Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
O Desportivo de Chaves estava de volta à I Liga após 17 anos de ausência, mas a avaliar pela primeira volta não sentiu essa espécie de fosso geracional futebolístico. Pelo contrário, evocou mesmo memórias dos seus verdes anos na divisão principal, altura em que obteve dois quintos lugares (1986/87 e 1989/90) e um sexto (1985/86), bem como uma ida à Taça UEFA (1987/88). Com efeito, à 18.ª jornada os flavienses eram sextos classificados e tinham perdido apenas três partidas até aí – Benfica (c), Braga (f) e FC Porto (f). A mobilidade da frente de ataque ia causando estragos e as boas exibições sucediam-se, resistindo mesmo à mudança súbita de treinador registada após a 13.ª jornada. Por essa altura, estavam reunidos os ingredientes para classificar o Chaves de equipa sensação.
TAÇA DE PORTUGAL
O Chaves causou espanto também na Taça de Portugal, onde tirou do caminho FC Porto e Sporting. Os dragões foram os primeiros a cair, na 4.ª eliminatória, que os transmontanos venceram nas grandes penalidades (3-2) no final de um nulo em 120 minutos. Os oitavos-de-final foram um carrossel de emoções para o Chaves na visita ao Torreense. Os da casa estiveram a vencer (35’), permitiram a reviravolta (58’), e abririam as portas de um prolongamento (90’) com um auto-golo do flaviense Freire, mas o Chaves fechou-as com uma grande penalidade de Battaglia ao minuto 90’+9’. Nos quartos-de-final foi a vez de o Sporting se despedir, por força de um golo de Carlos Ponck (87’), antes de uma meia-final dramática com o Guimarães. O Chaves recuperou de uma desvantagem de dois golos, mas permitiu um fatal golo fora ao Vitória e ainda falhou uma grande penalidade na compensação. Um duro final para uma caminhada que começara bem longe da raia transmontana, com uma vitória sobre o União (0-1) na 3.ª eliminatória.
SEGUNDA METADE
O resto de campeonato do Chaves teve pouco do fulgor da primeira metade da temporada. Depois de baterem o Nacional (2-0) na primeira ronda da segunda volta, os flavienses venceriam apenas mais dois jogos, contra Arouca (2-0) e Paços de Ferreira (1-0), este com um auto-golo de Gegé. A época terminou em plena série de sete jogos sem vitórias. Face a um tão fraco pecúlio a partir de Janeiro, acabaram por ser os rendimentos até aí conseguidos a justificar o 11.º lugar final, juntamente com os 14 empates. Ninguém dividiu tanto os pontos neste campeonato.
FIGURAS
Fábio Martins foi o artilheiro da equipa com seis golos na Liga, seguido de Rafael Lopes com cinco golos. Renan Bressan e Willian fizeram quatro golos cada.
Braga e Perdigão foram outros nomes em foco no ataque do Chaves. Mais atrás, destacou-se o central Nélson Lenho, o único totalista desta edição da Liga NOS.
TREINADORES
Depois de realizar trabalhos interessantes ao comando de Belenenses e Paços de Ferreira, Jorge Simão parecia estar a viver o seu ano de afirmação, mas cortou a árvore pela raiz quando ao fim de 13 jornadas não resistiu ao convite do Braga, que entrou em convulsão e despediu José Peseiro. Nem o Chaves voltou a praticar futebol tão atractivo, nem Simão voltou a ter o mesmo sucesso.
Recrutado ao Vizela, Ricardo Soares procurou não estragar o que estava feito, mas não conseguiu manter a chama da equipa por muito mais tempo. Em Janeiro, no espaço de quatro dias Soares viu o Chaves roubar pontos ao Sporting na Liga (2-2 em casa) e empurrá-lo para fora da Taça, naqueles que seriam os últimos grandes momentos dos flavienses na temporada.
CONTABILIDADE
Liga NOS: 11.º lugar, 8v-14e-12d,35gm-42gs, 38 pontos;
Taça de Portugal: eliminado nas meias-finais frente ao Vitória de Guimarães;
Taça da Liga: afastado na 2ª eliminatória, ao perder em casa do Rio Ave (1-1, 3-1 gp).
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.