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Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
Já se viu pior, mas o Boavista-Porto voltou a ser um encontro em que os axadrezados disputaram cada lance com a faca entre os dentes. Talvez faça parte da essência do clube. Talvez sejam memórias vivas do Boavista da década de 90. Ou então é simplesmente inevitável sempre que o dérbi tripeiro decorre no Bessa. E diga-se que o FC Porto teve uma postura notável perante um adversário que não se coibia de usar da dureza. Dessa forma, a chamada "bola corrida" não durava muito tempo. Ainda assim, o FC Porto teve alguns lances prometedores, como ao minuto 43, altura em que Brahimi viu Helton Leite deter o seu remate à queima-roupa, após assistência de Herrera; ou o cabeceamento de Felipe (60'), que embora estivesse bem colocado atirou por cima. O tempo regulamentar estava prestes a expirar quando uma bola metida para a zona frontal apanhou Soares a avançar sem oposição, mas o brasileiro apenas encostou o pé à bola em vez de rematar, e esta escapou tranquilamente rumo ao pontapé de baliza. O Boavista apenas foi visto na área contrária em três ocasiões: num lance em que Rochinha ficou a reclamar grande penalidade por derrube de Brahimi (70') e em dois momentos em que Casillas foi carregado quando se preparava para pontapear para a frente depois de recolher bolas perdidas. Na alegada grande penalidade o ângulo de observação teve grande importância. Visto de um lado tratou-se de um aproveitamento do jogador axadrezado; do ângulo oposto era mesmo grande penalidade. Uma vez que é impossível estar em dois lados ao mesmo tempo, o lance passou em claro. A não-intervenção do vídeo-árbitro é mais uma acha para a fogueira onde ardem as aparentes disparidades na sua utilização. E quando o empate parecia certo, o futebol fez questão de lembrar que um jogo só acaba quando acaba. Numa última insistência (90'+5'), Marega cruzou rasteiro desde a direita, o central boavisteiro Gonçalo Cardoso falhou o corte e a bola ficou à solta na pequena área. Soares ameaçou o remate mas ofereceu o golo a Adrián López, que viu o mesmo Cardoso dar o corpo às balas. Mas também isso não seria suficiente, pois a bola ficou em Hernâni, que finalmente encostou para o golo solitário. Na euforia dos subsequentes festejos Sérgio Conceição foi expulso. As imagens não esclareceram porquê. Talvez também isso faça parte da essência do treinador nos momentos de maior tensão.
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