Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
Os três pontos ficaram em casa, mas não foi bonito. Veio ao de cima aquele que pode vir a ser o problema maior da equipa esta época: há caras novas que é preciso integrar. O FC Porto foi uma equipa hesitante na hora de definir os movimentos ofensivos. E nada fazia prever que os dragões emperrassem tanto, uma vez que a entrada em jogo foi bastante apetitosa.
Seis minutos de iniciativa portista culminaram no golo de Aboubakar, que finalizou um movimento de ataque pela direita, conduzido por Brahimi. Pouco depois do primeiro quarto de hora o FC Porto como que adormeceu, tornando essa boa entrada num falso degrau.
Imbula atrapalhou-se várias vezes na hora de receber a bola, Danilo Pereira seguiu-lhe o exemplo e Brahimi demorava demasiado tempo a soltar o esférico para um colega. Era o suficiente para que o meio-campo não proporcionasse a estabilidade de que uma equipa precisa. Vendo por outro prisma, talvez fosse a presença de um corpo estranho a obstar à fluidez do miolo portista. Pela primeira vez como médio, Brahimi foi uma opção acertada, mostrando estar muito à vontade na posição, mas o dia não do colectivo não potenciou aquilo que o argelino tinha para oferecer.
À meia hora de jogo Lopetegui agiu e trocou Varela por André André, recolocando Brahimi na extrema. A decisão foi, no mínimo, incompreensível. Varela estava a jogar do lado do banco portista e talvez tenha sido isso a expô-lo ao treinador. Do outro lado do campo, Tello estava a fazer uma exibição mediana, que depois evoluiu para miserável. Lento e previsível, o extremo congelava a bola sempre que a recebia, dando tempo à defesa adversária para se recolocar, ao mesmo tempo que quebrava o movimento dos colegas. Incrível como resistiu 90 minutos em campo.
Casillas também não sai bem visto, apesar de não ter sofrido golos. A cada remate de longe do Estoril correspondeu uma defesa para a frente, que na Liga dos Campeões se paga bem mais caro que no campeonato. Um aspecto a rever com especial atenção.
O tom crítico fica por aqui, porque nem tudo foi mau. André André foi um poço de energia, sempre muito interventivo no jogo, batalhando pela bola daquela forma que os adeptos azuis-e-brancos gostam de ver. Maxi Pereira, embora numa tarde discreta, conseguiu arrancar aplausos e Martins Indi, que alinhou a lateral-esquerdo, foi dos melhores em campo. Cissokho não foi convocado. Castigo pelo erro na Madeira, ou a confirmação implícita de que precisava de mais tempo de repouso?
O Estoril foi um digno vencido. Chegou ao intervalo com mais oportunidades que o FC Porto e entrou no segundo tempo cheio de intenção, dominando mesmo a partida. As sucessivas jogadas de ataque dos canarinhos obrigaram o FC Porto a recuar toda a equipa para trás da linha de meio-campo durante alguns minutos, mas faltou pontaria.
Seria num livre directo superiormente cobrado por Maicon – uma novidade – que o FC Porto poria cobro ao atrevimento do Estoril. Estavam decorridos 62 minutos. Oito minutos mais tarde Lopetegui considerou que havia condições para lançar Osvaldo no jogo. Pesado e pouco móvel, o italo-argentino estacionou na área adversária e os colegas procuraram jogar para ele. Dois remates à meia volta – um sem direcção e outro à figura – e um semi-acrobático foram o pecúlio do avançado, que claramente precisa de ritmo.
A fase final do jogo coincidiu com um FC Porto mais desperto, mas o marcador não se alterou. Seria lisonjeiro. O 2-0 talvez o seja. Quiçá o 1-1 fosse o resultado mais justo, mas só contam as que entram. O Estoril deu mostras de ter vencido a ressaca que viveu na última época; o FC Porto ainda é uma obra em construção. Convém apressar-se a concluí-la.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.