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Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
Era expectável que o Arouca não conseguisse terminar sequer perto do fantástico 5.º lugar da época anterior, mas não se previa de todo que a queda fosse tão abrupta. A equipa não sofreu mudanças de vulto, nem sequer a nível técnico, pelo que só a aprendizagem e distracção de um primeiro ano nas provas da UEFA poderia causar problemas inesperados. Mas nem isso pode ser visto como causa do desastre arouquense, já que a participação na Liga Europa foi positiva, apesar de curta. Frente ao também estreante Heracles Almelo, o Arouca passou nos golos fora (1-1f, 0-0c), encontrando no play-off o gigante grego Olympiakos, orientado na altura por Paulo Bento, que venceu a primeira mão (0-1). No jogo de retorno no Pireu, o Arouca levou valorosamente a eliminatória para o prolongamento, onde finalmente o Olympiakos deu a volta ao marcador.
Assim que começou o campeonato o Arouca rapidamente descarrilou, embarcando logo à 3.ª jornada numa viagem de seis partidas sem vencer. A parte central do calendário trouxe melhorias, com a equipa a conseguir sete vitórias nos doze jogos entre as rondas 9 e 20, que a fizeram subir do 17.º para o 10.º posto. Tudo parecia ter voltado ao normal, mas após a 21.ª jornada o técnico Lito Vidigal não resistiu ao convite do Maccabi Haifa e abandonou o clube.
OS TREINADORES SEGUINTES
Manuel Machado, que tinha saído do Nacional à 15.ª jornada, pegou na equipa, mas coleccionou derrotas nos cinco jogos em que esteve à frente do Arouca e acabou por bisar no chicote. Os arouquenses estavam de mãos dadas com a derrota, e o terceiro treinador da temporada, Jorge Leitão, adicionou-lhe mais uma na sua estreia, na jornada 27 (1-2 frente ao Sporting). Leitão conduziria a equipa a mais uma vitória apenas (2-0), na recepção ao Feirense na ronda 29.
A QUEDA
Após essa jornada, o Arouca tinha 11 pontos de vantagem em relação à linha fatal quando faltavam jogar 15. As hipóteses de descer eram praticamente nulas, mas faltava o carimbo oficial na permanência. Só os jogadores poderão explicar se foi por excesso de confiança ou por relaxamento excessivo, mas a verdade é que o Arouca, talvez sem o perceber, fez por adiar a chegada da confirmação. E a matemática nunca chegou sequer a estar em vias de ajudar. Na jornada 30 o Arouca perdeu em Vila do Conde (3-0), antes de falhar na tentativa de afundar o Moreirense, ao empatar a dois depois de estar a vencer por 2-0; seguiram-se derrotas em Guimarães (1-0, 32.ª) e, crucialmente, em casa com um Tondela que já vinha ao sprint (1-2, 33.ª).
Restavam três pontos dessa vantagem de 11, e só uma conjugação improvável de resultados na última jornada despromoveria o Arouca. E, como se fossem planetas a alinhar-se, essa conjugação aconteceu. Enquanto o Moreirense vencia o FC Porto (3-1) e o Tondela vergava o Braga (2-0), o Arouca complicava a sua vida na visita ao Estoril, vendo-se a perder por 3-1 à meia hora, depois de entrar no jogo a ganhar (1’). Adilson bisou ao minuto 31, mas Hugo Basto foi expulso pouco antes do intervalo e o Arouca não conseguiu forçar o empate de que precisava. Pelo contrário, viu mesmo Gustavo Tocantins fazer o 4-2 final para os da casa, colocando um ponto final nas quatro épocas do Arouca na I Liga.
A queda depois da ascensão de 2015/16 foi tão grande quanto o choque de uma despromoção inesperada.
MOMENTO DA ÉPOCA
Após a derrota em Alvalade (3-0), à 10.ª jornada, os presidentes de Sporting e Arouca, Bruno de Carvalho e Carlos Pinho respectivamente, envolvem-se numa altercação junto aos balneários, com muitas trocas de palavras fortes. As televisões repetiram até à exaustão as imagens de vídeo-vigilância em que Bruno de Carvalho parece cuspir no seu homólogo arouquense; a isto de outro ângulo, dá toda a impressão de se tratar de vapor de cigarro electrónico. A discussão nos media durou semanas. A decisão no Conselho de Disciplina da Liga demora meses.
FIGURAS
Kuca marcou seis golos na Liga, seguido de Walter González e Jorginho, ambos com cinco. Mateus, Tomané e Crivellaro também estiveram em destaque, bem como os defesas Hugo Basto e Nuno Coelho.
CONTABILIDADE
Liga NOS: 17.º lugar, 9v-5e-20d, 33gm-57gs, 32 pontos; despromovido à II Liga;
Taça de Portugal: afastado pelo Real (1-0) logo na 3.ª eliminatória, golo de Nélson (85’);
Taça da Liga: afastou o Cova da Piedade (2-1) na 2.ª eliminatória; terceiro classificado no grupo A (3 pontos), atrás de Setúbal e Sporting, e à frente do Varzim.
Liga Europa: eliminou o Heracles Almelo, antes de perder no play-off com o Olympiakos.
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