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Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
Foi quase até entrar em taquicardia. O coração acelerou repetidas vezes, ao sabor das mil e uma peripécias de um jogo que parecia de campeonato. O empate final saberá melhor ao FC Porto, que fica a uma vitória de garantir a passagem às meias-finais da prova.
Face às numerosas incidências, o futebol jogado fica relegado para quarto ou quinto plano. Antes dos dez minutos já tinha havido duas alterações por lesão. No Braga o infeliz foi Santos, que caiu de costas, desamparado, e cedeu o lugar a André Pinto. Do outro lado, foi Adrián a sair, vitimado por uma lesão presumivelmente na virilha, quando acelerou na perseguição a um contrário. Entrou Tello, e não seria a única mudança que o FC Porto teria que operar.
As restantes mexidas foram consequência directa das acções do primeiro protagonista da noite, que neste caso foi aquele que nunca se pretende que o seja: o árbitro. Certamente que não foi de propósito, mas Cosme Machado teve um jogo para esquecer. A dualidade de critérios que mostrou foi gritante e continuamente mais penalizadora para com o FC Porto, em lances semelhantes a outros envolvendo atletas do Braga. O Collina português até pelo resultado foi responsável, uma vez que ambos os golos surgiram na cobrança de grandes penalidades. A primeira foi convertida com classe por Evandro (25’), a segunda pelo ex-portista Alan (51’).
Quando o Braga repôs a igualdade já o FC Porto jogava com nove homens apenas. Reyes acumulou amarelos entre os 28 e os 34 minutos, e Evandro seguiu o mexicano a caminho dos balneários aos 42 minutos por pontapear a bola que estava sob Pedro Santos, que tinha caído e a prendeu. Era um reflexo dos ânimos quentes com que se jogava, mas de onde o árbitro estava, a teatralização excessiva do arsenalista induziu-o a considerar tratar-se de uma agressão.
Com menos dois homens o FC Porto naturalmente retraiu-se, e passou todo o segundo tempo debaixo da pressão do Braga, que não desistiu de procurar o segundo golo. E é aqui que aparece o segundo protagonista da noite: Helton. O veterano relembrou a todos o porquê de antes da lesão ser frequentemente considerado o melhor guarda-redes a actuar em Portugal – com a devida vénia a Rui Patrício. Foram muitas e boas as defesas que fez, numa exibição majestosa, carimbada em definitivo nos segundos finais, quando impediu com o pé que Éder marcasse.
O Braga terminou a lamentar a falta de eficácia. Não contaria com o enorme coração dos dragões, que resistiram firmemente e ainda criaram um lance perigoso, quando Tello se desmarcou e forçou Kritsyuk a uma defesa apertada (82’).
A reacção dos dirigentes portistas à arbitragem pouco conseguida teve tanto de veemente, como de surreal. Antero Henrique foi expulso na saída para o intervalo, Julen Lopetegui perguntou ao quarto árbitro se seria melhor retirar a equipa de campo, e até Pinto da Costa foi à sala de imprensa em modo invasão reiterar, no seu estilo irónico, o orgulho que sentia nos jogadores, os únicos que não se deixaram tomar pelos nervos.
Um notório contra-senso com a conhecida desvalorização portista da Taça da Liga. Fico a coçar a cabeça à procura de uma justificação.
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