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Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
Este épico triunfo do FC Porto só não é visto como tal de uma forma generalizada porque o adversário não responde por um nome sonante, mas os ingredientes estiveram todos lá: chuva, relvado pesado, pouco tempo em vantagem, arbitragem pouco ou nada consensual, estádio claustrofóbico e, para quem tem memória mais curta, o Feirense ele próprio, que por mais que uma vez travou os dragões nos tempos mais recentes. Era, de facto, um jogo exigente para o FC Porto, ideia reforçada quando os fogaceiros recolocam a igualdade apenas quatro minutos depois do primeiro golo portista, apontado por Aboubakar (21'). Talvez seja imagem de marca do FC Porto desta temporada marcar na primeira vez em que vai à baliza. Corona cruza da direita sem perigo, Brahimi recolhe do lado contrário, roda sobre um contrário e solicita Aboubakar, que remata em frente à pequena área. O empate surge num livre batido com régua e esquadro por Tiago Silva, com a bola a pingar na zona proibida, onde Luís Rocha desviou certeiro, de cabeça. Vivia-se a fase mais intensa do encontro, e foi por pouco que o FC Porto não voltou a marcar na resposta (28'), com Brahimi a isolar-se na esquerda da área, parando numa óptima saída do guarda-redes Caio, que voltou a brilhar ao defender um livre de Alex Telles (33').
A igualdade satisfazia o Feirense. Tanto, que principalmente após o intervalo, a equipa se fechou no seu meio-campo. A bola estava literalmente do lado do FC Porto, que agora se deparava com mais um daqueles jogos que se traduzem num exército a tentar ultrapassar uma muralha. Óliver Torres substituiu André André (56') na tentativa de procurar espaços com a bola no pé, mas o FC Porto parecia mesmo assim ter perdido a assertividade. Do outro lado, o técnico feirense Nuno Manta já tinha frisado que o lema era manter o 1-1, ao tirar o médio Babanco, por lesão, para entrar o central Briseño (50'), pelo que o FC Porto precisava mesmo de partir pedra. Mas o engenho era então pouco. Foi por esta altura que entrou em cena a pouca aptidão do árbitro Fábio Veríssimo para segurar o jogo quando a agressividade sobe. Embora o Feirense até tivesse visto mais cartões até aí, deixou de os ver assim que passou a entrar mais duro sobre os dragões, nomeadamente nos lances em que Marega sofre uma clara entrada de sola e em que Soares - dentro da área - leva uma valente calcadela que tinha tudo para ser falta punível com cartão à escolha do árbitro, mas que foi tida como simulação. Com amarelo (78').
O FC Porto já tinha a artilharia toda em campo - Óliver, Brahimi, Marega, Aboubakar, Soares, you name it - mas teve que esperar até ao minuto 76 para quebrar a resistência fogaceira, num cabeceamento de Felipe após canto de Alex Telles. Titular no campeonato pela primeira vez desde a expulsão com o Mónaco há cerca de um mês, o central foi... expulso novamente (83'), ao ver segundo cartão amarelo por uma entrada mais viril sobre Edson Farias. Embora Felipe tenha colocado o pé à altura do peito do adversário, a dureza do lance em nada se compara à de outros momentos do jogo, pelo que as hostes portistas não ficaram nada satisfeitas com o cartão exibido. O árbitro, de resto, não recuperaria a autoridade nas suas decisões, e até voaram cadeiras para o relvado já nos descontos, motivando Veríssimo a pedir escolta policial assim que apitasse para o final. Não tendo havido sequer tentativa de invasão do relvado, nem tendo os jogadores ameaçado o árbitro, porquê esse pedido? Será apenas falta de personalidade?
Face às incidências, depois do segundo golo, e muito mais depois da expulsão, o FC Porto procurou congelar o jogo e o resultado, mas ainda esteve perto de marcar novamente (90'+5'), quando Marega se isolou perigosamente, valendo Caio, que pensou mais rápido que o avançado. Esta difícil vitória reforça o espírito de compromisso que o plantel do FC Porto tem demonstrado, ao mesmo tempo que cimenta Fábio Veríssimo no topo das preferências dos adeptos portistas quando o tema de conversa forem as eternas críticas à arbitragem.
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