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CORTE LIMPO

Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário


Terça-feira, 09.03.21

Liga dos Campeões, oitavos-de-final, 2.ª mão - Juventus FC 3-2 FC Porto (a.p.) - Os Portíadas

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Quase todos os grandes momentos internacionais do FC Porto incluíram uma boa dose de dramatismo. Este não foi excepção. Aliás, aqui a carga dramática foi de tal ordem, que é impossível fugir ao óbvio e escolher outro adjectivo que não "épico". Teremos assistido, portanto, à encenação de mais um canto d'Os Portíadas. Os primeiros dez minutos do encontro deram um cheirinho do que viria mais lá para à frente, com uma troca de boas oportunidades junto a cada uma das balizas, mas depressa o FC Porto tomou o controlo das operações, gerindo a posse de bola como queria e tomando o seu tempo antes de procurar incomodar a defensiva bianconera. O minuto 19 trouxe aquilo que todos anteviam ser imprescindível para os dragões: o golo fora. No caso, através de uma grande penalidade, sofrida por Taremi e convertida por Sérgio Oliveira. Nem isso espicaçou a Juventus. Por momentos, chegou até a parecer que era o FC Porto quem jogava em casa, tal era o à-vontade com que os dragões iam manobrando. Na segunda parte a música mudou, e de que maneira. A Juventus reapareceu em modo allegro spiritoso e o FC Porto começou a ver o chão fugir-lhe debaixo dos pés. Chiesa igualou com um remate colocado, em arco (49'), e logo a seguir Taremi era expulso por acumulação (54'), de forma um tanto ou quanto infeliz. Aparentemente, o iraniano do FC Porto tentou fazer um chapéu ao mesmo tempo que o lance era interrompido por fora-de-jogo de outro interveniente. A decisão foi dura para o FC Porto, mas o experiente juiz holandês Björn Kuipers entendeu tratar-se de um protesto e decidiu de acordo. A Juve ainda mais animada ficou, e Pepe foi imediatamente chamado a intervir, com um corte salvador, quando o mesmo Chiesa já tinha contornado Marchesín e só tinha pela frente uma baliza deserta. Pepe atirou-se, literalmente, para a frente dos pés de Chiesa, com a bola a bater ainda no poste antes de sair para canto. Não seria a única vez que o FC Porto ficava de coração nas mãos, pois ainda haveria uma bola na trave (90'+3'), num bom remate em arco de Cuadrado. Muito antes desse lance, contudo, já estavam bem à vista as fragilidades físicas de uma equipa que chegava a este encontro já muito espremida pela sucessão frenética de jogos desta época. Valia Marchesín, que mais uma vez ia coleccionando defesas, excepto em novo lance de Chiesa (63'), que ao segundo poste bisou com um cabeceamento. A Juventus continuou a pressionar o FC Porto, mas não voltaria a haver golos durante o tempo regulamentar. Face às substituições já efectuadas, ao desgaste das duas equipas e a tudo o que estava em cima da mesa, o jogo partido que caracterizou o prolongamento foi impróprio para cardíacos. Do lado do FC Porto, era Luis Díaz quem mais agitava o jogo, ligando o turbo e avançando firme sobre o último reduto contrário sempre que tinha a bola; a melhor oportunidade, contudo, foi de Marega (98'), mas o seu cabeceamento frontal saiu fácil para Szczesny. Por esta altura, Cuadrado, que fez inúmeros cruzamentos ao longo dos 120 minutos, já não sabia para onde se virar sempre que Díaz ou Corona lhe apareciam pela frente. Apesar desse jogo partido, seria só de bola parada que o FC Porto marcaria o golo fulcral da eliminatória (115'), novamente por Sérgio Oliveira, agora na cobrança de um livre directo, com a bola a passar por baixo da barreira. Szczesny ainda tocou na bola, mas ela entrou bem juntinho ao seu ângulo inferior direito. A Juventus respondeu de imediato (117'), com Rabiot, de cabeça, a desviar um canto, mantendo assim o ponteiro do dramatismo no vermelho até ao fim. Afinal de contas, mais um golo italiano tiraria o FC Porto da fase seguinte. Assim não seria, não só pela acção de Marchesín e da miríade de homens defensivos em campo pelos dragões - Manafá, Mbemba, Sarr, Diogo Leite, Grujic, Loum -, mas também porque Pepe, mesmo feito em pedaços e mais parecido com um jogador de râguebi do que com um futebolista, ainda arranjou forma de autografar a sua monstruosa exibição com um último alívio, de bicicleta (120'+). O jogo foi tão rico que é impossível recordar tudo, ou escrever sem entrar nos domínios da literatura de fôlego. Só faltou mesmo um desempate por grandes penalidades para que o enfarte fosse inevitável. E ainda bem que não houve, porque assim continuamos vivos para ver o que vem a seguir.

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por Miran Pavlin às 23:59

Quarta-feira, 17.02.21

Liga dos Campeões, oitavos-de-final, 1.ª mão - FC Porto 2-1 Juventus FC - Surpresa ao contrário

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Alguns jogos terminam com resultados que só são surpresa para quem não assistiu. Neste, é ao contrário; surpreendido, só quem viu a Juventus não encontrar forma de escapar à teia que o FC Porto lhe montou. Marcar cedo, neste caso, ajudou. Mal se tinha completado o primeiro minuto e já Taremi festejava, aproveitando um atraso de Bentancur a Szczesny. O avançado do FC Porto fez tão bem a pressão, que o guarda-redes não teve tempo para se livrar da bola. Nesse lance, a Juventus tentava jogar em largura, incluindo com o guarda-redes, para isso trazendo a bola para demasiado perto da sua baliza. Não correu bem, assim como outros momentos do jogo não correram bem aos campeões italianos. Desde a lesão de Chiellini (35'), que cedeu o lugar a Demiral, até ao segundo golo do FC Porto (46'), tão rápido após o pontapé de saída quanto no primeiro tempo. Uribe, Corona e Manafá construíram a jogada pela direita, antes de Marega assinar o golo, colocando a bola rasteira, ao poste mais próximo. Sérgio Oliveira tentou um remate em óptima posição (52'), mas a bola não subiu o suficiente e Szczesny agarrou. A Juventus continuava sem mostrar mais que um ou outro remate de longe, sem perigo para Marchesín. Tal era resultado directo da acção de um FC Porto que obrigou a vecchia signora a jogar mal, numa exibição que ia sendo um mimo para os entusiastas do pressing. A Juventus não tinha espaço para jogar, a bola chegava poucas vezes em condições ao ataque e, com isso, os seus jogadores mais influentes pouco podiam fazer. Confiante, e com um resultado interessante na mão, o FC Porto ia realizando um jogo que fazia os seus adeptos esquecerem o quotidiano do campeonato. Tanto, que Sérgio Conceição poucas mexidas fez no onze inical, trocando numa primeira fase apenas Otávio por Luis Díaz (57') e Marega por Grujic (66'). Ainda assim, a Juventus marcaria mesmo um golo que, em teoria, lhe reduz em um terço a carga de trabalhos para a segunda mão. Esquecido ao segundo poste, na direita, Chiesa finalizou bem uma assistência de Rabiot. Face ao que foi o jogo, não é heresia escrever que a Juventus fez pouco para merecer o golo que leva. Já o FC Porto ganha bem, mas vai para Turim com esse enorme inconveniente no resultado final. Sonhar, como sempre, é que não custa.

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por Miran Pavlin às 23:59

Quarta-feira, 09.12.20

Liga dos Campeões, fase de grupos - Olympiakos FC 0-2 FC Porto

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Não assisti ao jogo.

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por Miran Pavlin às 23:59

Terça-feira, 01.12.20

Liga dos Campeões, fase de grupos - FC Porto 0-0 Manchester City - Metamorfose

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Desta vez resultou na perfeição. O FC Porto transformou-se numa qualquer equipa humilde desta vida, remetendo-se a uma resoluta defesa do seu castelo, e com isso garantiu o ponto de que precisava para atingir os oitavos-de-final. O esquema com cinco defesas utilizado por Sérgio Conceição teve duas consequências práticas: impediu o Manchester City de encontrar os espaços necessários para atacar em velocidade, mas também deixou o próprio FC Porto longe demais da baliza contrária. A estatística final de remates (2-19) atesta-o bem. A verdade é que tudo foi correndo pelo melhor para este FC Porto metamorfoseado. O City teve diversas oportunidades de golo, mas ou não atinou com a baliza, ou encontrou pelo caminho um Marchesín em modo monstro. Nomeadamente na segunda parte, o guardião argentino dos dragões bilhou a grande altura, com algumas defesas vistosas. No lance mais perigoso dos citizens (69'), Marchesín defendeu, à queima-roupa, uma tentativa de Ferrán Torres. O lance tinha começado num cruzamento de Sterling para Rúben Dias fazer daquilo que é: de defesa. Ao tentar desviar para golo, o português acabou por fazer, tecnicamente, um corte in extremis, com a bola a sobrar para Torres. Antes (58'), já Marchesín tinha corrigido a única falha do sector defensivo com uma bela mancha perante o isolado Sterling. Haveria mais de Marchesín, a negar remates de Bernardo Silva (76') e Eric García (80'). A sorte do jogo também sorriu ao argentino, que depois de defender para a trave um primeiro cabeceamento de Gabriel Jesus, nada pôde fazer perante a recarga do mesmo jogador (81'). Pensou-se durante alguns segundos que se tinha feito justiça no resultado, mas o vídeo-árbitro descortinou um fora-de-jogo no desenrolar do lance e, portanto, o golo não valeu. Olhando pelo lado do City, é óbvio que os ingleses deviam ter vencido, quanto mais não seja por terem sido a equipa que tentou activamente ganhar o jogo. No entanto, não se pode culpar ninguém quando não se consegue ultrapassar o guarda-redes contrário. Porque ele, como em qualquer jogo, está lá para defender. E foi isso que Marchesín fez, tornando-se no carregador de piano do FC Porto. Não é todos os dias que um guarda-redes termina o jogo com esse estatuto. A igualdade vem reforçar a tendência histórica de os clubes ingleses não trazerem bons resultados de casa do FC Porto - por favor, não mostrem isto à malta do Liverpool, senão eles riem-se. Face ao enfoque defensivo, o FC Porto não teve lances perigosos a assinalar, mas entre o deve e o haver, pode queixar-se de uma excessiva condescendência do experiente juiz holandês Björn Kuipers para com os cotovelos dos homens do City. Dúvidas ainda num lance em que Ederson parece atropelar Otávio (16'), mas também terá havido falta para grande penalidade contra o FC Porto numa jogada em tudo idêntica à que deu castigo na recepção ao Marselha, pelo que os lances se anularão um ao outro. Certo é que tanto FC Porto como Manchester City seguem em frente. E se ambos se reencontrassem mais lá para os quartos-de-final?

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por Miran Pavlin às 23:59

Quarta-feira, 25.11.20

Liga dos Campeões, fase de grupos - Olympique Marselha 0-2 FC Porto - Déjà vu

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Perdoem-me os leitores por começar este texto com a mesma ideia utilizada na apreciação ao recente encontro com o Portimonense, mas foi como se este desafio fosse uma continuação do que já se tinha visto em Portugal entre dragões e phoccéens. Um déjà vu, portanto. É certo que o Marselha teve mais afinco na forma como tentou jogar, mas a verdade é que pouco lhe saiu bem, na relação entre passes e movimentações. Mais experimentado nestas andanças - a última ida do OM à fase de grupos da Champions remontava a 2013/14 -, o FC Porto soube gerir o jogo da melhor forma, inaugurando o marcador ao minuto 39, por Zaidu. O nigeriano fez assim o seu primeiro golo pelo FC Porto, no aproveitamento de um ressalto à boca da baliza, após canto de Sérgio Oliveira e primeiro desvio de Grujic. Falando em Grujic, o sérvio parece tratar-se de um jogador de extremos: fino no toque de bola, mas grosso na disputa dos lances. A sua expulsão por acumulação de cartões amarelos (67') não teve consequências de maior porque pouco depois (71'), do lado dos marselheses, Balerdi era também expulso, com a agravante de o seu segundo amarelo surgir numa falta para grande penalidade. Sérgio Oliveira converteria o castigo (72'). A margem de dois golos não sofreu alterações, deixando o FC Porto a precisar de um pontinho apenas para passar à fase seguinte. Não resisto a recordar a época 2015/16, na qual o FC Porto estava exactamente na mesma situação a dois jogos do fim da fase de grupos. Dessa vez, com Dinamo Kiev e Chelsea ainda pela frente, o ponto necessário não chegou a aparecer e os dragões caíram para a Liga Europa. Talvez seja conveniente recordar essa época. Caso o ponto em falta não apareça já na recepção ao Manchester City, terá que aparecer na visita à Grécia, local onde o FC Porto não tem um registo histórico positivo. Haverá novo déjà vu a caminho?

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por Miran Pavlin às 23:59

Terça-feira, 03.11.20

Liga dos Campeões, fase de grupos - FC Porto 3-0 Olympique Marselha - Tudo a nu

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Nesta era de futebol hermético, não haver público nos palcos onde é mais habitual tê-lo em bom número deixa o jogo despido de quase tudo. Se a isso se juntarem uma equipa que controla as operações desde cedo e outra que não parece ter armas suficientes para se libertar, então é como se ficasse tudo a nu. Sem ruído, sem brilho e até sem glamour, o encontro foi passando sem deixar grandes saudades, excepto, talvez, ao FC Porto, porque o venceu. Os dragões chegaram ao golo cedo (4'), por Marega, que parece trazer a pontaria afinada sempre que há Champions na ementa. Talvez a viagem dos 90 minutos tivesse sido mais agitada se Payet tivesse convertido uma grande penalidade por falta de Sarr sobre Thauvin (10'), mas o tiro do francês saiu por cima. Não marcou Payet, marcaria Sérgio Oliveira (28'), a castigar falta de Amavi sobre Corona. O lance foi revisto, mas mesmo assim não parece ser claro e óbvio. O Marselha, que não vinha mostrando muito, ficava em posição incómoda. Mais incómoda só a do treinador André Villas-Boas, que tinha de convencer as suas tropas a derrubar o clube do coração. Não terá sido a pedido do técnico que o Marselha fez um jogo cinzento escuro, mas a verdade é que se esperava mais de uma equipa que ainda há coisa de semanas tinha ido à capital francesa bater o PSG. O FC Porto elevaria a meio do segundo tempo (69'), numa jogada conduzida por Corona e finalizada por Luis Díaz. O resultado ficava bem seguro para o lado azul-e-branco e, face ao pouco perigo criado pelos marselheses, pouco mais restava senão aguardar o apito final. Despido de público, de emoção e até de história, este jogo não foi o melhor exemplo do que pode ser uma partida da Liga dos Campeões. Talvez só quando o mau tempo passar voltemos a ver Champions como deve ser.

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por Miran Pavlin às 23:59

Terça-feira, 27.10.20

Liga dos Campeões, fase de grupos - FC Porto 2-0 Olympiakos FC - Para memória futura

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Na época passada o FC Porto regressou à Holanda 21 anos depois. Agora foi a vez de matar saudades do futebol grego, cujos clubes não encontrava desde 2002/03. No caso do Olympiakos, a memória da última visita leva-nos ainda mais longe, até ao Outono de 1999 e a uma partida que terminou com o mesmo resultado de hoje. O FC Porto saltou cedo para o comando (11'), na sequência de um péssimo domínio de Bouchalakis, que viu a bola bater-lhe na canela e sobrar para Sérgio Oliveira. O médio português aproveitou para se isolar e cruzar para um corte incompleto de Cissé, com a bola a sobrar para a direita do ataque, de onde Fábio Vieira rematou cruzado para o seu primeiro golo europeu. O FC Porto ficou por cima, mas teve que lidar com um Olympiakos irrequieto, que fez questão de mostar que veio até ao Dragão para discutir o resultado. Entre uma oportunidade e outra, a mais flagrante até ao intervalo pertenceu ao Olympiakos (40'), que viu Mbemba cortar in extremis uma tentativa de Valbuena aproveitar um mau alívio da defesa portista. O segundo tempo não trouxe grandes mudanças, pelo menos até perto do quarto-de-hora final, altura em que o Olympiakos conseguiu encadear alguns lances bem construídos e uma ou outra recuperação de bola ainda no meio-campo contrário. Os gregos começavam a justificar um golo, mas acabou por prevalecer a velha máxima "quem não marca, sofre". E assim, Sérgio Oliveira faria o segundo golo portista (85'), de cabeça, em antecipação, a cruzamento de Marega. O Olympiakos ainda teve mais uma oportunidade flagrante (88'), com Hassan a aparecer solto na direita, mas Marchesín, que já tinha feito algumas boas defesas, ainda tinha uma última guardada, assegurando que o marcador não voltaria a mexer. O FC Porto não fez muito, mas foi o suficiente para arrecadar os três pontos. Tendo em conta que o registo dos dragões na Grécia não é famoso, talvez seja conveniente guardar para memória futura os melhores momentos do Olympiakos nete jogo.

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por Miran Pavlin às 23:59

Terça-feira, 20.10.20

Liga dos Campeões, fase de grupos - Manchester City 3-1 FC Porto - Entre o possível e o impossível

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Por muito que no futebol tudo seja possível, só um louco esperaria ver o FC Porto trazer alguma coisa deste jogo. No campo, no entanto, durante bastante tempo pareceu que os dragões seriam capazes de trazer mesmo alguma coisa, mas por entre os possíveis e impossíveis do futebol, foi uma noite em que o FC Porto ficou do lado errado de duas decisões, que custaram dois golos. Talvez já se tenha visto pior - surge imediatamente à ideia Hugh Dallas em 2000 -, e tratando-se de uma primeira jornada da fase de grupos as coisas tendem a esfumar-se na memória, mas o juiz Andris Treimanis não teve uma noite para recordar. No lance capital (17'), o letão assinalou grande penalidade numa jogada confusa, que incluiu uma calcadela de Gündogan a Marchesín e um encontrão entre Pepe e Sterling. Talvez nem houvesse nada a assinalar, mas a decisão inicial manteve-se após consulta às imagens e Agüero bateu o castigo para o 1-1 (20'). Antes, Luis Díaz abrira o activo (14') com um lance individual em que sai da esquerda e avança pelo meio-campo dos citizens, ultrapassa com mestria dois adversários e finaliza já descaído para a direita, com um remate cruzado. Os dragões responderam com um lance flagrante (22'), mas Uribe falhou a baliza na ressaca de um mau alívio. Podia ter feito muito melhor. O FC Porto não voltaria a ter um lance tão bom, mas o Manchester City aparentemente também não os tinha. Através de bom posicionamento colectivo e muitas antecipações, os dragões iam impedindo que o City se impusesse. E um empate não seria nada de se deitar fora. Até que chegou o minuto 65 e o golo de Gündogan, num livre frontal que castigou uma falta muito duvidosa de Fábio Vieira. Na única repetição mostrada o médio portista parece jogar a bola. Neste tipo de jogos, de todos os livres que acontecem junto à área, o golo é sempre naquele cuja falta não convenceu. Ferrán Torres ainda faria o 3-1 (73'), partindo Pepe com surpreendente facilidade antes de finalizar em jeito. Foi por pouco que não houve mais um golo a acrescentar (83'), num remate de longe de Rodri, que Marchesín desviou para o poste com as pontas dos dedos. O esquema de três centrais com laterais projectados utilizado por Sérgio Conceição surtiu efeito até onde foi possível, e só sofreu alterações de vulto com o resultado final já fixado. Tudo somado, fica o registo de uma noite difícil tornada fácil para o Manchester City, e o amargo, para o FC Porto, de ver dois momentos infelizes arruinarem o seu esforço. Por muito que, à partida, não fosse neste jogo que o FC Porto teria que fazer os seus pontos.

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por Miran Pavlin às 23:46

Terça-feira, 13.08.19

Liga dos Campeões, 3.ª pré-eliminatória, 2.ª mão - FC Porto 2-3 FC Krasnodar - Fora dos planos

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Até dá vontade de ir apressadamente verificar todos os calendários e agendas, mas não há engano. É mesmo 13 de Agosto e o FC Porto está fora da Liga dos Campeões. Escrever a segunda parte da frase anterior tão cedo na época é tão impensável quanto um 0-3 em 34 minutos de jogo. Aí, há mérito do conjunto russo, que foi cirúrgico na forma como deu a volta à eliminatória. Logo ao minuto 3, num pontapé de canto, Tonny Trindade de Vilhena ficou esquecido ao segundo poste e rematou cruzado a contar; aos 12, num contra-ataque que beneficiou de um corte de Corona directamente para os pés de Wanderson, Suleymanov, isolado, não teve dificuldades em bater Marchesín. O mesmo Suleymanov, agora em lance individual, assinaria o terceiro do Krasnodar com um remate cruzado. O estrondo foi tal, que os dragões não conseguiam melhor que alternar passividade com letargia, e vice-versa. Nakajima era dos poucos que motravam alguma presença mental, procurando constantemente mostrar-se ao jogo para receber a bola e distribuir, mas à sua volta Marega e Luis Díaz eram pouco mais que inconsequentes, enquanto Corona, apesar de esforçado, estava demasiado individualista. Sérgio Conceição fez o mais natural nestas circunstâncias, ao tirar o lateral Saravia para colocar o ponta-de-lança Zé Luís (37'), mas a equipa, atordoada, demorou algum tempo a reagir. Logo a seguir à saída de Sérgio Oliveira por lesão (49'), foi por pouco que o Krasnodar não fez mais um golo, em novo lance de transição rápida (52'), mas Marchesín foi gigante a negar a finalização de Berg. Pouco depois (57'), o FC Porto finalmente tinha sucesso nalguma coisa; numa jogada de envolvência Alex Telles cruzou para a zona frontal, onde Zé Luís se elevou para cabecear para o fundo das redes. Só aqui o FC Porto colocou o coração em campo - porque a cabeça, na verdade, nunca chegou a aparecer. Ainda assim, essa nova intensidade serviu para pouco mais que mostrar que o FC Porto tinha algum futebol dentro de si. O golo de Luis Díaz (76'), num bom remate curzado, ainda fez os dragões acreditar que era possível sair do buraco em que se tinham metido, mas até final não haveria mais oportunidades. E assim, 19 anos depois, o FC Porto volta a despedir-se da Champions antes da chegada ao quadro principal. O choque é bem maior que nesse Agosto de 2000, pois na altura a 3.ª pré-eliminatória era a última e o carrasco foi o Anderlecht, um grande do seu país. Perder para o Krasnodar estava fora dos planos - excepto para os próprios russos, claro.

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por Miran Pavlin às 23:59

Quarta-feira, 07.08.19

Liga dos Campeões, 3.ª pré-eliminatória, 1.ª mão - FC Krasnodar 0-1 FC Porto

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Não assisti ao jogo.

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por Miran Pavlin às 23:00



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