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Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
Se alguém fez história em 2016/17, foi o Moreirense, mas foi por pouco que o grande feito dos cónegos não ficava soterrado por uma descida de divisão. Os minhotos até começaram razoavelmente bem o campeonato, empatando em casa com o Paços de Ferreira (1-1) e vencendo na Feira (0-3), mas uma série de cinco derrotas atirou o Moreirense para o último lugar da tabela à 7.ª jornada. A partir daí, a equipa não conseguiu subir acima do 14.º lugar – à jornada 19 – o que justifica bem a insegurança que se viveu ao longo da campanha da Liga NOS. A segunda volta traria uma série de dez encontros sem vencer – jornadas 19 a 28 – que colocou o espectro da II Liga bem à frente do nariz do Moreirense. Além disso, o Moreirense passou 13 jornadas sempre a sofrer golos – 3.ª à 15.ª – e teve a mais longa série sem marcar, nos cinco encontros entre as jornadas 3 e 7, uma sequência só igualada pelo Boavista mais à frente na temporada. Os cónegos começaram a segunda volta com cinco pontos à maior sobre a zona fatal, mas terminaram apenas um acima, em função dos parcos 19 pontos somados nesse período.
TAÇA DA LIGA
O troféu voltou ao Minho quatro anos depois de lá ter estado, mas não para a localização mais provável tendo em conta os participantes na final a quatro. Foi mesmo o Moreirense a trazer o caneco para casa, numa final totalmente minhota que se tornou no ponto mais alto da história do clube, que até esta temporada contava dois títulos da II Liga e outros dois na antiga II Divisão B. A campanha dos cónegos arrancou na 2.ª eliminatória, com um triunfo sobre o Estoril (1-0).
Na fase de grupos o Moreirense ganhou de imediato vantagem, batendo o Feirense (1-2) e beneficiando do empate do teórico favorito, o FC Porto. A segunda ronda trouxe uma boa dose de sofrimento, já que ao minuto 73 o Belenenses fazia o 1-3, mas o Moreirense encontrou engenho para igualar o marcador, batendo depois o FC Porto na última jornada (1-0), com um golo de Francisco Geraldes.
Na meia-final novo choque, e com números mais expressivos. A vítima foi o Benfica, talvez surpreendido pela crença e energia dos cónegos, principalmente depois de os encarnados se encontrarem a vencer desde o minuto 6, por Salvio. Na segunda parte o detentor do troféu não teve reacção para os golos de Dramé (46’) e Emmanuel Boateng (54’), e ainda consentiu um terceiro golo, novamente por Boateng (71’).
Na final o Moreirense não foi tão exuberante, necessitando apenas de uma grande penalidade de Cauê (45’+2’) para garantir o troféu, face a um Braga que terá gasto as suas fichas na meia-final frente ao Setúbal.
TREINADOR VENCEDOR
Augusto Inácio chegou ao clube apenas à 12.ª jornada, quando o Moreirense já tinha realizado o primeiro jogo na fase de grupos, e foi bem claro em declarações à RTP na noite da vitória: “os adeptos que hoje nos aplaudem são os mesmos que nos vão cobrar se não ganharmos o próximo jogo da I Liga”. De facto. A conquista da Taça da Liga não funcionou como tónico para a carreira no campeonato, já que a tal série de dez partidas sem vencer começou precisamente no jogo seguinte à final. Inácio sairia sete jogos mais tarde, após a jornada 26.
RESTANTES TREINADORES
Pepa iniciou a época, sendo uma escolha oblíqua, apesar de contar uma subida de divisão pela Sanjoanense, em 2013/14, e 37 jogos na época passada pelo Feirense, que subiria de divisão já sem o técnico. A aventura no Minho durou então dez jornadas, à conta dos resultados insuficientes. O adjunto Leandro Mendes assegurou na 11.ª jornada a transição para Augusto Inácio. A recta final ficaria a cargo de Petit, obreiro da incrível manutenção do Tondela em 2015/16. Será que Petit se está a tornar num Vítor Oliveira das permanências?
FIGURAS
Daniel Podence (na foto da final) e Francisco Geraldes estiveram em destaque até à final da Taça da Liga, altura em que foram resgatados do empréstimo pelo Sporting. Emmanuel Boateng foi o melhor marcador da equipa na Liga. Quando de luta arduamente pela manutenção é difícil não reparar em quem está na baliza, e o georgiano Makaridze esteve à altura do exigido, numa equipa em que também ficaram na retina os nomes de Cauê, Dramé, Nildo e Rebocho. Sougou regressou à I Liga anos depois de se notabilizar ao serviço do Leiria, mas com pouco impacto.
CONTABILIDADE
Liga NOS: 15.º lugar, 8v-9e-17d, 33gm-48gs, 33 pontos;
Taça de Portugal: afastado logo na 3.ª eliminatória pelo Vizela (1-0);
Taça da Liga: vencedor.
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