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Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
Perdoem-me os leitores por começar este texto com a mesma ideia utilizada na apreciação ao recente encontro com o Portimonense, mas foi como se este desafio fosse uma continuação do que já se tinha visto em Portugal entre dragões e phoccéens. Um déjà vu, portanto. É certo que o Marselha teve mais afinco na forma como tentou jogar, mas a verdade é que pouco lhe saiu bem, na relação entre passes e movimentações. Mais experimentado nestas andanças - a última ida do OM à fase de grupos da Champions remontava a 2013/14 -, o FC Porto soube gerir o jogo da melhor forma, inaugurando o marcador ao minuto 39, por Zaidu. O nigeriano fez assim o seu primeiro golo pelo FC Porto, no aproveitamento de um ressalto à boca da baliza, após canto de Sérgio Oliveira e primeiro desvio de Grujic. Falando em Grujic, o sérvio parece tratar-se de um jogador de extremos: fino no toque de bola, mas grosso na disputa dos lances. A sua expulsão por acumulação de cartões amarelos (67') não teve consequências de maior porque pouco depois (71'), do lado dos marselheses, Balerdi era também expulso, com a agravante de o seu segundo amarelo surgir numa falta para grande penalidade. Sérgio Oliveira converteria o castigo (72'). A margem de dois golos não sofreu alterações, deixando o FC Porto a precisar de um pontinho apenas para passar à fase seguinte. Não resisto a recordar a época 2015/16, na qual o FC Porto estava exactamente na mesma situação a dois jogos do fim da fase de grupos. Dessa vez, com Dinamo Kiev e Chelsea ainda pela frente, o ponto necessário não chegou a aparecer e os dragões caíram para a Liga Europa. Talvez seja conveniente recordar essa época. Caso o ponto em falta não apareça já na recepção ao Manchester City, terá que aparecer na visita à Grécia, local onde o FC Porto não tem um registo histórico positivo. Haverá novo déjà vu a caminho?
Nesta era de futebol hermético, não haver público nos palcos onde é mais habitual tê-lo em bom número deixa o jogo despido de quase tudo. Se a isso se juntarem uma equipa que controla as operações desde cedo e outra que não parece ter armas suficientes para se libertar, então é como se ficasse tudo a nu. Sem ruído, sem brilho e até sem glamour, o encontro foi passando sem deixar grandes saudades, excepto, talvez, ao FC Porto, porque o venceu. Os dragões chegaram ao golo cedo (4'), por Marega, que parece trazer a pontaria afinada sempre que há Champions na ementa. Talvez a viagem dos 90 minutos tivesse sido mais agitada se Payet tivesse convertido uma grande penalidade por falta de Sarr sobre Thauvin (10'), mas o tiro do francês saiu por cima. Não marcou Payet, marcaria Sérgio Oliveira (28'), a castigar falta de Amavi sobre Corona. O lance foi revisto, mas mesmo assim não parece ser claro e óbvio. O Marselha, que não vinha mostrando muito, ficava em posição incómoda. Mais incómoda só a do treinador André Villas-Boas, que tinha de convencer as suas tropas a derrubar o clube do coração. Não terá sido a pedido do técnico que o Marselha fez um jogo cinzento escuro, mas a verdade é que se esperava mais de uma equipa que ainda há coisa de semanas tinha ido à capital francesa bater o PSG. O FC Porto elevaria a meio do segundo tempo (69'), numa jogada conduzida por Corona e finalizada por Luis Díaz. O resultado ficava bem seguro para o lado azul-e-branco e, face ao pouco perigo criado pelos marselheses, pouco mais restava senão aguardar o apito final. Despido de público, de emoção e até de história, este jogo não foi o melhor exemplo do que pode ser uma partida da Liga dos Campeões. Talvez só quando o mau tempo passar voltemos a ver Champions como deve ser.
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