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CORTE LIMPO

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Domingo, 06.03.16

Liga NOS, 25.ª jornada – SC Braga 3-1 FC Porto – Velas acesas

Alguns jogos condensam em si mesmos a fotografia global daquilo que está a ser a época de uma equipa. Tanto neste encontro como ao longo da temporada 2015/16, o FC Porto andou por cima, tremeu, reagiu, mas acabou por se desmoronar, hipotecando com isso a esperança que ainda tinha em recuperar o título que lhe foge há duas épocas.

Apesar de o FC Porto ter entrado no jogo com ganas, a verdade é que o Braga é credor do mérito de ter sabido adaptar-se àquilo a que os dragões o obrigaram. Sem problemas em recuar a equipa para bem junto da sua área quando era preciso, os guerreiros conseguiram ser um obstáculo às movimentações dos portistas, que com José Peseiro continuam a ser mais proactivos. Mas, como diz o ditado, o que nasce torto tarda a endireitar-se, e os meses de futebol cinzento ainda pesam na psique da equipa.

Daí que a primeira oportunidade flagrante tenha sido dos minhotos, ao minuto 34, quando Hassan e Rafa combinaram para três remates que o poste e a defensiva portista conseguiram anular. Antes, já Brahimi também tinha encontrado o ferro, na marcação de um livre directo. A primeira metade terminaria sem golos, não por falta de empenho, mas porque nenhum dos conjuntos conseguiu pegar no jogo tempo suficiente para o inclinar sobre o último terço contrário.

No arranque do segundo tempo o FC Porto ainda deu um leve ar da sua graça, mas rapidamente começou a ficar sem ideias, o que permitiu ao Braga, pouco a pouco, crescer no jogo. Ou, pelo menos, obrigar o FC Porto a recuar mais do que desejaria. E enquanto muitos estariam na dúvida se este seria um caso de “quem marcar ganha” ou de “vai ficar 0-0”, o jogo ensandeceu.

Decorria o minuto 71 quando Marcano fez o equivalente futebolístico a destapar uma mina no clássico jogo do Windows, falhando um corte simples a um cruzamento aparentemente inofensivo de Djavan. O desastre do central portista foi a felicidade de Hassan, que aparecia nesse momento na cara de Casillas e só teve que encostar. Com o credo na boca e as aspirações na I Liga em risco, o FC Porto não tinha outra solução senão atacar, em certos momentos mais com o coração que com a cabeça.

Com a manta destapada, os dragões expuseram-se a contra-ataques, e Rafa poderia ter sentenciado a partida logo ao minuto 81, quando se isolou e colocou a bola em cheio no poste. Os riscos corridos pelo FC Porto pagaram dividendos quatro minutos mais tarde, quando Maxi Pereira, num cabeceamento de ressaca, igualou a contenda. Era a fase mais intensa do jogo, e talvez aquela em que mais fez falta ter Peseiro no banco – o técnico tinha sido expulso aos 34 minutos, por abandonar a área técnica para protestar uma decisão do juiz Carlos Xistra.

O FC Porto continuava a não ter outra opção que não fosse buscar o 1-2, pelo que a equipa se manteve demasiado subida no terreno, abrindo espaço para mais um rápido contra-ataque arsenalista, que terminou no golo de Rafa (89’), que ao segundo poste correspondeu a novo cruzamento de Djavan. Martins Indi acumulou cartões amarelos uns segundos mais tarde, e seria já no desespero total que o FC Porto sofreria o terceiro golo, com o ex-portista Alan a aproveitar uma saída tão despropositada quanto ineficaz de Casillas para empurrar para a baliza deserta.

O FC Porto não sofria três golos num jogo de I Liga desde Janeiro de 2012, ao mesmo tempo que concede golos pelo sexto jogo consecutivo no campeonato. Peseiro tinha que se resignar a assistir a tudo desde a tribuna de imprensa. Os acontecimentos do Sporting-Benfica da véspera deixam os dragões a seis pontos do topo, quando faltam disputar nove jornadas. No futebol nada é garantido, e as recuperações acontecem, mas as indicações que transparecem deste FC Porto não são as melhores. É oficialmente hora de acender as velas.

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por Miran Pavlin às 23:45




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