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Todas as fotografias neste blog encontram-se algures em desporto.sapo.pt, salvo indicação em contrário
A ideia já foi veiculada noutras ocasiões, mas cá vai de novo: a Taça de Portugal tende a esbater a diferença entre equipas, independentemente da divisão em que militem. Nem sempre acontece, claro, mas é frequente, e foi o caso nesta recepção dos dragões ao secundário Varzim. Mesmo defrontando uma equipa em boa forma, Sérgio Conceição não deixou de efectuar mudanças no onze, fazendo entrar Diogo Costa, Saravia, Sérgio Oliveira - que aproveitou para ganhar ritmo após lesão - e Fábio Silva. O resultado foi um FC Porto a meio do caminho. A equipa não esteve propriamente desligada, mas a verdade é que não pressionou o adversário tanto quanto deveria. Mesmo assim, os dragões chegariam ao golo (28'), por Soares, que atravessa uma fase prolífica como já não tinha, talvez, desde que chegou ao clube em Janeiro de 2017. Os poveiros, que vinham jogando de igual para igual, chegariam ao empate ao minuto 36, num livre directo cobrado por Hugo Gomes. A bola levou lume. Os apuros foram momentâneos, já que Marcano, de cabeça, recolocou o FC Porto na dianteira (41'), na sequência de um livre junto à linha de fundo. A postura do FC Porto não se alterou para a segunda parte, o que deixava os lobos do mar suficientemente à vontade para ameaçar nova igualdade, principalmente através de transições rápidas. Talvez o Varzim merecesse ter levado o jogo para o prolongamento, mas para isso teria sido necessário o FC Porto se descontrolar, o que, na verdade, não chegou a acontecer. Fica a boa imagem deixada pelos varzinistas.
Não assisti ao jogo.
Varzim e FC Porto não se defrontavam desde 17 de Maio de 2003, então a contar para a I Liga. Era final de época e o FC Porto, já campeão, estava a quatro dias de ir a Sevilha disputar a final da Taça UEFA; o Varzim desceria de divisão, e até hoje ainda não conseguiu regressar ao escalão máximo.
Hoje, tal como nesse dia, o FC Porto entrou em campo com diversos jogadores menos utilizados, no caso Helton, Cissokho, Lichnovsky, Evandro, Bueno e Tello. Não querendo voltar a debater se um jogo de Taça é a melhor maneira de aquecer a equipa na véspera de um compromisso da Liga dos Campeões, a verdade é que este jogo permitiu que o técnico desse descanso extra a quase todos os que estiveram em acção pelas selecções na semana anterior. Daqueles que fizeram viagens transatlânticas o sacrificado acabou por ser Layún, que jogou os 90 minutos.
O modo gestão do FC Porto, como seria de prever, tornou o jogo mais equilibrado. De resto, não estaria na cabeça de ninguém que houvesse uma repetição do último jogo de Taça entre os dois clubes, um 7-0 para os dragões, curiosamente também em 2002/03. Com o Varzim a dar a réplica que pôde, o FC Porto marcou o sempre importante primeiro golo aos 20 minutos, por Tello, ficando com a faca e o queijo na mão.
Hoje titular, Osvaldo foi solicitado inúmeras vezes, quase sempre em passes de ruptura que o deixaram frente-a-frente com o golo, mas o avançado não estava de pontaria afinada e acabou por não fazer o gosto ao pé. Com o jogo a prolongar-se, tornava-se imperioso alcançar o segundo golo, não fosse o Varzim fazer das suas. Lopetegui fez apenas duas substituições, e seria mesmo um dos suplentes utilizados a marcar, no último minuto do tempo regulamentar. No regresso a um clube que representou nas camadas jovens, André André vestiu a pele de vilão e sentenciou o encontro. Os dois golos portistas foram muito semelhantes, obtidos em remates cruzados desde o flanco esquerdo.
Uma vez que tudo correu conforme o esperado, sobra pouco para contar. Numa crónica que inclui alguns dados históricos, não resisto a fechar com mais dois: o Varzim não bate o FC Porto desde 2 de Outubro de 1976, em jogo da I Divisão. O último empate data de 1986/87.
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