Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
Olhando para os números finais do campeonato, o Braga repetiu, grosso modo, a prestação da época anterior, mas há uma diferença notória: os quatro pontos a menos em relação a 2015/16 zpenas chegaram para um quinto posto, ainda para mais tendo sido ultrapassado precisamente pelo seu rival de Guimarães, ao longo de uma segunda volta terrível, na qual os arsenalistas venceram apenas quatro partidas. Além disso, há um ano havia a conquista da Taça de Portugal para festejar, ao passo que esta época a defesa do troféu terminou com estrondo nos oitavos-de-final aos pés do Covilhã, que venceu de reviravolta na Pedreira. O resultado teve consequências catastróficas para José Peseiro, que sentiu o chicote estalar nas suas costas. A eliminação da Taça foi a gota de água para o técnico, que aparentemente gastou os seus créditos junto da direcção arsenalista nos jogos da Liga Europa.
DESASTRE EUROPEU
O sorteio da prova continental ditou ao Braga um grupo respeitável, mas acessível, com o condimento extra do regresso de Paulo Fonseca ao Minho aos comandos do Shakhtar Donetsk, adversário com quem os bracarenses têm um registo europeu terrível. O Braga voltou a perder os dois jogos frente ao gigante ucraniano, mas o destino da equipa na prova ter-se-á decidido na visita ao Gent, na qual o Braga desperdiçou duas vantagens no marcador, que lhe teriam dado logo aí o apuramento para a fase seguinte. Tendo empatado (2-2), o Braga entrava na última jornada (8 de Dezembro) de calculadora na mão, enquanto recebia precisamente o Shakhtar (2-4). Face ao resultado do outro jogo, os arsenalistas estavam apurados mesmo perdendo, mas da Turquia chegou um golpe de teatro: aos 90’+4’ minutos o Genk marcava e saltava para o segundo lugar do grupo. O Braga ficou sem palavras.
DE VOLTA A CASA
Seguiu-se então o desaire com os serranos na Taça (14 de Dezembro) e o Braga entrou em curto-circuito. Olhando ao que se ia passando no campeonato, é até difícil entender o porquê da troca de treinador, já que os minhotos eram quartos classificados a apenas dois pontos do segundo e a seis do topo. E com Abel Ferreira – ex-leão – como treinador interino o Braga foi a Alvalade vencer com um golo solitário de Wilson Eduardo – ex-leão –, saltando para o terceiro lugar por troca precisamente com o Sporting. Jogava-se a 14.ª jornada e Jorge Simão parecia pegar numa equipa motivada para responder aos desaires, mas tal não se verificou. Até final da primeira volta o Braga ainda venceu Moreirense (c) e Tondela (c), e empatou com o Nacional (f), mas somaria então apenas mais quatro vitórias até final, com uma série de seis jogos sem ganhar pelo meio. E como se tratou de uma temporada de dissabores, a Taça da Liga reservou mais um.
TAÇA DA LIGA
Vencedor em 2012/13, o Braga não conseguiu tornar-se no primeiro clube que não o Benfica a repetir a vitória na Taça da Liga, ao perder com o Moreirense (0-1). Curiosamente, da mesma forma que tinha ganho há quatro anos: com uma grande penalidade em cima do intervalo. Até chegar à decisão, o Braga precisou de alguma sorte para chegar às meias-finais, tendo terminado o grupo em igualdade pontual com o Rio Ave, que até venceu em Braga (1-2) na primeira jornada. Na última, o Braga venceu de forma dramática em casa do Marítimo, com o único golo a surgir aos 90’+4’ minutos, numa altura em que os da casa tinham um jogador de campo na baliza por lesão de Gottardi quando já tinham esgotado as substituições. Os critérios de desempate deram então a passagem ao Braga, que vergou o Setúbal (0-3) na meia-final.
FIGURAS
Rui Fonte foi o melhor marcador da equipa na Liga, com 11 golos. Wilson Eduardo, Pedro Santos e Ricardo Horta fizeram seis golos cada. Stojiljković apontou cinco.
TREINADORES
José Peseiro comandou a equipa até à jornada 13, não resistindo então aos fracassos na Europa e na Taça.
Jorge Simão entrou na 15.ª jornada mas não conseguiu dar seguimento ao trabalho que vinha fazendo até aí em Chaves. Com a equipa progressivamente em perda, pouco mais fica da sua passagem pela cidade dos arcebispos além da “parábola da posse de bola” e da demissão, após a 30.ª jornada, por não haver mais hipóteses de garantir os 65 pontos que prometeu quando foi apresentado.
E assim Abel Ferreira terminou a época como treinador de corpo inteiro, reassumindo funções antes do jogo com o Sporting, tal como na primeira volta.
CONTABILIDADE
Liga NOS: 5.º lugar, 15v-9e-10d, 51gm-36gs, 54 pontos; apurado para a 3.ª pré-eliminatória da Liga Europa;
Taça de Portugal: eliminou AD Oliveirense (1-3) e Santa Clara (2-1), caindo nos oitavos-de-final frente ao Covilhã (1-2);
Taça da Liga: finalista vencido; venceu o grupo C (6 pontos), à frente de Rio Ave, Marítimo e Covilhã;
Supertaça Cândido de Oliveira: derrotado pelo Benfica (3-0);
Liga Europa: eliminado na fase de grupos (6 pontos), atrás de Shakhtar Donetsk e Gent, e à frente do Konyaspor.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.