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Na zona asiática o Irão de Carlos Queiroz salvou a honra do mundo islâmico, ao tornar-se no único país da Ásia ocidental a qualificar-se. Mas não sem polémica. Uma troca de galhardetes entre Queiroz e o então seleccionador sul-coreano Kang-Hee Choi aqueceu o ambiente para o último e decisivo jogo em casa desta.
Com Queiroz a desejar que o seu homólogo visse o Mundial em casa, e Choi a alegar más condições proporcionadas aos coreanos em Teerão, o Irão venceu em Ulsan com um golo de Ghoochannejad, e permitiu ao técnico português ser levado em ombros em pleno relvado, erguendo uma réplica da Taça.
Choi demitiu-se na sequência da derrota e vai mesmo ver o Mundial no sofá, mas o gesto de Queiroz talvez tenha sido desnecessário, porque a Coreia do Sul também se apurou neste jogo. O Uzbequistão terminou com os mesmos pontos que os orientais, mas não conseguiu marcar golos suficientes para os ultrapassar na recepção final ao Qatar (venceu por 5-1 mas precisava de mais dois golos).
No outro grupo final, Japão e Austrália qualificaram-se – os samurai com mais tranquilidade que os socceroos, para quem parece estar a pesar um certo excesso de veterania. Jordânia e Omã morderam os calcanhares aos australianos até onde puderam, e discutiram o terceiro posto face a face na última jornada. A vitória por 1-0 deu à Jordânia o acesso a um play-off contra o Uzbequistão, onde aí sim fez história.
O favoritismo estava do lado dos ex-soviéticos, e um empate forasteiro (1-1) fez pensar que a porta estava entreaberta. Mas não estava. Numa segunda mão interminável, que incluiu um corte de energia durante o tempo extra e foi até às grandes penalidades, a Jordânia provocou um choque ao vencer o desempate por 9-8.
Terá sido o maior feito da história do futebol daquele país, que foi, no entanto, impotente no play-off intercontinental frente ao Uruguai. A celeste venceu em Amã por 0-5, transformando a segunda mão num pró-forma. O nulo em Montevideu confirmou o Uruguai como sexto representante sul-americano na fase final.
Voltando ao contexto asiático, onde competem nomes tão improváveis como Camboja, Macau, Maldivas, Palestina ou Sri Lanka, foram precisas duas eliminatórias e uma primeira fase de grupos para encontrar os dez que disputaram a quarta fase, cujo desfecho foi analisado acima.
A desilusão maior foi a Arábia Saudita, que depois de quatro presenças consecutivas em fases finais de Mundial, confirmou estar longe das epopeias do passado, ficando-se pela terceira fase. Por aí se quedou também a China, que mesmo sendo o país mais populoso do mundo, continua de costas voltadas para o futebol – pelo menos a nível de selecções, já que em 2013, dois anos depois de finda a campanha mundialista chinesa, o Guangzhou Evergrande sagrou-se campeão asiático de clubes.
Timor-Leste também entrou em prova, na primeira eliminatória, disputada entre Junho e Julho de 2011. Disputando as duas mãos em Catmandu, os timorenses foram eliminados pelo Nepal por um agregado de 7-1.
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