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Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
Este jogo permitiu perceber que ainda há paciência no reservatório dos adeptos do FC Porto. E ainda mostrou que a mesma tem limites, e é mais para com a equipa que para com o treinador.
Nos segundos após o golo do empate do Athletic os adeptos tornaram-se mais ruidosos no apoio à equipa, mas assim que os jogadores do FC Porto traziam a bola até à defesa ou atrasavam para o guarda-redes, os incentivos transformavam-se em assobios, que triplicaram de intensidade quando Julen Lopetegui decidiu retirar do jogo Quintero, que estava a ser dos melhores da equipa. Entrava Ruben Neves – pausa nos assobios para o aplaudir – e Quaresma continuava tranquilamente a aquecer.
Os clamores pela entrada do Cigano eram mais que muitos, por entre mais algumas vaias, e seriam satisfeitos aos 70 minutos, quando Quaresma foi a jogo. Bastaram cinco minutos para que fosse herói, ao apontar o golo da vitória, num remate que passou por baixo do corpo de Iraizoz.
O golo foi gritado e festejado bem do fundo da alma azul-e-branca, e com ele o FC Porto escapou ileso de um jogo em que a exibição não convenceu plenamente. Fabiano não comprometeu, Martins Indi é um jogador de qualidade e Herrera começa a ser uma excelente peça de ligação no meio-campo, mas Danilo é inconclusivo, Tello e Brahimi demoram demasiado tempo a soltar a bola – e por vezes não a soltam –, Casemiro fez um jogo muito fraco, muito faltoso, e Jackson esteve demasiado sozinho na frente.
O somatório resultou numa exibição em que o FC Porto pareceu ter medo de rematar, nem sempre jogou em equipa, abusou dos passes pelo ar e várias vezes não definiu bem na hora de sair com a bola da defesa. Custaria caro aos 58 minutos, quando um passe de Herrera se perdeu nos pés de Guillermo, que avançou até ao 1-1.
O Athletic é um clube de tradição em Espanha e arrastou milhares de adeptos, mas parece estar na ressaca da boa campanha do ano passado, e não foi nem mais, nem menos convincente que os dragões. Deu sinal de se querer proteger de Quaresma – e talvez conformar-se com o empate – quando trocou Mikel Rico por Gurpegui, mas a manobra não deu resultado, já que os leões de Bilbau sofreram o golo decisivo logo de seguida, e não teriam o discernimento suficiente para causar perigo num par de lances em que andaram perto da baliza portista, nos descontos.
Chega a ser incrível como o resultado se saldou por um 2-1. Houve momentos na primeira parte em que parecia que o 0-0 se iria manter. Herrera, em cima do intervalo, apagou essa ideia. A sua perda de bola acrescentou ao jogo um capítulo que fez com que Lopetegui tivesse que afagar o ego dos adeptos e ainda levar um estalo de luva branca. Será que aprendeu?
O triunfo deixa o FC Porto em posição privilegiada para chegar à fase seguinte. Se vencer o jogo caseiro que lhe resta e trouxer pontos de uma das próximas deslocações – Athletic e depois BATE Borisov – deve assegurar o lugar nas eliminatórias.
À margem do jogo, a noite de Champions foi histórica. Bateu-se o recorde de golos num só dia – 40 em oito jogos – a Roma sofreu a sua pior derrota caseira de sempre na Europa – 1-7 com o Bayern – e o BATE seguiu-lhe as pisadas, perdendo por 0-7 com o Shakhtar, por quem Luiz Adriano assinou cinco golos, igualando o recorde da Liga dos Campeões, estabelecido por Messi em 2013.
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