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CORTE LIMPO

Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário


Segunda-feira, 14.07.14

Balanço Mundial 2014 - O prenúncio de uma nova era?

sapodesporto

Antes do Mundial 2006 o Brasil tinha nesta competição o seu habitat natural. O estatuto decorrente dos cinco títulos conferia ao escrete uma aura de vitória de que mais nenhum país se podia orgulhar. Chegados ao final do Mundial 2014 o cenário parece estar a mudar, e o Brasil já não se pode proclamar como senhor inequívoco dos mundiais. As duas históricas potências europeias, Itália e Alemanha, estão agora a morder-lhe os calcanhares, com quatro títulos cada.

Nenhuma selecção europeia vencera um mundial disputado no continente americano, e o triunfo da Alemanha no Maracanã revogou essa lei não escrita do futebol. Um claro contraste com a restante armada europeia, que viu nada menos que sete equipas em treze serem vítimas da fase de grupos, o número mais elevado em mundiais com 32 participantes.

Porventura mais ambientadas aos ares do Novo Mundo, foram também sete as selecções latino-americanas que passaram à fase a eliminar, com Chile, e principalmente Colômbia, a deixarem boas indicações para o futuro. Só Equador e Honduras ficaram pelo caminho mais cedo.

Entre os náufragos do Velho Continente estiveram nomes notórios, como a campeã em título Espanha, que viu interrompido o seu reinado, Itália e Inglaterra, colhidas pela surpreendente Costa Rica, e ainda Portugal, que não recuperou da estocada sofrida no primeiro jogo.

Importa realçar que o Brasil 2014 foi o melhor mundial desde o França’98, e é candidato a figurar entre os melhores de sempre. Não se viu o jogo defensivo que caracterizou os três últimos torneios. Quase todas as equipas praticaram um futebol positivo, que tornou cada jogo num carrossel de emoções, de defesas vistosas, e também de golos. 171, igualando a melhor marca de sempre, curiosamente também em 1998.

As grandes estrelas não levaram as respectivas equipas às costas, à la Maradona’86, daí que nenhum jogador em particular tenha sobressaído realmente dos demais – embora James Rodríguez tenha justificado plenamente os seis golos que fizeram de si melhor marcador. Quem sobressaiu, mas no sentido oposto, foi Luis Suárez, castigado por morder Chiellini, naquele que foi o terceiro incidente do género na sua carreira.

Esqueçamos por um momento a onda de manifestações que foi varrendo a sociedade brasileira no ano antes da prova e os alarmantes atrasos na conclusão dos estádios. O Mundial 2014 era ansiosamente aguardado pelo povo brasileiro. Era uma oportunidade de ouro para a canarinha fazer aquilo que todos os campeões do mundo excepto a Espanha já conseguiram: vencer o título em casa. Mas a implosão na hora da verdade deixa não só a equipa, como também todo o futebol brasileiro envolto em interrogações.

É verdade que o Brasil já chegou a passar 24 anos sem vencer um mundial, entre as gerações de Pelé e de Romário, mas – voltando à ideia inicial do texto – será que este insucesso enquanto anfitrião prenuncia uma nova era na história dos campeonatos do mundo, dominada por selecções europeias sem medo de enfrentar o Brasilao mais alto nível?

Com uma equipa consolidada a Alemanha impôs-se, e pela primeira vez a Europa vence três mundiais consecutivos. Outras selecções, como França, Itália e até mesmo Inglaterra têm processos de reconstrução em andamento, introduzindo nomes mais jovens que poderão estar no ponto daqui a quatro anos.

Ainda é difícil prever como estarão nessa altura os outros líderes do pelotão europeu. A Holanda ainda não pensou como substituirá a geração de Robben, Sneijder, Kuyt e van Persie, a Espanha só agora percebe que tem que começar a escrever uma página nova, e Portugal, apesar dos sinais dos últimos anos, insiste em não querer perceber que já devia ter começado a preparar o futuro.

O futuro, esse, chama-se Rússia 2018. A quatro anos de distância apenas outra questão se coloca: tendo em conta os eventos políticos recentes, como vai ser se a Ucrânia se qualificar?

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por Miran Pavlin às 20:00

Segunda-feira, 14.07.14

Mundial 2014 - Final - 13 Julho

sapodesporto

Estádio Maracanã, Rio de Janeiro

ALEMANHA       1 (Götze 113’)

ARGENTINA      0

Após prolongamento

A final do Brasil 2014 foi um anticlímax. Depois de um mundial de grandes jogos, o peso do que estava em jogo motivou que os finalistas não abordassem de forma demasiado expansiva o encontro que abre as portas do Olimpo do futebol.

Muita organização de parte a parte, Messi neutralizado e guarda-redes seguros caracterizaram a final, pelo que não foi surpreendente a chegada do prolongamento, apesar de a Argentina ter criado as melhores oportunidades de golo nos 90 minutos.

No tempo extra a Argentina quis manter a organização e levar tudo para as grandes penalidades, mas a frescura física já não era a mesma – era o terceiro prolongamento que a albiceleste disputava na fase final, contra dois dos alemães.

A Alemanha acabaria por criar um desequilíbrio que deixou Mario Götze cara a cara com o guarda-redes Romero, no lado direito da defesa argentina. Com a técnica apurada, Götze dominou de peito, em corrida, e sem deixar a bola cair rematou de primeira, de pé esquerdo, cruzado, mesmo não tendo o mais favorável dos ângulos. A bola entrou.

Com pouco tempo para jogar, a Argentina ainda tentou mas não conseguiu encontrar forças para responder ao golpe que sofrera.

O golo garante a Götze o seu lugar na História. A Alemanha sagra-se tetracampeã mundial e entra ela própria na História, como a primeira selecção europeia a vencer um mundial disputado nas Américas.

Mas o jogo poderia ter pendido para o lado da Argentina. Não apenas pelas oportunidades de golo, mas também por dois lances que em última instância deixariam a Alemanha com menos unidades: primeiro Höwedes entrou de sola ao joelho de Zabaleta, e mais tarde Neuer imitou o célebre lance de Toni Schumacher em 1982, entrando de joelho ao pescoço de Higuaín numa saída dos postes para cortar uma bola metida no ataque argentino.

O árbitro assim não entendeu, e a Alemanha acaba por vencer o Mundial 2014 justamente, com seis vitórias e um empate, 18-4 em golos, e sem estrelas – antes com uma equipa a funcionar na perfeição.

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por Miran Pavlin às 12:00

Domingo, 13.07.14

Mundial 2014 - Atribuição de 3.º e 4.º lugares - 12 Julho

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Estádio Nacional, Brasília

BRASIL              0

HOLANDA          3 (van Persie (P) 3’, Blind 17’, Wijnaldum 90’+1’)

Por uma vez, o jogo que muitos rotulam de desnecessário era muito importante, pelo menos para uma das equipas.

Depois da humilhação de uma vida, o Brasil tinha aqui uma oportunidade de sair com uma imagem mais positiva. No entanto, rapidamente os anfitriões se viram com dois golos de desvantagem, e apesar de terem dado mais luta que na partida com os alemães, não conseguiram importunar a mais tranquila Holanda.

Pachorrento, o jogo foi decorrendo sem grandes sobressaltos depois do 0-2, até Wijnaldum acrescentar mais um golo ao marcador, sublinhando que será realmente hora de o Brasil iniciar uma introspecção profunda para perceber o que correu mal.

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por Miran Pavlin às 12:00

Quinta-feira, 10.07.14

Mundial 2014 - Meias-finais - 9 Julho

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Arena de São Paulo, São Paulo

HOLANDA          0

ARGENTINA       0

Após prolongamento; Argentina venceu por 4-2 no desempate por grandes penalidades

Se a outra meia-final foi histórica pelos golos e pelo desnível do resultado, esta também o foi… mas por ter sido a primeira na história dos mundiais a terminar 0-0.

O futebol defensivo foi a nota dominante de um encontro que ninguém quis perder, mas que ao mesmo tempo ninguém se quis arriscar a ganhar, com medo de que isso significasse abrir mais espaços na defesa.

O segundo finalista do Brasil 2014 foi então encontrado nas grandes penalidades, onde a Holanda acusou a pressão e desperdiçou dois pontapés, contra o aproveitamento total dos argentinos, que assim regressam ao palco mais apetecido 24 anos depois da última presença.

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por Miran Pavlin às 12:00

Quarta-feira, 09.07.14

Mundial 2014 - Meias-finais - 8 Julho

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Estádio Mineirão, Belo Horizonte

BRASIL             1 (Óscar 90’)

ALEMANHA       7 (Müller 11’, Klose 23’, Kroos 24’, 26’, Khedira 29’, Schürrle 69’, 79’)

Choque. Desastre. Tragédia. Humilhação. Pesadelo. Hecatombe. Qualquer destas palavras pode descrever este jogo, mas nenhuma delas é suficiente. A palavra que as consubstancia a todas é mineiraço. A partir daqui, o velhinho maracanaço de 1950fica num bolso.

Para a Alemanha, uma palavra basta: impensável. No bom sentido. Foi a eficácia alemã levada ao extremo, na forma de um golo de Müller que esfriou o ímpeto inicial dos brasileiros, seguido de uma verdadeira Blitzkrieg entre os minutos 23 e 29, que destroçou o sonho canarinho e transformou o resto do jogo numa formalidade.

Nunca o dito “sempre que remataram à baliza deu golo” foi tão verdadeiro. Porque foi exactamente isso que aconteceu. Júlio César terá terminado o jogo com duas defesas, pois a Alemanha aproveitou todos os lances mais claros que construiu.

O Brasil ainda forçou Neuer a atenções redobradas no início da segunda parte, mas depressa a Alemanha restabeleceu o seu domínio e ainda faria mais dois golos antes de Óscar assinar o ponto de honra brasileiro nos últimos segundos do tempo regulamentar.

É verdade que o Brasil entrou relativamente bem no jogo, com a acção dos primeiros minutos a passar-se na metade alemã do relvado. Mas no primeiro golo Müller está sem marcação, e depois do segundo, numa recarga, o Brasil desorientou-se – descontrolou-se, desnorteou-se, desgovernou-se, tudo ao mesmo tempo – e a Alemanha não se fez rogada.

Numa meia-final de recordes, Klose tornou-se no melhor marcador de sempre em fases finais de Mundial, com 16 golos; foi a meia-final mais desnivelada de sempre, e o Brasil não perdia por seis golos de diferença desde os anos 30.

Este Brasil-Alemanha fica gravado a martelo e cinzel não só nas memórias colectivas brasileira e alemã, mas também na de todos os que a ele assistiram, e na própria história do futebol. O Brasil terá agora que esperar décadas para voltar a ter a oportunidade de ser campeão do mundo em casa.

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por Miran Pavlin às 12:00

Domingo, 06.07.14

Mundial 2014 - Quartos-de-final - 5 Julho

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Arena Fonte Nova, Salvador

HOLANDA          0

COSTA RICA      0

Após prolongamento; Holanda venceu por 4-3 no desempate por grandes penalidades

Já não há equipas-sensação neste Mundial. A Costa Rica está fora, mas não sem obrigar a Holanda a desempatar por grandes penalidades.

Talvez os holandeses devessem ter feito mais. Além de terem melhores individualidades, especialmente no ataque, a Costa Rica jogou praticamente sem baliza, claramente apostada no desfecho que o jogo viria efectivamente a ter. A Holanda pouco acelerou o jogo e Navas voltou a ajudar a equipa a não sofrer golos – o homem do Levante não será o melhor guarda-redes do mundo, mas será o melhor do Mundial?

Quando ficou claro que as grandes penalidades eram inevitáveis, van Gaal teve um desvario e trocou de guarda-redes. Saiu Cillessen para entrar Krul, e a aposta foi mais que certeira: o guardião do Newcastle United defendeu dois pontapés e levou a Holanda para as meias-finais.

Foi um daqueles momentos em que a análise depende do resultado. Krul foi decisivo, e por isso é uma jogada de mestre de van Gaal; caso Krul falhasse, van Gaal seria um louco que devia antes ter feito entrar um suplente que estivesse mais bem preparado mentalmente para enfrentar um desempate por grandes penalidades. Certo é que o plano resultou, e o técnico holandês venceu mesmo o jogo mental com os costa-riquenhos.

A Costa Rica realizou o seu melhor Mundial de sempre, e sai com apenas dois golos sofridos em cinco jogos.

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por Miran Pavlin às 12:03

Domingo, 06.07.14

Mundial 2014 - Quartos-de-final - 5 Julho

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Estádio Nacional, Brasília

ARGENTINA       1 (Higuaín 8’)

BÉLGICA            0

A Argentina continua a não deslumbrar, mas é eficaz, e está nas meias-finais do Mundial pela primeira vez desde o longínquo Itália’90. Higuaín marcou logo aos oito minutos e abriu caminho a um jogo que a Argentina controlou sem problemas.

A Bélgica mostrou-se organizada, mas não teve capacidade para forçar a defesa da albiceleste a cometer erros, e acabou por não criar grandes oportunidades de golo.

A Argentina poderia ter feito o 2-0, mas o mesmo Higuaín acertou na trave, primeiro, e depois Messi, na recta final do encontro, apareceu isolado mas permitiu a mancha a Courtois.

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por Miran Pavlin às 12:00

Sábado, 05.07.14

Mundial 2014 - Quartos-de-final - 4 Julho

sapodesporto

Estádio Castelão, Fortaleza

BRASIL              2 (Thiago Silva 8’, David Luiz 69’)

COLÔMBIA         1 (James Rodríguez (P) 80’)

O Brasil segue em frente ao eliminar a sensação Colômbia, num jogo em que foi melhor, mas acabou a sofrer.

A Colômbia não terá arriscado tanto quanto deveria, preferindo jogar pela certa, como que a não querer correr o risco de perder a bola com a equipa desequilibrada, e isso permitiu ao Brasil controlar o jogo, depois de ter marcado bem cedo e passado a responsabilidade da resposta para o adversário.

Antes que o nervosismo da margem mínima se instalasse, David Luiz cobrou um livre directo com grande precisão, deixando a Colômbia em posição muito difícil. A grande penalidade convertida por James Rodríguez ditaria, todavia, que o jogo seria mesmo para disputar até ao fim, mas recuperar dois golos ao Brasil, em casa deste, e em tão pouco tempo, era difícil demais.

A Colômbia regressa a casa com a sua melhor participação de sempre na bagagem e um futuro risonho à sua frente. Já o Brasil vai enfrentar a Alemanha nas meias-finais sem Neymar, que fracturou uma vértebra num lance duro, mas casual, com Armero, e é baixa para o que resta de Mundial; também Thiago Silva ficará de fora, por castigo. Golpes duros para uma equipa que não trouxe um plantel com a qualidade individual de outros anos.

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por Miran Pavlin às 12:03

Sábado, 05.07.14

Mundial 2014 - Quartos-de-final - 4 Julho

sapodesporto

Estádio Maracanã, Rio de Janeiro

FRANÇA            0

ALEMANHA       1 (Hummels 13’)

A Alemanha demonstra ter mais eficácia do que espectacularidade, e isso foi-lhe suficiente para deitar por terra as ambições de uma França que vinha a fazer um Mundial interessante.

Um golo no primeiro quarto de hora permitiu à Mannschaft controlar o jogo quase como quis. Sem querer gastar mais energias que o necessário, os alemães bloquearam a manobra dos bleus, que não conseguiram encontrar forma de se soltar. O melhor que conseguiram foi criar um conjunto de lances perigosos por volta dos últimos quinze minutos.

Lloris ainda impediu o segundo golo alemão em duas ocasiões, e o jogo terminou com uma oportunidade de Benzema, que surgiu solto mas com pouco ângulo, e rematou à figura de Neuer.

A França despede-se do Brasil mas deixa uma boa imagem, a dois anos de receber a fase final do campeonato da Europa; depois dos calafrios diante da Argélia, a Alemanha voltou a mostrar-se sólida, e aguarda o adversário das meias-finais.

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por Miran Pavlin às 12:00

Quarta-feira, 02.07.14

Mundial 2014 - Oitavos-de-final - 1 Julho

sapodesporto

Arena Fonte Nova, Salvador

BÉLGICA                          2 (de Bruyne 93’, Lukaku 105’)

ESTADOS UNIDOS           1 (Green 107’)

Após prolongamento

Este foi um dos poucos jogos em que o prolongamento foi melhor que os 90 minutos. Até lá, a Bélgica atacou sem descanso e Howard, fazendo jus ao nome da cidade que recebeu o jogo, foi sempre salvador. Perdeu-se a conta ao número de defesas que o guardião norte-americano fez, numa das melhores exibições individuais deste Mundial.

Quando o tempo regulamentar estava a segundos de acabar quase que os Estados Unidos transformavam este jogo no maior clássico da sua história, mas Wondolowski teve um falhanço inacreditável que manteve tudo na estaca zero e obrigou a mais um prolongamento – o quinto em oito jogos.

Os belgas demoraram três minutos a desencravar o marcador e fizeram o segundo golo em cima da troca de campo – o quarto marcado por um suplente em seis possíveis. Supunha-se que fosse o chamado golo da tranquilidade, mas não o foi, porque o jovem Green – outro suplente – relançou o jogo no reatamento do tempo extra, deixando os Estados Unidos por cima do jogo. O último esforço foi forte, mas os stars and stripes não conseguiram recuperar o que faltava da desvantagem.

A Bélgica encontrará a Argentina nos quartos-de-final.

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por Miran Pavlin às 12:03



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