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CORTE LIMPO

Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário


Domingo, 17.07.16

EURO 2016 - Final

10 Julho – Saint-Denis – Portugal 1-0 França (a.p.)

Golo: 1-0 Éder 109’

Nota: 4

Diz-se, embora seja praticamente impossível prová-lo, que os organizadores das grandes competições fazem tudo para que a final coloque frente-a-frente dois integrantes do restrito lote de tubarões. Gorada a perspectiva de um duelo clássico ainda antes do final da fase de grupos, a UEFA não se pode de maneira nenhuma queixar de um Portugal-França; a equipa da casa frente à de um país que há décadas aí tem um numeroso contingente emigrante – não é à toa que se diz jocosamente que Paris é a segunda cidade portuguesa. Imagine-se Portugal receber outro Euro e haver uma final Portugal-Ucrânia, por exemplo. Além disso, os intervenientes nesta final têm história entre si, já que se cruzaram em três meias-finais, sempre com vitória gaulesa – Euro 1984 (3-2 a.p.), Euro 2000 (2-1 a.p.) e Mundial 2006 (1-0). Criticado pelo futebol insosso apresentado ao longo do torneio, Portugal chegava à final no reverso do filme que viveu em 2004, enquanto a França, que também não convenceu por aí além, apesar de pelo caminho ter eliminado a campeã mundial vigente, procurava o terceiro título enquanto ainfitriã, depois do Euro 1984 e do Mundial 1998. Ingredientes para um grande jogo efectivamente não faltavam.

A boa nota que o Corte Limpo atribui não advém tanto do jogo em si, mas sim de todo o drama que se foi vivendo ao longo dos 120 minutos. Com efeito, não houve futebol ofensivo de deixar os (tele)espectadores na ponta da cadeira, nem estrelas a ofuscar de tanto cintilar. O torneio não proporcionou jogos assim, e a final não foi excepção. Repetindo-nos, foi o dramatismo que ganhou o dia. Num jogo então de poucos momentos de perigo junto às balizas, foi a França quem procurou assumir as primeiras despesas, e Antoine Griezmann, quem mais, obrigou Rui Patrício a uma vistosa defesa para canto (10’). A partida nem por sombras foi quezilenta, mas ao minuto 18 Dimitri Payet entrou bem forte sobre Cristiano Ronaldo, atingindo o joelho que não devia atingir. Do ângulo em que viu o lance, o juiz inglês Mark Clattenburg foi… inglês e mandou seguir. De facto, desse ângulo, o lance não parece faltoso; interpretações e análises ficam para quem de direito. A verdade é que Cristiano Ronaldo não ficou em condições. Ainda regressou ao relvado mas ao minuto 25 não dava para esticar mais a corda e a substituição era inevitável. O técnico Fernando Santos não deu qualquer sinal de nervosismo e lançou Quaresma no jogo.

Parecia coisa de filme. O melhor jogador da equipa que teoricamente tinha a missão mais difícil abandonava o relvado em menos de meia hora. Era só o primeiro capítulo do drama. Os bleus sentiram a oportunidade e voltaram a ameaçar ao minuto 33, por Moussa Sissoko, que partiu Adrien Silva e rematou para boa defesa de Rui Patrício. Mais perigo só na segunda parte. Raphaël Guerreiro fez um corte cirúrgico a cruzamento de Payet (53’), Olivier Giroud tentou um remate cruzado mas Rui Patrício disse presente (75’) e Sissoko voltou a disparar forte mas Patrício voltou a estar lá (84’). A tensão era evidente, tanto em campo como nas bancadas. Impassível, a equipa das Quinas não se desconcentrava, enquanto os gauleses iam coçando a cabeça sem saber como desfeitear o adversário. Nos descontos, drama e sorte deram as mãos. André-Pierre Gignac, entrado aos 78 minutos para o lugar de Giroud, recebe a bola junto à pequena área, tira Pepe do caminho e a finalização finalmente ultrapassa Rui Patrício, mas o poste devolveu a bola. O prolongamento era mesmo o destino, e Portugal teria que o enfrentar já sem substituições. Foi nesse período que os lusos colocaram a cabeça fora da toca. Aos 104 minutos um cabeceamento de Éder, que substituíra Renato Sanches 25 minutos antes, obrigou Hugo Lloris a uma defesa apertada, seguindo-se um livre venenoso de Raphaël Guerreiro (108’) que rebentou na barra. Um livre nascido de uma mão… de Éder, que o árbitro erradamente julgou ter sido do defensor francês.

De apenas incómodo, Éder passou a letal. 109 minutos. O avançado recupera uma bola perdida a meio do meio-campo adversário, enquadra-se praticamente sem oposição e ainda de fora da área remata forte, rasteiro, colocado, com a bola a entrar bem junto ao poste direito de Lloris. Criticado antes do torneio por ser um avançado nada produtivo, Éder acabava de marcar aquele que se confirmou ser o golo mais importante da história do futebol português e era engolido pelos festejos de equipa e técnicos. A França não encontrou forma de se recompor do choque, mas agora sim Fernando Santos já não escondia o nervosismo. Ele e Cristiano Ronaldo, tão ou mais agitado, que de pé em frente ao banco ia agindo como um segundo treinador, dando indicações aos colegas e vigorosos abanões ao treinador.

O apito final lançou a selecção portuguesa de 2016 rumo à eternidade. Tal como na partida dos oitavos-de-final, Portugal pediu meças à Grécia de há doze anos, infligindo à França o mesmo golpe que sofrera dos gregos naquela noite de 4 de Julho de 2004. Pelo menos por umas semanas, essa final e os dissabores frente aos bleus em 1984, 2000 e 2006 podiam ser esquecidos. Mas só mesmo por umas semanas, porque a história não os apaga. Tal como não apagará as palavras de Fernando Santos após o empate com a Áustria na fase de grupos: “só vou para casa dia 11 [de Julho] e vou ser recebido em festa”. Em cheio. A glória, efémera como sempre, desta vez é portuguesa.

 

As equipas

 

PORTUGAL

Atrás: Nani (17), Pepe (3), William Carvalho (14), José Fonte (4), Rui Patrício (1), Cristiano Ronaldo (7).

À frente: Raphaël Guerreiro (5), Adrien Silva (23), Cédric Soares (21), Renato Sanches (16), João Mário (10).

 

FRANÇA

Atrás: Paul Pogba (15), Laurent Koscielny (21), Hugo Lloris (1), Olivier Giroud (9), Samuel Umtiti (22), Moussa Sissoko (18).

À frente: Dimitri Payet (8), Patrice Evra (3), Blaise Matuidi (14), Bacary Sagna (19), Antoine Griezmann (7).

 

O treinador vencedor

Fernando Santos

 

A celebração

Os vencedores erguem a Taça Henri Delaunay

 

A fotografia de conjunto

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por Miran Pavlin às 12:30

Sábado, 16.07.16

EURO 2016 - Meias-finais

6 Julho – Lyon – Portugal 2-0 País de Gales

Golos: 1-0 Cristiano Ronaldo 50’ / 2-0 Nani 53’

Nota: 2,5

Ao sexto jogo no Euro 2016 finalmente Portugal venceu nos 90 minutos. Sem Aaron Ramsey a coordenar as operações no meio-campo galês a equipa não conseguiu elevar o seu colectivo como nas partidas anteriores, com isso deixando Gareth Bale sem o apoio necessário para que fosse mais efectivo. Disso se aproveitou a selecção portuguesa, que ainda assim teve que esperar pelos primeiros minutos da segunda parte para marcar os golos que a levam até à final. Mesmo muito longe de deslumbrar, esta foi a melhor exibição de Portugal no torneio.

 

7 Julho – Marselha – Alemanha 0-2 França

Golos: 0-1 Griezmann (g.p.) 45’+2’ / 0-2 Griezmann 72’

Nota: 3

Tal como Portugal não esquece as sucessivas eliminações diante da França em meias-finais de grandes competições, também os gauleses recordam com dor a meia-final do Mundial 1982, perdida para a Alemanha (então Federal) nas grandes penalidades, num jogo marcado pela célebre “tentativa de assassinato” de Harald Schumacher a Patrick Battiston. Talvez não fosse necessário ir tão longe na memória, pois a Alemanha havia eliminado a França nos quartos-de-final do Mundial 2014, mas certo era que os bleus se deparavam com um obstáculo historicamente difícil para si. E foi mesmo a Alemanha a exercer o domínio do jogo ao longo de toda a primeira parte, causando apreensão nas hostes francesas. Até que sobre o intervalo Bastian Schweinsteiger cometeu grande penalidade por mão na bola e Antoine Griezmann não enjeitou a conversão. A Mannschaft precisava apenas de eficácia para materializar o seu domínio, mas não o conseguiu e sofreu novo golpe cerca da hora de jogo, com a lesão de Jérôme Boateng. Como uma desgraça nunca vem só, um raro erro de Manuel Neuer, que, pressionado por Olivier Giroud, defendeu para a frente um cruzamento de Paul Pogba, deu a Griezmann o seu segundo golo no jogo, que selou a passagem da França. Salvo alguma exibição estratosférica de alguém na final, Griezmann terá garantido aqui o título de melhor jogador do torneio.

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por Miran Pavlin às 12:30

Sexta-feira, 15.07.16

EURO 2016 - Quartos-de-final

30 Junho – Marselha – Polónia 1-1 Portugal (a.p.), 3-5 g.p.

Golos: 1-0 Robert Lewandowski 2’ / 1-1 Renato Sanches 33’

Nota: 2,5

Cedo se confirmou que o plano utilizado por Portugal frente à Croácia não podia ser repetido. Dispensando fases de estudo, logo ao minuto 2 a Polónia adiantou-se no marcador, aproveitando algum desnorte da defesa portuguesa, que permitiu que a bola andasse de flanco para flanco antes da finalização certeira de Robert Lewandowski. A vantagem era preciosa para a Polónia, mas fugiu com o golo de Renato Sanches pouco depois da meia hora. A partir daí assistiu-se a um tradicional jogo do gato e do rato em que as defesas não vacilaram na hora de anular os avanços que ambas as equipas foram procurando. Sem que nenhum dos conjuntos quisesse balancear-se demasiado no ataque, e sem que Cristiano Ronaldo fizesse a diferença – Lewandowski, a estrela maior dos polacos, já tinha marcado –, o jogo arrastou-se até às grandes penalidades. Portugal, que bateu primeiro, converteu quatro tentativas; foi aí que Jakub Błaszczykowki permitiu a defesa a Rui Patrício. O quinto penálti, de Quaresma, selou a passagem portuguesa às meias-finais.

 

1 Julho – Lille – País de Gales 3-1 Bélgica

Golos: 0-1 Nainggolan 13’ / 1-1 Ashley Williams 31’ / 2-1 Robson-Kanu 55’ / 3-1 Vokes 86’

Nota: 4

O aviso estava lá desde a fase de qualificação: o País de Gales empatou em Bruxelas (0-0) e venceu em Cardiff (1-0), pelo que o jogo era de tripla. Apostada em corrigir esses resultados, a Bélgica entrou forte no jogo, chegando à vantagem com um golaço de Radja Nainggolan, num remate de fora da área. Mais uma vez fazendo uso de um excepcional jogo colectivo, os galeses equilibraram a contenda, empatando antes do intervalo num cabeceamento do central Ashley Williams após pontapé de canto. Os diabos vermelhos não foram capazes de reassumir o controlo do jogo e ficaram atrás no marcador pouco depois do reinício, quando Hal Robson-Kanu marcou um dos melhores golos do torneio, ao rodopiar sobre si tirando ao mesmo tempo três defensores belgas do caminho; depois foi só colocar para o 2-1. O golo decisivo apareceu na recta final, em contra-ataque, quando a Bélgica já jogava com o coração e apenas com três defesas.

 

2 Julho – Bordéus – Alemanha 1-1 Itália (a.p.), 6-5 g.p.

Golos: 1-0 Özil 65’ / 1-1 Bonucci (g.p.) 78’

Nota: 3,5

Poucos jogos têm tanta história associada como um Alemanha-Itália. Além dos inúmeros encontros em grandes competições, que incluem uma final do Mundial em 1982, existia ainda a particularidade de a Alemanha nunca ter batido a Itália em fases finais, nem mesmo como anfitriã, como sucedeu na meia-final do Mundial 2006. Era então mais um jogo para ser levado muito a sério, pelo que mais uma vez ninguém quis arriscar. Perigo só a espaços, pelo que os golos só apareceriam na segunda parte. Pouco depois de a Itália salvar um lance em cima da linha, um passe magistral de Mario Gómez encontrou Jonas Hector no flanco esquerdo, com o lateral a assistir Mesut Özil. De seguida, Gómez quase marcou de calcanhar, correspondendo Gianluigi Buffon com uma enorme defesa. O golo italiano apareceu de grande penalidade, a punir mão na bola de Jérôme Boateng. Com tudo na estaca zero as emoções só voltaram num desempate por grandes penalidades impróprio para cardíacos, já que o vencedor só foi encontrado à nona conversão. Entre defesas, remates ao lado, por cima, e até ao poste, à entrada para a morte súbita verificava-se um 2-2. Os nervos dos jogadores foram de aço até essa nona ronda, altura em que Matteo Darmian viu Manuel Neuer defender. Hector converteu o penálti decisivo, terminando a maldição alemã. Noutra nota histórica, a Alemanha – incluindo os anos como RFA – apenas perdeu um desempate por grandes penalidades, na final do Euro 1976.

 

3 Julho – Saint-Denis – França 5-2 Islândia

Golos: 1-0 Giroud 12’ / 2-0 Pogba 20’ / 3-0 Payet 43’ / 4-0 Griezmann 45’ / 4-1 Sigthórsson 56’ / 5-1 Giroud 59’ / 5-2 Birkir Bjarnason 84’

Nota: 4

O conto de fadas islandês terminou de forma abrupta aos pés da equipa anfitriã, que pela primeira vez no torneio puxou dos galões e saiu para o intervalo a vencer por 4-0. Numa fase da competição em que já tudo é possível, os bleus fizeram jus ao facto de jogarem no seu estádio nacional e colocaram-se a salvo de qualquer surpresa, ao mesmo tempo que passaram uma declaração de intenções às restantes equipas ainda em prova. A segunda parte serviu para a Islândia defender a sua honra. A França reduziu a intensidade do seu jogo e a Islândia não se fez rogada, apontando dois golos que não só atenuaram o volume do resultado, como também sublinham o quão histórica foi a sua participação no Euro 2016.

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por Miran Pavlin às 13:00

Sexta-feira, 15.07.16

EURO 2016 - Oitavos-de-final

25 Junho – Saint-Étienne – Suíça 1-1 Polónia (a.p.), 4-5 g.p.

Golos: 0-1 Błaszczykowski 39’ / 1-1 Shaqiri 82’

Nota: 2,5

Numa fase final que não estava a proporcionar bom futebol, era pouco provável que a fase a eliminar trouxesse um inversão da tendência. Suíços e polacos demoraram pouco a confirmar essa impressão, deixando claro que não iriam abusar do ataque para conseguir o acesso aos quartos-de-final. Só um golo poderia abrir espaço às emoções, e esse apareceu perto do intervalo, e para a Polónia. Sem margem para contemplações a formação helvética começou a procurar mais o ataque, mas os seus intentos foram esbarrando na solidez defensiva polaca e até na barra da baliza. Até que Xherdan Shaqiri arrancou um magnífico pontapé de bicicleta para o golo do empate, sublinhando que os jogos com pouca procura pelas balizas se decidem em momentos fortuitos, ou de génio. No entanto o golo não decidiu nada, já que empurrou tudo para um prolongamento em que faltaram forças – principalmente do lado polaco – para atingir um segundo golo. Foram necessárias as dez grandes penalidades da ordem para encontrar a decisão, e a fava ficou para Granit Xhaka, que na segunda ronda rematou ao lado. As restantes nove tentativas foram convertidas com sucesso, cabendo a Grzegorz Krychowiak o pontapé decisivo.

 

25 Junho – Paris – País de Gales 1-0 Irlanda do Norte

Golo: 1-0 McAuley (p.b.) 75’

Nota: 2

O segundo jogo britânico deste Euro teve pouco a ver com o que opôs ingleses e galeses na fase de grupos. Faltou a emoção e o ataque-contra-ataque – parafraseando o slogan da liga portuguesa de futsal – que caracterizam o futebol em terras de Sua Majestade. Por um lado, é possível entender-se por que as equipas não optaram por futebol expansivo; estando ambas em estreia na prova, e encontrando um adversário pouco sonante, custaria ver a oportunidade de ir mais além gorar-se à custa de desvarios ofensivos, pelo que cautela foi a palavra de ordem. Socorrendo-me de palavras escritas acerca do jogo anterior, este encontro decidiu-se num golpe fortuito. A quinze minutos do fim, num cruzamento de Gareth Bale, o central norte-irlandês Gareth McAuley desviou para a própria baliza. Num jogo tão equilibrado, foi o suficiente.

 

25 Junho – Lens – Croácia 0-1 Portugal (a.p.)

Golo: 0-1 Quaresma 117’

Nota: 2,5

Depois de uma fase de grupos em que ficou a sensação de não ter ligado realmente o motor – ou então de estar presa ao velho fantasma de ter pela frente adversários que não assustam –, a selecção portuguesa transformou-se oficialmente na Grécia. No que toca a futebol nunca é recomendável falar da Grécia tratando-se de um jogo de Portugal, mas a forma como os lusos ultrapassaram a Croácia paga direitos de autor à equipa grega de 2004. Enquanto os croatas somavam números atrás de números às estatísticas ofensivas – 17-5 em remates – e tinham o grosso da posse de bola – 59%-41% – Portugal respondia com uma organização defensiva exemplar, ao ponto de nenhum desses 17 remates croatas ter acertado no alvo. Os portugueses insistiam em não ceder ao assédio da Croácia, não deixando alternativa senão a ida ao prolongamento. A toada manteve-se e foi quando as grandes penalidades já aguardavam junto à linha que o golpe de teatro aconteceu. Renato Sanches conduziu talvez o único contra-ataque com princípio, meio e fim que Portugal construiu e cruzou para Nani do lado contrário; Nani assistiu Cristiano Ronaldo, que rematou forte para defesa incompleta de Danijel Subašić, com Quaresma a aparecer no local certo para a recarga de cabeça. A Croácia já não teve tempo para se recompor.

 

26 Junho – Lyon – França 2-1 Irlanda

Golos: 0-1 Brady (g.p.) 2’ / 1-1 Griezmann 58’ / 2-1 Griezmann 61’

Nota: 3

Os anfitriões voltaram a ver-se em apuros bem cedo, e por culpa própria. Paul Pogba cometeu grande penalidade e Robbie Brady, que já havia marcado à Itália, converteu o castigo. Para que consumassem a surpresa os irlandeses necessitavam de aguentar 88 minutos – mais descontos – sem permitir que a França fizesse valer o factor-casa, proposição que se tornava agora bem mais difícil que antes de o jogo começar. Só após o intervalo a França começou a carburar com mais afinco, muito devido à troca do médio defensivo Ngolo Kanté pelo atacante Kingsley Coman. Os suores frios terminaram com dois golpes sucessivos de Antoine Griezmann, que se assume como o jogador mais em forma neste Euro 2016. Cinco minutos após o golo a Irlanda viu-se reduzida a dez unidades pela expulsão do central Shane Duffy. Ainda assim, os verdes não desistiram de procurar o empate, mas a França segurou a vantagem.

 

26 Junho – Lille – Alemanha 3-0 Eslováquia

Golos: 1-0 Jérôme Boateng 8’ / 2-0 Gómez 43’ / 3-0 Draxler 63’

Nota: 2

A Alemanha não encontrou problemas em ultrapassar a Eslováquia, deixando bem vincada a sua superioridade, num jogo em que não precisou de grande esforço para se impor. Logo ao minuto 8 Jérôme Boateng colocou a Mannschaft em vantagem com um potente remate de fora da área. Volvidos cinco minutos Mesut Özil desperdiçou uma grande penalidade, permitindo a defesa a Matúš Kozáčik, mas o golo da tranquilidade surgiria ainda antes do intervalo, por Mario Gómez. A segunda parte foi pouco mais que uma formalidade.

 

26 Junho – Toulouse – Hungria 0-4 Bélgica

Golos: 0-1 Alderweireld 10’ / 0-2 Batshuayi 78’ / 0-3 Hazard 80’ / 0-4 Ferreira-Carrasco 90’+1’

Nota: 3,5

A Bélgica conseguiu o resultado mais folgado de toda a fase final, mas tal não espelha o que se passou em campo. Os belgas marcaram cedo, mas a Hungria não teve medo de responder às tendências ofensivas dos diabos vermelhos com o seu próprio jogo atacante. Com oportunidades de parte a parte, o resultado manteve-se incerto até à recta final, altura em que a Bélgica apontou dois golos de rajada e assegurou o seu lugar nos quartos-de-final. O 0-3 já era pesado para aquilo que a Hungria mostrou, mas a Bélgica fez questão de acrescentar um quarto golo já sobre o termo da partida.

 

27 Junho – Saint-Denis – Itália 2-0 Espanha

Golos: 1-0 Chiellini 33’ / 2-0 Pellè 90’+1’

Nota: 4

O primeiro duelo de gigantes da fase final assinalou a despedida dos bicampeões em título. A Espanha, que se encontra em transição depois do desastre no Mundial do Brasil há dois anos, encontrou uma Itália que procura ela própria reencontrar-se com glórias passadas, e não restaram dúvidas sobre que direcção as duas equipas vão seguindo. A squadra azzurra foi superior à roja – que jogou de branco – ao longo de todo o encontro, não lhe dando espaço para pensar e executar, além de novamente ter sabido dar os golpes fatais nas alturas certas, tal como já tinha acontecido frente a Bélgica e Suécia na fase de grupos. Até porque, apesar dos momentos das duas equipas, um Itália-Espanha nunca é um jogo fácil. O primeiro golo apareceu pouco depois da meia hora. Éder marcou um livre que David de Gea defendeu para a frente, causando a confusão na pequena área, onde acabaria por aparecer Giorgio Chiellini para um oportuno desvio. A Espanha, que não tinha conseguido libertar-se do colete de forças imposto pelos transalpinos, continuou sem conseguir encontrar meios de respirar no jogo. As opções para refrescar o ataque não são as mesmas dos anos dourados entre 2008 e 2012, pelo que a entrada de Aritz Aduriz ao intervalo para o lugar de Nolito não fez qualquer efeito. O próprio Aduriz seria substituído por Pedro Rodríguez ao minuto 81. Mestres na arte de defender, os italianos sustiveram o canto do cisne espanhol nos minutos finais, matando o jogo nos descontos, num contra-ataque finalizado por Graziano Pellè.

 

27 Junho – Nice – Inglaterra 1-2 Islândia

Golos: 1-0 Rooney (g.p.) 4’ / 1-1 Ragnar Sigurdsson 6’ / 1-2 Sigthórsson 18’

Nota: 4

Quando não são as grandes penalidades, ou quando a linha não acaba na fase de grupos – ou na qualificação, como sucedeu no Euro 2008 –, a Inglaterra não resiste a ser vítima de eliminações improváveis. Encontrando-se em vantagem logo ao minuto 4, menos de um quarto de hora mais tarde a Inglaterra via-se atrás no marcador, ainda para mais frente a uma equipa que nunca na sua história tinha estado tão alto numa competição de futebol. A equipa dos três leões apenas esteve na frente durante alguns segundos. Após o pontapé de saída subsequente ao 1-0 a Islândia ganhou um lançamento lateral no enfiamento da área inglesa. Aron Gunnarsson executou-o, Gylfi Sigurdsson desviou já dentro da área, e o central Ragnar Sigurdsson estava lá para empurrar à boca da baliza para o empate. Na vez seguinte em que se aproximou da baliza contrária a Islândia voltou a ser fatal, com Kolbeinn Sigthórsson a consumar a reviravolta, num remate em que Joe Hart podia ter feito melhor. Claramente desorientados, e com poucas referências às quais recorrer, os ingleses não tiveram engenho para forçar pelo menos o prolongamento. Ressalvadas as devidas distâncias, até porque os jogos não são todos iguais, a Islândia sobreviveu a uma situação semelhante àquela com que a Irlanda se deparou no jogo com a França: segurar uma vantagem durante muitos minutos diante de uma equipa teoricamente mais forte. Os islandeses seguem do jogo mais importante da sua história… para o jogo mais importante da sua história. Desde que se apurou para esta fase final que tem sido assim. Já Roy Hodgson anunciou de imediato o abandono do comando da selecção inglesa.

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por Miran Pavlin às 12:00

Quinta-feira, 14.07.16

EURO 2016 - Grupo F

14 Junho – Bordéus – Áustria 0-2 Hungria

Golos: 0-1 Szalai 62’ / 0-2 Stieber 87’

Nota: 4

Os austríacos eram tidos como favoritos, e poderiam ter entrado em prova a marcar, mas David Alaba rematou ao poste logo no primeiro minuto, antes de desperdiçar outra boa oportunidade ainda no início do jogo. A partir daí o colectivo da Hungria começou a vir ao de cima, ao mesmo tempo que a Áustria se desorganizou, embora ainda tenha entrado melhor na segunda parte. Os magiares juntariam ao colectivo um enorme espírito de equipa, e foram premiados com o golo de Ádám Szalai após a hora de jogo. A Áustria viu-se reduzida a dez elementos com a expulsão de Aleksandar Dragović (66’), e sofreria o segundo golo perto do fim, por Zoltan Stieber, a finalizar um contra-ataque, para gáudio dos ruidosos adeptos húngaros.

A Áustria ainda não tinha perdido desde o início da qualificação; a Hungria entrou da melhor maneira, e o guarda-redes Gábor Király tornou-se no primeiro quarentão (40 anos e 74 dias) a actuar em fases finais, um recorde que certamente actualizará enquanto a Hungria se mantiver em prova.

 

14 Junho – Saint-Étienne – Portugal 1-1 Islândia

Golos: 1-0 Nani 31’ / 1-1 Birkir Bjarnason 50’

Nota: 3

Num Europeu com tantas estreias que mais parece o Festival de Cannes, a Islândia foi a última das debutantes a entrar em prova, e fê-lo batendo o pé, quem diria, a Portugal, que talvez não estivesse à espera de que a Islândia fosse uma equipa de corpo inteiro, apesar dos poucos habitantes da ilha. Foram mesmo os islandeses os primeiros a criar perigo (3’), com Gylfi Sigurdsson a obrigar Rui Patrício a aplicar-se, mas Portugal imporia a sua superioridade no jogo até ao intervalo, ao qual chegou em vantagem com o golo de Nani. Cinco minutos após o reatamento, Birkir Bjarnason escapou-se na zona fatal e igualou a partida. Portugal não se soube recompor do golpe, nem encontrar as ideias em campo para voltar a superar a defensiva contrária, abusando de um jogo aéreo em que os islandeses iam sendo superiores. Sem um momento genial de Cristiano Ronaldo, a equipa das quinas ficou abandonada à sua sorte, e ainda se expôs a um ou outro contra-ataque islandês que a deixou em sentido. A Islândia celebra o seu primeiro ponto na ribalta, enquanto Portugal puxa da tradicional calculadora.

 

18 Junho – Marselha – Islândia 1-1 Hungria

Golos: 1-0 Gylfi Sigurdsson (g.p.) 40’ / 1-1 Sævarsson (p.b.) 88’

Nota: 4

Um dos jogos mais improváveis da história dos Euros foi um bom espectáculo de futebol, embora os golos tenham surgido em lances fortuitos. Acima de tudo, as duas equipas mostraram saber o que querem do jogo, encarando a presença na fase final com espírito de missão. A Islândia adiantou-se perto do intervalo numa grande penalidade que deixou dúvidas, mas tanto antes como depois do golo a Hungria tinha gozado de vários períodos de superioridade, embora criando pouco perigo. A organizada defesa dos nórdicos foi tantas vezes ameaçada que acabou por ceder, já com a meta à vista, numa infelicidade do lateral Birkir Sævarsson, que introduziu a bola na própria baliza e fixou o marcador final. Os húngaros festejaram como se de uma vitória se tratasse. Os quatro pontos conquistados deixam os magiares praticamente apurados para a fase seguinte.

 

18 Junho – Paris – Portugal 0-0 Áustria

Nota: 3

Portugal fez 23 remates contra três dos austríacos e beneficiou de dez cantos – a Áustria não teve nenhum. Nani cabeceou ao poste na primeira parte e aos 79 minutos Cristiano Ronaldo desperdiçou uma grande penalidade, acertando também no ferro. Apesar de um ou outro susto, Portugal dominou o encontro, mas não conseguiu ser superior na única estatística que interessa e termina com a calculadora a explodir nas mãos, tantos que são os cenários possíveis para a última jornada daquele que é o grupo mais disputado desta edição do Euro – apenas uma equipa venceu nos quatro jogos realizados.

 

22 Junho – Saint-Denis – Islândia 2-1 Áustria

Golos: 1-0 Bödvarsson 18’ / 1-1 Schöpf 60’ / 2-1 Traustason 90’+4’

Nota: 4

O golpe de teatro da autoria de Arnor Ingvi Traustason, nos segundos finais da partida, apagou toda a história do jogo. Além de assinalar o primeiro triunfo islandês numa fase final, o tento colocou a sua equipa no segundo posto do grupo e confirmou a eliminação de uma Áustria de quem se esperava mais. Talvez por isso fossem os austríacos a sentir mais vincadamente sobre os ombros a pressão do que estava em jogo. Era o melhor que poderia acontecer à Islândia, que mais uma vez mostrou grande organização defensiva. A Áustria procurava jogar pela certa e não perder a bola desnecessariamente, mas cedo se viu numa desvantagem que só anularia à hora de jogo, através de uma obra de arte de Alessandro Schöpf. Com o passar dos minutos a cabeça desapareceu para ficar só o coração, e seria com a equipa totalmente inclinada sobre a área contrária que apareceria o contra-ataque de três para um que decidiu a partida. Traustason já estava com pouco ângulo, e o remate nem foi dos melhores, mas a palmada de Robert Almer não a conseguiu tirar da baliza.

 

22 Junho – Lyon – Hungria 3-3 Portugal

Golos: 1-0 Gera 19’ / 1-1 Nani 42’ / 2-1 Dzsudzsák 47’ / 2-2 Cristiano Ronaldo 50’ / 3-2 Dzdudzsák 55’ / 3-3 Cristiano Ronaldo 62’

Nota: 5

Seis golos, alguns de grande classe. Parada-resposta e a consequente incerteza. Múltiplos desfechos possíveis. Que mais se poderia pedir? Foi certamente o melhor jogo do Euro 2016. Zoltan Gera abriu o marcador com um golaço, dominando de peito um alívio pelo ar antes de rematar rasteiro, colocado, e Nani empatou perto do descanso num bom movimento diagonal. Os primeiros 17 minutos da segunda parte foram de pura loucura, com quatro golos, todos pelas estrelas maiores das suas equipas. Balázs Dzsudzsák teve a sorte consigo em dose dupla, com os seus golos a beneficiarem de ressaltos; o primeiro em lance individual, o segundo na cobrança de um livre directo. Cristiano Ronaldo fez o outro grande golo da tarde, num belo golpe de calcanhar, antes de matar de cabeça para o 3-3. Nos minutos finais a intensidade desceu, já que o empate qualificava as duas equipas. A Hungria decerto festejava por dentro. Portugal fazia mesmo assim contas à vida; estava prestes a tornar-se na única equipa a passar só com empates, no virtual segundo lugar do grupo, que colocaria a equipa no lado dos tubarões nos oitavos-de-final. Até que a Islândia marca aquele golo. Com ele Portugal caiu para o terceiro lugar do grupo, passando assim para o outro lado do quadro das eliminatórias.

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por Miran Pavlin às 13:30

Quinta-feira, 14.07.16

EURO 2016 - Grupo E

13 Junho – Saint-Denis – Irlanda 1-1 Suécia

Golos: 1-0 Hoolahan 48’ / 1-1 Clark (p.b.) 71’

Nota: 4

Por limitada que possa ser, à equipa da Irlanda nunca falta espírito. Talvez querendo apagar a má imagem deixada há quatro anos, os rapazes de verde tomaram conta dos acontecimentos desde o início, realizando uma primeira parte de bom nível, que incluiu uma bola na trave, mas o golo só surgiria no arranque da metade complementar, quando Wes Hoolahan finalmente quebrou a barreira sueca com um remate colocado após trabalho de Séamus Coleman. Era o toque que o conjunto nórdico precisava para acordar. Logo na resposta a Suécia coleccionou pontapés de canto e teve um remate de Emil Forsberg a passar a centímetros do poste. O empate apareceu numa infelicidade do central irlandês Ciaran Clark, que cortou de cabeça para a sua própria baliza na pressão de ter um adversário nas costas. O golpe quebrou o ânimo do conjunto insular, que voltou ao comando do jogo mas não lograria desempatá-lo uma segunda vez.

 

13 Junho – Lyon – Bélgica 0-2 Itália

Golos: 0-1 Giaccherini 32’ / 0-2 Pellè 90’+3’

Nota: 4

Apetece pensar que quem sabe, nunca esquece. Num jogo tido como difícil, pelo lugar invulgarmente alto ocupado pela Bélgica no ranking da FIFA, que de resto chegou a liderar, a squadra azzurra deu uma aula de como defender. A Bélgica colocou diversos problemas à Itália, principalmente na segunda parte, altura em que os diabos vermelhos mais cresceram no jogo, mas os italianos não cedem facilmente quando são obrigados a recuar e manter-se junto à sua baliza por algum tempo. Com a bola, a Itália soube ser venenosa. O central Leonardo Bonucci isolou Emanuele Giaccherini com um passe longo, pelo ar, e o atacante finalizou da melhor forma frente a Thibaut Courtois. Em vantagem, a Itália teve oportunidade de mostrar algumas artimanhas para queimar tempo sem ver cartões e forçou Courtois a duas defesas apertadas, antes de matar o jogo no final dos descontos, quando a Bélgica já só tinha coração e pernas desgastadas. Num contra-ataque rápido, Graziano Pellè finalizou com convicção, garantindo para a sua equipa uma vitória sólida, num bom jogo, mais do ponto de vista táctico que do espectáculo.

 

17 Junho – Toulouse – Itália 1-0 Suécia

Golo: 1-0 Éder 88’

Nota: 3,5

Quando está em forma, a Itália é uma equipa que não entra em pânico quando o adversário empreende vagas sucessivas de ataque e cria perigo com regularidade. Os suecos forçaram então a Itália a muito trabalho defensivo, mas não encontraram forma de quebrar a squadra azzurra. Nem a Itália ela própria cedeu em qualquer momento. Já se aproximava a hora das decisões quando surgiu um aviso dos transalpinos, com Marco Parolo a cabecear à barra. À segunda, seria golo, nascido de um aparentemente inofensivo lançamento lateral. Com a Suécia distraída por um segundo, Giorgio Chiellini lançou Simone Zaza, que de primeira endossou a Éder, que já se desmarcava descaído na esquerda. O oriundo furou pela defensiva nórdica e rematou colocado, decidindo o jogo e dando à Itália a passagem à fase seguinte. Uma vitória à italiana, sem dúvida. Desta vez, Zlatan Ibrahimović não encontrou o mesmo toque de midas que teve em 2004, naquele requintado golpe de calcanhar que fixou o 1-1 final. Itália e Suécia também se tinham defrontado no Euro 2000 (2-1 para a Itália).

 

18 Junho – Bordéus – Bélgica 3-0 Irlanda

Golos: 1-0 Romelu Lukaku 48’ / 2-0 Witsel 61’ / 3-0 Romelu Lukaku 70’

Nota: 3

A receita dos irlandeses no primeiro jogo desta vez não rendeu. A equipa mostrou-se mais apagada, sobretudo no sector atacante. Na primeira parte o guarda-redes Darren Randolph disse presente em todas as investidas dos diabos vermelhos, mas após o descanso bastaram três minutos para que a Bélgica marcasse, ficando aí com o jogo na mão. O segundo foi o melhor dos belgas, com Axel Witsel a finalizar uma bela movimentação ofensiva. Romelu Lukaku bisou, afastando por uns momentos as dúvidas que por vezes recaem sobre si.

 

22 Junho – Lille – Itália 0-1 Irlanda

Golo: 0-1 Brady 85’

Nota: 3

Já apurada, a Itália procedeu a poupanças, pelo que não foi tão sólida como nos dois jogos anteriores. A Irlanda voltou a agarrar-se ao coração para equilibrar os acontecimentos, fazendo com que o jogo entrasse num impasse daqueles que se resolvem com um golo apenas. Face à pouca acutilância dos transalpinos, o deslize aconteceu na baliza italiana, quando um passe aéreo em profundidade apanhou Robbie Brady em desmarcação por um espaço no centro da defensiva azzurra. Brady tocou de cabeça à saída de Salvatore Sirigu, espoletando vigorosos festejos na armada verde. A vitória ofereceu à Irlanda o terceiro lugar do grupo e a passagem à fase seguinte.

 

22 Junho – Nice – Suécia 0-1 Bélgica

Golo: 0-1 Nainggolan 84’

Nota: 2,5

Com ambas as equipas a precisar do resultado, talvez o jogo não tenha trazido a emoção esperada. A Suécia batalhou com o que tinha, mas parecia sempre faltar-lhe qualquer coisa para se impor no jogo. Sem conseguirem marcar, os suecos acabaram por sofrer, tarde no jogo, o golo que os atirou para fora do Euro.

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por Miran Pavlin às 13:00

Quinta-feira, 14.07.16

EURO 2016 - Grupo D

12 Junho – Paris – Turquia 0-1 Croácia

Golo: 0-1 Modrić 41’

Nota: 2,5

Terceiro encontro entre turcos e croatas no Euro, e tal como nesses jogos do passado, o golo não apareceu em grandes quantidades. Apenas houve mais um a acrescentar à história, da autoria do médio Modrić, que correspondeu a um canto mal aliviado pela defensiva turca com um belo remate, com força q.b. e muito jeito. Ainda com Rakitić em alta rotação, a Croácia esteve quase sempre por cima do jogo, conseguindo uma justa vitória, curiosamente pelo mesmo resultado de há vinte anos.

 

13 Junho – Toulouse – Espanha 1-0 República Checa

Golo: 1-0 Piqué 87’

Nota: 2

A entrada em prova dos bicampeões em título não foi fácil. Mesmo tendo sido um jogo de sentido único, com a República Checa limitada a esporádicos contra-ataques com maior ou menor perigo, a Espanha não conseguia chegar ao golo. Com Iniesta a fazer as vezes de Xavi, a qualidade da posse de bola dos espanhóis manteve-se praticamente inalterada, mas com Morata, Nolito e Aduriz onde antes havia Fernando Torres ou David Villa, as coisas podem custar mais a sair. Foi o que aconteceu neste jogo. A República Checa ficou a minutos de uma gracinha, cedendo na recta final, quando deixou o central Piqué esquecido na zona fatal, para um desvio de cabeça na sequência de um canto.

 

17 Junho – Saint-Étienne – República Checa 2-2 Croácia

Golos: 0-1 Perišić 37’ / 0-2 Rakitić 59’ / 1-2 Škoda 76’ / 2-2 Necid (g.p.) 90’+4’

Nota: 4

O melhor jogo até ao momento, e um dos melhores de toda a fase final. A emoção dos momentos finais ajuda à memória positiva, mas é possível que a Croácia não a partilhe. Os vatreni estiveram a vencer por 0-2, graças a mais um notável trabalho de Modrić e Rakitić, que voltaram a jogar e a fazer jogar. Tudo corria bem à Croácia até ao minuto 76, altura em que Škoda, lançado nove minutos antes, recolocou o resultado em discussão. A menos de cinco minutos do fim, os adeptos croatas causaram distúrbios que levaram à suspensão do encontro. Jogaram-se dez minutos para lá dos 90, e foi nesse período que uma grande penalidade escusada por mão na bola ofereceu aos checos o golo do empate – embora a cronometragem constante da ficha oficial do jogo dê o golo como tendo ocorrido ao minuto 89. A República Checa ainda causou outros calafrios nos segundos finais, mas não conseguiria a reviravolta e tem o seu lugar no Euro 2016 em perigo. A Croácia deixou fugir a oportunidade se apurar desde já.

 

17 Junho – Nice – Espanha 3-0 Turquia

Golos: 1-0 Morata 34’ / 2-0 Nolito 37’ / 3-0 Morata 48’

Nota: 2

A Espanha voltou a dominar de fio e pavio, construindo uma vitória ampla, tornando-se também na primeira equipa a fazer três golos num jogo nesta fase final. O triunfo apura também a Espanha para os oitavos-de-final. A roja garantiu os três pontos em três minutos, já no último quarto de hora da primeira parte, acrescentando um terceiro tento no arranque da metade complementar, para que não restassem dúvidas sobre o vencedor. Só aí a Turquia pôde ter mais espaço para respirar, aproveitando o relaxamento dos espanhóis. Sem pontos e sem golos após dois jogos, a Turquia precisa de um milagre maior que aqueles que conseguiu no passado para pensar em chegar à próxima fase.

 

21 Junho – Lens – República Checa 0-2 Turquia

Golos: 0-1 Burak Yılmaz 10’ / 0-2 Ozan Tufan 65’

Nota: 3,5

Só um triunfo volumoso poderia deixar a Turquia em terceiro lugar com números suficientes para acalentar a esperança de um lugar nos oitavos-de-final, e não se pode dizer que os turcos não tenham tentado com todas as suas forças. A República Checa, com um ponto, poderia chegar à fase seguinte com um triunfo pela margem mínima, mas não encontrou forma de contrariar a crença do adversário, que se colocou em vantagem bem cedo. O encontro foi mais aberto que a generalidade dos restantes da fase de grupos, o perigo rondou as duas balizas, mas seria novamente a Turquia a marcar, num lance de insistência. Os números finais, contudo, seriam insuficientes para os turcos seguirem em frente.

 

21 Junho – Bordéus – Croácia 2-1 Espanha

Golos: 0-1 Morata 7’ / 1-1 Kalinić 45’ / 2-1 Perišić 87’

Nota: 3

Já qualificada, a Espanha não poupou unidades, e colocou-se a vencer ainda antes dos primeiros dez minutos. Poderia pensar-se que estava aberto o caminho para que a roja terminasse a fase de grupos com aproveitamento total, mas a Croácia tinha outras ideias, e igualou a contenda em cima do intervalo. A verdade é que a Espanha se manteve au ralenti depois do golo, até porque tendo em conta o resultado do outro jogo, as duas equipas se apuravam desde já para os oitavos-de-final, com os ibéricos em primeiro lugar. No entanto, a ambição dos croatas falou mais alto, e o golo do triunfo apareceu quando já não havia tempo para muito mais, oferecendo-lhes assim a vitória no grupo.

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por Miran Pavlin às 12:00

Quarta-feira, 13.07.16

EURO 2016 - Grupo C

12 Junho – Nice – Polónia 1-0 Irlanda do Norte

Golo: 1-0 Milik 51’

Nota: 2

Ao sétimo jogo a Polónia conseguiu a sua primeira vitória de sempre em fases finais do Euro, frente a uma Irlanda do Norte que não só se estreava nas finais da prova, como também disputava o seu primeiro jogo numa fase final desde o Mundial de 1986. O estilo combativo das duas equipas resultou em mais um jogo com muita entrega e pouca baliza, que se decidiria nos inícios da segunda parte, através de um golo de Arkadiusz Milik.

 

12 Junho – Lille – Alemanha 2-0 Ucrânia

Golos: 1-0 Mustafi 49’ / 2-0 Schweinsteiger 90’+2’

Nota: 2,5

A exibição da Alemanha neste jogo pode até suscitar nos observadores o proverbial “nervosismo da estreia”, mas a fase de transição que a equipa vive, e que nem sempre trouxe os melhores resultados durante a fase de apuramento, não permitiu à Mannschaft superiorizar-se mais vincadamente a uma Ucrânia que nunca deixou de lutar mas não foi capaz de infligir danos. Por outro lado, talvez tenha sido a vantagem conseguida cedo, aliada ao controlo sobre o jogo, a fazer com que a Alemanha não se empenhasse mais. A tranquilidade no resultado chegaria apenas no último fôlego, por intermédio de um estranhamente pesado Bastian Schweinsteiger, que entrara em campo minutos antes.

 

16 Junho – Lyon – Ucrânia 0-2 Irlanda do Norte

Golos: 0-1 McAuley 48’ / 0-2 McGinn 90’+6’

Nota: 3

Nem sempre a posse de bola é tudo. Que o diga a Irlanda do Norte, que venceu pela primeira vez numa fase final do Euro tendo tido apenas 35% da bola. A Ucrânia nunca encontrou forma de subjugar o conjunto britânico, nem de causar sobressaltos junto à baliza contrária. A Irlanda do Norte adiantou-se no início da segunda parte, quando o central Gareth McAuley correspondeu a um livre batido na esquerda com um cabeceamento colocado. Os ucranianos procuraram reagir, mas as ideias ofensivas não eram muitas, e a Irlanda do Norte mataria o jogo no final dos descontos, num contra-ataque que aproveitou da melhor maneira o último esforço ucraniano em busca do empate.

A partida esteve interrompida por uns minutos pouco depois do reinício, devido a uma forte queda de granizo. Foi a segunda vez em duas edições do Euro que a Ucrânia viu um jogo seu parar por via da inclemência do tempo; em 2012 uma trovoada forçou a suspensão momentânea do jogo com a França, vencido pelos bleus também por 0-2.

 

16 Junho – Saint-Denis – Alemanha 0-0 Polónia

Nota: 3,5

Por muito que um dos intervenientes, no papel, tenha mais argumentos que o outro, um dérbi é sempre um dérbi, sempre difícil de ganhar. Que o diga a Alemanha, que reavivou memórias da derrota na Polónia na fase de qualificação. A nota relativamente alta atribuída ao jogo resulta do facto de não ter sido um jogo em que a Alemanha passou o tempo a massacrar um autocarro sem rodas. Com efeito, as melhores oportunidades de golo ficaram do lado dos biało-czerwoni, que jogaram sem medo na tentativa de pela primeira vez marcar um golo à Alemanha numa fase final de uma grande competição, depois de 1974, 1978, 2006 e 2008. O jogo podia ter caído para qualquer dos lados, mas o nulo – o primeiro deste Euro – manteve-se, e é um mal menor, já que deixou as duas formações praticamente apuradas.

 

21 Junho – Marselha – Ucrânia 0-1 Polónia

Golo: 0-1 Błaszczykowski 54’

Nota: 3

A Ucrânia ficou a saber que estava eliminada com o resultado do Alemanha-Polónia, pelo que jogou apenas pela honra. A Polónia aproveitou para gerir a equipa, mas como ainda não estava matematicamente apurada, fê-lo sem abusar, não fosseo diabo tecê-las. Os ucranianos, que também utilizaram um onze alternativo, procuraram fazer um golo que lhes permitisse sair do Euro com algo de positivo, mas quem marcou foi a Polónia, num bom trabalho individual de Jakub Błaszczykowski, num lance que justifica por si só a nota atribuída ao jogo. Os polacos seguem em frente em segundo lugar do grupo, mas sem sofrer golos, enquanto a Ucrânia se despede como única formação que não marcou golos no Euro 2016.

 

21 Junho – Paris – Irlanda do Norte 0-1 Alemanha

Golo: 0-1 Gómez 30’

Nota: 2

A Alemanha foi superior à Irlanda do Norte, mas não conseguiu melhor que uma vitória tangencial, que mesmo assim lhe garantiu o primeiro lugar do grupo, e sem sofrer golos. A Irlanda do Norte procurou não abrir grandes espaços, hipotecando com isso uma presença ofensiva mais pronunciada, mas acabou por fazer história mesmo assim, já que o desfecho dos restantes grupos lhe deu um lugar na fase seguinte.

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por Miran Pavlin às 13:30

Quarta-feira, 13.07.16

EURO 2016 - Grupo B

11 Junho – Bordéus – País de Gales 2-1 Eslováquia

Golos: 1-0 Bale 10’ / 1-1 Duda 61’ / 2-1 Robson-Kanu 81’

Nota: 3,5

Jogo de estreia das duas equipas em fases finais do Campeonato da Europa. Não faltou entrega, mas tal não se traduziu num grande espectáculo porque nem sempre houve perigo junto às balizas. Pelo menos de bola corrida, porque de bola parada Gareth Bale fez estragos logo aos 10 minutos, na cobrança de um livre directo. A Eslováquia só respondeu à passagem da hora de jogo, mas seria o espírito de equipa e o futebol colectivo dos galeses a prevalecer, com o triunfo a ser materializado por Hal Robson-Kanu, à entrada para a recta final do encontro.

 

11 Junho – Marselha – Inglaterra 1-1 Rússia

Golos: 1-0 Dier 73’ / 1-1 Vassili Berezutsky 90’+2’

Nota: 2,5

Jogo de muitas cautelas. A Rússia disfarçou assim a falta de ideias, enquanto a Inglaterra, que teve mais posse de bola, só conseguiu chegar ao golo com ela parada, no caso na conversão de um livre directo. Num jogo em que estava difícil encontrar a baliza adversária, a vantagem era como que um pássaro raro nas mãos da Inglaterra. Contudo, a equipa dos três leões não o conseguiu segurar, deixando-o escapar-se já sobre o soar do gongo, altura em que Vassili Berezutsky aproveitou um cruzamento especulativo para subir mais alto que os defensores ingleses e cabecear para o empate.

 

15 Junho – Lille – Rússia 1-2 Eslováquia

Golos: 0-1 Weiss 32’ / 0-2 Hamšík 45’ / 1-2 Glushakov 80’

Nota: 3

A Eslováquia vive muito à custa do trabalho dos seus homens mais experientes, aspecto que ficou bem patente nesta partida. Enquanto Vladimír Weiss e Marek Hamšík não entraram efectivamente em acção, o equilíbrio foi a nota dominante. Até que Weiss recebeu a bola na esquerda, tirou dois adversários do caminho e rematou colocado para o 0-1. Pouco depois, o mesmo Weiss solicitou Hamšík, que quase sem ângulo rematou para um belo golo, com a bola a bater no poste antes de beijar a malha lateral do lado contrário. Com mais bola que no jogo anterior, mas igualmente sem ideias, a Rússia ficava com uma montanha para escalar, mas a reacção chegou tarde demais, permitindo assim à Eslováquia entrar nas contas do apuramento.

 

16 Junho – Lens – Inglaterra 2-1 País de Gales

Golos: 0-1 Bale 42’ / 1-1 Vardy 56’ / 2-1 Sturridge 90’+2’

Nota: 4

O encontro de britânicos assemelhou-se a um jogo da Premier League. Os jogadores entregaram-se com tudo o que tinham e os adeptos proporcionaram uma das atmosferas mais ruidosas deste Euro. Nem faltou o drama nos minutos finais, tal como muitas vezes acontece no campeonato inglês. Só faltou um pouco mais de qualidade ao futebol praticado. Os galeses foram para intervalo a vencer tendo efectuado apenas um remate à baliza de Joe Hart. Bale voltou a molhar o pão na sopa na cobrança de um livre no qual Hart não ficou bem visto. Ao intervalo o técnico inglês lançou Jamie Vardy e Daniel Sturridge para o lugar dos ineficazes Raheem Sterling e Harry Kane, e o jogo mudou. Vardy foi o primeiro a fazer o gosto ao pé, aproveitando um corte deficiente de Ashley Williams para igualar a partida. O País de Gales foi recuando cada vez mais na tentativa de salvaguardar um precioso empate, mas pagou por isso quando Sturridge iniciou e concluiu uma jogada em que a Inglaterra furou por entre um cacho de jogadores, com a bola a entrar pela única nesga que havia junto ao primeiro poste de Wayne Hennessey. Vítima de um golpe de teatro no primeiro jogo, a Inglaterra respondeu com outro, agora a seu favor.

 

20 Junho – Toulouse – Rússia 0-3 País de Gales

Golos: 0-1 Ramsey 11’ / 0-2 Taylor 20’ / 0-3 Bale 67’

Nota: 3,5

Na prática talvez não tenha sido um jogo para uma nota tão alta, mas foi um prazer ver o País de Gales realizar uma exibição que deixou a Rússia fora do Euro, e em pedaços. Os britânicos arrumaram a questão em vinte minutos, ao mesmo tempo que confirmaram que a sua equipa não é só Bale. Também há Aaron Ramsey, Joe Allen, Joe Ledley ou Ashley Williams. Juntos, formam um colectivo bastante capaz, que não tem medo de defrontar selecções mais cotadas. Não foi o caso desta Rússia, para quem o Euro 2016 foi um desaste, mesmo tendo empatado com a Inglaterra. O País de Gales controlou o jogo de tal forma, que na segunda parte até deu para jogar deliberadamente para Bale, até que este marcasse, o que viria a acontecer a meio da etapa complementar. Não estava no alinhamento, mas o País de Gales venceu o grupo, terminando com o melhor ataque da fase de grupos, com seis golos – registo posteriormente igualado pela Hungria.

 

20 Junho – Saint-Étienne – Eslováquia 0-0 Inglaterra

Nota: 2

Eslovacos e ingleses protagonizaram um jogo marcado pela tensão. Embora a Inglaterra tenha assumido as despesas ofensivas, perante uma Eslováquia à espreita do contra-ataque, nenhuma das equipas correu riscos desmesurados. A Inglaterra teve diversas oportunidades, e o facto de o guardião Matúš Kozáčik ter sido considerado o melhor em campo apenas frisa que foram os ingleses a procurar o golo com mais afinco. Não houve engenho, contudo, para ultrapassar a barreira construída pelos eslovacos, que aguentaram um empate que lhes garantiu o terceiro posto. O acesso da Eslováquia aos oitavos-de-final confirmou-se dias depois. A Inglaterra qualificou-se no imediato, mas esteve longe de deslumbrar.

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por Miran Pavlin às 12:00

Terça-feira, 12.07.16

EURO 2016 - Grupo A

10 Junho – Saint-Denis – França 2-1 Roménia

Golos: 1-0 Giroud 57’ / 1-1 Stancu (g.p.) 65’ / 2-1 Payet 89’

Nota: 4

Os jogos de abertura costumam proporcionar bom entretenimento, e este não fugiu à regra, embora tenha sido dominado pela França. A Roménia teve uma oportunidade clara logo aos quatro minutos, quando Bogdan Stancu proporcionou a Hugo Lloris uma defesa no limite, mas os golos só apareceriam no segundo tempo. Quando a Roménia empatou já iam longe não só essa oportunidade inicial, como também o único período em que os tricolorii estiveram por cima do jogo, no caso nos primeiros minutos após o reatamento. Os romenos resistiram até bem perto do fim, altura em que Dimitri Payet puxou dos galões e se tornou no primeiro herói improvável do Euro, ao desferir um vistoso remate em arco, para a gaveta, que não deixou a Ciprian Tătăruşanu hipóteses de defesa. Foi por um triz, mas a equipa da casa entrou mesmo a vencer.

 

11 Junho – Lens – Albânia 0-1 Suíça

Golo: 0-1 Schär 5’

Nota: 3,5

A estreia da Albânia em fases finais não podia ser mais emocional. A Suíça é um país com o qual os balcânicos têm fortes laços, já que alguns dos seus jogadores nasceram ou cresceram na Suíça. Do lado helvético conta-se também uma mão cheia de jogadores de etnia albanesa, e havia ainda um par de irmãos de cada lado da barricada – Granit Xhaka pelos suíços, Taulant Xhaka pelos albaneses. O laço do resultado foi desatado cedo, quando o central Fabian Schär correspondeu de cabeça a um canto cobrado na direita; o guardião albanês Etrit Berisha não ficou bem na fotografia. A Suíça dispôs de várias oportunidades no segundo tempo, mas as melhores foram da Albânia, que jogava com dez desde os 36 minutos, por expulsão do capitão Lorik Cana. Ao minuto 87 Shkëlzen Gashi teve nos pés um lance flagrante de golo, quando apareceu isolado frente a Yann Sommer, mas a mancha do guardião helvético estragou os planos do avançado.

 

15 Junho – Paris – Roménia 1-1 Suíça

Golos: 1-0 Stancu (g.p.) 18’ / 1-1 Mehmedi 57’

Nota: 3,5

Jogo movimentado, com perigo nas duas balizas, pelo menos enquanto não se fixou o resultado final. A Suíça foi mais esclarecida em campo, mas ficou atrás do resultado quando Stancu converteu mais uma grande penalidade. Cristian Săpunaru acertou no poste pouco depois, a Roménia entrou melhor na segunda parte, mas os suíços voltaram à carga, e quando o fizeram foi a valer. Numa insistência após um canto, Admir Mehmedi encontrou o caminho das redes e a partir daí a Suíça foi ficando progressivamente mais confortável com o empate, que a deixa mais próximo da fase seguinte. A Roménia fica a fazer contas.

 

15 Junho – Marselha – França 2-0 Albânia

Golos: 1-0 Griezmann 90’ / 2-0 Payet 90’+6’

Nota: 3

Tal como na partida com a Roménia, a França esteve a um passo de ceder uma inesperada igualdade, agora frente a uma Albânia que foi tão corajosa como tinha sido no primeiro jogo. A França teve o controlo das operações durante todo o encontro, mas a sólida linha recuada albanesa foi dando boa conta de si, sempre à espreita de lançar o contra-ataque. O marcador é que não mexia nem por nada. A França só chegou ao golo quando muitos já não tinham unhas para roer. Antoine Griezmann ficou esquecido na área e cabeceou para o primeiro golo, a cruzamento de Adil Rami. A Albânia, que até aí estivera confortável com o desenrolar dos acontecimentos, desorganizou-se na tentativa de empatar, ficando aberto espaço para Payet voltar a marcar e sentenciar o encontro, já nos segundos finais, garantindo também o apuramento francês para os oitavos-de-final.

 

19 Junho – Lyon – Roménia 0-1 Albânia

Golo: 0-1 Sadiku 43’

Nota: 3

A Albânia venceu o seu primeiro jogo numa fase final, eliminou a Roménia, mas teve que ficar à espera do desenlace dos restantes grupos para ter a confirmação de que os três pontos e a diferença de golos negativa não seriam suficientes para seguir em frente. O único golo apareceu em cima do intervalo, quando Armando Sadiku, já em queda, correspondeu a um cruzamento largo com um cabeceamento fora do alcance quer de Tătăruşanu, quer de Vlad Chiricheş, que procurava dobrar o companheiro. O jogo não foi propriamente lento, mas não foi nada bem jogado. As equipas só conseguiam articular jogo até perto do último terço, ponto no qual as jogadas se embrulhavam e o perigo potencial se desvanecia. Foi por isso difícil perceber quem estava a jogar menos… A Roménia poderia ter empatado, mas o míssil de Florin Andone, já na segunda parte, explodiu na trave antes de sair, imagine-se, para lançamento. No final, jogadores e adeptos da Albânia festejaram como se tivessem ganho o título. Não chegou para passar, mas o momento feliz, esse, ninguém lhes tira.

 

19 Junho – Lille – Suíça 0-0 França

Nota: 2,5

Com a França já apurada, o empate garantiu-lhe o primeiro lugar do grupo, ao mesmo tempo que qualificou a Suíça para os oitavos-de-final. Como o resultado servia os intentos dos dois conjuntos, o jogo não teve grande emoção, pese embora a França tenha tido duas bolas à trave, por Paul Pogba e Payet. De resto, os ataques foram tímidos e o jogo terminaria como começou – ao contrário do jogo de há dois anos no Mundial do Brasil, quando a França triunfou por 5-2. A Suíça apura-se pela primeira vez para a fase a eliminar do Campeonato da Europa.

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por Miran Pavlin às 13:00



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