixou o resultado final.
Um excelente movimento à entrada da área, adornado por uma ginga do argelino, que assim encontrou espaço para desferir um remate em arco, sem hipóteses para o guardião dos insulares.
O triunfo mantém o FC Porto um ponto abaixo do primeiro lugar.
GD ESTORIL-PRAIA
Não se pode dizer que a edição 2013/14 da divisão maior tenha tido uma equipa-revelação. Teve antes uma confirmação, e foi exactamente o Estoril, que igualou a sua melhor classificação de sempre, obtida há 66 anos.
Mesmo perdendo jogadores importantes como Steven Vitória, Jefferson, Licá e Carlos Eduardo, o técnico Marco Silva teve o mérito de não deixar a equipa seguir a indesejada tradição de tantos emblemas de menor dimensão que caem a pique depois de uma época de sonho.
Marco Silva teve tanto mérito como os jogadores que o conseguiram, pois o Estoril fez ainda melhor que na época passada. Com um impressionante pecúlio de quinze vitórias – metade dos jogos disputados, incluindo Dragão, Alvalade, Guimarães e Barreiros – os canarinhos podem orgulhar-se de ter perdido menos jogos que o FC Porto.
Com nomes como Vagner, Tiago Gomes, Evandro, Bruno Lopes, Carlitos ou Balboa em destaque, o Estoril apresentou um futebol sem autocarros, antes com entreajuda, calma, matreirice, propósito, e com os sectores bem ligados entre si, conforme tive oportunidade de testemunhar na visita ao Dragão.
Esta época assinalou ainda a estreia estorilista nas provas europeias, onde deixou uma imagem mais humilde, mas ainda assim marcando golos em oito dos dez jogos efectuados na Liga Europa, e arrancando um empate em casa do Sevilha, que venceria a competição.
Na Taça atingiu os quartos-de-final, perdendo em casa do FC Porto (2-1), numa partida em que talvez lhe tenha faltado um pouco mais de ambição. Para a história fica também o póquer de Bruno Lopes na goleada sobre o Leixões (1-5) nos oitavos-de-final.
É uma boa altura para ser adepto do Estoril, mas o futuro torna-se agora uma incógnita. Marco Silva anunciou o adeus no final da temporada, e foi apresentado como próximo treinador do Sporting.
O Estoril tem mais uma participação europeia no horizonte, na esperança de que não bata à porta a tal tradição da queda a pique.
CD NACIONAL
Manuel Machado tem de ter uma receita mágica que só utiliza no nevoeiro da Choupana. É a terceira vez que o treinador minhoto qualifica os alvinegros para a Taça UEFA/Liga Europa.
A época foi discreta, mas regular o suficiente para garantir com antecedência o posto europeu. Invicto diante de FC Porto e Sporting, o Nacional provou ser uma equipa sólida, mas é melhor não olhar para a Taça de Portugal, onde caiu à primeira tentativa, aos pés do Santa Maria (1-0), que milita no CNS.
Com Candeias a organizar jogo, e Diego Barcellos e Mário Rondón a converter oportunidades, o Nacional apontou 43 golos, a melhor marca a seguir aos três grandes, no ano em que conseguiu a sua maior vitória de sempre fora de portas (0-5 em Paços de Ferreira). Foi mesmo o triunfo mais gordo de todo o campeonato.
O guarda-redes Gottardi, e ainda Marçal e Claudemir cotaram-se como os pilares da defesa insular.
CS MARÍTIMO
O outro emblema madeirense realizou uma época de trás para a frente. Começou a meio gás, passou por uma série de cinco derrotas entre as jornadas 5 e 9, e terminou a primeira volta com 17 pontos.
Somou 24 durante a segunda metade do campeonato, e acabou por chegar ao sexto posto final, apesar de ter perdido o avançado Heldon para o Sporting.
O treinador Pedro Martins despede-se ao fim de quatro temporadas ao leme verde-rubro, que incluíram uma aceitável participação na Liga Europa em 2012/13.
VITÓRIA FC
O Vitória sadino conseguiu a sua melhor classificação em sete anos, ao terminar no sétimo posto. E se Manuel Machado tem a chave para o sucesso no Nacional, só José Couceiro sabe como fazer as coisas acontecer em Setúbal.
O treinador substituiu José Mota à passagem da jornada 8, quando o clube tinha míseros seis pontos, e logo fez do Setúbal um dos quatro clubes que conseguiram vencer na Amoreira. Foi a primeira de três vitórias em quatro jogos.
Seguiram-se quatro derrotas na viragem do campeonato, mas logo a equipa se reencontrou, somando 23 pontos e marcando 24 golos nos últimos 14 jogos.
Uma das revelações, Rúben Vezo, mudou-se em Janeiro para Valência, abrindo espaço a Rafael Martins e Ricardo Horta, que foram os jogadores em foco na formação sadina.
De saída está o próprio Couceiro, a caminho do Estoril. Será o regresso do Vitória de Setúbal à metade baixa da tabela?
A. ACADÉMICA DE COIMBRA
Os estudantes, por sua vez, obtiveram a melhor classificação em cinco anos, sob a liderança do efervescente Sérgio Conceição.
O jovem técnico de 39 anos é o quarto antigo jogador do FC Porto a orientar a Académica no mesmo espaço de tempo, e à falta tanto de nomes sonantes como de um goleador, montou uma equipa combativa, bem segura nas luvas de Ricardo, e na resistência de homens como Fernando Alexandre, Marinho ou Salvador Agra.
Os 25 golos marcados são o pior registo dos academistas desde 1986/87, mas o Paços de Ferreira não acreditará nestas linhas, já que sofreu oito golos nas duas partidas com a Académica.
Olhando para o resultado pode alegar-se que não vi todo o jogo porque não convém, mas a verdade é que me foi impossível assistir a mais do que os minutos entre o primeiro golo do Nacional e o intervalo.
Apenas me ficaram os ecos da partida: vários lances polémicos e alguma confusão no final após uma troca de palavras decerto quentes entre Quaresma e dois jogadores insulares.
Imagens que nada dignificam o FC Porto, mas que deixam igualmente sem perceber o porquê da veemência de praticamente uma delegação do banco do FC Porto em afastar o jogador da situação, quando Quaresma não demonstra qualquer comportamento brusco.
Um golo adversário precedido de fora-de-jogo, um golo a favor anulado e uma grande penalidade desperdiçada, precisamente por Quaresma, terão pesado no aquecer dos ânimos nos minutos finais.
A carreira do FC Porto na Liga 2013/14 assume contornos de um horror que há muito tempo – décadas? – não se via no reino do Dragão. Agora a oito pontos do Sporting e a quinze do Benfica, o FC Porto livrou-se de boa, já que o Estoril, que jogou à tarde, também perdeu.
A derrota confirma que o segundo lugar não será mais que uma miragem, mas os dragões não se podem desleixar, sob pena de ver o Estoril, que vem fazendo uma época notável, colocar a cereja no topo e acabar no pódio.
Seria um aviso bem sério a toda a estrutura do FC Porto.
A grande diferença entre o Sporting e os seus rivais, é que não jogando muito bem, o Sporting não consegue ganhar. Já tinha acontecido o mesmo contra o Rio Ave e voltou a acontecer contra o Nacional. Contudo, é importante dizer que o Sporting fez o suficiente para ganhar o jogo (incluindo um golo anulado) e que o Nacional foi uma equipa muito organizada. Apesar de ter sido viril ao ponto de roçar a violência, houve algo que me impressionou, em especial na segunda parte: quando cortava uma jogada na defesa conseguia sair sempre a jogar e iniciar um ataque - o Sporting raramente ganhou uma segunda bola, para empurrar o Nacional às cordas. Foi um jogo disputado, de parada e resposta, em que o tempo passou e o golo não surgiu. A saída de André Martins (depois de uma entrada violenta) para a entrada de Slimani de certa forma desequilibrou a equipa (embora tenha dado outras soluções na frente, já que Montero passou a primeira parte emparedado entre os centrais), com consequências ao nível do domínio do meio campo. As entradas de Wilson Eduardo e Mané acabaram por não acrescentar nada à equipa, o que é estranho... já que poucos foram os cruzamentos na segunda parte, quando finalmente estava alguém na área para os receber. Aliás, Wilson Eduardo teve duas situações em que visou a baliza, quando podia muito bem servir os avançados...
O destaque deste jogo vai para William Carvalho e Adrien, que foram ao mesmo tempo os motores do ataque e quem segurou as pontas a defender na segunda parte. Todos os outros não se exibindo mal, não chegaram ao nível destes dois. Uma nota para Carrillo, que fez uma primeira parte muito agradável, mas eclipsou-se completamente na segunda parte.
O Sporting desperdiçou a oportunidade de assistir confortável ao Benfica-Porto, numa jornada em que se irá deslocar ao Estoril. Há que continuar a trabalhar e disfarçar as óbvias limitações deste plantel com atitude e vontade. Contudo, antes de o campeonato continuar (daqui a 3 semanas!) há um jogo com o Porto para a Taça da Liga. Confesso que tenho uma grande animosidade por esta competição e por mim, jogava a Equipa B, orientada pelo Abel, nas 3 jornadas da competição. É absolutamente ridículo existirem paragens de 3 semanas no campeonato, para se disputar uma competição menor que ninguém leva a sério antes da final, quando se podia facilmente voltar a ter um campeonato com 18 equipas. Mais uma daquelas situações que ninguém percebe muito bem no futebol Português...
O Nacional da Madeira é definitivamente o maior fantasma do Estádio do Dragão. Há nove anos aí venceu por 0-4, já conseguiu um 0-3, e desta vez, no primeiro jogo depois dos dez anos do recinto, leva para casa um empate que deixa o Benfica a um ponto do primeiro lugar – o Sporting também se poderá aproximar, mas só joga amanhã.
A expressão “golo a frio” nunca se aplicou a um tento obtido tão tarde no jogo. A noite estava muito fria, o jogo foi frio, e o golo dos madeirenses apareceu quando o motor do FC Porto já estava também ele frio, depois de ter sido desligado vários minutos antes.
A primeira parte do FC Porto foi interessante, marcada por um domínio claro, com posse de bola constante, que remetia o Nacional para esporádicos contra-ataques, praticamente sempre mal definidos à chegada à área. No entanto, o FC Porto pouco perigo criava para as redes de Gottardi.
O golo apareceria aos 52 minutos, num cabeceamento colocado de Jackson, que deu voz às volumosas estatísticas do FC Porto, e quebrou a sólida barreira defensiva dos insulares.
O golo abriu também caminho ao regresso do sono. Tendo visto o jogo no sofá, passei pelas brasas sensivelmente entre os 60 e os 75 minutos. E entre uma altura e outra, o jogo estava diferente. O FC Porto passava o tempo e os contra-ataques do Nacional estavam mais perigosos. Como disse o técnico Manuel Machado no final da partida, a entrada de Mateus – o homem que em tempos foi incontratável – deu mais critério às manobras ofensivas dos madeirenses.
E aos 82 minutos, um desses contra-ataques deu em golo. Tarde demais para o FC Porto voltar a ligar o motor, o que mesmo assim não impediu Jackson de ter uma oportunidade de desempatar o jogo, já ao cair do pano dos descontos, mas a mancha de Gottardi impediu o golo.
Quem olhar para as estatísticas finais (17-0 em cantos, por exemplo) estranhará o empate. Mas o futebol tem destas coisas, e diga-se, desta vez o FC Porto pôs-se “a jeito” ao não resolver o jogo em tempo útil.
A bipolaridade do FC Porto 2013/14 estende-se à tabela classificativa. No espaço de cinco jornadas passou de dois pontos de vantagem para cinco, e agora apenas um! Como irá a equipa reagir numa altura em que a margem de erro desapareceu? O próximo jogo do campeonato é em Coimbra e será conveniente que o FC Porto tenha aprendido a lição deste jogo. Antes, porém, há uma recepção ao Austria Viena, na próxima terça-feira, a contar para a Liga dos Campeões.
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