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Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
Não havia margem de erro possível. A esperança do FC Porto só se manteria viva caso saísse da Luz com os três pontos, e os dragões, qual fénix, emergiram das cinzas da derrota com o Arouca para levar de vencida um dos seus velhos rivais. Mais importante ainda foi a forma como o triunfo foi obtido: de reviravolta, em casa de uma equipa que chegava a este jogo na crista de uma série de sete triunfos seguidos para o campeonato – mais três na Taça da Liga – e numa fase particularmente produtiva em termos de golos – 24 nos últimos seis encontros na I Liga.
Foi uma vitória cirúrgica do FC Porto, assente mais no colectivo que nas individualidades. Pelo menos em termos de jogadores de campo, pois na baliza Casillas escolheu o jogo certo para rubricar uma exibição de classe. O internacional espanhol já tinha feito um par de defesas vistosas no primeiro tempo, mas reclamou em definitivo o título de homem do jogo quando fez a defesa da noite (67’), curiosamente a negando o que teria sido um auto-golo chocante de Martins Indi. Mesmo assim, não peçam a Casillas para segurar bolas altas.
O jogo despertou ao minuto 18, quando Mitroglou, servido por Renato Sanches, aproveitou uma desatenção defensiva portista para se isolar e fazer o golo inaugural. O Benfica arrancou aí para a sua melhor fase no jogo, mas os azuis-e-brancos iam dando ténues sinais de que não estariam assim tão por baixo. Aos 28 minutos Herrera encontrou o espaço que tantas vezes não tem à entrada da área e rematou rasteiro, cruzado, com a bola a entrar bem junto ao poste esquerdo de Júlio César. Era o élan de que os azuis-e-brancos precisavam.
O FC Porto pode considerar-se afortunado por ter regressado às cabines com um empate, pois Mitroglou desperdiçou um lance flagrante a segundos do intervalo, mas após o descanso não ficou margem para dúvidas. Os dragões reentraram tonificados, e bastou um punhado de subidas à área contrária em poucos minutos para fazer o Benfica pensar duas vezes antes de atacar da mesma forma que fizera até aí. O coelho saltaria da cartola aos 65 minutos, quando uma triangulação entre Brahimi, André André e Aboubakar resultou no 1-2 que resolveu o encontro, com o golo a pertencer ao camaronês.
Até final o FC Porto soube ter a maturidade necessária para sobreviver, mas também é verdade que o Benfica ficou abalado por ter sofrido a reviravolta no seu próprio terreno, e não foi capaz de voltar a pegar no jogo. Em última instância, a partida foi como que um negativo da fotografia recente das duas equipas. Nem o Benfica foi tão avassalador como os seus adeptos mais confiantes previam, nem o FC Porto tão fracturado quanto os seus apoiantes menos optimistas antecipavam. O que sobrou aos dragões em carácter, faltou no departamento defensivo, onde a espaços se notou que ainda são necessárias afinações. O nigeriano Chidozie, que apenas tinha jogado um jogo na Taça da Liga e foi utilizado devido à indisponibilidade de Maicon e Marcano, revelou grande à-vontade, cotando-se como opção viável para o futuro.
Valeu então o colectivo. Foi a primeira vitória do FC Porto em casa do Benfica desde 2011/12. O sabor é, portanto, bem doce, mas mais não faz que reduzir para três pontos a distância para os encarnados, pelo que o FC Porto se mantém no terceiro posto. O grande beneficiado deste resultado poderá ser o Sporting, que recuperará o comando caso empate ou vença o seu jogo.
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