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Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
A comemoração do 200.º jogo do FC Porto na Taça/Liga dos Campeões ficou a meio. Ou nem chegou a começar. Ao empatar com o campeão dinamarquês, o FC Porto não só complicou, em potência, as suas contas, como também deitou por terra a argumentação daqueles que defendem que os dragões têm pela frente um grupo de Liga Europa. É difícil perceber como pode alguém pensar dessa forma, tendo em conta que o FC Porto é o único do seu grupo que não é campeão em título – Nuno Espírito Santo terá sido o único a salientar este facto, na antevisão ao jogo.
Olhando ao jogo em si, o empate é justo, mas quando se colocam na equação os pergaminhos internacionais de FC Porto e FC Copenhaga, torna-se impossível não achar que os azuis-e-brancos tinham obrigação absoluta de não perder pontos. Contudo, um pouco por falta de chama no futebol que praticou, mas também pelo jogo descomplexado que o Copenhaga fez, o FC Porto não foi capaz de se impor. Mesmo antes do golo os dragões estavam sonolentos em campo, e nada serviu para contrariar a tendência; nem o golo de Otávio (13’), num remate forte e colocado após assistência de calcanhar de André Silva – golo surgido ele próprio em resposta a uma iniciativa de Federico Santander que forçou Casillas a defender para canto –, nem um cabeceamento perigoso de Cornelius que saiu centímetros ao lado (15’), nem sequer o golo do mesmo Cornelius (52’), que aproveitou o desnorte colectivo da defesa portista para fixar o resultado final. O FC Porto só acordaria no desespero dos minutos finais, já com Brahimi em campo. O argelino fazia a estreia oficial esta época e circulou pelos flancos e pelo meio na tentativa de fazer os colegas aparecer na cara do golo, mas quando a equipa no seu todo joga com o coração e não com a cabeça, tudo se torna mais difícil.
Ao contrário de muitas equipas que vêm ao Dragão nas provas da UEFA, o Copenhaga não utilizou o chamado “autocarro”, preferindo trocar calmamente a bola enquanto procurava espaço para subir no terreno. É certo que os dinamarqueses só o conseguiram porque a pressão do FC Porto foi praticamente inexistente, mas não deixou de ser uma novidade. Ainda assim, de parte a parte escassearam os remates à baliza – o único remate do FC Porto no alvo foi mesmo o golo.
Ao minuto 66 o Copenhaga ficava reduzido a dez elementos por expulsão de Greguš. Nem foram necessárias imagens televisivas para perceber que Otávio simulou a falta, mas o juiz esloveno Matej Jug caiu no engodo e mostrou o segundo cartão amarelo ao médio eslovaco. Voltando à ideia veiculada mais acima, nem com a superioridade numérica o FC Porto se impôs. O Copenhaga recuou a equipa, colocando duas linhas de quatro homens à frente da área, com Cornelius sozinho na frente, enquanto o FC Porto respondeu com as trocas de Herrera por Brahimi e de Otávio por Diogo Jota, também ele em estreia. Depoitre já estava em campo desde o minuto 62, altura em que o FC Porto passou a jogar em 4x4x2, mas nem assim a baliza de Olsen foi alvejada. O belga teve consigo a última hipótese de desempatar, mas tentou um golpe de calcanhar que saiu frouxo e à figura do guarda-redes.
O público presente no estádio procurou ser um 12.º jogador, incentivando a equipa até ao fim, mas também isso não foi suficiente para que o FC Porto encontrasse o engenho necessário. Houve alguns assobios no final, mas poucos. Talvez o facto de ainda faltarem cinco partidas da fase de grupos ajude a que os adeptos tenham um pouco de paciência, mas a margem de erro pode muito bem ter desaparecido aqui. Hoje o FC Porto não acordou para o jogo; convém que venha bem desperto para as jornadas seguintes da Champions, primeiro em Leicester, depois em Bruges.
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